A História de Annabeth Chase escrita por Leneh-Jackson


Capítulo 6
Alguém


Notas iniciais do capítulo

OK, Alguém é alguém mesmo. Qualquer um por aí que não seja tão estúpido a ponto de ignorar meus cachinhos dourados *3*
Aproveitem, Cupcakes.



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Sentei no banco da praça. Era difícl comer em um restaurante, porque o tempo de descanso era pequeno. Sorri para o sol e para o céu azul. Abri minha mochila e retirei os sanduíches de lá. Tinha comprado uma Coca no caminho.

Começei a mordiscar os sanduíches enquanto lia meu jornal. Então algo brilhou no meu campo de visão. Olhei na minha diagonal. Em um dos bancos da praça havia uma menina de cabelos dourados, calças pela canela e uma blusa branca manchada de comida em alguns pontos.

Ela sorria e montava um prédio com jornal molhado e amassado enquanto lia as notícias do outro. Um pássaro pousou no banco onde construía. Ela o observou com seus olhos cinzas brilhantes, cheios de inteligência, como se soubesse tudo sobre pombos.

Observou suas asas baterem quando voou para longe, numa dança desengonçada. Sorriu de novo e voltou os olhos para o seu prédio. Furava as janelas com o dedo e ficava balançando a cabeça e olhando o amontoado de papel de ângulos diferentes.

Quando ela girou a estrutura que pude perceber o que havia feito. Olhando de um ângulo era um prédio conservador, olhando de outro ele tinha janelas angulosas e um aspecto mais moderno. Ela sorriu, vitoriosa. Depois sentou no banco e ficou balançando as pernas no ar.

De vez em quando lia o jornal. O resto do tempo olhava para o céu com uma expressão triste, a boca era uma linha reta. E então me ocorreu um pensamento: o que uma menininha de usa idade fazia sozinha em uma praça?

Observou um garoto fazendo manobras de skate e um cachorro abanando o labo entre os arbustos. Três pessoas passaram por ali. havia uma mulher alta e bonita de mãos dadas com uma menininha que tinha um pirulito e um soriso no rosto, que por sua vez estava de mãos dadas com um homem que usava óculos de grau e também sorria.

Seu olhar seguiu aquelas pessoas. Então se levantou repentinamente, agarrou o jornal, amassando-o nas pontas, juntou toda suas forças nas suas mãozinhas finas e arremessou-o na grama.

Tremia de raiva, e algumas lágrimas rolaram pelo seu rosto numa confusão de cabelos e pedacinhos de jornal. Ela soluçava e tremia.

E então, com uma mão invisível me retorcendo o coração e me deixando sem ar, percebi que nenhum pai viria buscá-la. Ninguém havia dito a ela para esperar ali um pouco e voltado com um pirulito em mãos. Ninguém iria buscá-la. Ninguém ia pegar em sua mão e sorir afetuosamente para ela. Ela estava sozinha.

Olhei para o relógio. Droga, já estava na hora de ir trabalhar. E eu nem havia comido nada. Olhei novamente para os seus olhos cinzas. Tão inteligentes, parcialmente escondidos por seus cabelos brilhantes. Ela poderia ter um futuro. Um futuro tão brilhante quanto seus cachinhos.

E então percebi que eu nem estava com fome mesmo. Que minhas reclamações e sofrimentos não eram nada perto daquela jovenzinha tão madura. Percebi que depois do trabalho eu iria para casa, e comeria um prato de carne enquanto ela ficaria ali, no cimento frio do banco, sob as luzes fracas dos postes, expressando sua inteligência em malditos recortes de papel enquanto nem uma pessoa sequer se daria ao trabalho de levá-la para um estúpido lugar para que não passase a noite ao relento.

Levantei, peguei meus sanduíches embrulhados em papel alúmínio que reluziam com a luz forte do meio-dia e andei até o seu banco. Ela estava sentada, mas havia parado de soluçar e olhava fixamente para mim. Coloquei ali a Coca gelada e os sanduíches e esboçei um sorriso parecido com o daquele homem. Arrumei seus cabelos e pisquei para ela. Uma sorriso voltava vagarosamente para seu rostinho rosado.

E então me virei, com um sorriso completamente estúpido nos lábios. Mal sabia aquela garota que seus olhos penetrantes ficariam para sempre na minha memória. E rezaria para que, algum dia, enquanto eu parasse para comer um sanduíche, pudesse ver um prédio moderno e anguloso sendo construído.


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Notas finais do capítulo

Reviews e sugestões obrigatórios u-ú KKKK
Sugestões? Ela já encontra Luke e Thals no próximo capítulo?
OMG, nem se for um comentário só com 'oi, li essa merda' mandem aaalgo D: /ataquemodooff
Obrigada por lerem, seus limdos (: