Amor por Compaixão escrita por CarolFernandes


Capítulo 10
Capítulo 8 – Sem Controle




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A semana passou rápido, ou é apenas a minha grande ansiedade e euforia para começar os estudos?

Essa era a pergunta que eu me fazia.

Já era domingo e eu me encontrava olhando para o relógio de meia em meia hora, em busca de algum tipo de acelerador do tempo para que eu pudesse começar logo o que tinha vindo fazer em Cambridge.

A maioria dos estudantes poderia estar torcendo para as férias não acabarem, para não terem que acordar cedo e todas essas coisas, mas eu não. Queria colocar a mão na massa. Conhecer pessoas novas, aprender, viver. Se eu estava fazendo todo esse jogo de sedução com Edward, era apenas para realizar meu sonho. E o dia seguinte era o primeiro passo.

Em falar em Edward, nós estávamos naquele momento de conhecimento ainda. Eu não perguntava sobre a doença dele, nem ele falava sobre ela porque, para mim, Edward era como qualquer outro garoto. E eu sabia que ele gostava desse tratamento diferenciado. Mesmo sem querer, todos lançavam olhares de pena para ele. Era meio que natural. Eu não.

Em determinado momento ele me chamou de ‘Margarida’. Eu abaixei minha cabeça, envergonhada, mas ainda assim com um sorrisinho bobo. Depois disso ele me chamou de Margarida outras duas vezes. Era a flor preferida dele e isso era especial para mim.

Edward já me olhava diferente, com brilho. Ele também sorria bastante ao meu lado. Isso me deixava muito mais feliz do que eu imaginei que deixaria.

Essa era minha missão: Deixá-lo feliz.

Pensei que não precisaria namorar com ele, iludi-lo e magoá-lo caso algo diferente acontecesse. Eu não queria isso. Não queria me atirar para ele, seduzi-lo e obrigá-lo a fazer qualquer coisa.

Decidi que manteria Edward feliz como uma amiga, uma irmã. Apenas isso. E também deixaria meus sentimentos fechados dentro do meu coração. Eu não podia arriscar gostar dele demais.

“Bella.” Emmett gritou, sentando ao meu lado na escadaria da frente da casa. Estava olhando para o céu e pressentia que a neve chegaria mais cedo naquele ano. “E ai, nervosa?” Deu uma cotovelada brincalhona no meu braço. Eu soltei uma risada.

Porque Edward não era como Emmett? Porque minha espinha tremia quando Edward me tocava?

“Muito.” Suspirei.

“Você vai se dar bem, fica tranquila.”

“Obrigada, mete.”

“Hey.” Edward gritou, saindo de dentro da casa e se sentando no meu outro lado. “Esta meio frio aqui, não?” Mexeu as sobrancelhas, encarando Emmett.

“Sabe que eu não acho?” Ele riu, fazendo o chão tremer. “Ok, ok.” Levantou e foi embora.

“Odeio quando vocês conversam em código.” Admiti. Edward levantou, estendendo a mão para mim e me ajudando a ficar em pé.

“Nós não falamos em código. Quer dizer, nós mal nos falamos.” Disse, me acompanhando para dentro.

“Falaram sim.” Teimei e ele riu.

“Temos uma surpresa para você!” Já na sala, Esme disse, se aproximando sorridente.

“Que surpresa?” Perguntei curiosa. Esme trocou um olhar sapeca com Edward.

Eu os segui até a garagem da casa, e já imaginava qual era a surpresa. Eu não queria que eles comprassem um carro para mim. Já era demais. Se Esme tivesse comprado, eu recusaria, mas era Edward. Quer dizer, ele sabia, ele estava oferecendo a surpresa também.

Quando chegamos, pude distinguir que o carro azul era um Mini Cooper da BMW.

“Eu não posso aceitar isso.” Disse, mas meus pés me traíram, indo em direção ao carro e examinando-o. Era tão lindo e brilhoso! (http://www.carrosnitrados.net/blog/wp-content/uploads/2008/08/mini-cooper.jpg)

“Você não só pode, como vai.” Esme disse rindo. “Esse carro era do Edward, mas ele quase não usou.” Eu tentei olhar para Edward, mas meus olhos não saiam do carro.

“Mas vocês podem vender, sei lá. Não precisam dar para mim.” Oh meu Deus! Vocês precisam dar isso para mim! Mente traidora!

“Não seria lucrativo.” Edward deu de ombros assim que eu consegui olhar para ele. “Você acha que vai para a faculdade como? A pé?” Pensando por esse lado, eu realmente precisava daquele carro.

