A Lua que Eu Te Dei escrita por Samsung


Capítulo 4
Reinos


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem.



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-Está pronta? –gritei para Luíze.

-Claro! –ela falou indiferente. Tirei a espada que estava no cinto e fui atacá-la, aqueles olhos verdes ficaram olhando para os meus pés, como se movimentavam. Resolvi atacá-la, então ela defendeu puxou com o pé a espada que estava no chão e me atacou. Pulei para trás por reflexo. Ela ficou brincando com a espada enquanto me olhava séria, então jogou a arma para o alto e correu na minha direção me atacando com os punhos. Tentei ao máximo não machucá-la com a espada, mas como era a arma que eu tinha tive que utilizá-la.

Luíze desviava com agilidade, como se tudo aquilo fosse natural e qualquer dia alguém fosse atacá-la. A espada finalmente caiu e ela pegou e depois girou conseguindo me acertar na dobra do joelho esquerdo, eu bati com ele no chão e quando pensei em me levantar ela me puxou pelos cabelos e pôs a espada na minha garganta.

-Ganhei! –ela sussurrou para mim.

-Qual é Ed, perdeu para ela? –caçoou Pedro vindo na nossa direção.

-Me esquece, Pedro! –falei me levantando depois que ela soltou meus cabelos. Enquanto Pedro me ajudava Luíze pegou a própria espada e saiu andando em direção a floresta e lá sumiu.

-Ela é muito estranha... –Lúcia apareceu com um pano e um balde de água.

-Deve estar ainda se acostumando. –Susana deu de ombros pegando o pano da mão de Lúcia e o molhando no balde de água e depois limpando o ferimento que ela me fez.

-Ela só fala com os grifos, de resto com mais ninguém. Nem sorrir. –falou Pedro me ajudando a manter o equilíbrio.

-Ai, Susana! –resmunguei.

-Desculpe, na próxima vez não treina com ela. –minha irmã bufou enquanto terminava de limpar o machucado, depois de limpo ela o cobriu com um pano limpo. –Só treina com o Pedro. –se levantou e foi embora levando o balde de água.

-Alguém já tentou conversar com ela? –perguntou Lúcia, inocente.

-O que você acha? –ironizou Pedro enquanto me levava para a caverna.

-Eu vou lá! –ela saiu correndo antes que eu e meu irmão falássemos algo.

Algumas horas se passaram e Lúcia ainda não tinha voltado já estava escurecendo e nada dela aparecer. Claro, pensamos no pior. Se Lúcia foi atrás de Luíze, é claro que a menina tinha feito algo com a minha irmã. Levantei-me da pedra em que estava sentado e fui mancando em direção onde Lúcia havia sumido mais cedo, quase não dava para enxergar nada, apenas um palmo a minha frente e olhe lá. Comecei a escutar a voz de Lúcia gritando e uma gargalhada, deveria ser de Luíze, apressei o passo. Sabe se lá o que aquela louca iria fazer com a minha irmã.

Quando cheguei bem perto peguei minha espada e saí de trás da árvore em que estava apontando a arma para ela. Lúcia me olhou incrédula e a outra apenas me observava.

-Venha Lúcia! Os outros já devem estar vindo. –falei autoritário.

-Pra quê? –ela perguntou sem entender nada.

-Para te salvar. –falei meio incerto.

-De que?

-Não de que, de quem! E é dela. Eu escutei você gritando. -continuei apontando a espada para ela.

-Ah, não! Entendeu errado. Estávamos brincando. –Lúcia riu.

-Brincando? Não acredito!

-Acredite, foi isso sim! Ela não é estranha como pensamos que fosse, ela é legal. Só precisa querer conversar. –Lúcia tocou meu braço esperando que eu abaixasse a arma, e assim eu fiz. –Tente. Verá que eu estou certa. –ela sorriu e voltou para o acampamento. Luíze só me olhava, não fazia mais nada.

-Então é isso! Tchau! –me despedi rapidamente querendo sair dali.

-Verá que eu não sou tão má rei do povo da terra. –escutei ela falar. Não quis responder, simplesmente continuei andando sem me importar com ela. Aqueles olhos poderiam ser bruxos, poderiam lhe hipnotizar sem que você quisesse que isso ocorresse, mas eu sinceramente não via maldade neles, apenas mágoa.

Parei de andar e voltei para onde ela estava. Quando cheguei no local onde eu a encontrei e Lúcia, a menina já não estava mais lá, tinha sumido. Procurei no céu e quando me virei vi que ela estava numa árvore, me olhando.

-Oi... –falei

-Olá... –ela murmurou. Eu não tinha mais nada em mente para falar com ela, apenas o “oi” foi o suficiente.

-Não se preocupe, só aparecerei na guerra. –ela falou olhando para o céu.

-Por que?

-É claro que não me querem aqui, tem medo de mim ou que eu possa fazer algo. –a menina deu de ombros.

-Claro que não! –tentei me defender, mas de quê? Ela estava certa.

-Não minta.

-Precisamos de você, mas demora um pouco para nos acostumarmos a idéia. –olhei para ela.

-Que idéia? –ela me olhou confusa.

-Antes disso tudo éramos só eu e meus irmãos, depois veio Caspian e agora você. Tudo está aumentando. –ela permaneceu em silêncio. –Por que nos atacou antes?

-Por que eu quis!

-Não se ataca alguém por nada. –retruquei.

-Alguma vez você soube que existia um outro reino? Ou pensava que o seu era único? –me pegou de surpresa.

-Pensava que era único.

-Teve uma época que o meu povo começou a morrer, meu pai desceu do trono e veio ao reino da terra pedi ajuda e sabe que eles fizeram? –ela me encarou.

-Não... –murmurei.

-Ignoraram, praticamente nos expulsaram. –ela quase cuspiu as palavras. –E agora que o reino da terra pede ajuda meu pai manda a própria filha e um exército para ajudá-los, que para depois vocês não fazerem nada! NADA! –ela passou a mão nos cabelos numa forma de se acalmar.

-Eu não sabia... Juro que nós nunca soubemos. –falei.

-Nunca souberam por que os narnianos esconderam isso. Mas fazer o que? O mundo da voltas e olha só a volta que ele deu. Quando o tal “Caspian” apareceu nas montanhas nos implorando ajuda, eu tive que rir. –ela sorriu amargurada.

-Faremos assim, você nos ajuda e eu ajudo o seu povo quando ele precisar. –estendi minha mão direita para ela. Luíze olhou para a minha mão e depois me encarou. –Eu prometo.

-Se você diz, então vou acreditar. –ela estendeu a própria mão e nós demos um aperto de mão.

-Não se arrependerá, não volto atrás com a minha palavra. –sorrir.


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Notas finais do capítulo

Reviwens?



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