O Pequeno Lord escrita por TassyRiddle


Capítulo 23
Capítulo 23




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Harry James Riddle, orgulhoso herdeiro do Lord das Trevas, estaria mentindo se negasse o ligeiro frio que sentia na barriga. Afinal, por mais poderoso e habilidoso que fosse, ainda era um menino de catorze anos que estava prestes a enfrentar um Dragão. Naquela manhã, conseguira engolir apenas uma panqueca e um copo de suco sob as ameaças de Pansy, e agora, mal se lembrava de como conseguira chegar à barraca montada próxima ao campo de Quadribol, na qual os campeões deviam esperar as instruções e, finalmente, o chamado. Recordava vagamente os votos de boa sorte de seus amigos e o apaixonado beijo de Draco, de resto, sua mente era uma página em branco. Respirou fundo. Precisava se acalmar para mostrar ao velhote maluco o que aquela competiçãozinha inútil significava para ele: nada. Assim, tirou os fones de ouvido e guardou o ipod-magic que ganhara de aniversário, passando a observar os demais campeões. Krum estava sentado numa das quatro camas pequenas reservadas ao descanso dos campeões e conferia suas luvas vermelhas, que faziam conjunto com as vestes da mesma cor, de ora em ora. Delacour estava deitada na outra cama, sem medo de amarrotar o uniforme azul-bebê, observando o teto e repassando em voz baixa alguma instrução de Madame Maxime, provavelmente. Cedric, por sua vez, andava de um lado para o outro, pensativo, quando, de repente, veio na sua direção. E Harry logo desviou o olhar do imponente corpo escondido pelo uniforme amarelo e preto, com o nome Diggory nas costas, que representava as cores de sua casa. Ele mesmo usava um uniforme verde e preto, com o nome Riddle nas costas.

- Olá – sorriu Cedric – Você está bem?

- Acho que sim, o mais próximo de "bem" que alguém pode estar quando se espera para enfrentar um Dragão.

O castanho riu, sentando-se ao seu lado na pequena cama.

- Alguma estratégia?

- Várias – Harry suspirou – uma mais absurda do que a outra.

- Bom, você deve focar nos seus pontos fortes.

"Qual deles?" - Harry quis perguntar, mas achou que soaria pretensioso de mais. Então apenas balançou a cabeça e deu um pequeno sorriso, sua principal preocupação, além de virar almoço de Dragão, era que seu pai destruísse Hogwarts inteira se sofresse qualquer arranhão, pois o Lord das Trevas se encontrava na arquibancada, junto ao Professor de Poções, Lucius Malfoy, e aos estudantes da casa Slytherin que erguiam faixas e cartazes enormes com os dizeres: "Acaba com eles Harry!"ou então, "Harry Riddle – O verdadeiro campeão" e por incentivo de Pansy, ainda contavam com a seguinte faixa "Harry J. Riddle – Aquele que já possui a glória eterna!".

- Aproximem-se, campeões – a sorridente voz de Dumbledore adentrou na barraca – Por favor, aproximem-se.

Eles, então, fizeram um semi-círculo ao redor do diretor.

- Primeiro as damas – este ofereceu um saco de linho para Fleur colocar a mão. A menina o fez, com a mão trêmula, e retirou do saco uma perfeita miniatura de Dragão – um Verde-Galês – anunciou ele.

A seguir foi a vez de Krum. Ele tirou o Meteoro-Chinês vermelho. E quando Cedric enfiou a mão no saco, retirou o Focinho-Curto sueco cinza azulado.

- Finalmente, vejamos o que sobrou para você, meu querido – o sorriso cheio de satisfação do diretor não agradou o pequeno Lord nem um pouquinho.

E quando este pegou o último Dragão, o Rabo-Córneo húngaro, Dumbledore soltou um falso suspiro e comentou com pesar:

- Parece que você pegou o mais feroz de todos, Harry. Mas tenho certeza de que será divertido – sorriu – Bom, o que vocês precisam fazer é apanhar o ovo de ouro que cada Dragão está guardando, entenderam?

- Sim – todos assentiram. Menos Harry, que estava ocupado de mais fuzilando o diretor com o olhar.

- Ótimo. Ao meu sinal, senhorita Delacour, e a senhorita poderá ir.

3...2...1...

E o zelador disparou o canhão.

Começava a primeira prova do Torneio Tribruxo.

As horas pareceram transcorrer em câmera lenta, Harry observou, e a pior coisa naquele momento era esperar os outros. Primeiro Fleur, depois Victor e então Cedric, todos demorando em média uma hora até que ele ouvisse o urro da multidão que indicava o sucesso na missão de apanhar o ovo. Pareceu demorar uma eternidade quando ele ouviu um novo tiro de canhão, que desta vez indicava o seu chamado. Ele, então, respirou fundo e se levantou, cruzou a entrada da barraca e caminhou até a entrada do Campo de Quadribol.

Quando ingressou no local e observou as arquibancadas, precisou cerrar os olhos, eram centenas de pessoas com vestes e cartazes coloridos que gritavam e aplaudiam enlouquecidas. Mas não demorou muito e o menino enfocou a única pessoa que precisava ver para se sentir seguro naquele perigoso instante: seu pai. Sim, o Lord das Trevas, ao lado de Lucius e Snape, usando o seu elegante e habitual traje negro o encarava profundamente e lhe desejava sorte pela conexão.

