Já havia se passado mais de duas horas e ele ainda não havia voltado.

Bella olhou o relógio pela décima vez e se questionou se deveria chamar a polícia para procurar um homem cujo nem o nome sabia.

Andou de um lado para o outro observando as unhas que haviam acabado de serem feitas, será que havia acontecido algo?

Havia sido assaltado, seqüestrado?

Apavorou-se e se virou no ímpeto de ir procurá-lo e o encontrou atrás de si.

http://www.youtube.com/watch?v=RMfV46OJIVc&feature=related

I'm Your Angel - Celine Dion

Bella – A onde Diabos, você estava?


Aumentou o tom de voz atraindo olhares para si.


Bella- Estou a 30 minutos esperando por você, tem noção do quão preocupada eu fiquei? Não sabe andar nesse caos de cidade pode alguém passar e te roubar e...


Ed – Você está... Linda!


Bella calou-se ainda com a respiração alterada, nunca havia recebido um olhar tão sincero e verdadeiro, nunca havia sentido que o que lhe diziam sobre a sua aparência era realmente verdadeiro...

Ele se aproximou, tocando lhe os cabelos mais curtos e maravilhosamente repicados, na cor castanha com reflexos avermelhados, os olhos dela pareciam brilhar ainda mais, a franja escorria pelos mesmos e Edward fez questão de colocá-la para trás.


Com um semblante indecifrável, olhando-a diretamente nos olhos como se na realidade fosse Bella que fosse de outro mundo...


Ela fechou os olhos sem poder se conter, sentindo algo se modificando dentro de si e pensou que talvez, realmente fosse de outro mundo...


Ed- Comigo... Você pode pertencer ao mundo quiser.

Ela não evitou o sorriso e abriu os olhos, ele tinha o poder, o poder de ler seus pensamentos e acima de tudo, o poder de misteriosamente lhe envolver a alma...

Bella permaneceu ali, naquele mesmo lugar, sem mover um único músculo do corpo, estava fascinada, hipnotizada pela magia e sinceridade daquele olhar.


Estremeceu ao sentir que os olhos dele, brilhavam na mesma intensidade que seu coração batia.

Com uma tremenda força tentou falar e não conseguiu, ele lhe sorriu sem romper o contado visual.


Ela retribuiu, sentindo que em seu interior algo havia mudado, a tranqüilidade do toque dele, dava-lhe paz. Voltou a fechar os olhos se emocionando sem saber por quê.

Era como se caminhasse em um campo aberto com gramas verdes e rosas coloridas, com o sol e o vento lhe banhando o rosto em um final de tarde agradável de verão.

Sentia o corpo inteiro relaxado e leve, como se estivesse flutuando rumo à água azul do mar, tão quente e confortável como seu peso sobre a grama verde do campo.

Viu a si mesma com um sorriso nos lábios correndo pelo campo, erguia as mãos chamando alguém e gargalhava, gargalhava como talvez jamais houvesse feito...

Bella – Edward...

Sussurrou seu nome e ele lhe pediu silêncio e Bella atendeu permanecendo com o corpo em transe, sentindo as sensações ternas de seu lindo sonho.

Então ele deixou de tocá-la, a imagem se borrou e por fim desapareceu. Bella abriu os olhos com rapidez.

Ele permaneceu ali, tão próximo a ela, com o olhar cravado em uma nova mulher que logo, que logo encontraria seu campo iluminado...


Bella abaixou a cabeça franzindo a testa, naquele momento quando subiu o olhar de volta para os olhos estranhamente úmidos de Edward, percebeu que ele havia lhe relembrado quem realmente ele era...


Bella – É assim? – se permitiu sorrir mais uma vez...

– É isso o que se sente quando você diz que é hora de partir?


Ele demorou alguns instantes para responder.


Ed – Há algo de errado comigo...

Ela franziu a testa, notando ele piscando os olhos demoradamente.

Ed– Meus olhos, parecem embaçados e molhados...


Bella – Não há nada de errado com você...

Negou com a cabeça se afastando da presença do doce estranho.

– Não há nada de errado com você.

Repetiu em voz baixa, desejando que as palavras saíssem novamente de sua boca, mais com um significado completamente oposto...

