Birth Of a Guilty escrita por mclever


Capítulo 1
Primeiro capítulo - Eve


Notas iniciais do capítulo

Hm, A fanfic ao todo, é composto por menos de três chaps, mas os chaps, são grandes, então, espero que eu não esteja dificultando a leitura de vocês.~ O casal é AoixUruha, como eu disse no Disclaimer. Well, apreciem a leitura. ♥



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Procurei algo a minha volta que me curasse de toda a dor. Mas não havia nada que tivesse tal efeito. Uruha era minha solução, mas... Ele não pertencia mais a mim. Era ele que me segurava sobre a terra, tal como a gravidade. Sua respiração era a meu ar. Seu corpo era minha carne. E nosso sangue se fundia em um só.

       

       

Agora ele não está aqui. Deixe-me explicar.

                       

Há mais ou menos uma semana atrás.

       

Vestia-me apressadamente à beira da cama de casal. Eu estava absurdamente atrasado para o trabalho. Porém, uma vantagem de meu emprego, é ser o chefe. Na verdade, quase. Não preciso me preocupar muito com atrasos.

- Nee, koi... O café está pronto... – Uruha disse, colocando a cabeça na porta. Em seu rosto, o loiro exibia um sorriso lindo, de derreter o gelo, se fosse o caso. – Ah, Kami! Ainda não se vestiu?

- Já estou indo Uru... – Eu ri com a careta estampada no rosto do outro. – Está meio difícil pôr esta calça... Vou ter que aumentar o número...

- Ah amor! Eu já te disse quantas vezes que é pra pôr a calça enquanto não estiver excitado? Fica difícil entrar, nee...

- Disse é? – Ri baixo. No fim, Uruha me ajudou a colocar o jeans, e logo depois, segui para o trabalho.

Meu nome é Shiroyama Yuu, mas chamam-me por Aoi. Tenho um namorado chamado Takashima Kouyou, ou Uruha, simplesmente. Estamos juntos há oito anos. Nos conhecemos no colegial, e moramos juntos há quase cinco anos.

Sou gerente de uma empresa de imóveis, então tenho bastante tempo livre dentro do escritório. Uruha é chefe-editor de uma revista de bandas J-rock muito famosa de Tokyo. Ele prefere trabalhar em casa, ao invés de sair todo dia e ir até a editora.

Minha rotina é basicamente: Acordar, comer, ir para o trabalho, jogar conversa fora com Reita, e casa. Mas dias como quarta-feira, eu compro uma garrafa de sakê antes de voltar pra casa, para dar ao loiro.

Um forte odor de produto de limpeza emanou em minhas narinas, deixando-me enjoado.

- Com licença, Aoi? – Meu secretário bateu na porta e colocou a cabeça para dentro para que eu pudesse enxergá-lo.

- Sim? Algum problema, Reita? – Loiro, 172 cm, rosto marcante e bonito. Com uma faixinha branca amarrada na cara que tapa o nariz. Sempre fico pensando se há algum problema com o nariz do loiro. Por mais que as pessoas o achem estranho, eu acho ele um p*** gostoso. Eu e Uruha já até conversamos sobre convidá-lo para um menage, mas Reita já tem um namorado. Que por coincidência, é colega de trabalho de Uruha. É um rapaz baixinho, bonitinho... Como era mesmo o nome...? Ruka? Não, não... Ruka é nome de mulher... Ru... Ru... Ru o quê mesmo? – RUKI! – Sem perceber, eu havia gritado e pulado da minha cadeira giratória. Eu estava congelado na pose estranha que havia se formado sem querer. Fui relaxando após alguns segundos; uma cara de psicopata ficou estampado em meu rosto.

- C-como...? – Reita se aproximou com uma pasta de arquivos enfiada debaixo do braço. – Você está bem?

- Etto... Ah sim, estou ótimo. Bem, o que queria, Reita?

- Chegou uma correspondência pra você. Parece que vai poder fazer a transferência para Paris. – O loiro sorriu.

- Wah! Não creio. Está brincando comigo, não está? – Ri de felicidade, enquanto abria o envelope. Eu esperava por este dia mais do que nunca. Pretendia levar Uruha para Paris junto, onde eu pretendia fazer uma surpresa.

- Na verdade, eu não estou brincando. Parabéns! – Reita hesitou, pensando. – Ano... Porque diabos gritou o nome do meu namorado...? – Fiquei sem-graça e desesperado ao mesmo instante. Mas inúmeras ideias brotavam em minha cabeça.

- Pensei em comprar um Chihuahua para Uru, e pensei no nome de Ruki. – Falei despreocupado.

- O-oh... Achei que fosse algo... Ano... Algo mais importante... – Ele arqueou as sobrancelhas ao fitar-me. – Etto, vou indo. Um cliente me espera. – Ele se virou e saiu. Ergui o envelope e gritei:

- Obrigado, Reita! – Ouvi de longe o loiro murmurando algo como “Não há de quê”.