E ele ganharia aquela prova estúpida pelo seu pai.

Um forte rugido, de repente, atraiu a sua atenção. O raivoso Dragão se aproximava. E ao contrário do esperado, nos lábios de Harry surgiu um pequeno sorriso, pois ele estava curioso para ver do que aquele Dragão era capaz.

- Accio Firebolt!

Em menos de um minuto, a vassoura que ganhara de Sirius Black adentrou no campo, disparada em sua direção. E Harry não esperou que ela parasse ao seu lado, pulou em cima dela, ainda em movimento, e escapou por um triz das chamas que saíram da boca do Dragão. A multidão foi ao delírio. Exclamações de surpresa e excitação se estendiam por toda arquibancada, inclusive em meio às torcidas rivais.

- "Me dê mais um susto desses e eu mesmo arranco a sua pele, mocinho!".

- "Relaxe, papai, e aproveite o espetáculo".

- "Harry...!"

- "E deixe de abrir a conexão, está me desconcentrando".

- "Por Salazar..." - foi a última coisa que Harry ouviu antes de fechar sua mente.

De repente, antes que Harry pudesse pegar o ovo dourado que brilhava às costas do Dragão, a corrente deste se soltou. É claro que soltou. Nenhum dos outros Dragões havia se soltado, mas o seu, obviamente, era uma exceção. Assim, ele voou rapidamente em direção ao castelo, com um brilhante plano se formando na sua mente.

A multidão estava em choque.

E quando o Dragão passou voando por cima da arquibancada, seguindo Harry, os gritos de horror não demoraram a surgir. O preocupado padrinho do menino, Lucius Malfoy, levantou-se rapidamente, mas foi detido pelo Lord, que conhecia muito bem o filho e sabia quando as coisas seguiam o curso que ele queria. Ao lado deles, Draco era firmemente sujeito por Pansy e Blaise, pois queria voar atrás do namorado e trazê-lo em segurança para o seu lado, de onde nunca mais sairia. Theodore, enquanto isso, fazia purê do jornal que se encontrava em suas mãos, no qual uma bela foto de Harry ocupava a primeira página inteira, sob a legenda: "O mais novo campeão a participar do Torneio Tribruxo, o jovem Harry surpreende outra vez".

E sem dúvida, surpreender as pessoas era o forte de Harry.

Para assombro de todos, em menos de quinze minutos o menino voltava ao campo, mas não estava montado em sua Firebolt. Oh não... Ele estava montado num enorme Dragão acinzentado que se assemelhava muito às estátuas do castelo. E o Lord entendeu tudo, com um sorriso de orgulho nos lábios, quando viu o novo Dragão salpicado de sangue. Harry usou o feitiço "draconifors" para dar vida a uma das estátuas de Dragão do castelo, aumentando consideravelmente o seu tamanho com um simples "engogio" e, possuindo o seu total controle, usou-o para matar o Rabo-Córneo húngaro e agora voltava, sob os aplausos e gritos estasiados de todos, para pegar o ovo dourado.

- Incrível! – gritou o narrador da prova, um funcionário do Ministério, cujos olhos brilhavam ao observar Harry descer do novo Dragão e apanhar o ovo, para em seguida, transformá-lo em pedra outra vez – Olhem só para isso! O nosso campeão mais novo foi o mais rápido de todos! Enquanto a senhorita Delacour demorou 1h45min para pegar o ovo, o senhor Diggory 1h23min e o senhor Krum 52min, o senhor Harry Riddle demorou apenas 25 minutos! Sim, senhoras e senhores, menos de meia hora! É incrível!

- Oh... Minha nossa! – continuou o narrador – Acabo de receber informações de que o Rabo-Córneo foi encontrado no pátio do colégio, morto, pelo Dragão de pedra do senhor Riddle!

E o alvoroço aumentou mais ainda.

Assim como o sorriso orgulhoso que adornava os lábios de Tom.

Aquele Torneio, pensava o Lord das Trevas, seria brincadeira de criança para Harry.

-x-

Mas descobrir a pista daquele maldito ovo não era nada fácil. Harry suspirava pela centésima vez, massageando as orelhas, porque não agüentava mais abrir aquela porcaria para ouvir o barulho ensurdecedor que ela fazia. As gargalhadas insanas de Bella chegavam a ser mais agradáveis do que aquilo.

Desde que matara o Dragão, passaram-se três semanas, e ele ainda estava longe de descobrir a finalidade daquele ovo ridículo. Seus amigos também não ajudavam muito. Pansy, por exemplo, insistia que era apenas um artefato horrendo para decoração. Draco e Blaise concordavam na grande utilidade que ele teria se fosse arremessado contra a cabeça do diretor. E Theodore, é claro, disse que pesquisaria nos seus livros, e cabe destacar que até agora não havia encontrado nada.

- Ainda com esse ovo? – Draco perguntou, ingressando no salão comunal Slytherin com uma bandeja nas mãos.

- Sim, Dray. E eu disse que não estava com fome, obrigado.

- Você precisa almoçar, Harry, não pode ficar o dia inteiro quebrando a cabeça com esse ovo de estômago vazio.

