Segredos Submersos escrita por lovegood


Capítulo 48
Sobre as paredes do labirinto


Notas iniciais do capítulo

Eu tinha dito que a fic iria até o capítulo 52, certo?
Bem, errado. Agora vai até o capítulo 53... haha #grandediferença



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Quando a escuridão do túnel subterrâneo voltou a nos envolver, eu não sabia se eu me sentia grata por Tânatos ou se deveria descer ao Campo de Asfódelos novamente para dar um soco em sua cara.

Grata por ele ter devolvido Harry e Ron para mim quando poderia muito bem permanecer a mantê-los presos lá; com vontade de dar um soco em sua cara pelo fato de eu não saber como me guiar dentre a infinidade de corredores que traçavam o caminho de volta daquele túnel.

– Hermione – disse Harry, assim que soltei-o de outro abraço. De alguma forma, eu precisava me assegurar que eles estavam de fato ali, comigo, e não fossem uma mera ilusão. – Por favor diga que você sabe como voltar a Manhattan.

Mesmo na penumbra – nas pontas de nossas varinhas havia apenas um Lumos – tive certeza que Harry conseguiu perceber o meu olhar de desculpa.

– Em todas as vezes em que estive aqui, era uma outra pessoa que guiava o meu caminho – falei, erguendo os ombros. – E eu realmente nem pensei em deixar algum rastro enquanto vinha com Tânatos até aqui. Ainda assim... podemos seguir contra o fluxo da água corrente – apontei para nossos pés. – Auguste Dupin havia dito que ela corre em direção à entrada do Mundo Inferior, então se formos contra ela, poderemos encontrar a saída que dá na 30th Street.

Quem? – perguntou Ron. Lembrei-me de que eles nada sabiam sobre o Maelström ou os híbridos.

– É uma longa história – disse eu, já começando a seguir o rumo contrário à água corrente. – Posso dar maiores detalhes quando conseguirmos sair daqui.

– Mione, acho que temos um bom caminho para percorrer até a tampa daquele bueiro – disse Harry – então tempo é uma coisa que não vai faltar para você nos por à par de tudo.

Inspirei profundamente, para então começar a contar a eles sobre os híbridos – como aparentemente tudo que até então acreditávamos era mentira, agora que eu sabia não ser mais a única descendente de tanto bruxos como deuses –, o Maelström e como seus membros acabaram se tornando nossos aliados contra Pallas, a viagem de volta à Inglaterra e como Kingsley conseguiu fazer os bruxos também se aliarem conosco. Falei também sobre meu encontro com Tânatos e o que levou ele a me trazer até o Campo de Asfódelos para soltá-los.

Minha voz parecia arranhar minha garganta assim que terminei. Fiquei em silêncio por algum tempo, deixando Harry e Ron sorver todas as informações que eu havia dito e apenas me focando em andar em frente. Desfiz o Lumos que minha varinha conjurava e tornei-a uma bússola. Estávamos de fato seguindo ao norte.

– Hermione – chamou Harry de repente. – O que é isso?

Apontou para um suporte na parede que parecia ser de ferro. Franzi as sobrancelhas e aproximei-me, analisando o objeto. Aparentava ser um daqueles suportes para tochas. No lugar onde deveria estar uma tocha, porém, havia um pequeno copo cilíndrico encharcado com um líquido viscoso. Conectado à lateral daquele copo, um pequeno e fino tubo preso também na parede, molhado também, indo em frente.

Harry apontou a varinha para a parede e pude então ver que aquele não era o único suporte. Enfileirados a cada dez metros, em média, havia mais daqueles suportes, todos eles interligados por aquele pequeno canal.

– Parece ser um sistema de iluminação bem rudimentar – falei, tirando o líquido da ponta de meu dedo. – Estranho eu não ter reparado antes. Não havia isso nas paredes nas vezes em que os híbridos e Tânatos me trouxeram até aqui embaixo.

– É provável que estejamos em um caminho diferente.

– Tenho quase certeza – falei. – Vamos.

Continuamos a seguir.