Seis horas em ponto. Ainda tinha muitas pessoas trabalhando na empresa, mas eram funcionários noturnos. Verifiquei se estava tudo conforme o planejado para a reunião do outro dia, e desci do prédio.

Adentrei a mão ao bolso e retirei um cigarro Marlboro Menthol Light da cartela. Acendi-o logo em seguida. Caminhei pela quinta avenida e fui até uma loja de artigos e enfeites. Eu havia passado por lá semana passada, e vi algo que chamou minha atenção. E por sorte, ainda estava na vitrine; dava para ver enquanto eu atravessava a rua.

Era uma pequena rosa vermelha esculpida por cristal. Perfeito para dar ao Uruha. Até porquê, o mesmo têm um fetiche por rosas. Ri baixo enquanto adentrava ao local.

- 3.170 yenes, senhor. – A moça de trás do balcão informou-me o preço do objeto. – O senhor não deseja colocar um cartãozinho com mensagem própria? – A menina entregou-me um papel branco e uma caneta; seu sorriso era bonito.

- Oh, muito obrigado. – Entreguei-lhe quatro notas de mil yenes e peguei a caneta de sua mão. – Não precisa de troco.

Apenas escrevi duas palavras e enfiei dentro do pacote; saí às pressas, precisava comprar o sakê ainda. Caminhei pela rua principal e parei diante de uma loja. Acima de mim estava a tão conhecida placa “Casa de Sakê”. Era ali que Uruha gostava de comprar suas bebidas. Dizia-me que era bom. Não me era muito agradável que Uruha bebesse. Porém, de uns dois anos para cá, o loiro tem apenas bebido em ocasiões especiais. O ato do pobrezinho me comoveu tanto, que eu criei um dia de semana que ele pudesse beber sakê à vontade. Bom, ele escolheu quarta-feira, que foi o dia em que nós nos conhecemos. Passei pela porta simples e adentrei ao local, familiarmente conhecido. Fui até a prateleira e peguei uma garrafa.

Coloquei no balcão e peguei a carteira. Entreguei duas notas para o homem de barba branca, e sorri.

- Obrigado. Saco de papel ou plástico? – O velho senhor perguntou-me com a voz rude.

- Papel. – Eu respondi, enquanto o outro colocava a garrafa em um saco.

- Volte sempre!

Quando saí, o céu estava escuro e o sol já estava se pondo. Corri para o estacionamento e peguei o carro. Eu estava atrasado para o jantar.

- ... Tudo planejado, hm? Sim, ponha muitas luzinhas de natal. – Foi tudo que ouvi quando entrei no apartamento. Fechei a porta devagar, sem fazer barulho, e andei silenciosamente até Uruha, que estava de costas para mim; ele estava conversando ao telefone na sacada, admirando a paisagem. – Isso mesmo, às nove horas, estarei lá. Convença seu amigo, eu preciso dele.

Eu não estava entendendo nada daquela conversa, mas resolvi deixar de lado.

- Amor. – Eu disse alegremente ao loiro. O mesmo virou-se num pulo com uma expressão de pavor. Ele murmurou algo no telefone e veio até a mim, com a expressão já desfeita.

- Aoi! Que demora, nee... Eu estava ficando preocupado. – O loiro disse-me, com seu semblante alegre.

- Oras, esqueceu que hoje era o dia do sakê?

Rimos juntos enquanto íamos até a cozinha. Uruha pegou a garrafa e colocou-o na estante de bebidas.

- Como foi o seu dia hoje, amor?

- Cansativo... E o seu, nee? O que fez hoje?

- Ano... – A sua expressão mudou. Era indescritível o sentimento que tomara seu rosto. Como se estivesse procurando alguma idéia. – Etto... Hoje fiz muitas coisas. Deixe-me ver... Ano, hoje fui ao mercado, e depois passei na editora pegar as cartas... Depois, eu voltei pra casa e editei a capa da próxima edição da revista. É, resumindo, o meu dia foi longo demais sem você aqui comigo.

Derreti, apenas de ouvir as últimas palavras. Fitei o maior com ternura e selei os meus lábios contra os dele. Uruha estava abraçado a mim, naquele contato tão típico dele.

- Quer que eu te ajude a cozinhar, nee?

- Se chegar a tempo, sim. – Ele riu. – Mas vá tomar um banho agora, não quero essas mãos sujas tocando na minha comida. – Uruha me empurrou para a sala e deu um tapa em meu traseiro.

No caminho da cozinha ao meu quarto, eu fui sorrindo a mim mesmo. Era tão fácil sorrir quando se tem Uruha perto de mim. Mantive meu semblante alegre até... Não sei dizer por quanto tempo fiquei radiante daquela maneira. A felicidade não se desgrudava de mim; pois amanhã eu o terei por completo.