“Dê uma voltinha, Bella.” Esme disse. Eu fiquei como uma bolinha de ping pong, entre os dois.

“Eu não posso aceitar.” Repeti.

“Bella.” Edward respirou fundo. “Se você não aceitar, vai me deixar magoado.” Esse era o momento da minha vida onde eu devia recusar algo, mas não podia. Estava em cima da linha entre o certo e o errado, mas como já estava fazendo todas as coisas erradas mesmo, resolvi aceitar.

“Tudo bem, mas se vocês precisarem desse carro para qualquer coisa, ele ainda é de vocês. Eu só vou para a escola com ele.” Edward e Esme sorriram um para o outro e ela pediu novamente que eu desse uma volta, só que dessa vez incluiu seu filho. Às vezes eu sentia as investidas dela em nos deixar a sós muito escancaradas, mas Edward levava isso bem.

Quando entrei no carro e Edward se sentou ao meu lado, tudo parecia um pouco trocado. Começando pelo fato do meu banco ser o direito – coisas de ingleses – e eu ser destra. Em Forks, eu dirigia o carro velho do meu pai, então não sabia como mexer naquela máquina maravilhosa.

“Aqui você liga o carro.”

“Eu sei qual é o primeiro passo para dirigir.” Revirei os olhos. Eu tinha sido grossa, mas Edward não ficou chateado, apenas segurou o riso.

“Tudo bem, faça como quiser. Eu só queria dizer que tenho muitas chances de morrer, ainda mais nesse momento, no carro com você. Então se acontecer alguma coisa, não se sinta culpada.” Explicou.

“O que?” Franzi o cenho, olhando para ele. Nesse momento pisei sem querer no acelerador e o carro andou rapidamente. Gritei, assustada, e Edward se jogou em cima de mim para controlar o carro.

Já fora da garagem e com o carro parado, ele deu uma gargalhada.

“Bella, você me diverte.” Eu abaixei a cabeça, corando fortemente e ele levantou o meu rosto. “Você liga o carro.” Ligou. “Coloca na primeira marcha.” Engoliu seco, fazendo isso. Nossos olhos estavam fincados um no outro e eu me senti em uma batalha de quem pisca primeiro. “Acelera devagar.” Não tinham vencedores, mas quando eu acelerei e o carro andou do jeito que eu queria, me senti vitoriosa. Edward voltou a encostar-se no assento do banco e a corrente elétrica no meu corpo cessou.

“Obrigada.” Segurei um gritinho histérico. “Eu estou dirigindo uma BMW, não acredito nisso!” Meus pensamentos viraram palavras e eu me senti envergonhada outra vez quando ele riu. “Que bom que eu te divirto.” Era o meu trabalho.

Pensei que fosse demorar a dormir naquela madrugada de domingo, mas, pelo contrário, dormi que nem um anjo. As coisas com Edward, Esme e a Universidade passariam a fazer algum sentido na segunda-feira. Era o que esperava, pelo menos.

Eu ia para a escola e Edward ia se encontrar com Doutor Darwin. Fui me despedir dele no seu quarto, achando que o doutor não tinha chegado, mas ele já estava lá. Mesmo sem querer, acabei ouvindo um pedaço da conversa pela porta.

“Você sabe que há uma chance, não sabe?” Ele perguntava calmamente.

“Eu sei.” O suspiro de Edward foi audível. “Mas as chances são muito pequenas. Eu infelizmente acho que vou esperar até morrer.”

“Não pense assim.” Interrompeu. “Precisa ter fé e esperança.” Me segurei para não entrar no quarto e dizer que concordava com o doutor em tudo, apesar de não entender muito bem a conversa deles.

“Eu tenho fé e também tenho esperança, mas sou realista. Não quero ver o rosto de Esme outra vez, quando descobrirmos que mais uma pessoa não é compatível a mim. Ninguém parece ser.” Darwin sussurrou algo que eu não consegui captar, mas ouvi atentamente Edward. Eu não podia perder uma palavra dele. “Eu já desisti a muito tempo, doutor. Estou cansado de perder.”

“Você tentou se matar. Se arrepende disso?”

"Sim. Penso em como as coisas estariam se eu realmente estivesse morto." Explicou. Antes que Darwin dissesse qualquer coisa, eu meio que tropecei na porta. Não pergunte como. Eu estava perfeitamente parada e de repente fiz um barulhão. Edward veio até a porta e sorriu para mim. Pensando pelo lado bom, eu não tinha caído.