Por mais que estivéssemos realmente indo a um ponto cardeal em específico e que nos guiássemos pela água sob nossos pés, após longos minutos de caminhada não pude deixar de estranhar a situação em que estávamos.

Havíamos chegado a um ponto onde os sussurros de entidades desconhecidas voltavam a preencher nossos ouvidos, querendo nos puxar para fora do caminho. Não eram tão fortes como os apelos desesperados que existiam no Campo de Asfódelos, mas incessantes e insistentes da mesma maneira.

– Tem certeza que estamos no caminho certo, Mione? – murmurou Ron.

Observei ele e Harry atentamente, e indaguei-me se eles por acaso eram capazes de ouvirem as vozes da mesma forma que eu. Talvez eles nem mais as escutem, pensei. A estadia no Mundo Inferior provavelmente fez com que sussurros como esses nada sejam se comparados às almas que vagam eternamente por lá.

Esfreguei os olhos com as mãos, tentando expulsar aqueles pensamentos. Harry e Ron estavam comigo novamente; não havia nada com que se preocupar. Engoli em seco, não acreditando muito em mim mesma.

– Não – respondi baixinho. – Mas o que há mais a se fazer?

– Não sei... – disse Ron – eu sei que você pode achar idiotice, Mione, mas eu tenho a impressão de que já passamos por esse corredor.

Tentei ignorar a bile que subiu a minha garganta. Os sussurros preenchiam os meus ouvidos e pareciam impregnar meus ossos com seus lamentos intermináveis, não me deixando pensar propriamente. Imaginei que Tânatos estivesse lá embaixo, rindo de nós com aquele sorriso suave.

– Quase todos os corredores são iguais, Ron – minha voz saiu por um fio, conforme eu tentava convencer mais a mim mesma do que ele. Tirei a faca celestial de meu bolso e fui em direção a uma das paredes do túnel. Cravei com sua ponta um grande X na superfície cimentada. – Ponto de referência. Em frente.

Seguimos adiante.

Meus olhos já haviam se acostumado à semiescuridão, então se tornava mais fácil de andar lá dentro. Eu só esperava que Ron estivesse equivocado, todavia não conseguia impedir que aquela sensação de que algo estava muito errado se apoderasse de meu corpo.

Permanecíamos seguindo ao norte, e não demorou para nos encontrarmos com um caminho sem saída.

– Para lá – indicou Harry, e o seguimos à direita. Logo nos deparamos com uma bifurcação. A água que escorria de ambos os caminhos voltava a se encontrar no ponto em que havíamos parado e corria com a mesma intensidade nos dois lados. Concordamos em ir à esquerda, mas antes de tudo cravei outro símbolo na parede que separava os dois caminhos, desta vez um único risco vertical.

Pelo que minha varinha-bússola apontava, ainda andávamos em direção ao norte. Quanto mais andávamos, porém, mais eu tinha a sensação de que adentrávamos mais profundamente naqueles túneis ao invés de sairmos deles. Os caminhos tornavam-se cada vez mais tortuosos e a escuridão parecia aumentar ao nosso redor, quase pesando em nossos ombros. Os sussurros continuavam a nos seguir. As paredes se tornaram nuas; no caminho que agora havíamos tomado não mais existiam os suportes acoplados nelas.

Havíamos alcançado um corredor de longa extensão quando as varinhas de Harry e Ron se apagaram e a escuridão se tornou completa.

Paramos, estáticos. Os sussurros desapareceram junto com as luzes e a quietude se tornou tão presente como o escuro. Eu conseguia ouvir meu coração passar a acelerar, bem como as respirações de Harry e Ron.

– Por que vocês apagaram as luzes? – balbuciei, minha voz incrivelmente baixa mas ainda perfeitamente capaz de ser ouvida.

– Não apagamos – murmurou Harry em resposta. Senti como se minha respiração houvesse ficado presa em meus pulmões. – Não fizemos nada...

– E por que tudo ficou tão... quieto? – disse Ron, sua voz mal saindo pela boca. – Aquelas vozes... desapareceram?

