Segredos Submersos escrita por lovegood


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Meu primeiro crossover desses mundos, espero que gostem. E espero reviews. :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/115076/chapter/1

Desde meus 11 anos de idade, ao descobrir que era uma bruxa, a vida sempre me pregou peças. Às vezes, deitada em minha cama no dormitório da Grifinória, eu me perguntava o porquê de tudo que me acontecia tinha de acontecer comigo. Todas as conspirações, problemas com bruxos das trevas tentando matar meu melhor amigo, esse tipo de coisa. Má sorte, já cheguei a pensar. Coincidência, talvez (claro que não, depois percebi). Teria sido escolha minha, em primeiro lugar? Obviamente não. Não pensara em tudo que poderia ocorrer em minha adolescência, ao salvar Harry e Ron da enrascada de terem derrotado um trasgo.

Destino?

Sempre suspirei nessa última opção.

Logo depois, cheguei a conclusão que não, não era por causa de Harry que grande parte do que acontecia com o Trio de Ouro era uma total bagunça. Claro que, ser amiga do Menino-Que-Sobreviveu sempre contribuiu com isso (Voldemort em geral contribuiu), mas havia muito mais a nossa espera.

O mundo bruxo e o mundo olimpiano (que há pouco tempo eu mal sabia da existência além da mitologia e livros históricos, céus!) estarem prestes a entrar em colapso e consequentemente criar uma espécie de apocalipse para os habitantes de ambos não era exatamente culpa de Voldemort ou das Artes das Trevas, afinal.

Era minha culpa.

Implicitamente, claro. Não era culpa minha que eu houvesse nascido desse jeito, mas ainda assim. A culpa era de minha... bem, família. Pelo menos nesses últimos tempos.

Destino?

Sentada à beira de um lago, no coração do Acampamento, voltei a suspirar. Com a manga da blusa, tentei limpar as lágrimas que insistiam em cair de meus olhos, tentando esconder-me atrás das árvores.

Que merda, Hermione, por que você sempre tem de chorar?

O céu agora assumia um tom alaranjado devido ao sol se pondo. Fechei os olhos. A brisa era agradável e senti outras lágrimas escorrendo por meu rosto. Harry e Ron não estavam mais aqui para me ajudar. Esse pensamento me fazia sentir um pouco abandonada, por mais que soubesse que os dois nunca iriam querer fazer tal coisa comigo.

O que acontecera não fora escolha deles.

Eu sabia que aquilo também não fora por minha causa (pelo menos dessa vez pude culpar o destino), mas não conseguia tirar da cabeça que talvez eu poderia ter impedido.

Se eu contasse o que pensava a alguém como Annabeth, por exemplo, ela discordaria e, veemente, diria que eu era idiota ao pensar que pudesse discordar de algo que já havia sido previsto e considerado um ponto fixo em nossa corrida.

Eu não sabia se o fato de eu estar começando a adotar aquele costume de Harry de bancar o herói me fazia querer rir ou chorar ainda mais.

– Hermione! – Falando em Annabeth...

Tentando disfarçar, esfreguei rapidamente os olhos. As lágrimas haviam cessado, mas tinha certeza que meus olhos estavam inchados e vermelhos.

– Estávamos te procurando por toda a parte!

– Não precisava, Annabeth – falei, ainda de costas para ela, enxugando as últimas gotas de água que brotavam de meus olhos. – Eu estive aqui o tempo inteiro.

– Eu realmente não precisava, mas acontece que eu quis – disse ela, com firmeza. Sentou-se ao meu lado, e afagou meus ombros. – Estávamos preocupados com você. E ainda estamos, Hermione. Sei que as coisas estão muito difíceis para todos nós...

– Desculpe se todos devem me odiar agora – interrompi, sentindo aquele desagradável nó em minha garganta. – Eu só... eu só não sei o que mais fazer, Annabeth. É muita coisa para mim! Eu só tenho 19 anos, só queria ser uma pessoa normal de novo! Pelo menos por uma vez na vida. Não é minha culpa se... se eu nasci sendo uma aberração.

Annabeth hesitou.

– Você não é uma aberração...

– Sou sim – falei, me levantando. Não gritei ou fiquei histérica, mas minha voz endurecera. Ela baixou o olhar, e logo arrependi-me de ter agido dessa forma. De estar sempre sentindo-se como a culpada e a vítima. Voltei a sentar. – Desculpe. É que eu nunca senti tanto peso em cima de mim como agora.

Ela afagou meus ombros novamente. Eu gostava de Annabeth, assim como dos outros. Era uma pena, porém, que a falta que Harry e Ron exerciam sobre mim fosse maior agora que o afeto que eu sentia pelo restante do grupo. Incrível, a dor da saudade.

– Tudo bem – Annie voltou a sorrir. Os cantos de meus lábios se repuxaram para cima, espelhando o movimento dos de Annabeth. Senti seus braços se envolverem ao redor de meu corpo. – Eu sei que as coisas irão se resolver, Mione. Eu sei.

Retribuí ao abraço.

– Eu só espero.

Tudo bem, sei que você não deve estar entendendo nada. É realmente algo muito complicado juntar todos os fatos das coisas que estão acontecendo comigo nesses últimos meses. Mas, vamos apenas voltar a história um pouco para trás, quando minha vida finalmente deu uma grande reviravolta...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

(06/01/14 - capítulo reescrito pra corrigir alguns erros. A versão original desse prólogo nunca me fez feliz, então...)