Bella - É hora de irmos, ficaremos atrasados.

Edward assentiu caminhando em silêncio, já no carro lotado de pacotes sacolas e caixas permaneceu olhando para janela concentrando-se nos borrões de luzes que a noite começava a trazer.

No sinal observou um casal caminhando de mãos juntas, então com um sorriso pararam, o homem abraçou a mulher, colocando as mãos na cintura dela aproximou dele com um puxão forte e ela sorriu ainda mais, em poucos segundos colavam seus lábios na parecida dança de línguas que Bella havia lhe oferecido aquela manhã.

Seus lábios automaticamente se esquentaram e ele franziu a sobrancelha com a nova sensação, virou-se para Bella que também distante havia percebido só agora que o sinal estava aberto.

Ela jogou a franja para trás, mordendo os lábios com alguma preocupação, o vento lhe bateu contra o rosto e ela piscou longamente e na mesma fração de segundo seus cabelos se esvoaçaram com vento produzido pelo carro em movimento.

Edward suspirou franzindo a testa, sentindo seu corpo inteiro formigar inquieto, mordeu os lábios respirando com dificuldade, permaneceu observando Bella, com suas mãos coçando e suando, com seu corpo se alterando com muitas sensações da mesma forma pela segunda vez no dia...

Seria aquela maldita camiseta, ou aquele automóvel? Seria o calor da noite ou talvez...

Deixou de pensar por alguns segundos sentindo o cheiro dos cabelos brilhantes e bem lavados chegarem até suas narinas, fechou os olhos por alguns instantes com a nítida sensação que algo lhe apertava no peito e dava inúmeras voltas em seu estômago...

Finalmente o condomínio apareceu, do mesmo jeito que entraram no carro saíram, no mais perfeito e puro silêncio.

Bella abriu a porta deixando sua bolsa em cima da cômoda, voltou para o carro pegando a quantidade de sacolas que pode em quanto Edward fazia o mesmo.

Em menos de 10 minutos ela já estava em seu quarto, com a porta fechada, sentada no chão e encostada na mesma, os olhos fechados o coração aos saltos, perguntando a si mesma, o que havia acontecido em 24 horas para que tudo, tudo mudasse dessa forma?

Observou o relógio e logo depois o espelho. Surpreendida com a figura mais feminina e sensual de si mesma, passou as mãos nos cabelos brilhantes e sedosos, colocou a franja para trás da orelha observando seu rosto. Ouviu o barulho do chuveiro e voltou a fechar os olhos, se sentia tão inquieta nesse momento como nunca se sentira em toda a vida...

Edward saiu do quarto logo após tomar banho, passou o perfume no pescoço e uma pequena porção no paletó, nos cabelos o gel que Bella havia lhe comprado e não pode deixar de sorrir quando o gerente da farmácia havia lhe dito como usá-lo.

Ainda podia ouvir a gargalhada de Bella de tão cômica que havia sido a cena, já pronto, a maldita gravada lhe pregou uma peça, saiu do quarto disposto a pedir para que Bella a colocasse e aprovasse o que ele vestia.

Bateu na porta do quarto oposto ao seu e ninguém pareceu atender, franziu a testa entrando, o quarto estava vazio. No chão as sandálias de salto alto que ela usaria, em cima da cama um vestido de seda brilhante na cor preta e algumas jóias.

Do outro lado, a camisola jogada denunciava que nem havia sido guardada, Edward se aproximou com uma vontade incontrolável de pegar e assim o fez. Aproximou a peça de seu rosto inspirando o perfume natural e adocicado de Bella, fechou os olhos e seu coração pareceu se alterar.

Da porta do banheiro saia vapor, na certa ela tomava banho.

Foi invadido por um sentimento que não pode nomear, com os olhos bem abertos caminhou até a porta, segurou na maçaneta abrindo devagar.

O vapor logo lhe golpeou o rosto, o boxe transparente estava completamente embaçado...

Como se uma força estranha se apoderasse de si, Edward deu mais alguns passos com a testa franzida, a respiração alterada e o coração aos saltos... Levou as mãos ao vidro...

Uma corrente elétrica percorreu seu corpo enquanto desembaçava o boxe...

E lá estava ela...

Deixando a água escorrer pelos seios, tomando cuidado para não molhar os cabelos mantendo os olhos fechados. A espuma do sabão percorria todo seu corpo...

Edward desceu os olhos olhando-a de cima abaixo.

Com os olhos arregalados e a boca seca, seu coração parecia que ia saltar pela boca, suas pernas falharam e ele voltou a franzir a testa tentando achar uma definição para o que estava sentindo e a encontrou... Excitação.

Era disso o que ela falava quando ele experimentou o terno... Isso era excitação?

Fechou os olhos por alguns instantes sentindo-se assustado.

Era a visão da perfeição?

Parecia que o ar havia lhe faltado e no mesmo instante Bella abriu os olhos, sua surpresa foi tão grande que nem gritar conseguiu.

Ele percebeu e virou-se...

Bella – O quê?...Oq-u-eeê, está fazendo?

Bella arregalou os olhos alcançando sua toalha o mais depressa que pôde, ele havia lhe visto, visto seu corpo completamente nu, enrubesceu prestes a ter um ataque...

Bella– Mas o que tá? Edward...??

Ed – Se eu te disser que não faço a mínima idéia, soaria falso?

Ela não respondeu, estava alterada demais para fazê-lo.

Ed – Eu-eu-u, te espero lá fora...

Edward saiu com passos rápidos fechando a porta. Levou as mãos ao peito, quando por fim alcançou seu quarto perguntando a si mesmo, que diabos ele estava fazendo?

Bella terminou de colocar os brincos ainda alterada. Ele havia não só entrado em seu quarto, como mexido em sua camisola e visto ela completamente nua!

Seus olhos se fecharam rogando por paciência. Curiosidade, ela havia definido, ele havia sentido apenas curiosidade.

Desligou a prancha que havia remodelado seus cabelos, calçou as sandálias de salto e pegou seu sobretudo. Com a maquiagem escura e perfeita, apreciou o que viu no espelho, deixando seu quarto com a bolsa na mão.

Desceu as escadas encontrando-o no sofá e seu semblante não era nada bom.

Assim que ele a viu, logo se levantou.

Ed– Desculpe-me, mas é que às vezes...

Bella – Esqueça sobre isso.

Ele lhe reparou novamente, estava maravilhosamente... 'Deliciosa'.

Bella– Esqueça ok? – suspirou – Ainda não está pronto?

Ele negou com a cabeça com um sorriso triste, levantou a gravata aberta na mão e Bella não pode deixar de sorrir.

(...)

Alice conversava com seu marido na sala de estar, seu pai ainda não havia descido. E naquele momento Jacob já andava impaciente para saber, porque sua linda, futura esposa se demorava tanto. Olhou o relógio mais uma vez.

Jasper– Se acalme Jacob, sua bela princesa não fugiu com outro príncipe.

Ali – Apoiado meu amor, ficará bêbado de tanto que bebe vinho para aplacar o nervoso, Bella deve ter se atrasado por algum motivo, não tenha dúvidas.

Charlie – Boa noite cavalheiros.

Jacob – Boa noite Charlie.

Charlie – Fez Boa viagem?

Jacob – Ótima! Tenho boas novas sobre aquele negócio espetacular...

Charlie – Depois falamos disso, boa noite minha flor.

Ali – Boa noite papai.

Recebeu um selinho de seu pai seguido de um abraço.

Ali– Também tenho boas novas, acho que o governador virá à sua festa. Não é o máximo papai? Mal posso esperar para que Bella saiba da novidade.

Bella – Novidade? Que novidade?

Alice arregalou os olhos assim como Charlie, Jasper e o futuro marido de sua irmã.

Alice – Oh meu Deus, o que houve com você?

Bella sorriu dando uma voltinha.

Ali– Mas... Ainda está mais linda minha irmã, linda!

Bella sorriu animada recebendo o abraço de Alice, que alisava os cabelos e o vestido de seda

Ali– Mais o que houve? O que aconteceu?

Bella – Eu acho que o céu se abriu...

Alice sorriu. Bella caminhou direto para seu pai lhe abraçando e lhe cumprimentando com um selinho...

Charlie – Estou chocado, está ainda mais... Maravilhosa!

