Poppin' Champagne! escrita por Reky


Capítulo 3
Scorpius Malfoy: Sobre nunca mais beber


Notas iniciais do capítulo

OI (:
Então, estou de volta com Poppin' depois de terminar WIWYM! YEY, mais alguém feliz?! Desculpem-me pela demora em publicar este capítulo, mas a inspiração estava difícil. Graças a deus, WIWYM (e algumas conversas que andei tendo por aí) me ajudaram e aqui estou eu!
Quem aí está querendo ler? o/
Boa leitura (;



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O não de Rose fora categórico.

Albus até tentara argumentar, mas assim que percebeu a intenção do primo, Rose mais do que rapidamente os expulsou para fora da casa. Antes, porém, ela soltou uma longa e alta gargalhada, claramente debochando da cara de Scorpius. O louro, assim, saiu da casa pisando duro, o orgulho ferido em frangalhos e uma dor de cabeça insistente querendo permanecer.

Ter baixado a bola para lidar com Rose não gerara resultado algum. Nunca mais faria isso em sua vida — estava mais do que claro que não valia a pena.

Depois de toda aquela cena, Scorpius deixou Albus falando sozinho com a porta de Rose. Ela, provavelmente, abriria a porta de novo para o primo e os dois conversariam o resto do dia às custas dele, de certa mais bêbados do que na própria formatura. Scorpius, então, decidiu tomar sua própria dose de álcool em um lugar bem mais distante e reservado: o Três Vassouras.

Fazia tempo que não visitava o pequeno bar de Madame Rosmerta. Na verdade, desde que se casara, há dois anos, ele não sabia o que era beber. Linda era muito conservadora em certos aspectos, embora também gostasse de uma farra de vez em quando. Muito antes de se casarem, quando Scorpius ainda tinha oportunidades de sair sem a companhia dela, ele, Albus e Rose iam sempre que podiam ao Três Vassouras.

Um caroço se formou no estômago de Scorpius ao se lembrar de Linda e do fiasco que fora sua visita a Rose. Ela era sua única esperança de arranjar um meio de atrair a atenção de Linda de volta para ele, reconquistando, de alguma forma, seu amor. Scorpius não entendia o que havia acontecido para ela ter saído da casa deles — da vida deles — tão facilmente, por isso queria conversar decentemente com a esposa. Ao mesmo tempo, queria encontrá-la para dar umas boas sacudidelas naquele cérebro dela… Afinal, que direito ela achava que tinha de sair por aí por dois malditos meses e, ainda por cima, trai-lo com um qualquer?!

A confusão era crescente em seu interior… Ao mesmo tempo em que adoraria acolher Linda de volta de ombros abertos, também sentia a necessidade crescente de se vingar dela.

Ultimamente, é claro, o desejo de vingança estava mais latente.

E Rose Weasley era a única pessoa que Scorpius conseguira imaginar para desempenhar o papel de amante.

Não que Linda jamais tenha mostrado qualquer sinal de sentir ciúmes de Rose nos anos em que estavam em Hogwarts. Na verdade, somente de cogitar esse absurdo Scorpius teve de conter a risada com um gole de seu firewhisky. Linda sempre fora muito segura de si e, quando ainda se relacionavam, tratava Rose com muita gentileza. Ele até acreditava que as duas chegaram a ser bem próximas — talvez, até amigas — em um momento nebuloso em que Rose não estava de mal com Merlin e o mundo.

Porém, depois de tudo pelo que os dois haviam passado, até isso havia terminado.

Scorpius não sabia se grunhia ou suspirava, então meio que fez os dois. Enquanto sua visão se tornava levemente mais turva conforme tomava mais algumas doses de bebida, ele se perguntava em que momento ele chegara tão ao fundo do poço assim.

Anos antes, ele e Rose eram inseparáveis. Tinham aquele tipo de amizade em que cada um conhecia cada fraqueza, cada pequeno gesto que poderia levar o outro às alturas, bem como fazê-lo cair da mais longa queda. Eles sabiam o que fazia o outro rir ou chorar. Conheciam pontos fracos (os de Rose, Scorpius lembrava, eram a altura e cócegas) e se xingavam quando queriam dizer que se importavam com o outro.

A amizade deles era divertida.

Quando Scorpius se apaixonou por Linda, Rose se mostrou feliz pelo amigo e apoiou o namoro deles. As duas nunca tiveram muito em comum, porém. E a amiga não parecia exatamente animada em começar uma amizade com alguém que ela nem sequer se importava há pouco tempo. Embora realmente quisesse a companhia de Rose, ele não poderia deixar Linda de lado… Ela era sua namorada, afinal. E ele estava absolutamente encantado pela garota. Cabelos louros, olhos azuis e um ar elegante que poucas garotas da idade deles possuía. Linda Hammington era maravilhosa e totalmente dele.

Bom, era.

Aparentemente, agora ela estava com um cara com mais músculos do que cérebro, pelo que Scorpius percebera na revista. Ele sentiu algo se remexer em seu estômago, esperando de verdade que não fosse a bebida querendo voltar. Sua cabeça começava a ficar confusa e, quando ficava confuso, a raiva era a próxima emoção que sentia. Scorpius absolutamente odiava ficar naquele estado e, agora, arrependia-se amargamente de ter ido ao Três Vassouras.

Isso, contudo, não o impediu de pedir mais uma dose de firewhiskey.

