PDV Bella

-Demorou no banheiro querida- Observou meus pai
Droga, ninguém me avisou que ele era observador!
-Eu também fui tomar um ar- Eu disse
Ele assentiu levemente e voltou a conversar com os amigos.
Quem diria que com os amigos Charlie fosse um cavalheiro?
Esse pensamento me fez lembrar uma conversa que tive com minha mãe.

******FLASH BACK ON********

-Quer dizer que meu pai é um porco mãe?- Perguntei com a inocência de uma menna de 7 anos.
Era mais um dia ensolarado em Phoenix. Minha mãe, ao ver um cara jogando lixo na rua, comentou que meu pai já havia feito isso.
Ela sorriu docemente e eu a abraçei. Ela era sempre assim, tão doce... Tão amável.
-Não querida. Seu pai não é porco. Quer dizer... Só um pouco- Ela disse e nós rimos.- Ok, ele é porco. Mas é um amor.
-E por que vocês se separaram?
A expressão de feliz dela desabou um pouco.
-Ah querida... O amor é complicado.
-Você ainda o ama?- Perguntei alegremente
-Quantas perguntas!- Ela disse e sorriu.- Bem... Sim, eu ainda o amo.
-Então volta com ele mamãe!
-Não posso... Não dá. Agente briga muito.
Eu estava pronta para mandar mais uma pergunta quando ela me abraçou e saimos rolando pela grama.
Gargalhei como nunca naquele dia.

*********FLASH BACK OFF*****

Só percebi que chorava quando olhos atentos se fixaram em mim.
Limpei as lágrimas rapidamente e forçei um sorrisinho.
-Filha...- Disse Charlie porém eu o imterrompi
-Não liga para as lágrimas pai. È que...
-Você sente falta delas- Concluiu ele
-Muitas- Eu disse
Novas lágrimas se criaram.
Charlie limpou elas delicadamente- ou tentou ser delicado- E disse:
-Eu também sinto falta delas
Suspirei.
A dor apertava meu coração de tal forma que minha vontade era de sair correndo. Mas eu não podia.
Tinha que ficar aqui. Fingir que estava bem. Mesmo não estando.
Suspirei novamente e desviei o olhar para a mesa.
Depois de algumas palavras consoladoras que os amigos de Charlie proferiram a mim, a conversa deles retornou.
Fiquei calada e imóvel esperando a hora de ir.

Horas depois...

-Gostou deles?- Perguntou Charlie
-Sim- Eu falei sem desviar os olhos do trânsito.
-Que bom. Eles te adoraram.
-Hum
A conversa morreu ali.
Eu sabia que Charlie tinha algo para falar e que não conseguia.
Sabia que se incentivasse ele falaria. Mas fiquei quieta. Queria evitar o assunto.
Que assunto era esse?
Ele queria me consolar. Como todos. Só que não quero ser consolada.
Estou cansada disso. Sei que todos tem boas intenções mas estou cansada.
Logo quando chegamos Charlie pegou sua cerveja. Encher a cara para ele era um bom modo de se esquecer os problemas.
Sinto pena de Charlie.
Eu fui uma grande bomba jogada em suas costas 'engênuas'. E agora ele não sabe como agir.
Sabe, as vezes me sinto sozinha.
Sem ninguém para contar o que realmente acho e sinto.
Para todos eu tenho que fingir estar bem- mesmo ninguém acreditando.
Não quero ser um problema.
Aí tenho que sempre estar mentindo. Escondendo minha dor.
Subi e- como de costume- me joguei na cama.
-Ei, eu não conto não?- Perguntou Renesmee se deitando ao meu lado
-Você está morta Nessie- Expliquei
Ela suspirou.
-Queria estar com você. Viva.
-Eu sei, eu sei.
Ficamos em silêncio por um tempo. Depois ela falou, animada:
-Edward, Edward, Edward!
Olhei para os lados, procurando-o.
Ela riu- uma risada irônica. A cara dela.
-Não boba. Ele não está aqui. Eu só falei o nome dele para te alarmar.
Cerrei os punhos.
Renesmee levantou as mãos em sinal de paz.
-Bay!- Disse ela
-Calma Nessie. Preciso que me diga uma coisa.
-Ok,manda.
-Por que mamãe não vem como você?
Renesmee enrijeceu e se foi. Se foi sem me responder!
O que será que ela esconde??

No outro dia...

-Bella, acorda- Disse meu pai
Balançei a cabeça como se negando e me virei para o lado.
-Bella...- Cantarolou mei pai e mexeu meu corpo
Revirei os olhos impaciente. Droga, por que ele não me deixa quieta?
Senti que estava caindo mas não liguei. E quando resolvi me importar já estava no chão.
-Ai pai!- Reclamei
Ele riu e deu de ombros. Òtima maneira para acordar, pensei mal humorada.
Puxei a toalha- que estava estendida na porta- e fui direto para o banheiro.
Entrei no banho quente e relaxei. Quase voltei a dormir.
Quando estava saindo do banheiro paralisei.
Uma sensação totalmente estranha me inundou.
Algo horrível vai acontecer, gritou minha mente.
-Algo horrível vai acontecer- Repeti por meus lábios imóveis.
De repente fiquei totalmente apavorada e morrendo de vontade de voltar para cama.
È bobagem Isabella, tentei me convencer. Um café bem quentinho vai tirar essa idéia doida da cabeça.
Botei uma calça jeans e uma blusa azul claro. Deixei meus cabelos presos em um ravo de cavalo alto e botei meus fones de ouvido.
O café já estava na mesa. Um bolo bonito estava posicionado perfeitamente no centro.
Levantei os olhos e encontrei o olhar de Charlie. Ele esperava uma aprovação.
Apenas sorri e assenti. Isso bastou para sua expressão se iluminar.
Depois que tomei meu café e levantei, a sensação foi deixando meu corpo. Aproveitando a trégua saí de casa.
O dia estava quente. Estranhamente quente.
Eu estava atravessando a rua quando...
-Cuidado!- Alguém gritou. Mas já era tarde. Eu já estava lá.
Um carro doido veio correndo em minha direção. Fechei os olhos e esperei a dor do baque. Mas ela não veio.
Em vez disso senti mãos duras empurrando-me para a calçada.
Abri os olhos, atordoada, e encontrei os olhos dele.
De Edward.