Shunkashuutou escrita por suicide_party


Capítulo 16
shinshitsu


Notas iniciais do capítulo

*foi escrever duas linhas e escreveu capitulão* /o/



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 - Que horas são? – Saga esfregou os olhos, sorrindo enquanto se colocava sentado no sofá. O ambiente parecia bem mais escuro do que quando havia dormido, imaginou por um segundo que já havia anoitecido, mas percebeu que eram apenas as cortinas fechadas por Shou que davam essa impressão.

 - Quase quatro. Desculpa a demora, mas tinham mais coisas minhas lá do que eu podia me lembrar. – riu, apontando a mala no chão ao seu lado. Saga riu junto, levantando.

 - Tem um quarto vago lá em cima, se quiser eu te ajudo a arrumar as coisas lá. – o quarto vago era do irmão mais velho de Saga, o orgulho da família, principalmente dos pais. Estava vago porque ele havia saído de casa para fazer faculdade, e desde que saíra de casa no ano anterior, a única coisa que parecia restar para os pais de Saga era lembrá-lo a cada dia de como nunca seria como o irmão. O relacionamento de Saga com os pais nunca fora bom, nem mesmo quando seu irmão ainda morava com eles, mas Saga tentava não se deixar abater por isso, tentava se animar pensando que assim que fizesse 18 anos sairia de casa e não teria que vê-los nem depender deles nunca mais, daí sim falaria poucas e boas sobre como eram más pessoas, mas enquanto ainda morava com eles preferia apenas ficar distante.

 Shou olhou a mala, hesitante. Não queria mesmo depender de Saga para ter onde ficar, mas era a realidade. Acabou aceitando, deixando Saga o ajudar a carregar a mala até o andar de cima.

 O quarto parecia maior que o de Saga, por estar quase vazio: havia duas estantes sem nada, um closet, uma cama grande e ainda arrumada embaixo de uma janela coberta com grossas cortinas escuras e uma mesinha pequena do lado, apenas com um abajur. Não era nem de longe um cômodo pequeno ou desconfortável, mas mesmo assim Saga encarou o quarto com certo ressentimento, o que deu a Shou mais certeza do que imaginava. Já havia percebido que não se dava muito bem com os pais, e agora já imaginava o motivo, mas não quis se meter nesse tipo de assunto.

 - Nossa. – a única coisa que Saga conseguira falar depois de ver o outro abrindo a tão pesada mala. Shou não estava mentindo quando disse que havia mais coisas suas do que podia imaginar: a mala havia sido visivelmente apertada para fechar, pois coisas de todo o tipo transbordaram. Shou riu ao ver a expressão surpresa de Saga e levou um bolo grande de roupas que haviam sido empurradas de qualquer jeito na mala para o closet.

 Os dois ficaram cerca de uma hora organizando as coisas de Shou no lugar, até a última camisa ser jogada no seu devido lugar. Saga estava sentado na cama o observando terminar de guardar suas coisas pelos últimos dez minutos. Às vezes gostava apenas de observar Shou, seu jeito doce de lidar com tudo, seu olhar, até o modo como sua irregular franja caía sobre seu rosto, amava tudo nele. E mesmo sabendo que poderia ser egoísmo de sua parte estava feliz por ele estar ali.

 - Acho que é isso. – Shou sorrira, fechando finalmente a porta do closet e sentando ao lado de Saga na cama que seria sua por algum tempo.

 - Só? – Saga retribuíra o sorriso, feliz por Shou já estar se sentindo melhor que antes. Pelo menos ele parecia bem melhor.

 O silêncio caía após a conclusão de mais um assunto sobre o qual tentavam conversar. Não era um silêncio constrangedor, como costumava ser no começo da relação dos dois, mas era sem dúvida um silêncio irritante, do tipo de calmaria que precede algo devastador. Talvez não tão dramático, mas ambos sabiam que não havia mais nada o que dizer quando havia esse tipo se silêncio. Saga ainda observava distraidamente Shou, pensando exatamente nisso. Pensando que seria só uma questão de tempo até os verdadeiros sentimentos de Shou serem postos à prova, e isso o deixava nervoso. Não conseguia imaginar o que sentiria se o outro falasse que não o ama, e nem queria imaginar. Encostou a cabeça no ombro de Shou, tentando se livrar dos pensamentos.

 - Que foi? – Shou passara um dos braços pelas costas de Saga, abraçando-o.

 - Nada. – levantou a cabeça de seu ombro só para ver aquele olhar de novo, aquele olhar doce. Aproximou devagar o rosto do de Shou e o beijou sem pressa, sentindo cada pequeno movimento de seus lábios mornos e cada toque controlado.

 - Eu...te amo... – as palavras não foram mais que sussurros, mas foram o bastante. Saga se contentaria até se Shou as tivesse escrito em um papel velho. Shou havia pensado demais antes de falá-las, e na hora havia hesitado um pouco, por isso não saíram muito firmes.

 Mas Saga realmente não se importava com isso, estava feliz demais para reparar. Sorriu sinceramente quando viu Shou corar após dizer que o amava e voltou a beijá-lo. E o beijou por um bom tempo até sentir a típica inquietação que sentia quando ficava muito tempo com Shou. A inquietação que sentira antes de serem pegos no sofá na casa do outro, mas não pretendia parar dessa vez. Descolou os lábios dos do outro, se concentrando em beijar seu pescoço. Shou se retraiu um pouco, sentindo um arrepio transcorrer seu corpo por completo, mas logo relaxou. Saga tinha esse estranho poder sobre ele, fazia-o se soltar. E fazia mesmo, logo quem estava beijando o outro intensamente e explorando, ainda que timidamente, seu corpo com as mãos era ele próprio.

 Saga deixou-se tocar, queria que Shou soubesse que não queria forçar nada, mas ele já parecia saber muito bem disso. Esperou até sentir que Shou não iria mais longe sozinho e avançou devagar sobre ele, deitando-o na cama. Shou o encarou, os olhos assustados, mas ao mesmo tempo ansiosos. Queria tanto quanto Saga, mas parecia muito mais nervoso. Saga sabia que ficaria nervoso, e voltou a beijá-lo com calma. Sentiu Shou relaxar aos poucos, até voltar a beijá-lo com a mesma intensidade de antes, mas foi interrompido quando começava a tirar vagarosamente a camisa do outro.

 - Tranca a porta. – Shou ainda falava sussurrando, mas dessa vez não por estar com vergonha, e sim pela respiração acelerada.

 - Não tem ninguém em casa, meus pais só chegam bem mais...

 - Por favor. – Saga nunca poderia negar nada com Shou o olhando daquele jeito, e também não queria que fossem interrompidos novamente. Cedeu, levantando e indo até a porta, tendo o cuidado de girar a chave duas vezes antes de voltar a beijar Shou e terminar de tirar sua camiseta.

[...]

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