Duas horas depois, ele se encontrou novamente ao pé da porta de Rose Weasley, gritando e batendo como se não houvesse amanhã.

Mais do que confuso - e bêbado - Scorpius estava desesperado.

Durante o tempo em que esteve no bar em Hogsmead, ele chegara a uma conclusão: ele teria sua Linda de volta, não importasse o quê. E Rose Weasley iria aceitar sua proposta querendo ou não. Scorpius, em sua mente embriagada, estava disposto até a utilizar a Imperius e dane-se a prisão. Valeria a pena se conseguisse Linda de volta.

— Mas que mer-! — Rose Weasley abriu a porta, seus cabelos uma bagunça, os olhos raivosos vagos como se tivesse dormido logo após beber. Muito.

Você — Scorpius balbuciou, levantando um dedo e apontando-o diretamente para o rosto de Rose. Bom, pelo menos era essa a intenção, muito embora nenhum dos dois conseguisse dizer com certeza se aquele dedo estava onde deveria estar. Ele poderia, muito bem, estar próximo à orelha direita de Rose, por exemplo. — Você, sua… Sua vaca sem coração…! Você vai me ajudar querendo ou não!

— Mas que mer…? — Rose repetiu, observando confusa enquanto Scorpius buscava sua varinha em sua calça com um desespero evidente. — Que raios você quer, Malfoy?

Só um momento…! — Ele sibilou entre os dentes. Quando enfim a encontrou, exclamou: — AHÁ! Você irá me ajudar, Rose Weasley, querendo ou não!

Rose revirou os olhos, prestes a bater a porta na cara de Scorpius pela segunda vez em menos de vinte e quatro horas quando a próxima fala dele a fez congelar.

Imperius! — Scorpius proferiu, confiante.

Os olhos de Rose pareceram ficar vidrados por um momento, a garota tomando, subitamente, uma postura tensa. Parece que ela está presa a um tronco de árvore e não consegue se mover. Scorpius quase riu com o pensamento, mais do que satisfeito com o que acabara de fazer. Estava prestes a dizer, pela décima quinta vez no dia, que Rose o ajudaria - agora querendo, porque sim! – quando algo o fez parar.

Ela estava vermelha. Mais vermelha do que estivera antes, por causa do álcool, de qualquer forma. Seus punhos estavam fortemente pressionados ao lado de seu corpo e uma expressão de mais puro ódio surgiu em seu rosto. Os reflexos e pensamentos de Scorpius estavam lentos demais para sequer prever o golpe que o acertou em cheio no rosto e, logo em seguida, no estômago. Ele caiu pelos degraus da frente da casa de Rose e algo lhe disse que, mais tarde, aquilo doeria como o inferno. Agora, porém, ele apenas encarou enquanto via Rose descer as escadas com seu corpo mortífero atrás dele.

Você! — Ela gritou a plenos pulmões. — Scorpius Malfoy, você acabou de tentar me amaldiçoar?!

Scorpius deu de ombros.

— Você não queria cooperar comigo, sua vaca sem coração.

Algo dentro dele deveria ter um desejo suicida.

Pare de me chamar de vaca sem coração!

— Ora, Weasley, você sabe que é verdade! Você nem teve coração de aparecer no casamento do seu melhor amigo!

Oh, aquilo pareceu ter atingido um ponto fraco. Scorpius sorriu internamente.

Saia, — Rose murmurou entre os dentes, os punhos prontos para desferir mais um golpe, caso achasse necessário. O garoto se encolheu por reflexo. — Saia agora, Scorpius Malfoy, e não volte aqui nunca mais.

— Sabe, — Scorpius disse, levantando-se de alguma forma. Talvez os socos tenham ajudado a deixá-lo pelo menos um pouco lúcido. — Alguns anos atrás, você me disse exatamente essas mesmas palavras. — Ele fez um gesto abrangendo o espaço em que estavam. — Veja só onde estamos agora.

Rose grunhiu.

— Saia! Vá embora, por Merlin, se você ainda tem algum valor pela sua vida, Scorpius, e me deixe em paz! Se você tinha alguma chance de receber alguma ajuda minha, você acabou de perdê-la. Agora, saia da minha casa…!

Sem dizer mais outra palavra, Rose se virou e, com passos duros, voltou para a casa e bateu a porta com vigor ao entrar. Por um bom tempo, Scorpius ficou apenas ali, estático, tentando olhar através de onde ela desaparecera. Sentia como se tivesse voltado no tempo, naquela noite há dois anos, sentado à beira da cama de um hotel cinco estrelas em algum lugar do Atlântico, mais desesperançado do que jamais estivera.

O que diabos ele havia acabado de fazer?


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Notas finais do capítulo

Sim, eu sei. Essa tragi-comédia talvez tenha sido meio forçada, mas eu adorei. E tenho plena consciência de que não aconteceu muita coisa neste capítulo, porém Poppin' tem mesmo essa proposta (: Por motivos que não posso revelar aqui, a amizade dos dois está bem fragilizada e, antes que consiga a ajuda de Rose, Scorpius precisará recuperar a confiança dela. O que, by the way, ficará ainda mais difícil depois de tudo isso ;B
É, o Scorpius realmente conseguiu ferrar tudo de vez pro lado dele.
Mas quem não gosta de uma complicação? Hehehehe.
Já estou escrevendo o próximo capítulo, então ele provavelmente sairá logo!
Beijos, atéee!
PS: Mais alguém se sentindo órfão de WIWYM aí? ): Estou com tanta saudade!