Just Harry escrita por The Escapist


Capítulo 6
Capítulo 6




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Harry estava vivendo seu próprio drama sentimental para dar atenção aos problemas conjugais dos pais; mal tinha reparado que Tiago voltara para casa na noite anterior, para ele o que interessava era que havia mais de uma semana que não falava com Hermione. Ela o ignorou de todas as maneiras possíveis.

Os cochichos pelos corredores da escola haviam diminuído, as pessoas já tinham encontrado outro assunto, mas ele ainda não havia conseguido contar para Hermione que não era culpado pelo e-mail. Mesmo nas aulas de Snape, quando tinham que trabalhar em grupo, ela evitava falar com Harry, limitando-se a debater com Neville.

Todos já tinham acabado o exercício, Hermione entregou a folha com as anotações ao Professor Snape e saiu da sala, Harry estava lhe esperando no lado de fora.

— Hermione, vamos conversar, por favor.

— Será que você ainda não entendeu que eu não quero falar com você?

— Eu não escrevi aquele e-mail, Hermione, eu juro, eu nunca faria isso com você, você sabe.

— O que eu sei, Harry, é que você é uma pessoa completamente diferente do garoto que eu conheci na Escócia. Só isso. Agora, se você puder me deixar em paz, eu agradeço. Com licença. — Hermione foi embora, deixando Harry sem reação.

Harry estava descobrindo como era ficar arrasado; não lembrava de algum dia ter estado tão triste; de todos os seus momentos de pobre menino rico aquele era o pior. Como se não bastasse ter perdido Hermione, o seu melhor amigo também tinha se afastado; era o tempo mais longo que já tinha ficado sem falar com Ron, com exceção das férias, claro, eles eram amigos há tanto tempo e, Harry também parecia descobrir que não era um bom amigo.

Na verdade, era como se se desse conta de que merecia perder as pessoas de quem gostava, afinal, não sabia dar a elas o valor merecido. Ele queria pedir desculpas a Ron, mesmo que sem saber exatamente por que, mas estava envergonhado, ou talvez fosse orgulho. Harry não sabia dizer, o fato é adiou por vários dias a conversa, enquanto isso, passava a maior parte do tempo sozinho, já que nunca tivera muita paciência para bajuladores como Finingham e Thomas.

— O Harry parece arrasado — disse Ron, vendo-o de longe, sentado no pátio da escola.

— Espero que ele sofra bastante, talvez se dê conta do que perdeu.

— Desde quando você é tão egoísta, Giny? Eu vou falar com o Harry.

— Ronald?

— Ele é meu amigo.

— Ele me traiu.

— Isso é entre vocês, Giny, não é comigo. — Ron deixou a irmã reclamando da sua falta de sensibilidade com ela e foi até Harry. — Ei, cara.

— Hey.

— Eu acho que exagerei com você, Harry.

— Não, talvez você tenha razão, eu não sou mesmo uma pessoa legal.

— A Giny pegou pesado escrevendo aquele e-mail, eu nem sabia que a minha irmã era tão inteligente para ter uma ideia dessas.

— Nem eu. Olha, eu não quis sacanear a sua irmã, sério, eu gosto da Giny, ela é uma garota legal, só que a nossa história acabou e eu estou gostando de outra garota agora.

— Da Granger?

— É.

— Você está gostando dela de verdade, não é? — Harry assentiu. — Poxa, como é gostar de uma garota que não suspira quando você passa no corredor? — Harry deu um sorriso.

— Estranho, desafiador, difícil, sabe, é querer impressioná-la, ter vontade de ser o cara certo para aquela garota. É isso. — Os dois amigos ficaram um instante em silêncio.

— Você fez bem em terminar com Giny, pelo menos você foi sincero com ela, quer dizer, se você gosta mesmo dessa Granger.

— Valeu, Ron.

— Bom, e o que você pretende fazer para voltar com a Granger?

— Não sei, quer dizer, eu nunca precisei conquistar uma garota antes.