Observou o brilho nos olhos da filha, e logo mais o brilho nos olhos do homem que estranhamente dividia o apartamento com ela.


Ed– Boa noite a todos, é um prazer estar aqui novamente senhor Charlie.

Charlie – O prazer é todo meu.

Edward cumprimentou Charlie com um forte aperto de mão, com um sorriso radiante saudou Alice e seu marido, se virou a ponto de observar Bella cumprimentado Jacob.

Jacob – Mas que mudança radical, o que houve?

Ele a enlaçou pela cintura aproximando seus corpos, as mãos tocaram os quadris bem exuberante.

– Gostei, mas prefiro a versão anterior, é mais... Sei lá, natural! De qualquer forma meu bem, está divina!

Charlie– Me esqueci de como pode ser desagradável às vezes Jacob... Vamos? A mesa já está posta.

Jacob se sentiu sem graça pelo comentário de Charlie, segurou firme na mão de Bella, que olhava para seus pés caminhando como se não pudesse enxergar a direção.

Jacob – Desculpe a minha indelicadeza, você quem é?

Bella subiu o olhar para Edward, que com o semblante tranqüilo estava logo ao lado de seu pai

Ed – Sou Edward Cullen.

Bella – Sim, é meu amigo Edward Cullen... – engoliu saliva.

Jacob – Amigo? Como assim amigo? Porque nunca me contou sobre ele?

Bella – Somos amigos de longa data, nos vimos em Londres...

Quase gaguejou, com suas mãos e lábios levemente tremendo de nervoso.

Bella– Como Edward vai terminar sua residência aqui no México, ele está é... Ele está lá em casa...

Jacob – Na casa de quem?

Alice ergueu a sobrancelha tomando rumo da mesa junto com Charlie e seu marido.

Bella – Na minha casa!

Jacob – Peraí... – soltou as mãos da noiva.

– Está me dizendo que você conhece esse cara e que ele está hospedado na sua casa? É isso mesmo que ouvi?

Ed – Tem algum problema de audição senhor Jacob? Se quiser, podemos repetir.

Jacob – O quê? Está brincando com a minha cara, não está Bella?

Bella – Jacob, aqui não é hora nem lugar...

Jacob – QUE SE DANE A HORA E O LUGAR. [N/A além de corno, é sem educação aff!]

Bella deu um passo para trás assustada, engoliu a seco olhando seu pai já preparado para dar uma boa bronca em Jacob, ele parecia quase descontrolado.

Bella – Não papai... Venha Jacob, vamos conversar na biblioteca.

Bella subiu, após encarar Edward que mantinha um sorriso calmo e tranqüilo no rosto. Jacob subiu as escadas de dois em dois, como um cão raivoso.

Alice– Acho que Bella está encrencada.

Edward deixou de sorrir levando as mãos aos bolsos, olhou Charlie que olhava para ele com profundidade.

Jasper – Não conhece Jacob? Sempre esbraveja por qualquer coisa.

Charlie – De certa forma não lhe tiro a razão, eu não me sentiria à vontade com minha futura esposa sozinha, em sua própria casa com um homem que tem os olhos de um misterioso observador, não é mesmo senhor Cullen?

Edward caminhou até mesa.

Ed– Tenha certeza que eu jamais desrespeitaria sua filha, senhor Charlie. Aprecio a hospitalidade de Bella. Tenha a certeza que não há nada entre nós, além de uma bela amizade sentimental e profissional...   'sua primeira mentira'

Alice sentou-se à mesa com um meio sorriso discreto nos lábios, seu marido logo se sentou atrás.

Ed– Talvez seja melhor eu...

Charlie – Hora! Meu rapaz sente-se aí, Bella ficaria decepcionada se fosse embora.

Edward assentiu e aos poucos um ambiente agradável começou a se formar, Edward inventou uma história sobre seus pais e sua vida, sentindo-se abismado consigo mesmo por tamanha ousadia e imaginação. Já haviam se passado quase 30 minutos quando Bella e Jacob novamente desceram.

Seu olhar cruzou com o dela, e Bella desviou rapidamente...

Bella – Me desculpem a demora.

Jasper– Imagina, Edward estava nos contando uma de suas tantas histórias.

