Aira Snape escrita por Ma Argilero


Capítulo 11
Pesadelos


Notas iniciais do capítulo

Agora, somente postarei uma vez por semana.
O capitulo é um pouco curto, mas é cheio de detalhes.
Espero que gostem... E muitíssimo obrigada pelos reviews recebidos!



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Em uma campina, em uma noite tempestuosa, eu corria de uma pessoa. Não sabia de quem se tratava, mas sabia quer era perigoso ficar ao lado dela. Corria, mas cada vez mais ele estava próximo de mim.

  Tropecei e fitei aqueles olhos negros. O encapuzado abaixou o capuz e pude ver quem era. Eu estava fugindo de mim mesma. O meu outro eu estava sorrindo sadicamente, com a varinha em punho e seus olhos brilhavam. Ouvi barulhos e virei meu rosto para ver o que estava acontecendo.

  - Não se preocupe... Tudo estará terminado...

 Meu outro eu foi à direção ao barulho. Levantei-me e fui correndo atrás dela. Parei ao ver a carnificina que estava acontecendo. Homens com capas negras matando e torturando pessoas. Caí de joelhos no chão e comecei a chorar pelo que eu via. Procurei minha varinha, mas não a encontrava.

  - Não seja bobinha... – ouvi a minha voz próxima a mim, com um tom de escárnio. Arrepiei-me e levantei meus olhos.

  Meu rosto estava machado de lágrimas, porém, ainda podia ver como ela gostava de ver aquela cena.

  - Precisamos ajudar...

  - Você não pode fugir do seu futuro, Aira! – ela entregou-me minha varinha.

  Fitei a varinha e apertei. Pensava em usar contra ela.

  - Eu sou você no futuro...

  A observei mais atentamente. O meu eu era mais velho, com os cabelos até os ombros, olhar e expressão assassina. Ela me fitava, enquanto lhe examinava.

  Levantei-me e apontei e varinha pra ela.

  - Seu futuro foi escrito no instante em que nasceu... – coloquei a varinha entre seus olhos. – O seu destino é ser eu... Você não tem escolha... As trevas te querem...

 Abaixei a varinha.

  - Eles são seu alvo... – apontou morro abaixo. – Mate-os!

  Sequei minhas lágrimas e apontei a varinha para uma pessoa que subia o morro. Ele era jovem.

  - Mate-o! – ela dizia. – Mate-o e verá como é a sensação...

  Apontei a varinha pra ele. O rapaz ficou rígido e paralisado de terror. Senti um sorriso se formar em meu rosto.

  - AVADA KEDAVRA – um jato de luz verde saiu de minha varinha, acertou-o no peito. Ele caiu com um estrépito no chão.

  Olhei para o garoto morto e senti a sensação de ser uma assassina. Era maravilhoso ter esse poder...

- Aira! – acordei e vi dois olhos azuis me fitando. – Está tudo bem?

  Olhei Giulia e sentei-me na cama. Esse foi o pior pesadelo que tive em minha vida. Eu estava suada e com o coração acelerado.

  - Está sim.

  - Você estava gritando e depois passou a se contorcer...

  Levantei-me e fui até o espelho. Vi meu reflexo e fiquei aliviada em perceber que a minha expressão não estava fria quanto meu outro eu.

  - Não foi nada. Foi apenas um pesadelo...

  Deitei-me em minha cama e desejei boa noite a todas minhas colegas. O sono não viria mesmo se que quisesse. O meu rosto, contorcido em um sorriso gelado aparecia em minha mente. Era horrível pensar que em meu pesadelo matei uma pessoa.

  Se passadas duas horas desde que fui acordada, saí de meu quarto e fui andar pelos corredores. Estava com meu baby doll preto e descalça. A varinha estava em punho, mas não usei da iluminação. Parei em um corredor e vi que estava no segundo quarto andar.

  Sentei-me no chão e encolhi-me no canto mais escuro daquele lugar. Queria sofrer sozinha a minha desgraça. Desde que a Sibila Trelawney disse que meu futuro era negro, comecei a ter pesadelos frequentemente, cada dia um pior do que outro. Mas aquele me surpreendeu. Nunca que eu faria o que fiz naquele pesadelo.