- Certo – suspirou, deixando o namorado colocar a bandeja no seu colo e ao retirar a tampa metálica, deparou-se com um apetitoso filé mignon gralhado acompanhado de batatas souté – Obrigado.

O loiro apenas sorriu. E quando Harry acabou de almoçar, com direito a um delicioso bombom de licor de cereja suíço que Draco trouxera, eles não haviam chegado a lugar nenhum com relação ao ovo e decidiram, então, após guardar o bendito ovo no baú sob os cuidados de Morgana, aproveitarem um pouco daquela bela manhã de domingo no jardim.

A maioria dos estudantes se encontrava em Hogsmeade, assim, os jardins da escola estavam praticamente vazios, apenas os pequenos do primeiro e do segundo ano circulavam por lá. Obviamente, quando o casal mais famoso de Hogwarts se sentou numa das ruínas de pedra que adornavam o pátio, sob a sombra de belas árvores, viu-se logo com privacidade, pois denotavam imponência juntos e nenhum jovem do primeiro ou do segundo ano, independente da casa que estivesse, desejava se colocar no caminho daqueles dois, apenas admirá-los de longe se possível. Naquele momento, porém, a coisa mais sábia a fazer seria protegerem suas vidas.

O belo casal discutia um assunto sério:

Veelas.

- Meu pai disse que mandaria uma coruja quando encontrasse os dados na nossa árvore genealógica.

- Mas a árvore genealógica dos Malfoy é imensa.

- Esse é o problema – suspirou, cerrando os olhos, estava com a cabeça confortavelmente deitada no colo de Harry, que lhe acariciava os cabelos.

- Pois eu tenho certeza de que você tem herança Veela.

- É provável. Isso explicaria porque eu sinto tanta atração por elas.

- Você sente? – estreitou os olhos perigosamente. A voz fria como gelo.

- Er... – Draco, é claro, engoliu em seco – Não como você está pensando.

- A palavra 'atração' tem apenas um significado e é exatamente o que eu estou pensando.

- Não seja extremista, Harry.

- Oh, é claro.

- Você sabe que eu amo você. E os Veelas têm apenas um par em toda a sua vida, o qual eles cuidam e protegem com todo o amor, e um pouquinho de possessividade...

- Muita possessividade – corrigiu.

- Certo, muita possessividade, mas o meu par com certeza é você.

- Sei... – corou ligeiramente – Bom, isso diz respeito aos Veelas de sangue puro, o que eu aposto que aquela francesa de araque não é.

- Ela é meio-Veela, e você sabe disso, o sangue tão puro quanto um lago cristalino... – suspirou sonhadoramente. E aquilo foi a gota d'água para o pequeno Lord.

- Um lago cristalino? – perguntou por entre os dentes.

- Sim... E você viu como o cabelo dela brilha? E os olhos? E...

Mas Draco se viu interrompido ao ser jogado no chão sem o mínimo cuidado. Harry, por sua vez, seguia furioso de volta ao castelo. Tão furioso que não reparou que alguém o chamava de longe, enquanto caminhava pelo Pátio do Relógio. Não interessava que fosse o sangue-Veela de Draco, ainda adormecido, atraindo-o para a presença de uma co-sangüínea, aquilo era ridículo e inaceitável.

- Harry...

O mesmo chamado. Mas o moreno estava perdido em pensamentos homicidas.

- Harry...!

Quantas Maldições Cruciatos seriam necessárias para fazê-la correr de volta para a França?

- Harry – dessa vez o chamado vinha seguido de uma mão firme em seu braço.

- O que... Cedric?

- Desculpe – sorriu, aquele sorriso deslumbrante que fez o menor ficar tonto por alguns segundos – Eu queria perguntar se você já descobriu a pista do ovo.

E o jovem Slytherin suspirou:

- Não. Na verdade parece uma missão impossível, sempre que eu abro aquilo quase fico surdo.

- Entendo... E me diga uma coisa, você sabe onde fica o banheiro dos monitores?

- Acho que passei por lá uma ou duas vezes – comentou, pensando no Mapa do Maroto.

Mas o que um banheiro tinha haver com a pista do ovo?

- Por que você não vai lá essa noite? Leve o seu ovo e ilumine um pouco as coisas sob a água quente – sugeriu de maneira enigmática – a senha é Pétalas de Rosa.

Harry arqueou uma sobrancelha. O Hufflepuff estava sugerindo que ele tomasse banho com o ovo? Era loucura... Mas quando abriu a boca para contestar, a enraivecida voz de Draco surgiu às suas costas e Cedric decidiu, então, voltar para o seu salão comunal com um pouco mais de pressa do que a necessária. Não que este temesse o namorado de Harry, mas queria evitar aborrecimento para a sua cabeça.

Naquela noite, quando todos dormiam, Harry decidiu seguir o concelho de Cedric.

Afinal, não tinha nada a perder.

Tinha?

- Espero que isso dê certo... – pensou em voz alta, seguindo ao banheiro dos monitores munido de sua capa de invisibilidade, do ovo dourado e do Mapa do Maroto.