– É como se elas soubessem que tem algo aqui que não deve ser perturbado – o pavor que começou a subir por meu corpo foi tão grande que eu mal sabia como eu ainda conseguia falar. – Harry, pode tornar sua varinha como bússola?

Ele obedeceu.

– Deu certo? – perguntei.

– Sim – falou.

– Ainda é possível fazer magia... – falei mais para mim do que para eles. – Qualquer que seja a coisa que apagou nossas luzes, talvez seja apenas com elas... lumos.

Minha varinha se acendeu normalmente. Ron fez a mesma coisa.

– Podemos voltar? – perguntou Ron. – Acho que não estamos no caminho certo.

Assenti e, em passos lentos, aos poucos fomos voltando de costas. Eu não poderia desviar o olhar – mais à frente eu tinha a impressão que haveria uma coisa nos esperando, apenas aguardando o momento para apagar nossas luzes e possivelmente nos matar.

– Talvez essa coisa não goste da luz – falei; eu, Harry e Ron ainda seguíamos de costas. – Por isso deve viver tão profundamente nesses túneis, onde luz alguma a alcança.

– Estávamos ainda em direção ao norte? – questionou Ron. Harry concordou com a cabeça. – Talvez devemos ir ao sul. Se essa coisa odeia luz e a principal fonte de luz vem da entrada do túnel, pode ser que esse bicho, ou tanto faz o que ele seja, viva na direção oposta.

– É uma boa – falei, um tanto surpresa. O raciocínio que Ron demonstrou era de fato ótimo. – Afinal, são tantas curvas e caminhos, que já reparamos que seguir contra o fluxo da água não está dando em nada.

A luz na ponta de minha varinha começou a tremeluzir e fraquejar. Não demorou para que ela se apagasse.

Ao longe, novamente no escuro, um ruído gutural e monstruoso – quase como um rugido – reverberou por toda a extensão do túnel, até chegar a nós. Em seguida, houve uma série de leves batidas contra a água do chão e a superfície cimentada das paredes, como pequenas garras e centenas de patas. A movimentação da coisa soava como algo molhado e nojento; talvez seu corpo deixasse um rastro de muco conforme andava. Segurei a ânsia de vômito, e desta vez gritei:

Lumos maxima!

Os poucos segundos em que o forte feixe de luz iluminou o ambiente foram o suficiente para eu sentir meu estômago embrulhar em horror.

Poucos metros à frente, havia uma criatura gigantesca cujo corpo branco e verminoso era tão grande ao ponto de preencher as paredes do túnel de um lado a outro. A súbita luz que joguei próximo de si fez com que seu rosto – consegui enxergar seis pequenos olhos em cima de uma boca de aspecto cavernoso com dentes do tamanho de meu braço – se contorcesse e soltasse outro daqueles rugidos, segundos antes da luz se esvair completamente e a escuridão ser a única coisa à minha frente novamente.

– Ah meu deus – foi o que consegui dizer assim que nos vimos no escuro outra vez. Ron emitiu um som que mais pareceu ser um ganido de medo.

“Deve haver muitas criaturas por aqui”, a lembrança da voz de Nico, na primeira vez em que percorremos o labirinto subterrâneo ainda em companhia de Marie e Dupin, pareceu ecoar em minha mente. “Não necessariamente pertencentes ao Mundo Inferior, mas também não humanas.”

– Corram! – foi Harry quem disse, e imediatamente eu e Ron obedecemos.

Tentamos ir no sentido oposto ao que antes estávamos seguindo, de modo a fugir do bicho. Ainda assim, era um tanto complicado tentar correr em completa escuridão, sem ter nada como ponto de referência para que fôssemos capazes de nos guiar.

Um outro rugido de aspecto líquido irrompeu no silêncio. Segurei as mãos de Harry e Ron e passamos a trotar pelo túnel, tentando ir em frente sem esbarrarmos em nada. Aqueles passos gosmentos e o som do arrastar daquele corpo segmentado nos seguiam e cada vez mais se aproximavam, fazendo-me pensar apenas em uma centopeia gigante e possivelmente faminta.