“Eu vim dizer tchau.” Falei rápido, sorrindo. Não precisava dizer que tinha furado sua privacidade, afinal, fora sem querer.

“Tchau.” Ele disse ainda sorrindo e me abraçando forte. Respirei fundo o seu cheiro, tentando ser forte o suficiente para deixá-lo só e ir para a escola. Não me chame de dramática, mas eu me sentia realmente mal o deixando ali. “Boa sorte, margarida.” Eu sorri mais a menção do apelido carinhoso dele.

“Eu vou voltar.” Sussurrei e ele assentiu. Doutor Darwin apareceu, apertando minha mão.

“Você deve ser a Bella. Estava no consultório, certo?” Perguntou franzindo a testa.

“Sim.” Respondi abaixando a cabeça. “Como você sabe meu nome?”

“Alguém citou você muitas vezes.” Deu de ombros e eu pude sentir Edward endurecer de nervosismo. Eu quase sorri. Então ele falava de mim.

“Bem, eu tenho que ir. Foi um prazer, doutor.” Ele me mandou um olhar significativo em retribuição e eu olhei para Edward. Ele estava daquele jeito pensativo de sempre, mas envergonhado também.

Quando eu entrei na BMW, sorri por vários motivos. O primeiro era que eu estava dirigindo o carro dos sonhos, o segundo era que eu estava indo para a escola dos sonhos e terceiro, bem, o terceiro motivo era que eu não conseguia parar de pensar no garoto dos meus sonhos. Eu não sabia que existia um, até aquele momento.

A cada passo dado, eu só pensava que iria desmaiar. Era tudo, tudo incrível. Era mais do que eu imaginava, sonhava e idealizava. Queria chorar, gritar, pular...

Eu nunca tinha usado um uniforme escolar, e assumo que gostei de como ele ficou em mim e em todos os outros. Éramos todos iguais. Você olhava e não criava rótulos pela imagem. Era tudo tão mais crescido, tão diferente do high school.

Pus a mão no gramado, absorvendo a energia que havia ali. Estava renovada.

O prédio da Escola de Direito de Cambridge era novo, tinha todas as paredes em vidro e continha uma biblioteca gigantesca dentro das suas instalações. Se eu precisasse fugir do mundo, eu não me encolheria nos livros velhos que tinha em Forks, e sim, usufruiria daquela biblioteca incrível.

Na minha segunda aula, fiz amizade com uma garota chamada Rosalie. Ela era alta, loira e tinha olhos azuis. Aproximamos-nos porque seríamos parceiras de turma durante todo o semestre. Ela também estava encantada. Era uma antiga moradora de Londres, muito simpática e divertida.

“Whoo! Ele é bonito.” Ela disse, olhando para um garoto gigantesco atrás de mim. Estávamos bebendo um chocolate quente no intervalo de vinte minutos das aulas.

“Gosta de garotos grandes?” Perguntei.

“Não...” Disse mordendo os lábios e rindo. “Eu gosto de homens grandes.”

“Rosalie, não faz diferença.” Brinquei, rindo também. Ela fez um biquinho.

“Só me chame de Rose. E você, de que tipo de garoto gosta?” Bebeu um pouco do seu chocolate, me fazendo pensar.

“Do tipo frágil.” Disse segurando um sorriso.


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Notas finais do capítulo

Eu esperava que no capítulo 9 eles já estivessem juntos, mas resolvi que as coisas não poderiam ser tão fáceis... Gosto de como eles se tornaram confidentes, amigos e como se tornarão mais do que isso. Não vai demorar muito, eu prometo.

Eu iria postar no sábado, mas acabei demorando muito para deixar o capítulo revisado. De qualquer jeito, postei um dia antes, mas acho que só postarei outra vez na segunda que vem...

A claragb fez uma pergunta, que eu acho que vocês também tem. "A Bella vai contar para o Edward do plano? Qual será a reação dele?" Adianto que eu não sei se a Bella vai contar, ou se o Edward vai descobrir... hum... adoro fazer mistério! De qualquer jeito, a reação do Edward é uma incógnita até para mim. OPDA tem me ajudado a criar a personalidade dele, então provavelmente vou saber essa resposta com o tempo.

Mas até a fic acabar... ELE VAI SABER/DESCOBRIR.

Queria agradecer outra vez pelas reviews e dizer que sem vocês eu não teria forças para continuar escrevendo. De verdade, muito obrigada.

Cáh