Quando chegou à estátua de um bruxo com cara de desorientado, ele localizou a porta certa, encostou-se nela e murmurou a senha "Pétalas de Rosa", conforme Cedric o instruíra. A porta, então, abriu-se com um rangido, Harry entrou, trancou-a ao passar e despiu a capa de invisibilidade, olhando ao redor. Sua reação imediata foi pensar que valia a pena ser monitor-chefe apenas para usar aquele banheiro. Tinha uma iluminação suave fornecida por um esplêndido lustre de cristal que pendia do teto e contava com muitas velas, tudo era feito de mármore branco, inclusive o que parecia ser uma piscina retangular e vazia rebaixada no meio do piso. Cem torneiras de ouro se encontravam na borda, cada uma com uma pedra preciosa de cor diferente adornando a parte superior. Havia também um trampolim. Longas cortinas de linho protegiam as janelas; havia uma montanha de toalhas brancas e macias a um canto; e um único quadro com moldura de ouro na parede. Era uma seria loura, profundamente adormecida, cujos longos cabelos esvoaçavam no rosto.

Harry pôs a capa, o ovo e o mapa de lado e avançou, olhando para os lados, seus passos ecoando nas paredes. Por um momento ele pensou em como aquilo poderia ajudá-lo a desvendar o mistério do ovo, mas logo suspirou, decidindo seguir em frente. Deixou uma das toalhas macias, a capa, o mapa e o ovo a um lado da banheira – que mais parecia uma piscina –, depois se ajoelhou e abriu algumas torneiras. Percebeu imediatamente que havia diferentes tipos de espuma de banho misturados à água. Uma torneira jorrava bolhas rosas e azuis, outra, uma espuma branca gelada; e uma terceira despejava nuvens perfumadíssimas na superfície da água. Aquilo divertiu o muito o menino, que decidiu pedir ao seu pai para que o seu banheiro na Mansão Riddle fosse reformado e ficasse igual aquele, pois espaço para isso não faltava.

- Vamos lá... – murmurou consigo, despindo o pijama verde-escuro, que consistia num short e numa camisa, ajustados ao seu perfeito corpo.

Quando se encontrava apenas com a sunga negra, pois não ficaria nu em um banheiro que qualquer monitor pudesse entrar, mergulhou na água, que, sem dúvida alguma, estava uma delícia.

- E agora, o que eu faço com isso? – suspirou, apoiado na borda com a água e a espuma na altura da cintura, encarando o ovo de ouro.

- Eu tentaria colocá-lo dentro d'água, se fosse você – respondeu uma conhecida voz.

- Cedric?

- Olá Harry.

- O que faz aqui?

- Bom, eu sou monitor-chefe, e quando vi que você entrava aqui, decidi me certificar de que conseguiria descobrir a pista do ovo.

Harry não sabia se agradecia ou lhe lançava uma maldição.

- Oh... Entendo, devo colocá-lo embaixo d'água, obrigado pela ajuda, boa noite.

Mas ao contrário do esperado, o Hufflepuff se aproximou:

- Eu queria encontrá-lo assim antes.

- Tomando banho?

- Não, digo, sim... Digo, a sós.

- Por que?

- Eu gosto de você – respondeu sem rodeios. E Harry corou.

Após alguns segundos de silêncio desconfortável, o menor suspirou e disse com seriedade:

- Não, não gosta. Você gosta, provavelmente, da minha imagem ou daquilo que dizem que eu represento.

- O que...? Não! Não é pelas bobagens que o Profeta Diário diz ao seu respeito, é claro que não, mas desde que eu o vi na Copa Mundial de Quadribol, não consigo parar de pensar em você.

- Cedric, por favor, saia daqui.

- Mas...

- Draco Malfoy, guarde este nome.

- O que...?

- É o nome do homem que eu amo. Entendeu?

O castanho desviou o olhar ao ouvir as frias palavras.

- Escute-o dentro d'água – disse por fim.

- Obrigado, Cedric.

E antes de sair do aposento, acrescentou:

- Sinto muito, mas eu não vou desistir de você

Com as bochechas vermelhas e o coração acelerado, Harry viu aquele belo rapaz deixá-lo sozinho e, assim, pôs-se a seguir suas instruções.

"Quando ouvir da nossa voz o tom,
na superfície não há som.
Por uma hora inteira deve buscar,
aquilo que mais falta lhe fará.
Mas passada a hora – adeus esperança de achar.
Tarde de mais, foi-se, ele jamais voltará".

E o que aquilo significava, afinal?

-x-

- Pode repetir?

- Quando ouvir da nossa voz o tom, na superfície não há som...

- Sim, o Lago Negro, é óbvio – murmurou Theodore, sua mente trabalhando depressa.

- Por uma hora inteira deve buscar – continuou Harry, cansado, não parava de repetir tais palavras – aquilo que mais falta lhe fará.

- Óbvio também.

- Então?

- A segunda prova, pelo visto, será com os campeões emergidos no Lago Negro buscando alguma coisa por uma hora.

- Eu vou passar uma hora inteira embaixo d'água?

- Exato.

- Certo... – suspirou – Pansy, Blaise, trabalho para vocês.

- Pode dizer, mon capitan – sorriu Blaise.

As jovens serpentes se encontravam no Salão Principal apreciando o café da manhã e discutindo sobre as últimas descobertas de Harry a respeito do ovo. O menino se esquecera de mencionar, é claro, quem lhe ajudara a descobrir tal pista, e como o fizera, pois não queria que Draco e Theodore praticassem tiro-ao-alvo no o pobre Hufflepuff.