Bella – Ah sim, e qual foi a da vez Senhor Cullen? Aquela que invadiu a casa de sua prima jurando ser a própria morte? Conte como foi engraçado!

Edward olhou-a no fundo dos olhos por alguns segundos, com um sorriso fingido no rosto, que claro só ela poderia definir... “Fingido”.

Pode ver a mágoa e a raiva nos olhos de Bella, olhou Alice que animada esperava o prato ser servido, para servir de combinação com mais uma história engraçada de Edward.

Ed – Oh Bella, não seja desagradável! Tenho certeza que já não agüentam mais ouvir minhas histórias.

Jacob– Imagina, conte... Pelo que Bella me disse a sua vida parece ser bem ‘interessante’ não é mesmo senhor Cullen?

Charlie– Que fique claro que não tolero falta de educação em minha mesa.

Esbravejou e Jacob se calou na mesma hora

Ed – Não se altere senhor Charile, o comportamento de Jacob fez me lembrar de uma pequena prima que tenho pirracenta e mimada, adoraria falar-lhes sobre ela!

Alice quase cuspiu o vinho para fora da boca e Jasper disfarçou para não rir.

Charlie negou com a cabeça com um ar satisfeito e ao mesmo tempo insatisfeito, enquanto Bella...

Bella, tentava esconder a vontade que tinha de jogar todo aquele teatro para o ar, e voltar a gargalhar como havia gargalhado durante toda à tarde...

Quando a quarta taça de vinho foi servida as risadas já rolavam soltas, até Charlie havia se deixado levar caindo na risada, pelas histórias e modos de Edward, que se completavam com as gracinhas de Alice e Jasper, que por sua vez já estavam para lá de alegres...

Nem Bella parecia segurar o riso, já relaxada e mais solta na cadeira.

Ed – Era impressionante como titia havia se assustado, aí eu virei e disse que era só uma cobra de borracha, quase a matei do coração... Pobre velha bondosa!

Jacob deixou jogou o guardanapo na mesa se levantando rapidamente respirou fundo empurrando a cadeira forte o suficiente para que todos notassem que não se divertia nem um pouco.

Bella também deixou o seu guardanapo na mesa pedindo por licença. Edward deixou de rir bebendo mais um gole do líquido vermelho, que estava deixando ele com um tremendo calor.

Bella – O que está fazendo?

Jacob – Seu comportamento é inadmissível.

Bella – Do que está falando?

Jacob – Estou falando que quero aquele cara longe de você e da sua casa nesse minuto, não gosto dele.

Bella – Jacob abaixe o tom de voz, não estamos em casa!

Jacob – Tem razão. – ele pegou sua pasta e seu casaco.

– Não estamos em casa, porque não temos uma casa e a que temos, está ocupada por outro homem.

Bella – Não diga tolices e deixe de ser grosso! Já tínhamos conversado...

Jacob – Então não foi o suficiente, não gosto do jeito que ele olha para você e não gosto do jeito que você olha para ele.

Bella – Talvez eu goste do jeito como ele olha para mim.

A voz dela se elevou e Jacob se calou, negou com a cabeça virando-se, logo atrás dele a porta se bateu de uma vez só e Bella fechou os olhos levando a mão sobre a testa.

Ed – Não gosto do jeito como ele fala com você.

Bella se virou tomada pelo susto e pela surpresa de que alguém mais, tinha ouvido o que havia dito.

Ed– Não gosto do jeito de como ele te olha ou te toca.

Caminhou em direção a Bella, com as mãos nos bolsos e a gravata já aberta.

Ed– Eu sinto muito por ser o motivo da sua discussão.

Bella – É eu imagino o “quanto” sente Edward.

Ela baixou a cabeça se pondo a caminhar, passou por ele sendo surpreendida pelo mesmo quando a pegou pelo braço, com sutileza sem deixar de usar a força.

Bella bufou, virou-se olhando um ponto fixo por cima do ombro de Edward.

Bella – Eu não estou a fim de definir algo agora Edward.

Ed – Jacob não é homem para você.