— Talvez você precise de ajuda. — Harry olhou pra o amigo, e deu um sorriso sarcástico, depois ele e Ron foram para aula discutindo sobre qual seria a melhor maneira de conquistar uma garota. Harry estava contente por poder conversar com o seu melhor amigo.

XXX

— Isso é completamente ridículo, Weasley.

— Isso é o que as garotas gostam, dá um tempo e veja o que vai acontecer. — Ron deu um tapa no ombro de Harry e apontou para onde Hermione estava; os dois ficaram observando quando o rapaz da floricultura entregou o buquê de rosas vermelhas a garota. Hermione leu o cartão e jogou-o na lixeira mais próxima com flores e tudo. Ron engoliu em seco.

— Então é disso que as garotas gostam?

— Evidentemente, a Granger é uma garota diferente... — Ron disse desconfiado.

— Francamente, Ron, o que você escreveu naquele cartão?

— Bem, ahm...

— Esquece, nem me conta. Pela cara da Hermione ela deve ter ficado com um pouco mais de raiva de mim.

— Ela tá fazendo charme — Ron concluiu. — Harry, as garotas adoram fazer isso.

— Se você diz! — rebateu Harry com azedume.

— Ok, a gente vai pensar em outra coisa, eu vou pensar em outra coisa, à noite te falo.

— À noite eu vou sair. — Ron fez uma cara de espanto. — Com o meu pai, Ronald.

— Ah, bom. Mas por que você vai sair com o seu pai? É mais um daqueles jantares com os amigos dele?

— Eu não sei, ele disse que a gente ia jantar fora, só isso, deve ser alguma coisa do tipo.

Harry não encontrou nem o pai nem a mãe em casa quando voltou da escola; mais tarde Sirius lhe disse que Tiago tinha telefonado do escritório e dito que o encontraria no restaurante. Com certeza eles jantariam com alguém importante e Lilian estava se arrumando. Harry só queria que avisassem quando ele teria que passar horas com um sorriso plástico no rosto; mas o lado bom era que depois de bancar o filho perfeito poderia pedir alguma coisa, qualquer coisa aos pais como pagamento pelo seu bom comportamento.

— Espero que não sejam os Mason — disse consigo mesmo enquanto seguia o garçom até a mesa; mas Tiago estava esperando por ele sozinho. — Eu cheguei muito cedo?

— Não, Harry, você chegou na hora certa.

— Onde está a mamãe? E os nossos convidados?

— Não há convidados hoje, Harry, e a sua mãe não vem, bem, somos só nós hoje.

— Hum, noite dos garotos?

— Mais ou menos isso.

— Posso pedir uma bebida? — Harry disse enquanto recebia o cardápio do garçom.

— Água com gás para ele, por favor. — O garçom se virou e saiu. — Então, como você está?

— Bem.

— Tudo bem com a Giny Weasley?

— Na verdade nós terminamos. — Tiago sorriu sem graça; o garçom voltou com a taça de água para Harry. — Nós já podemos pedir? Ótimo. Eu quero steak tartar de salmão com caviar de entrada, e, o filé recheado com foie gras.

— O mesmo para mim, obrigado. — O garçom anotou o pedido e se retirou.

— Por que a mamãe não veio?

— Eu precisava falar com você, Harry. Uma conversa de pai para filho.

— Sei. — Harry arqueou a sobrancelha desconfiado.

— O que você tem feito na escola?

— O de sempre, nada de novo, você sabe...

— E você já pensou no que vai fazer depois da escola?

— Que tal uma viagem para a Espanha? Madri, Servilha, Mayorca...

— Que tal faculdade? — Harry deu de ombros. — O que esse dar de ombros significa, Harry? Você não se preocupa com o seu futuro?

— Pai, você me trouxe aqui para perguntar se eu vou fazer faculdade?

— Ora, Harry, que tipo de pai eu seria se não me preocupasse com o seu futuro? Mas você tem razão, não foi apenas para perguntar se você vai fazer faculdade que eu te chamei aqui hoje. Eu quero falar com você, sabe... — Tiago esperou que o garçom terminasse de servir o jantar e se retirasse antes de continuar; o mais difícil de contar sobre a separação ao filho, era que ele mesmo ainda não estava convencido. — Bom, eu quero falar com você sobre eu e sua mãe, Harry.

