PDV Renesmee

Eu nunca havia participado da Corrida de São Silvestre, mas com certeza a sensação de cansaço deveria ser a mesma de passar a noite inteira fazendo compras com tia Alice e a Tia Rose.

“Totalmente quebrada” é pouco para definir o meu estado.

Com muito esforço consegui me levantar e fazer minha higiene pessoal. Eu estava com preguiça até de me olhar no espelho!

E pensar que ainda prometi que passaria o dia com Alec. Eu tenho que inventar alguma desculpa para ele, pois desse jeito não conseguiria nem dar um passo além da esquina.

–Hmpf! Eu mato aquelas duas!

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–Eu não acredito que não poderemos sair juntos hoje por causa delas!-Resmungou Alec enquanto eu tomava café. – Você está muito cansada mesmo?

–Não Alec, eu não estou muito cansada, eu só estou ACABADA!

–Droga!Logo quando eu pela primeira vez tinha feito planos românticos!

Depois dessa eu inevitavelmente tive que sorrir.

–Você tinha feito planos românticos para hoje?

Garanto que se o Alec fosse humano já teria corado.

–Não exatamente…quer dizer, mais ou menos…-Eu ri da timidez dele.

–Você é um fofo!-Imediatamente o rosto de Alec assumiu uma expressão rabugenta.

–Não,eu não sou fofo! E eu já falei para você não me chamar assim! 

–Desculpa,eu esqueci que isso fere sua masculinidade Sr. Volturi!-Alec revirou os olhos.

–Pare de me chamar assim! Mudando de assunto… O que você pretende fazer hoje?

–Algo
que não necessite grandes esforços físicos! –Eu disse terminando meu café – Eu
estava pensando se você talvez,poderia me levar na casa do meu avô Charlie.

–Ele é
seu avô humano?-Disse fazendo cara de interrogação- Ele ainda não morreu?

–ALEC!
Isso é coisa que se diga?!

–Desculpa,mas eu perdi a noção de quanto tempo os humanos vivem!-Disse levando as duas mãos no ar em sinal de rendição.

–Tudo bem, mas para a sua informação meu avô está vivíssimo! E com uma saúde melhor que de muitos adolescentes por aí!

–Ok então, você quer me levar para conhecê-lo?

–Não, acho melhor não!                                                                    

–Você não disse que a saúde dele é de ferro? Está com medo que ele tenha um ataque do coração?

–Não,
não é isso! Só tenho medo que ele tente atirar em você, e descubra que você é
vampiro quando a bala não perfurar sua pele.

–COMO É QUE É?-Alec disse arregalando os olhos.

–Tô brincando! Ele é ex-policial, mas não é para tanto!-Eu disse rindo da cara dele e me levantando da cadeira. – Espere aí que vou me arrumar e já estou descendo.–Disse dando um selinho nele.

–Espere que eu vou te ajudar!- Disse a Alice vindo correndo da sala. Ela não perde essa mania!

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Muitas pessoas – Alec - poderiam achar Forks entediante e sem graça, mas em minha opinião Forks era uma cidade com uma beleza única e não era nem de longe sem graça, ela era apenas calma e de certa forma romântica…Sim, romântica! Desde pequena eu sempre achei encantador o modo que as gotículas de água ficavam acumuladas nas centenas de folhas das árvores de Forks, e sonhava em ter algum dia pessoa que eu amasse e que compartilha-se o cobertor comigo nos dias mais chuvosos e frios. Eu realmente achei essa
pessoa, mas não consigo imaginar o Alec fazendo isso.

–Algum dia os habitantes dessa cidade já viram o Sol aparecer? – Alfinetou Alec enquanto dirigia em direção a casa de Charlie observando o tempo nublado
através do vidro do carro.

–De vez em quando faz Sol, mas é raro, afinal de contas é por isso que a minha família se mudou para cá.

–Mas você prefere dias ensolarados ou chuvosos?

–Chuvosos,estou acostumada com Forks.

Alec enrugou a testa e fez uma expressão decepcionada.

–Eu pensei que você gostasse mais de climas ensolarados, lá em Volterra faz Sol o tempo inteiro.

–Alec,eu gosto de climas chuvosos porque estou acostumada a morar em uma cidade chuvosa,mas talvez quando eu me mudar para Volterra eu passe a gostar mais do Sol.