Bella – O que você sabe sobre homens certos? Nem um de verdade você é! [N/A: ai!! essa doeu. ]

Por instinto desconhecido, Edward franziu a testa como se ela lhe tivesse dado uma bofetada, sentiu algo borbulhar dentro de si, trouxe-a para mais perto e Bella tentou recuar.

Ed– Se você soubesse o quanto ele é podre de alma, nem sequer o convidaria a sentar a sua mesa...

Bella – E você ‘Edward ’? Jake tem a alma podre, e você tem alguma alma? Tem algum calor? Algo que ele me ofereça, que você possa dar em dobro?

Edward se calou.

Ed– Olhe nos meus olhos quando eu falar com você!

Bella – Não olho. Porque sei que é capaz de ler minha mente, entrar dentro da minha alma e faz o que quer de mim.

Ed – Tola! Como pode ser tão cega, e me perguntar se tenho calor...

Ele com um puxão forte a trouxe para si de encontro ao seu peito, Bella soltou um pequeno protesto quando se chocou ao corpo belo de Edward.

Ed– Está aí a sua resposta! Agora se tenho alma Bella...

Ele apertou os olhos negando com a cabeça.

– Creio que seja no mais profundo dela, que me causa essas coisas... que sinto, coisas que sinto agora, coisas que sinto quando você está próxima

Charlie– Querida, está tudo bem?

Bella se soltou rapidamente, com o coração quase saltando pela boca, o vinho pareceu surtir efeito e quase deu um passo em falso para trás.

Bella – Está tudo ótimo papai.

Engoliu a saliva se recompondo, colocou os cabelos atrás das orelhas caminhando em direção ao seu pai, Edward novamente meteu as mãos no bolso, completamente sério pela primeira vez na noite.

Charlie – Poderíamos voltar à mesa? Delia ficará bastante magoada se dispersarmos e não comermos a sobremesa, senhor Cullen.

Ed– Certamente. Seria uma grande desfeita, com sua licença!

Passou por Bella e Charlie com rapidez, Bella respirou fundo apertando os olhos.

Charlie – Está apaixonada.

Bella franziu a testa abrindo um sorriso incrédulo.

Bella – Está maluco papai? Onde já se viu? Mal conheço Edward!

Charlie – Pensei que fossem amigos de longa data...

Bella se amaldiçoou por dentro.

Bella – Somos amigos de longa data, mas imagina que Edward é o vinho e eu sou a água, dentro de um copo dourado com diamantes.

Ergueu seu dedo mostrando seu anel de noivado...

– Não há combinações papai, nunca teve, nunca haverá...

Charlie – Ótimo! Adoro quando fala igual a sua mãe, quando discutíamos. Ela passava horas tentando me convencer que estava certa, mais seus olhos são como os dela Bella, e denunciam a confusão que se passa em seu interior.

Bella se emocionou pelo tom tão saudoso e amoroso que Charlie se referia a sua mãe.

Charlie– És especial meu amor! Foi o último presente que podíamos dar um ao outro.

Bella sorriu se aproximando ainda mais de seu pai que passou os dedos pelos seus cabelos, fazendo um carinho.

Charlie – Está linda e radiante, como há muito tempo não a via! Seja o que estiver acontecendo, seja quem for Edward Cullen, ele esta te fazendo bem. Coisa que o seu copo de ouro jamais fez e talvez jamais faça... Quero te ver apaixonada e perdida de amor, meu bem! – deu-lhe um beijo na testa.

– Há tantas coisas que eu poderia lhe dizer, para suprir a falta que sua mãe certamente te faz. Mais saiba que o tempo passa minha filha, e tudo se perde com ele.

Naquele instante Bella gostaria de dizer que sabia de tal fato, naquele instante Bella gostaria de lhe dizer que o seu tempo estava tão próximo de ser passageiro. Naquele momento Bella sentiu vontade de dizer, que na realidade não havia nada que ela pudesse fazer exceto, encontrar alguma forma de viver com o resto de tempo que ainda tinha...

Bella – Não quero ao Jacob papai...

Ele sorriu exatamente como fazia quando ela confessava algo quando pequena.

– Não quero mais nada do que me cerca, exceto: você, Alice e minha profissão. Posso conviver com o peso de não ter compreendido o que é viver, amar, me apaixonar e me perder de amor! Há tantas coisas papai... Há tantas coisas que eu gostaria de lhe dizer...

