Hermione acordou, olhou pela janela e viu as flores da primavera. Se levantou e foi até o banheiro escovar seus dentes. Pela janela entrava um visgo. Ela respirou fundo e deu um meio sorriso. Ela sabia que aquele dia seria diferente. Depois de escovar os dentes ela foi para o quarto colocar o uniforme. Pegou os livros e saiu correndo para tomar seu café da manhã. Quando chegou, encontrou Harry e Rony sentados em uma das mesas.
– Oi meninos.
– Hermione! - Disse Harry - a primeira vez que você se atrasa em seis anos!
– Ah, eu não acredito! - disse Rony.
– Estou atrasada? Ah, não pode ser! Quanto tempo tenho até a aula de poções?
– Cinco minutos, - Disse Harry - é melhor se apressar!
– Ah não! Bom, eu vou indo, tchau!
– Vai lá - disse Rony.
Hermione andou rápido para chegar à aula, mas a poucos metros da sala esbarrou em James Hungraid, o aluno novo, que derrubou alguns de seus pergaminhos.
– Ah...! - Hermione se debruçou para recolher seu trabalho de poções.
– Me desculpe, eu te ajudo.
Os dois se levantaram e ficaram parados ali, se olhando como duas estatuetas, até que James quebrou o silêncio.
– Oi! Eu sou James Hungraid...
– O aluno novo? - Hermione parecia nervosa.
– Sim, como sabe?
– Bom, nunca te vi por aqui - ela se acalmou.
– Ah claro, - ele sorriu - e você é?
– Hermione Granger.
– Muito prazer! - Ele apertou sua mão.
– O prazer é meu.
E mais uma vez os dois ficaram em silêncio, apenas se olhando, mas dessa vez Hermione quebrou o silêncio.
– Ah não, o professor Snape está fechando a porta! Eu tenho que ir! - Hermione saiu correndo.
– Espere! - James gritou - Podemos conversar depois da aula?
– Aãn, claro, se a gente conseguir se encontrar nesse lugar enorme.
– Tudo pode acontecer! - ele falou com um meio sorriso em seu rosto, e Hermione não pode conter seu sorriso.
Hermione entrou na aula e cinco pontos foram retirados da Grifinória pelo atraso. Quando a aula acabou James estava na porta.
– Oi Hermione! - Ela tomou um susto.
– Oi James.
– E então, que tal me mostrar a escola?
– Ah claro... - Ela se perdia em seus olhos cada vez que ele olhava para ela.
Depois de mostrar a escola James acompanhou Hermione até o salão comunal da Grifinória.
– Bom, eu te deixo aqui! - Ele a olhava fixamente - Até amanhã.
– Até amanhã! - Ele a beijou na bochecha.
Ela ficou sem graça, deu um meio sorriso e entrou pelo buraco do retrato. Ele a olhou até ela sumir de vista.
– Oi Harry, Oi Rony! Que noite linda não é mesmo?
– Hermione, você está bem?
– Estou Harry! Melhor impossível!
– Onde passou a tarde toda? - Disse Rony.
– Com um amigo.
Harry e Rony se olharam confusos. Hermione foi para o quarto dormir, e naquela noite teve o sonho mais perfeito de sua vida. Sonhou que estava, em uma manhã, na Floresta Negra quando chegou um garoto misterioso que cobria o rosto com o capuz que sentou-se ao seu lado. De repente, ele saiu correndo e ela foi atrás. Eles chegaram à uma linda cachoeira com água espumando nas pedras e flores roxas nas margens. E quando ele ia beijá-la...
– Acorde Hermione! Acorde!
– Ah! O que foi Parvati?
– Você precisa me ajudar! Eu não estou mais aguentando!
– o que foi? Sente-se.
– Bom, é que, hoje de manhã eu percebi que estou apaixonada, e como vocês são amigos eu pensei que você poderia me ajudar a me aproximar dele!
Hermione passou a mão pelo rosto que seguiu até os cabelos para arrumar a franja bagunçada.
– E quem é ele?
– Rony Weasley!
Hermione franziu as sobrancelhas e olhou fixamente para Parvati com uma expressão de dúvida e desaprovação.
– Você está louca? - Disse, sentando-se na cama.
– Por quê?
– Não estou acreditando! - Hermione passou a mão nos cabelos presos mais uma vez e sua expressão se suavizou.
"Bom, claro que eu te ajudo, mas primeiro me diz por que se apaixonou tão de repente! O que você viu nele?"
– Bom, hoje de manhã, depois de escovar os dentes, eu fui até o salão comunal para pegar meu casaco, porque lembrei que tinha esquecido ele na poltrona ontem. Então, quando eu estava descendo encontre o Rony sentado no sofá olhando fixamente para o chão, parecia estar pensando em alguma coisa muito importante, e quando o vi daquela maneira, tão concentrado não resisti. Andei silenciosamente até as costas do sofá, tampei seus olhos e disse: "Adivinha que é". E ele disse: "Fala logo ou eu vou abrir os olhos". Então eu falei: "Não será preciso, a única coisa que você precisa saber é que sou sua admiradora secreta!". Eu o beijei e sai correndo, e ainda por cima esqueci meu casaco!
– P-P-P-P-P-PARVATI!
– O que? Fiz algo de errado?
– Não, não, claro que não! Mas ele tem namorada, e ela parece um cão de guarda!
– Ah, mas ele é tão lindo, tão forte, tão carinhoso, tão...
– Está bem! Eu já entendi, não precisa ficar repetindo.
Então as duas começaram a rir (Hermione ainda com a cara amarrada).
– Mas então, você vai me ajudar?
– Tá, eu vou tentar...
Parvati saiu com um sorriso largo no rosto. Hermione se arrumou e foi para o Grande Salão tomar café da manhã.