Aqueles sorrisos, aquelas expressões, tudo. Tudo. Tudo que envolvesse Kouyou, seria meu. Por isso que pessoas se casam. Por mais que nós digamos que não precisamos de um papel para certificar-nos de que pertencemos um ao outro, eu queria fazê-lo o homem mais feliz da terra, pedindo-o em casamento.

Guardei o pacote, onde continha a rosa de cristal, no mesmo lugar onde eu guardava o anel há mais de dois anos.

De noite, a lua se transformaria em um holofote, as estrelas em pequenas luzes, sob o céu lindo de Paris. Eu faria daquela noite, o mais inesquecível de todos. Eu poderia até morrer de tão feliz que eu estava. Tirei a camisa social e entrei no box.

O ar de dentro do banheiro era gélido, eu havia percebido apenas depois de entrar. Encostei a porta e me despi por inteiro. Liguei o registro do chuveiro e esperei a água esquentar. Pus o pé para dentro da banheira, e quase mordi minha língua de tão quente que estava.

- Mas que diabos! – Resmunguei a mim mesmo.

Satanás queria me ver de mal humor, mas não ia conseguir. Ajustei a temperatura e entrei. A água era morna e estava agradável, juntamente com o aroma doce que dominava o banheiro. O que restava de gélido em meu corpo, foi se desfazendo, logo que a água atingia-me.

Meu dedos chegaram a ficar enrugados pelo tempo que fiquei no banho. Enrolei-me numa toalha branca e saí enquanto secava meus cabelos negros com outra.

Um cheiro delicioso de lámen penetrou em minhas narinas, e fui correndo à cozinha. Uruha estava servindo dois pratos de macarrão quando eu entrei. Eu pretendia xingá-lo, por não ter esperado, mas vê-lo de avental amoleceu-me completamente.

- Fez lámen, amor?

- Sim, Aoi. Eu não agüento mais comer aquele teu assado de carne com batatas. – Ele riu enquanto colocava a panela no balcão de aço batido. – E também podia aprender a cozinhar outra coisa, nee?

- Por você, eu cozinho qualquer coisa. – Foi um simples sussurro, nada mais que isso. Envolvi-o por trás, e beijei sua nuca.

- Você me deixa tão sem jeito às vezes... – Um bico se formou em seus lábios quando o loiro disse. – Você sabia?

- Sim, eu sei amor. – Eu respondi de olhos fechados, com o rosto mergulhado em seus cabelos.

- Como sabe? – O tom de surpresa ressaltou no tom de voz do maior. Ele se virou e estava com uma expressão de dúvida.

- Porque você fica vermelho que nem um tomate. – Eu respondi enquanto sorria. Cutuquei o nariz do outro; Uruha baixou o rosto, envergonhado. Um ato tão próprio do loiro. Beijei o alto da testa do mesmo, e desci em direção à boca.

Adentrei minha língua em sua boca, e ele cedeu passagem. Beijávamos num ritmo devagar. Nossos lábios se afastaram após algum tempo, e Uruha abraçou-me forte.

- Sabe que dia é amanhã? –Sussurrou o loiro em meu ouvido.

- Sei sim, meu amor. - O dia que eu te pedir em casamento, pensei.

- Não, você não sabe. – Isso me pegou de surpresa... Amanhã é dia dos namorados, não é? Uruha definitivamente pirou.

- Hm...? Etto... Eu acho que sei... Do que está falando, nee?

- Deixe isso para lá. – Ele sorriu. Eu senti seu queixo ficando rígido contra a pele de meu ombro. – Aishiteru, vida.

- Eu também te amo, Kou. – Meu coração palpitava muito. Ah, como amo esse loiro, céus! Afastei-me dele para olhar em seu rosto. – Vamos jantar, e depois que tal um filme?

- Fechado. – Os cantos de seus lábios se ergueram. – O lámen já está esfriando, vamos logo.

- Vamos, eu te ajudo.

Peguei os pratos e levei até a sala de jantar. Uma brisa de noite gélida atravessou meu corpo e me dei conta que eu estava ainda semi-nu.

- Etto... Vou lá vestir-me. – Ri constrangido e cocei a cabeça.

- Volte logo. – Assenti e entrei apressado ao quarto, procurando por vestes. Coloquei uma regata preta e uma calça de abrigo, e fui comer.

O resto da noite foi simplesmente mágico.

Foi tão lindo que chego a chorar só de lembrar. Você se lembra disso, Uruha? Naquele sofá, olhando um filme no qual não prestei um mínimo de atenção, apenas te contemplando. Estávamos tão juntos que chegou a me aquecer por inteiro. Era tanto amor e afeição, que não cabia tudo naquela pequena sala.


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Notas finais do capítulo

O próximo chap vai sair semana que vem. :3~

Reviews? ;__;