Abaixou a cabeça sentindo os olhos pesados pelas lágrimas.

– Eu só quero que saiba que eu Te amo! Que você é o melhor pai do mundo e sempre será!

Charlie – Fala como se não fosse jovem e maravilhosa, com uma vida inteira e perfeita pela frente.

Bella se calou, abraçando ao pai apertado. Seus olhos captaram a imagem do homem no final do corredor com as mãos nos bolsos, o semblante terno e despreocupado como quase sempre o havia visto.

Charlie sentiu algo que talvez não tivesse gostado de sentir, olhou para alguns pontos da sala organizando seus pensamentos, e dizendo a si mesmo que era um tolo. Bella o soltou, caminhando pelo corredor de volta para a sala de jantar.

Ele logo a seguiu.

De volta para mesa, Alice e Jasper mantinham uma conversa animada com Edward, que se servia de sua quinta taça de vinho...

Bella – Se tivéssemos que trabalhar amanhã estaria encrencado Edward.

Ed – Deixe-me curtir os últimos dias como um cidadão normal, não que médico seja algo anormal, mas nos privamos de algumas coisas da vida não é mesmo Bella?

Bella – Com toda certeza, mais vale a pena! Verá que no final vale a pena... 

Charlie sorriu.

Ali – Com toda a agitação, esqueci de falar Bella. Talvez o governador venha a sua festa!

Bateu palmas, ansiosa pela reação da irmã

– Não é maravilhoso? Aliás, precisamos falar sobre cores de luzes, os fogos, Oh! Há tantas coisas para serem feitas...

Bella sorriu entrando na onda da irmã após dar uma piscada para seu pai, que também animado retribuiu as expectativas. Alice se sentiu nas nuvens, abriu seu caderninho mostrando cada valor, contrato e tudo o que Bella como aniversariante poderia querer ver. Edward tomou sua taça e Bella logo encheu a sua. Seus olhares se cruzaram, ela disse com olhar algo a ele... Que nem com tantos anos de eternidade Edward foi capaz de interpretar...

Alice – Ahh... mais vou sentir tantas saudades...

Bella gargalhou com o estado que sua irmã se encontrava.

Jass – Vem amor, é hora de irmos.

Charlie– Não tem vergonha não, Alice?

Charlie lhe beijou a testa após uma gargalhada

– Está tão linda filha! - Alice sorriu...

- Mais já não tem mais idade para isso.

Bella – Tem certeza que vão poder dirigir?

Bella franziu a testa segurando Edward, ele fazia um círculo com o próprio corpo prestes a tombar no chão...

Jass – Eu estou bem para dirigir. Agora vocês... Seria melhor que ficassem aqui Bella.

Charlie – Bella está bem, eu acho... Não é filha?

Bella – Sim, conseguiremos chegar em casa.

Alice – Jass meu amor, preciso urgentemente fazer xixi, senão vou fazer na minha saia!

Jass gargalhou, caminhando com a esposa apoiada em seu peito.

– Boa noite papai, Boa noite Bella, Boa noite senhor Cullen bonitão...

Jass – Boa noite! Foi uma noite agradabilíssima, na próxima semana repetiremos em minha casa.

Charlie – Boa noite! Jogue Alice debaixo do chuveiro frio.

Beijou a testa de sua filha com um sorriso nos lábios.

Bella – Boa noite Jass...

Ele sorriu para cunhada caminhando com a manhosa Alice sobre seu peito, Alice sóbria já era uma figura, quando bebia além da conta... Não havia um que segurasse o riso.

Edward sorriu erguendo a mão, se virou apoiando o rosto entre o pescoço e o ombro de Bella.

Ed– Defina o que está acontecendo comigo...

Bella gargalhou.

Bella – Você está bêbado! Vem, vamos para casa.

Charlie – Tem certeza que pode dirigir meu amor?

Bella – Tenho papai. Fique tranqüilo, estou em plenas condições.

Charlie assentiu com um sorriso olhando Edward, negou com a cabeça ajudando Bella a caminhar até o carro e colocá-lo no banco do carona, com um selinho se despediu da filha.