  Ouvi um ruído e apontei a varinha, proferindo Lumus, baixinho. Vi uma silhueta virar o corredor. Fiquei de pé e decidi voltar ao meu dormitório e tentar dormir. Minhas noites sempre eram ter pesadelos e o cansaço de manhã era enorme.

§§§

Acordei mais cedo do que de costume e fui me preparar para um dia de puro cansaço. Fitei-me no espelho e peguei meu estojo de maquiagem.

  Invés de fazer a maquiagem básica: delineador e gloss. Resolvi mudar um pouco. Passei uma sombra preta, delineador e esfumar um pouco embaixo dos olhos e na pálpebra. Passei um batom, deixando minha boca levemente rosada. Conferi o resultado e achei excelente.

  Abri a porta e dei de cara coma Giu, que gritou, colocando uma mão no peito.

  - Que susto, Ra...

  - Estou tão feia assim...? – voltei para o espelho, mas eu não me achava feia.

  Giu estava atrás de mim, me virei e a fitei.

  - O que é essa pintura em seus alhos?

  - Isso se chama maquiagem, a melhor invenção trouxa, pois embeleza e esconde imperfeições.

  Passei por ela e peguei minha mochila e minha varinha.

  No salão principal, todos faziam suas refeições, animadamente, menos eu que ainda estava com a lembrança de se assassina em minha mente. Estava com medo de virar uma assassina. Não queria ser aquela pessoa de sangue frio, que mata por gosto. Coloquei as pontas dos dedos indicadores em minhas têmporas, tentando retirar a imagem de assassina dali.

  Fitei o salão e vi pessoas felizes. Peguei minhas coisas e ausentei-me da mesa. Meu apetite nunca mais seria o mesmo... Escorei-me na parede e deixei-me cair até o chão, com as mãos em meu rosto. Não chorava e tão pouco queria demonstrar fraqueza. Tombei a cabeça para trás e suspirei pesado. Fechei meus olhos e fiquei ali. Escutava pessoas comentando.

  Observei alunos parados e me fitando. Levantei-me e ajeitei minha meia e olhei meu coturno preto. Dois meses e nenhum professor deu detenção por não estar com as roupas adequadas, surpresa para todos. Abaixei e amarrei meu cadarço. Fiquei de pé e suspirei.

  - Já chega de verem a atração de circo... – passei por entre eles.

  Entrei na sala de feitiços e sentei-me no lugar de sempre e esperei Giulia e os outros sonserinos chegarem.

§§§

  Eu gritava, implorando pra que não o matassem. Implorava pra que tivessem piedade, mas eles rejeitaram e mataram-no. Eu fora amarrada e observei a tortura e ao ver aqueles olhos castanhos intensos e mortos me fitarem, deixou-me horrível.

  As cordas afrouxaram e fiquei cabisbaixa chorando pela morte dele. Uma mão levantou minha cabeça, puxando meus cabelos, fazendo-me olhar para o corpo inerte dele no chão. O sangue em sua roupa e as marcas da torturas... Era a pior coisa de ser ver.

  - Ele morreu... – era uma voz fria, que eu não sabia identificar como masculina ou feminina.

  - Seu cretino... – ele/ela tapou minha boca com sua mão e abaixou-se e me fitou.

  - Você fará pior com os outros...

  Senti meus ossos serem prensados e caí no chão com a dor dilacerante. A dor parou e eu virei de lado e cuspi sangue no chão. Minha língua havia sido cortada e aquele gosto de ferrugem era horrível.

  Olhei para a pessoa de preto, que matara ele e depois fitei meu sangue no chão.

  - O que tenho que fazer?

 Seus olhos brilharam e meus cabelos foram puxados novamente. Fiquei de pé a força e lutando para que meus joelhos não cedessem. Recebi minha varinha e aproximei-me dele. Fechei seus olhos e me virei, vendo vários anônimos me fitarem.

  - Matar...

 

Acordei suando e gritando. Tentei me levantar, mas caí no chão e comecei a tossir. Senti a mão da Giulia em minha testa.

  - Meu Merlin! Aira, você está ardendo em febre.

  Ela e Janine ajudaram a me deitar na cama e a cobrir-me novamente. Fechei meus olhos e senti frio, muito frio.