– Precisamos de luz – praticamente sussurrei. – Aquilo não gosta.

Corríamos cegamente em direção a um lugar qualquer, quando senti por cima de meu ombro o inspirar profundo de uma respiração ofegante; os pelos de minha nuca pareceram ser repuxados pelo ar frio sugado atrás de mim.

Eu sentia meu coração na garganta.

Lumos maxima! – gritei outra vez. A centopeia gigante e cheia de dentes e tentáculos na boca pareceu recuar momentaneamente, nos dez segundos em que a luz ficou acesa. – Harry, você está com a bússola, então guie-nos ao sul. Ron, me ajude a atacar esse negócio!

– Como? – Ron soava assustado e, no pouco tempo em que pude vê-lo, estava pálido.

– Qualquer feitiço! Qualquer coisa que ilumine!

Eu e Ron corríamos de costas para Harry, enquanto este nos guiava. Gritamos ao mesmo tempo:

Lumos maxima!

– Estupefaça! – o feixe de luz vermelha que saiu da varinha de Ron não foi tão eficiente quanto o lumos maxima, mas foi o suficiente para distrai-lo devido ao ataque no qual foi submetido. – Incendio!

O monstro rugiu mais alto do que nunca com o último feitiço, mas ao mesmo tempo recuou consideravelmente, ao passo que uma luz pareceu se acender em minha cabeça.

Não apenas luz, pensei. Mas fogo. Era o que mais aparentava sensibilizá-lo. Por Merlin, fogo.

Incendio! – fui eu quem gritei. – Ron, continue com isso!

Corríamos mais rápido do que nunca, ora em escuridão e ora na penumbra, o mundo se acendendo e apagando ao meu redor como um globo de luz piscante. Meus músculos doíam e meus pés já estavam molhados pelo constante pisar nas poças d’água; a respiração estava ofegante e minha pulsação parecia implorar para que eu parasse. Ainda assim, os pensamentos corriam com uma velocidade intensa e minha mente não parecia ser capaz de relaxar, não naquele momento.

Eu sabia que o que estávamos fazendo não ia conseguir ser capaz de segurar o monstro para sempre; funcionaria apenas como uma distração temporária. E eu não saberia o que fazer quando esse plano esgotasse.

– Hermione! – a voz de Harry me chamando soou como minha salvação. Ele parou subitamente, fazendo com que eu e Ron esbarrássemos nele.

– Por que você parou? – exclamou Ron. – Incendio! Alarte Ascendare!

O fogo fez com que o bicho se retesasse; o ataque em seguida, empurrou-o para trás e o fez cambalear momentaneamente, o que deu a brecha para que Harry me apontasse a parede e eu entendesse.

Havíamos retornado ao túnel inicial, reconheci, assim que vi o grande X cravado na parede por minha própria faca. Dos dois lados daquele símbolo, suportes de ferro presos ao cimento, parte de uma longa cadeia de iluminação.

Apontei para o suporte no mesmo momento em que a coisa voltava a rugir e avançar com seu corpo oleoso se arrastando por toda a superfície do túnel.

Incendio – minha voz saiu baixa, como se a satisfação que percorreu meu corpo estivesse destinada apenas a mim. O objeto imediatamente pegou fogo, que se alastrou para o corredor inteiro a partir daquele rudimentar sistema.

A coisa tornou a rugir, mas tal ruído aparentou ser mais de frustração e medo do que ameaça propriamente dita. Ela agora parecia gritar em agonia, como se estivesse sob incrível dor.

Não me senti culpada pela criatura apenas porque não tive tempo; tanto Harry como Ron novamente pegaram minhas mãos e me puxaram para longe do monstro, na direção do caminho que antes não havíamos tomado.

Voltamos a correr, ainda sem diminuir o passo. Meus olhos doíam com a luz que agora era constante; demoraram alguns minutos até se acostumarem outra vez.

Assim que minhas pupilas se habituaram à luz, porém, alcançamos um ponto no qual novamente as tochas não mais existiam e a penumbra se tornava predominante. Diminuímos a marcha ao percebermos que toda a situação se acalmou; a calma corrente d’água e nossas respirações ofegantes voltaram a ser os únicos ruídos a fluírem por meus ouvidos.

