-Como você pode não gostar de bichinho de pelúcia, Katherine-san? – Kaoro pergunta me olhando.

-É algo que nunca fui fã – respondo vendo os demais sorrindo – Nada mais que isso.

-Vamos nesse brinquedo – Takuya informa para um brinquedo que lembrava uma roda-gigante.

Kaoro sorri indo para junto deles, dou um suspiro pesado antes de ficar perto deles e sendo empurrada logo depois para dentro do carrinho onde já estava Serizawa olhando para fora.

Tento me mover para sair, mas ele segura meu pulso enquanto o carrinho já se põe em movimento. Puxo meu braço livrando-me de seu aperto.

Sento-me distante dele que olhava para fora.

Mordo meu lábio inferior me amaldiçoando por tudo.

-Não acha cruel trazer Naomi para vê-lo com sua noiva? – indago dura.

-Não temos nada – ele usa o mesmo tom – Apenas cuido dela.

-Quando será o casamento? – pergunto pausadamente.

-Por que? – ele replica – Para você ir?

-Qual o motivo de tanta irritação? – pergunto olhando-o curiosa.

-Estou farto de tudo – ele responde olhando para a janela.

-Farto de que? – indago confusa recebendo seu silêncio como resposta – Você disse que não existe muita escolha, então... Por que não cria uma?

Ele volta seu rosto para me olhar sereno.

-Não imagino que pressão você deve sofrer para assumir sua família – continuo solene – Ou mesmo por estar amarrado a uma garota como Kaoro...

-O que quer dizer com isso? – ele me interrompe – Qual o problema com a Kaoro?

-Com ela nenhum – respondo dando de ombros – Mas apenas ela não é o tipo de garota que você se interessa.

-Sabe que com o passar do tempo o gosto das pessoas mudam – ele filosofa.

-Então não leve em consideração o que eu disse – replico voltando-me para a janela irritada.

Continuava o mesmo idiota de sempre.

-Katherine – ele me chama.

-Sabe que hoje mais cedo pensei que poderia passar por tudo e que ficaria bem – desabafo – Poderia esquecer que escondeu as coisas de mim, que poderia esquecer sua existência, mas...

Respiro fundo antes de finalmente continuar.

-Mas cheguei ao meu limite. Não consigo dar um passo sem ter medo...

Serizawa coloca meu rosto entre suas mãos.

-Por isso que te disse que tinha que haver alguém para cuidar de você. Temia que tivesse um colapso com tudo isso.

Encaro suas pedras negras com intensidade antes de deslizar meus olhos para os seus lábios que pareciam atraentes.

Ele afasta-se de mim não demovendo seus olhos dos meus.

-Pode deixar que cuidemos de você? – ele indaga receoso.

Olho-o por alguns segundos antes de assentir, não estava levando muita fé na minha voz.

-Posso também contar isso como uma reatação da nossa amizade? – ele continua mais firme.

Formo uma careta antes de sorri concordando.

Talvez fosse sensato dar-lhe uma segunda chance.

-Naomi... – ele começa – deve realmente está se sentindo desconfortável com Kaoro.

-Ah conseguiu notar? – satirizo – Mesmo que sejam apenas amigos, talvez ela tenha ciúmes com esse contato que até então apenas ela tinha.

Ele solta um suspiro cansado enquanto seus olhos perdem o foco.

-Não queria que vocês duas tivessem que ver isso – ele comenta sério – Me desculpe.

-Apenas pare de ser idiota – digo virando-me para olhá-lo – Ou então vou mesmo bater em você.

Ele deixa um meio sorriso escapar.

-Vou me lembrar disso – ele declara enquanto o carrinho para – Vamos.

A porta abre-se deixando-nos ver os demais que brincavam entre si, mas voltam-se para nós com a expectativa no olhar.

-Onde estão Naomi e Kaoro? – Serizawa pergunta chamando minha atenção.

-Foram comprar chocolates – Ken responde parando bruscamente com o som de um grito estridente.