— O que aconteceu?

— Nós vamos nos separar.

— QUE? Como assim?

— Nós conversamos muito, e decidimos que o melhor no momento é nos separarmos.

— Vocês resolveram se divorciar, assim, de repente?

— Não, Harry, nós já pensamos nisso há alguns meses, eu já tentei tudo para salvar o nosso casamento, mas a Lilian está decidida.

— Então a culpa é sua? Você não tem sido um bom marido?

— Na verdade eu não sei o porquê, Harry, talvez a rotina.

— Mas vocês não se amam?

— Eu amo a sua mãe, Harry, mas eu não posso obrigar a Lilian a ficar casada comigo, essa decisão foi mais dela do que minha.

— Você vai aceitar sem fazer nada?

— Eu já fiz o que podia, Harry.

— Parece que não foi o suficiente.

— Você não imagina como isso é difícil para mim, filho. Eu ainda acredito que nós possamos voltar, mas eu não quero forçar nada.

— Então, o que vai acontecer?

— Nada vai mudar em ralação a você, Harry, é bom que você saiba disso, independentemente de qualquer coisa, você terá seus pais ao seu lado.

Não era a notícia mais agradável de receber, principalmente quando se tinha seus próprios problemas para se preocupar; embora não passasse muito tempo com os pais, e Tiago e viajasse muito, Harry não pôde evitar ficar triste vendo-o sair de casa. Não era como se o mundo pudesse acabar por que seus pais estavam se divorciando, mas para alguém criado numa estrutura familiar teoricamente sólida, isso significava uma mudança brusca.

XXX

Harry estava se acostumando com a ideia, ou pelo menos pensava que sim. Passados os primeiros dias, pôde perceber que sua mãe não parecia triste com o fim do casamento; Lilian e Tiago se tratavam bem, ele via o pai praticamente todos os dias, às vezes até com mais frequência que antes. O fato de a separação do casal Potter ter sido noticiada em alguns tabloides não incomodou a família, normalmente não se importavam com esse tipo de coisa. A Harry só restava torcer pra que os pais voltassem a ficar juntos, enquanto ele mesmo estava a ponto de desistir de reconquistar Hermione. A cada dia que passava a garota ficava mais longe dele, era até difícil acreditar que eles já tinha ficado juntos algum dia.

Hermione estava na biblioteca procurando um livro de história medieval; Harry ficou escorado na estante esperando que ela percebesse sua presença, mas a garota estava concentrada folheando um livro.

— Acho que eu entendo por que você se esconde aqui entre os livros. — Hermione assustou-se ao ouvir a voz deixando o livro cair; Harry apressou-se em apanhar. — Você também se assustou quando a gente se encontrou a primeira vez, lembra?

— Na verdade não.

— Você estava tocando “A passionata”, depois a gente foi dar uma volta, você disse que queria ser astronauta para poder voar entre as estrelas. Você estava olhando para as estrelas, mas eu só conseguia ver o seu rosto. — Harry aproximou-se, tocando o rosto de Mione, ela deu um passo pra trás. — Hermione, eu não escrevi aquele e-mail, eu sei que você sabe disso. — Harry quase beijou Hermione, mas ela o empurrou. — Você não pode me dar uma chance, Hermione?

— Você teve duas chances, Harry, e desperdiçou as duas.

XXX

— Eu quase o beijei, Luna, eu pensei que tinha superado, mas...

— Você ainda gosta dele, Granger. — Hermione assentiu, mordeu o lábio e balançou a cabeça; não tinha adiantado nada mesmo ter enfiado a cara nos livros, se esconder nos estudos não a ajudara a tirar Harry da cabeça. — Por que você não... Ele não escreveu aquele e-mail, afinal...

— Ele diz que não escreveu, como eu posso saber se é verdade?

— Você acha que não é verdade que a Giny armou tudo?

— Mesmo assim, Luna, ficar com alguém como o Harry é pedir para sofrer.