Os corredores não mais eram tão estreitos quanto outrora e o caminho se abriu em uma passagem bem mais comprida e extensa do que as outras. Reconheci-a como sendo o túnel principal e tive de segurar as lágrimas de alívio para que elas não escapassem de meus olhos.

Mesmo que o ambiente estivesse escurecido – mas não tão escurecido quanto nos momentos antes do monstro nos atacar, não, isso nunca – pude ver a alguns metros de distância uma pequena escada, vertical e que subia em direção à saída daquele labirinto antes interminável.

Nunca pensei que ficaria tão feliz por ver a tampa de um bueiro.

Ron subiu a escada primeiramente, seguido de Harry. Assim que pus a cabeça para fora do bueiro, o ar nova-iorquino que soprou em minha face – tão distante da claustrofobia dos túneis – foi o suficiente para que aquelas lágrimas voltassem e desta vez eu não fosse capaz de segurá-las.

Meus pés encontraram o asfalto do beco da 30th Street e fechei o bueiro sem olhá-lo. Sentia como se eu não fosse mais capaz de retornar àquele local, nunca mais. As emoções que eu estivera segurando desde o momento que encontrei Harry e Ron no Campo de Asfódelos – e que até então eu não havia percebido, dada a freneticidade de toda a nossa fuga – finalmente vieram à tona e só me dei conta disso ao sentir os braços de meus dois melhores amigos me enlaçarem, conforme os soluços irrompiam de meu corpo e minha vista ficava turva.

– Tá tudo bem, Mione – disse Harry, com a cabeça apoiada em meu ombro. – Estamos aqui.

Seus braços pareceram ir embora de meu corpo cedo demais. Pus a mão em frente à boca, tentando controlar os soluços.

– E-eu achei q-que havia p-perdido vocês dois p-para sempre...

Eles balançaram a cabeça simultaneamente e tive a impressão de ver um rastro de lágrimas naqueles olhos verdes e azuis.

– Não – murmurou Ron. – Acho que ainda vai demorar para você conseguir se livrar da gente, Mione.

Não consegui não sorrir com aquela informação. Minha respiração tão tardou a voltar ao normal e logo consegui enxugar todos os prantos.

– Devemos voltar ao hotel – falei. – Os outros vão ficar bem felizes ao vê-los retornar dos mortos.

– Bem, você sabe que comigo isso não é novidade alguma – disse Harry. Ri novamente, agora passando meus braços pelos ombros dos dois.

Já amanhecia. O sol ainda não havia se levantado, mas o ar assoprava em nós uma brisa fresca e o céu estava pintado com leves tons rosados. Perguntei-me quanto tempo eu teria passado fora – eu não sabia que horas exatamente Tânatos me fez acompanhá-lo naquele sonho – e suspirei conforme o amanhecer tomava forma. Seria muito provavelmente um dia lindo em algumas horas, mas estaríamos ocupados demais dentro de uma guerra.

Não quis arriscar me enfiar com Harry e Ron assim tão cedo em campo de batalha na Quinta Avenida, ainda mais quando eu nem sabia se as batalhas ainda ocorriam ou se um cessar-fogo temporário estava em andamento, portanto aparatei diretamente na frente do hotel.

Assim que entramos no saguão, eu não soube dizer o que trouxe mais euforia e confusão àquele local: se foi Harry e Ron retornando subitamente do Mundo Inferior – o choque misturado à alegria nos rostos de Annabeth e Nico foi um tanto inesquecível – ou a garota que estava sentada com os dois em um sofá.

O ar sonhador em seus grandes olhos claros e os cabelos loiros muito compridos tornavam-na impossível de não ser reconhecida.

Senti a incredulidade drenar o sangue de meu rosto ao vê-la acenar em nossa direção. Não olhei para Harry ou Ron, entretanto eu sabia que suas feições deviam estar em estado similares às minhas.

De minha boca saiu apenas uma única pergunta:

– Luna?


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