- Preciso que vocês busquem uma planta especial no armário do Snape.

- Harry, Harry... – a menina suspirou de forma teatral – Sempre nos mandando para missões suicidas.

- Não seja exagerada, Pan, vocês vão levar a capa de invisibilidade.

- E que planta é essa?

- Guelricho.

Seus amigos o encararam assombrados. Era simplesmente genial. Além de poder respirar embaixo d'água, ele ganharia nadadeiras e a agilidade de um peixe, o que o colocava em clara vantagem com relação aos demais.

Uma crescente agitação na mesa Gryffindor, porém, atraiu suas atenções. E ao contemplar a cena, Harry não pôde conter o comentário sarcástico:

- Vejam, o Weasley recebeu um vestido!

E as risadas, por todo o Salão, não demoraram a surgir.

- Um vestido que deve ter sido da avó dele – acrescentou Draco, entre risos.

- Calem a boca! – replicou o indignado ruivo, as bochechas tão vermelhas quando o seu cabelo.

- Oh, vamos, ele combina com os seus olhos e pode até evidenciar as curvas – sugeriu Pansy, causando ainda mais risos.

Antes que o menor dos Weasley pudesse lançar uma maldição em alguém, Dumbledore se levantou de sua cadeira junto à mesa dos professores para fazer um importante comunicado, aproveitando a situação:

- Caros alunos, aproveitando que o senhor Weasley acaba de receber suas... Er... Tradicionais, sim, isso mesmo, suas tradicionais vestes a rigor, quero lhes comunicar que, conforme a tradição do Torneio Tribruxo, este ano haverá um Baile de Inverno.

A agitação logo se estendeu pelo Salão Principal, mas o diretor continuou:

- É uma oportunidade para socializarmos com nossos hóspedes estrangeiros. Agora, o Baile de Inverno será freqüentado apenas pelos alunos do quarto ano em diante, mas vocês podem convidar alunos mais novos se quiserem. E lembrem-se, este evento preza, principalmente, a diversão! Busquem seus pares e aproveitem!

Com essas últimas palavras, Dumbledore voltou ao seu lugar.

- Vocês acreditam nisso? – perguntou uma animada Pansy, já visualizando os possíveis vestidos que usaria.

E os meninos apenas balançaram a cabeça, divertidos.

-x-

Horas mais tarde, quando saíam da aula de Transfiguração, uma inesperada presença se colocou no caminho de Harry e de seus amigos. Encarando-os com o seu característico ar superior estava, ninguém menos, que a campeã de Beauxbatons, Fleur Delacour. Seus olhos azuis estavam fixos em Draco, para grande desconcerto deste e irritação de Harry.

- Olá – sorriu ela, o sotaque francês carregado – Meu nome é Fleur.

- Eu Draco, digo, meu nome, Draco Malfoy.

- Você gostarrria de me acompanhar no Baile de Inverno?

Pansy e Blaise trocaram um olhar preocupado e se afastaram um pouco. Theodore arqueou uma sobrancelha. E Harry estreitou os seus belos olhos verdes, encarando a estúpida menina-Veela com um olhar que o seu próprio pai, se o visse, teria medo.

- Eu... Eu...

Para piorar a situação, Draco estava sem fala.

- Você...? – insistiu ela – Aceita?

- Sim – choque geral – Digo, não... Er... Não sei...

Pansy e Blaise, naquele momento, com os olhos arregalados, tamparam a boca quando viram os belos cabelos louro-prateados da menina, instantaneamente, começarem a pegar fogo. Foi um pandemônio no meio do corredor. Ao se dar conta, Fleur começou a gritar e correr de um lado para o outro, as lágrimas banhando o seu rosto enquanto os professores se juntava para tentar neutralizar o poderoso feitiço, e os demais estudantes que passavam pelo local formavam um semi-círculo em volta da menina, entre risos.

- Harry... – Draco murmurou, chocado, observando o namorado guardar a varinha.

- Mais uma palavra, Malfoy, e eu corto você em pedacinhos para Morgana comer no café da manhã.

O aludido engoliu em seco, vendo-se deixado para trás por um furioso Harry, que seguia de volta ao salão comunal.

-x-

Faltando poucos dias para o Baile de Inverno, Harry ainda não falava com Draco, e este se encontrava a ponto de um colapso nervoso, principalmente quando observava o incomum sorriso de Theodore e os olhares que Cedric Diggory lançava ao seu namorado. Aquela indiferença do pequeno Lord, para Draco, era mil vezes pior do que a Maldição Cruciatus.

- Ainda não falou com ele?

- Não, Pansy, e nem pretendo falar.

Harry se encontrava no quarto da amiga, ajudando-a, por livre e espontânea pressão, a escolher um magnífico vestido para o baile.

- Você não pode ignorá-lo para sempre, Harryzito, se não, com quem irá ao Baile?

- Candidatos não me faltam, minha cara – respondeu com auto-suficiência.

- Doce humildade... – sorriu divertida.

- E você, senhorita, com quem irá a este Baile da Discórdia?

- Você nem advinha.

- Blaise?

A menção deste nome fez o sorriso de Pansy desaparecer.