— Honestamente, Mione, você está sofrendo agora.

XXX

Quando a reunião do conselho de Administração da Potter Corporation acabou, Tom Riddle recebeu diversos apertos de mãos parabenizando-o pela nomeação ao cargo de vice-presidente.

— Parabéns, Tom — Tiago Potter foi o último a apertar a mão de Riddle.

— Obrigado, senhor.

— Então, ao trabalho, sua nova sala tem uma ótima vista. — Tiago sorriu e saiu na direção de sua própria sala conversando com um dos diretores da empresa.

Tom apanhou a pasta na mesa e saiu da sala de reuniões, passou pelo saguão e recebeu o costumeiro sorriso sexy da secretária; entrou na nova sala que ocuparia; sentou na cadeira de couro, recostou a cabeça no espaldar, fechou os olhos e os lábios abriram-se num sorriso de triunfo. Estava a um passo do topo de sua carreira, agora só havia um degrau a subir, apenas uma pessoa estava acima dele na hierarquia, mas depois de chegar até ali, Riddle não tinha dúvidas de que conseguiria seu objetivo, seria o próximo presidente da Potter Corporation.

XXX

— O que você achou da nomeação do Riddle? — perguntou George, o diretor mais antigo da empresa e amigo de Tiago desde a faculdade.

— A diretoria fez sua escolha. O Tom é um excelente profissional.

— Eu quero saber o que você acha, Tiago?

XXX

Hermione estava jantando com os pais no Laguna, um dos restaurantes mais caros de Londres, mas era uma ocasião especial. Amélia e Maurice Granger estavam comemorando 20 anos de casados, eles mereciam aquele jantar.

— Eu acho que vocês deveriam ficar sozinhos!

— Mione!

— Não se preocupe, querido, sua mãe e eu teremos nosso próprio tempo, agora queremos comemorar com você, aliás, um brinde a nossa amada princesa — Maurice propôs erguendo a taça de vinho junto com a esposa, Hermione também brindou com água.

— Aos Granger! — Hermione tomou um gole de água, mas se engasgou e tossiu.

— Tudo bem, Mione?

— Ah, estou bem desculpe.

— O que houve?

— Nada, estou bem mãe — Hermione falou, e tentou continuar jantando normalmente, mas involuntariamente erguia a cabeça para olhar a mesa onde Harry estava jantando com o pai.

Ela pensava que Harry não tinha notado sua presença ali, mas estava enganada, por isso se engasgou novamente quando o garçom foi até a mesa onde estavam os Granger e disse que o Sr. Potter estava convidando-os para juntarem-se a ele ao filho; meio sem entender direito, afinal, eles não se conheciam, Maurice Granger agradeceu, mas inverteu o convite, pedindo que os Potter se juntassem a eles.

— Eu estava ansioso para conhecê-la pessoalmente, Srta. Granger — disse Tiago Potter ao cumprimentar Hermione e depois de se apresentar aos pais da garota, explicando que os filhos estudavam na mesma escola e eram amigos. — O meu filho tem falado muito de você.

— É mesmo? — Hermione tentou não ficar boba com o sorriso de Harry.

— Ah, Sra. Granger, sua filha linda, e pelo que eu soube, também é a garota mais inteligente da escola! — Maurice e Amélia sorriram orgulhosos, enquanto Hermione ficava vermelha. Então era o plano de Harry deixá-la vermelha na frente dos pais? pensava.

De repente Maurice e Tiago pareciam amigos de infância e conversaram a noite inteira; Harry ficou mais calado, participando pouco da conversa, mas sem parar de olhar para Hermione. Antes de si despedirem os pais combinaram um jogo de golfe. Hermione já estava no carro com os pais quando recebeu uma mensagem de texto no celular. Era de Harry. DESCULPE PELO MICO. HP. Hermione não evitou sorrir.


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Notas finais do capítulo

muito obrigada a Debs, RoseMalfoy e ViMarag que comentaram os capítulos anteriores, valeu mesmo continuem deixando seus reviews lindos!



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