–Pode ser! – Disso me dando aquele sorriso de um milhão de dólares, mas logo desviou o olhar novamente para a estrada se concentrado no caminho para casa do meu avô.

Esses últimos dias eu não havia pensado muito
em como seria a minha vida lá em Volterra, em como seria conhecer a Jane ou
Aro, mas com certeza o que mais me preocupava era se eu ia fazer algum amigo
por lá. Quem iria me fazer companhia quando Alec saísse? Eu não estava
acostumada a ficar sozinha.

–Qual dessas casas é a do seu avô?- Perguntou Alec me tirando dos meus devaneios.

–Hum?Atá!É a que tem um carro estacionado na frente. – Eu disse apontando para uma das casas mais simples da rua. Não adiantava o quanto meus pais insistissem,Charlie nunca aceitava qualquer tipo de ajuda financeira.

Logo notei Alec entortando o nariz e fiquei confusa. O que é que foi? Eu tomei banho!

–O que houve?- Perguntei para ele que havia parado o carro em frente a casa do meu avô e tampado o nariz.

–Por que a casa do seu avô cheira a pelo de cachorro molhado? –Eu cheirei o ar, mas não senti nada de diferente. Eu já ia dizer isso ao Alec quando lembrei.

–São a Leah e o Seth, eles são metamorfos assim como o Jacob.

–E por que eles moram na casa do seu avô?

–O meu avô Charlie namora a mãe deles. – Alec olhou para mim e arqueou uma sobrancelha.

–Deixa eu ver se eu entendi sua mãe era humana e se apaixonou por uma vampiro, mas seu melhor amigo era um vira-la…

–Metamorfo!– Corrigi-o

–Tanto faz! Continuando… Daí os dois se casaram e você nasceu híbrida e o vira-la…

–Jacob!

–TÁ BOM! O Jacob teve um impriting por você que por sua vez está apaixonada por mim, um Volturi, e para completar agora seu avô namora a mãe de dois metamorfos?! Sua família tem um gosto meio…exótico, não é? - Ele disse rindo.

–Pare de rir! Minha família sofre um grave problema genético de ser “um imã para problemas” como meu pai dizia.

–Desculpe-me,eu não pude resistir!-Ele disse parando de rir-Que horas eu passo para te buscar?

–Quando eu quiser ir embora eu te ligo!- Eu disse destravando o cinto que sinceramente eu não sabia para que usava!

–Vai ir embora sem nem ao menos me dar um beijo?

–Claro que não! – Eu disse sorrindo marota para ele e jogando os braços ao redor do pescoço de Alec, beijando-o. Fazia tanto tempo que nós não tínhamos privacidade para nos beijar em paz!

Era
incrível como só o ato de tocar seus lábios macios e gelados nos meus, me fazia
esquecer todos os medos, mágoas e incertezas. Era como se uma orquestra inteira tocasse em meu coração e no mundo inteiro só existíssemos nós dois. Estar com Alec era mágico!

Quando me separei de Alec e abri meus olhos pude notar que estava sentada em seu colo com seus braços ao redor da minha cintura. Por mais que fosse constrangedor eu queria ficar daquele jeito para sempre, me perdendo no profundo mar vermelho que eram seus olhos.

– Nós vamos ficar nos olhando pelo resto da eternidade ou você ainda que ver seu avô?

–Agora que eu já estou aqui, preciso falar com ele. – Eu disse enquanto me
aconchegava no seu peito de pedra.

–Eu acho que para falar com ele você precisa levantar do meu colo, não é mesmo?-Ele disse rindo. Seu peito vibrava toda vez que ria, e isso só me deixava com menos vontade de levantar, mas por fim acabei me levantando, não sem antes dar um longo suspiro.

–Tchau!– Eu disse abrindo a porta do carro.

–Tchau,mi perla! – Eu pude ouvir antes de fechar a porta do carro. Fazia tanto tempo que ele não me chamava assim! 

Dei a volta pela frente do carro soprando um beijo para o Alec, que apenas sorriu encostando a cabeça no vidro da porta do carro. De pé na calçada, pude observar o carro partindo até virar na esquina.

Me virei indo em direção a casa do vovô sorrindo. Eu sentia tanta a falta dele!

Quando cheguei na varanda da casa toquei a campainha que ficava perto da porta, mas fui pega de surpresa ao ver a porta abrir e uma pessoa indesejada entrar em seu lugar.

–Precisamos conversar ,Cullen! – Disse Leah desmanchando meu sorriso.