- Não – suspirou – Cansei de obrigá-lo a me convidar para esses bailes, ele que me convide agora por vontade própria, mas como não o fez, outra pessoa me convidou e eu aceitei.

- Oh... E quem é essa pessoa?

- Uma palavra para você, Harryzito – sorriu com malícia – S-U-R-P-R-E-S-A.

-x-

Mais tarde, caminhando pelos arredores do Bosque Proibido, Harry ouviu uma conhecida voz às suas costas e sorriu.

O Hufflepuff realmente não desistia.

- Olá Cedric.

- Como você está?

- Bem – mentiu – E você?

- Também – o encarou profundamente. Os belos olhos cor de mel percorrendo tamanha beleza, sem conseguir esquecer a visão que apreciara no banheiro dos monitores há alguns dias – Eu estava pensando... Er...

- Sim?

Harry era um Slytherin, no final das contas, e sabia muito bem o que Cedric queria.

- Vocêqueriraobailecomigo?

- O que? Desculpe, Cedric, eu não entendi.

O castanho respirou fundo, mentalizando que tinha 17 anos e Harry apenas 14, ele era o adulto ali então precisava agir como tal, com segurança e decisão.

- Eu poderia acompanhá-lo no Baile de Inverno? – perguntou com a voz rouca, e inevitavelmente sexy, Harry pensou.

- Causaria um grande alvoroço os dois campeões de Hogwarts indo juntos.

- Sem dúvida, mas não me interessa o que eles pensam ou não.

E aquelas palavas agradaram o pequeno Lord.

- Tem razão – sorriu, mas antes que pudesse continuar, outra conhecida voz o interrompeu:

- É claro que você não pode acompanhá-lo, seu imbecil, o Harry já tem companhia para o baile!

- Eu tenho? – pergunto friamente, encarando o herdeiro da fortuna Malfoy.

Draco suspirou, mas se manteve firme àquele olhar.

- Sim, Harry, eu sou o seu namorado, então é natural que eu vá com você.

- Não foi o que pareceu outro dia.

- Você deve ser Draco Malfoy – Cedric estreitou os olhos, observando o garoto que impressionantemente era quase da sua altura, apesar de estar no quarto ano.

- Exatamente, seu Hufflepuff inútil, eu sou o namorado do Harry.

- Pois fique sabendo, Malfoy, que o Harry tem livre-arbítrio para escolher com quem irá ao baile.

- Ele tem razão... – o pequeno Lord acrescentou.

E Draco não pensou duas vezes antes de segurar carinhosamente a mão de Harry, a mão cujo um lindo anel de esmeraldas brilhava, e beijá-la com devoção.

- Eu sou um idiota, Harry, mas eu amo você – falou com sinceridade. E Harry se surpreendeu, pois o loiro nunca demonstraria seus sentimentos na frente de alguém, principalmente de um rival como Cedric – Mas, por favor, pense no anel que brilha no seu dedo e naquilo que ele significa. Eu sei que não mereço, mas, por favor, perdoe-me. Eu vou procurar uma maneira de neutralizar o sangue-Veela, posso até lançar um Avada naquela garota pedante se você quiser, mas eu não posso ficar sem você... Por favor...

E Harry, por mais Slytherin que fosse, era um garoto apaixonado.

Cedric, portanto, perdera outra vez.

-x-

A noite do tão esperado Baile de Inverno finalmente chegou. Os adolescentes usavam suas mais elaboradas vestes de gala, as meninas, seus vestidos mais magníficos, e os meninos, diferentes túnicas e smokings de ótima qualidade. As paredes do Salão Principal estavam cobertas de gelo prateado e cintilante, com centenas de guirlandas de visco e azevinho cruzando o teto escuro salpicado de estrelas. As mesas das Casas haviam desaparecido e no lugar delas surgiram umas cem mesinhas iluminadas com candelabros, que acomodavam, cada uma, doze pessoas. A mesa dos professores continuava intacta, e atrás dela, encontrava-se uma pequena orquestra tocando música clássica. O clima se equiparava ao dos elegantes bailes da realeza medieval e os estudantes pareciam ainda mais animados com isso. É claro que alguns como Theodore Nott preferiram trocar aquele magnífico cenário pelo seu dormitório e a companhia de um bom livro, afinal, passar a noite toda observando Harry nos braços de Malfoy não era bem a sua idéia de diversão.

- Uau... – Draco murmurou, observando o namorado descer as escadas que levavam às portas do Salão Principal, pois ele o esperava na entrada.

Harry estava simplesmente deslumbrante. Usava uma calça social negra, assim como os sapatos, de excelente caimento, e uma túnica de seda preteada que lhe chegava à altura das coxas e abria numa pequena cauda até o chão, dando ainda mais brilho à sua imagem. Os botões da túnica eram esmeraldas, que evidenciavam os belos olhos de Harry e o anel reluzindo em seu dedo. O cabelo sensualmente bagunçado, o sorriso encantador e aquele ar natural da realeza que herdara do pai faziam daquela imagem a personificação da beleza, que deixara mais de um boquiaberto. Cedric Diggory, por exemplo, ainda mais belo e imponente com o smoking negro e a camisa de seda branca, encarava-o abertamente, perdido em tamanha beleza, assim como sua acompanhante, Cho Chang, que não conseguia tirar os olhos de Harry. Cabe destacar que o Hufflepuff estava levando a irritante menina apenas porque perdera uma aposta numa partida de Snap Explosivos.