  Minutos depois, ouço vozes conhecidas e abro os olhos. Vi madame Prowfen com vários frascos de poções e McGonagall, conversando. Giulia passava uma toalha úmida em minha testa. Forcei um sorriso ao vê-la.

  - Ela vai ficar bem? – perguntou Ge, que até então eu não a tinha visto ali.

  - Sim, senhorita Cheege.

  Giulia curvou-me e madame Prowfen deu-me uma poção. Voltei a ficar deitada e a sentir frio.

  - A febre está muito alta. Temos que levá-la para a enfermaria...

  - Enfermaria não...

  - Claro que você vai! – ouvi a voz de Giulia, alta. – Te levo a força se for preciso...

  Professora McGonagall saiu e madame Prowfen também. Pensei que elas não queriam que eu fosse para a enfermaria, mas me enganei, ela foram buscar ajuda, pois não dava para me levarem levitando.

  Vi uma figura alta, de vestes pretas e cabelos negros se aproximar de mim. Pensei que era uma alucinação que eu tivera, mas era real. Snape pegou-me no colo com muito cuidado e foi saindo do quarto. Senti proteção estando em seus braços, era como se o calor paternal estivesse nele.

  Tinha a visão de algumas pessoas assistindo aquela cena inusitada. Minha cabeça tombou para trás, mas ele a aconchegou em seu peito. No meio do caminho até a enfermaria, apaguei.

§§§

Abri meus olhos e vi uma silhueta, andando em volta de minha cama. A claridade me cegava. Aos poucos me acostumei com a luz e percebi que estava na enfermaria. Madame Prowfen estava preparando algumas poções para eu tomar. Senti o colchão curvar-se um pouco e depois somente senti a poção descer por minha garganta.

  - Você estará bem em breve...

  - Há quanto tempo estou aqui?

  - Já são onze da manhã.

  Apaguei novamente.

- Por favor, pare... – um jovem implorava pra mim, mas eu fingia não ouvir e continuava o torturando.

  - Você não merece viver...

  Minha voz saiu gélida e continuei o torturando. Ele se contorcia e gritava. Aqueles gritos ressoavam pelo ambiente, fazendo-me sentir mais prazer em torturá-lo. Abaixei-me e o chutei.

  - A única saída para você é uma... – apontei a varinha pra ele. – A morte...

  O jato de luz saiu de minha varinha e o atingiu. O chutei para longe e sorri com o que acabei de fazer.

  - O próximo...

Acordei gritando e chorando. Madame Prowfen apareceu e ao me ver naquele estado, aproximou-se tentou me acalmar. A abracei. Precisava de carinho e reconforto, e por incrível que pareça, ela não se desvencilhou de meus braços e sim retribuiu.

  Após alguns minutos, parei de chorar.

  - Está tudo bem?

  Olhei-a e enxuguei meus olhos.

  - Sim.

  Tomei mais algumas poções. Continuava com febre alta. Observava os outros leitos e contava as pedras da parede, tentando passar o tempo.

  No final da tarde, entrou pela porta uma Giulia e uma Geovanna super preocupadas. Senti um abraço em conjunto, dado com muita força e amor. Olhei para elas, que pareciam apreensivas.

  - Ainda bem que você acordou. Faz dois dias que queremos te ver acordada...

  - Eu dormi tanto tempo assim?

  Tomei uma poção do sono, fora por isso que acordei dois dias depois.

  - Quais são as novidades?

  As duas se sentaram na borda de minha cama e começaram a contar as fofocas, que se espalhavam como água em Hogwarts.

  Ri muito de quando a Giu disse que um garoto ficou gago, quando começou a conversar com ela. Garotos nunca sabem ser tão naturais quanto nós, garotas. Giu também contou que está paquerando um corvinal. Dei toda a força pra ela começar a namorar e beijar logo. Ser BV estava fora de questão.

  - O que é BV? – perguntou as duas.

  Abri um sorriso.

  - Boca virgem. Nunca beijou ninguém. Sabe, beijo de língua e intenso.

  - Você é BV? – Ge perguntou mim, pois sabíamos que Giu era BV.

  Respirei e pisquei algumas vezes.

  - Tecnicamente sim.

  Quando digo tecnicamente sim, é porque sou superboca virgem. Virgindade bucal excessiva. Nem selinho dei em um garoto. Não queria continuar sem dar e nem receber nenhum beijo.

  Mau via a hora de sair daquela enfermaria e esticar as pernas. Eu podia andar, mas se fizesse isso, era repreendida. Somente via meus amigos e colegas antes do começo das aulas e depois delas. Ficava o dia, praticamente inteiro observando a ala e contando os objetos existentes.

  Finalmente, meu dia de receber alta chegou, mas antes tive que tomar mais dose de poção, somente para prevenir.

  Minhas melhores amigas foram me buscar. Mas eu não queria ir para o dormitório e sim ficar ao lar livre.

  Deitei-me na grama, fechando os olhos e respirando fundo. Sentindo o cheiro de grama e terra, invadir minhas narinas. Nunca pensei que fosse tão gostoso ter liberdade, sentir-se viva novamente, depois de uma semana enclausurada e presa em um leito de enfermaria. O sol tocava minha pele e era gostosa a sensação de calor, que exercia sobre mim.

  Abri meus olhos e vi as duas, me fitando.

  Joguei-me em cima dela e comecei a fazer cócegas. Mas era uma contra duas, então elas revidaram e eu comecei a rir com as cócegas.

  - Para – eu pedia entre risos. – Para, por favor... – parei de rir e elas pararam de fazer-me cócegas.

  Não as via mais e sim a cena em que eu matava sem remorso um jovem e depois ia para o próximo. Encolhi-me na grama e escondi minha cabeça em meus braços. Lágrimas caiam, mas eu não queria... Senti braços me puxarem e depois outro abraço em conjunto.

  - O que está havendo com você, Aira? – ouvi a voz suave de Giu.

  Não respondi. Era um segredo que queria guardar por toda minha vida, mas que acabei contando em certo momento. Nunca esqueci esses pesadelos, mas eles não me atormentam mais como no passado...

  Sequei minhas lágrimas e fiquei de pé. Tinha que ser forte e demonstrar. Respirei fundo e comecei a andar, Giu e Ge logo me alcançaram.

  Entrei no castelo e fui andando em direção a sala de Snape, queria saber porque ele ajudou-me. Sempre pensei que ele nunca gostou de ajudar ninguém, nem mesmo seus alunos. Não bati na porta, entre com tudo e fui andando até a mesa que ele ocupava.

  - O que significa isso, Stwert?

  - Por que o senhor me ajudou, quando eu estava febril?

  Ele se levantou e ficou defronte e mim. Assim, um de frente ao outro, ele era mais alto do que eu. Deveria ter ficado com medo, mas ele não me assustava.

  - Tenho o direito de garantir a saúde de meus alunos...

  Olhei para Giu e ge, que não se atreveram a entrar na sala.

  - Obrigada.

  Não pensei duas vezes e o abracei. Apertei-o com vontade e amor. Era estranho, mas eu sentia afeto por ele. Ele me abraçou por alguns segundos, mas depois me afastou. Não esperei pra ir embora, saí rapidamente.

  Fechei a porta atrás de mim e vi os olhares incrédulos, lançados a mim por minhas amigas. Expliquei tudo e sobre o abraço, elas entenderam que era pra agradecer.

  Às vezes eu fico imaginando se o Chapéu Seletor não me colocou na casa errada, pois ele mesmo dissera que se eu fosse para a Grifinória me daria bem. Eu não me sinto de corpo e alma Sonserina e sim somente uma parte. Quanto às características... Eu tenho das duas casas: coragem, não me falta; astúcia tenho de sobra; amigo... amo ser amiga; ambição, a ambição de ser alguém. Mas creio eu que o Chapéu fez sua escolha por um motivo.

  Quando entro na Sonserina, tive a surpresa de receber uma festa surpresa. Nunca imaginei que eles pudessem fazer isso por mim... E eu estava certa! Foram obrigados pela Giulia e pela Geovanna. Comemorei muito a minha melhora.


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Notas finais do capítulo

Mereço pelo menos um review?

Demorei pra postar, porque estava ocupada e agora que minha aulas começam nesta segunda, estarei mais do que ocupada!