Pelo visto a sorte não estava do seu lado, Cedric pensou, quando viu o herdeiro da fortuna Malfoy se adiantar ao pequeno Lord, que, com um sorriso, aceitou a mão que lhe era oferecida. E relutantemente o castanho não pôde deixar de notar que eles formavam um bonito casal. Draco Malfoy, usando um elegante smoking negro também, com seu olhar superior, rodeava o pequeno Lord com uma aura de proteção natural, por ser bem mais alto e musculoso que Harry, este, então, assemelhava-se ainda mais ao belo anjo que sempre fora. Eram o par perfeito, destinados um ao outro desde que nasceram, como se tal união estivesse escrita nas estrelas.

- Você está lindo – elogiou Draco.

- Eu sei. Você também está ótimo.

- Eu sei – compartilharam um sorriso divertido.

- Vocês viram a Pansy? – uma preocupada voz interrompeu.

- Não, Blaise, por que?

O aludido também estava pura elegância com um terno negro, uma camisa de seda verde-musgo e uma túnica aberta por cima combinando com a camisa. Ao seu lado, encontrava-se uma Revenclaw do terceiro ano que ele convidara de última hora, usando um discreto vestido pérola que fazia um belo contraste com o seu cabelo curto e os olhos negros. Ela o encarava com adoração e Blaise, é claro, sequer sabia o seu nome.

- Ontem eu fui perguntar que horas eu deveria esperá-la no salão comunal e ela me disse que não precisava – explicou ele, indignado – Disse que outra pessoa a tinha convidado, vocês acreditam nisso?

- Ninguém mandou perder tempo – comentou Draco.

- Exatamente... – as palavras de Harry, porém, morrem em seus lábios. Lábios que agora contavam com um maldoso sorriso.

Ao lado das jovens serpentes acabara de passar uma chorosa Fleur Delacour. O corpo escultural adornado por um belíssimo vestido de seda acinzentado, evidenciando os seus belos olhos azuis. Em sua cabeça, no entanto, encontrava-se um lenço negro elegantemente amarrado que tentava esconder os cabelos queimados. E a menina parecia não ter superado tamanha tragédia, pois mesmo acompanhada do bonito capitão do time de Quadribol Gryffindor, seu rosto evidenciava apenas tristeza e desgosto. Excelente, Harry pensou, assim ela pensaria duas vezes antes de se atirar para meninos comprometidos.

- Eu aposto que ela está no quarto sozinha – Blaise continuou seu monólogo, pois Draco estava mais interessado em contemplar a beleza de Harry e este se divertia com o martírio da menina-Veela – Mas isso é porque ela é orgulhosa...

- Blaise... – o pequeno Lord interrompeu com um sorriso – Por que não olha para a escada e vê como a pobre Pansy está se martirizando por sua causa?

E quando Blaise levou seu olhar em direção às escadas, por um momento, ficou sem fala. A herdeira da fortuna Parkinson atraía todos os olhares e murmúrios que comentavam o quão magnífica ela estava. Seu delgado corpo, de belas curvas, estava oculto por um vestido tomara-que-caía negro que chagava à altura do chão, o tecido aveludado denotava a melhor qualidade, e a partir da cintura, encontravam-se centenas de diamantes cravejados. Luvas da mesma cor e tecido se estendiam das mãos aos cotovelos, oferecendo a imagem de uma atriz de cinema, em conjunto com o impecável corte chanel e a leve maquiagem. Era uma linda mulher. Uma princesa. Uma verdadeira dama da alta sociedade, com a qual seus pais sonhavam que ele um dia se casasse e que ele mesmo, perdido em tamanha beleza, desejava ao seu lado.

Contudo, antes que Blaise pudesse se adiantar até ela, ignorando completamente a menina ao seu lado, ninguém menos que Victor Krum parou aos pés da escada e, com uma reverência militar, ofereceu o braço a ela.

- Ela está incrível... – murmuraram algumas meninas, e Pansy, com um nevoso sorriso, acenou para Harry, que estava feliz pela amiga, mas sabia que ouviria as reclamações de Blaise a noite inteira.

- Campeões, aproximem-se, por favor – a professor McGonagall os esperava na porta do Salão Principal.

E quando todos os campeões e seus pares fizeram um semi-círculo ao seu redor, ela continuou:

- Façam uma fila, um par atrás do outro, vocês vão abrir o Salão com uma bela valsa.

- Vamos? – Harry arqueou uma sobrancelha, aquilo era novidade.

- Sim, senhor Riddle. Eu não comentei?

- Não!

- Oh... Bem, agora já sabe. Fique aqui com o senhor Malfoy, senhor Diggory e senhorita Chang logo atrás, senhor Krum e senhorita... Oh, senhorita Parkinson, atrás deles e então, o senhor Wood e a senhorita Delacour.

Harry suspirou mentalmente. Adorava dançar e era muito bom nisso, mas não esperava que fosse abrir o Baile de Inverno, céus, ninguém o avisara. Mas antes que pudesse pensar mais a respeito, as portas do Salão Principal se abriram.

E os murmúrios logo começaram.

- Aquela é Pansy Parkinson?

- Ela está linda!

- E está com o Victor Krum!

- Não, não pode ser – uma invejosa Hermione Granger estreitou os olhos, apertando os punhos contra o seu vestido rosa esvoaçante.

Murmúrios que seguiram até os campeões se acomodarem no meio do Salão.

- Parece que o Harry ainda está com o Malfoy...

- Ele está ainda mais lindo com aquela túnica prateada!

- Merlin, como eu queria ser esse Malfoy!

- Os dois formam um casal lindo!

- Foi o que a revista Pó de Fada disse, são o casal número um do mundo mágico...

E ainda...

- Pobre Fleur, seu cabelo não se recuperou...

- Quem pode ter feito uma maldade dessas?

- Não sei, mas a Parkinson está muito mais bonita que ela.

- Com certeza.

Murmúrios que cessaram apenas quando a valsa começou.

Todos pareciam dançar com maestria. Oliver Wood estava perdido na beleza da menina-Veela, mas esta continuava com o olhar distante e deprimido; Cedric Diggory, por sua vez, amaldiçoava o momento em que perdera no Snap Explosivo toda vez que seu pé era pisado pela sorridente oriental; Victor e Pansy trocavam sorrisos enquanto o búlgaro guiava a sorridente menina, sob o olhar assassino de Blaise; e Draco, é claro, com o seu característico sorriso Malfoy, conduzia o pequeno Lord com destreza e este deslizava pelo salão com a leveza que nenhuma Veela possuiria. Quando esta valsa acabou, sob inúmeros aplausos, e outra começou a tocar, os demais estudante e alguns professores se juntaram aos campeões na pista de dança.

E após algumas horas valsando e apreciando canapés, os adolescentes observaram a orquestra se afastar, a mesa dos professores desaparecer e no lugar desta surgir um palco com bateria, guitarras e outros instrumentos. No instante seguinte, subia ao palco o grupo musical favorito de Harry, cuja discografia completa estava no seu ipod-magic: As Esquisitonas.

Os adolescentes foram ao delírio!

Os professores, porém, começaram a se retirar, permanecendo apenas um irritado Snape sentado a um canto e a sorridente professora de Herbologia, pois eram os encarregados de vigiar os alunos. Estes se divertiam como nunca.

- Vou buscar uma bebida! – Harry precisou gritar no ouvido do namorado para que este o escutasse. A música era altíssima.

- Certo, eu vou ao toilette então.

- Te espero na mesa de ponche.

- Ok – com um suave beijo os dois se separaram.

E quando Cedric Diggory o viu seguir à mesa de ponche sozinho, não pensou duas vezes antes de se afastar do garoto com o qual dançava, após finalmente dispensar Cho, para seguir até ele.

- Adoro essa banda.

- Eu também – Harry sorriu, encarando-o.

- Você está lindo.

- Obrigado – corou ligeiramente – Então, se divertindo?

- Muito.

- Que bom, mas me diga uma coisa – sorriu com malícia – Cho Chang? O que houve, perdeu uma aposta?

- Como adivinhou?

- Digamos que é óbvio.

Antes que o sorridente castanho pudesse dizer outra coisa, uma venenosa voz se adiantou:

- Por Salazar, Diggory, você parece um abutre! Não posso deixar o meu namorado sozinho um minuto que já avança!

- Vê se cresce garoto mimado, posso conversar com o Harry quando quiser.

- É o que você pensa...!

- Parem com isso, por favor – foi o exasperado suspiro de Harry. Mas antes que pudessem continuar aquela que prometia ser uma acalorada discussão, uma sorridente Pansy os interrompeu, dirigindo-se ao pequeno Lord:

- Harryzito! – suspirou ela, com um radiante sorriso, abanando-se ligeiramente – Está calor, não é mesmo?

E antes que Harry pudesse responder, Blaise pareceu surgir do nada:

- Isso é uma pouca vergonha!

- O que?

- Você e o imbecil do Krum! – acusou ele – Como pôde fazer isso?

- Fazer o que?

- Você está socializando com o inimigo! Aposto que ele só está com você para tirar informações a respeito do Harry!

O aludido apenas arqueou uma sobrancelha. Como seu amigo podia ser tão burro? E Draco e Cedric, enquanto isso, fuzilavam um ao outro com o olhar.

-Você é ridículo! E sabe do que mais? – apertou os pequenos punhos com ódio – Se está com ciúmes me convide antes! Não espere que eu o obrigue a me convidar, mas faça isso por vontade própria!

- O que? Eu... Eu... Não estou com ciúmes, lógico que não!

- Ótimo, porque o Victor está me esperando, com licença.

Fazendo uso do seu melhor olhar Slytherin, a menina deu as costas e seguiu ao encontro do búlgaro, que aguardava um pouco afastado sem entender muito bem o que acontecia.

- Blaise – suspirou Harry – Você é um idiota.

E com essas palavras e um doce aceno para Cedric, o pequeno Lord se retirou com o namorado, que abraçava possessivamente sua cintura, ainda fuzilando o Hufflepuff com o olhar. Este, com um suspiro, apanhou um copo de ponche e seguiu para junto aos amigos, deixando o herdeiro da fortuna Zabini sozinho e confuso.

Afinal, como ele podia ser um idiota?

Aquele Victor Krum era um idiota!

E Pansy não via isso!

Continua...


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