Capítulo 41

Amando profundamente

We could have had it all

Nós podíamos ter tido tudo

Rolling in the deep

Amando profundamente

You had my heart inside of your hand

Você teve meu coração em suas mãos

And you played it to the beat

E você brincou com ele no ritmo da batida

Rolling in the deep - Adele

-Ah. – lavei as minhas mãos na pequena pia, ficando de costas por alguns instantes.

 Eu estava completamente encabulado com a cena que se formara e não consegui reunir coragem o suficiente para encarar aqueles olhos.

- Mais fácil dizer isso do que explicar a história toda, não? – ri pelo nariz, envergonhado demais para achar graça de verdade.

Sequei minhas mãos com papel descartável e logo o joguei fora também. Ouvi Rosalie rindo.

-Você é um amorzinho, sabia? – ela me abraçou por trás, repousando sua cabeça no vão de minhas costas.

-Sou, é? – virei-me para ela gentilmente, abraçando sua cintura e trazendo-a para mais perto. – Então por que você fugiu de mim?

 -Não fugi. Sabia que te encontraria aqui. – ela me mostrou a língua. – Tinha ficado tempo demais longe das crianças, por isso vim mais cedo. O que as pessoas pensariam de alguém que abandona seus filhos para dormir nos hospital? Isso já nem é permitido, pra começo de conversa...

Eu a calei com um beijo rápido. Rose rapidamente se entregou a mim e me correspondeu.

-Por que isso? – ela perguntou com voz divertida.

- Sou só eu mandando você ficar quieta. – dei de ombros, entrando na brincadeira. Ela revirou os olhos.

-Você é um monstrinho, Emmett. – ela beijou a ponta do meu nariz.

Eu sorri, satisfeito com o rumo que a nossa conversa tomara. Por um momento tive vontade de rir; tinha me preocupado tanto com meu encontro com Rosalie por ela ter ido embora sem dizer nada pela manhã. Aquilo não era relevante, nem um pouco. Ela já estava ali na minha frente, me provando que eu era um completo idiota.

-Por que está rindo sozinho? – ela arqueou uma sobrancelha para mim.

-Acho que sou meio bobo.

-Ah. – ela deu uma sonora gargalhada. – Agora isso foi você confirmando o que todo mundo já sabia.

-Você que é uma monstrinha. – disse com a voz mais fina, em uma fracassada tentativa de imitá-la. Mudei de assunto após algum tempo rindo – Como me achou aqui?

-Bella me indicou o caminho. – Rosalie sorriu sem mostrar os dentes. – Disse que Ella estava aqui... Aí eu cheguei e você conversava com aquele garotinho e dizia que ela era sua filha.

-Fiz mal? – apertei um só olho, fazendo cara de menino levado; enquanto o outro ficara de esguelha para ver o sorriso mais bonito do mundo se abrir.

-Não. – ela apenas negou com a cabeça. – Bom mesmo que já a considere assim.

-Também acho bom que se acostume comigo chamando-a assim. – acrescentei. – Vai virar um hábito agora.

-Eu posso apostar.

Rosalie me beijou e eu rapidamente a correspondi. Ficamos ali presos no nosso próprio mundo, até que alguém arranhou a garganta propositalmente para nos chamar a atenção. Gentilmente me separei de Rose; ainda era o meu ambiente de trabalho e eu estava a serviço.

-O senhor tem um paciente agora, doutor. – uma enfermeira veio informar. – Posso pedir para entrar?

-Claro, sem problemas. – suspirei. – Nos vemos mais tarde?

Rosalie assentiu e deixou a minha sala.

Eu ainda tinha um longo dia pela frente.

Jasper POV

Encontrei-a no estacionamento. Alice estava sentada na guia da calçada que levava ao hospital com as mãos cobrindo o rosto; claramente chorando. Mas o que havia de tão errado assim?

Sentei-me ao seu lado sem dizer nada, e ela não fez questão de levantar a cabeça para me receber.

-Vá embora. – mas certamente tinha me percebido ali.

-Você não me prometeu que o que eu queria ia acontecer, mas me prometeu uma conversa. – eu disse calmamente, ignorando o que ela acabara de dizer. – Eu vim cobrar.

-Não é uma boa hora. – ela anunciou com a voz embargada. Eu suspirei por causa de toda aquela dificuldade, mas não consegui simplesmente ignorar o que estava acontecendo com Alice. Abracei-a com um só braço, trazendo-a para mais perto. Ela não reclamou e acabou deitando-se em meu colo.

Ficamos ali, em silêncio, por alguns minutos. Vez ou outra eu passava as costas de minha mão em suas bochechas para limpar as lágrimas insistentes.

-Me diga o que houve, Allie. – eu praticamente implorei.

Alice fungou e limpou mais algumas lágrimas com a mão.

 -Eu descobri uma coisa ontem. – ela começou, levantando a cabeça e se sentando ao meu lado. – Ainda não contei pra ninguém...

-O que você descobriu? – perguntei com impaciência, mas não de forma rude. Ela suspirou.

-Uma coisa que não podia ter acontecido, não agora... Não assim... – ela fez bico e, se a situação não estivesse me deixando desconcertado, eu teria rido.

-O quê? – perguntei novamente. Alice me encarou com seus olhos cheios de lágrimas.

-Eu estou grávida, Jasper.

Arregalei os olhos e minha boca abriu-se em uma crescente indignação.

-Como você pôde? – não podia acreditar no que acabara de ouvir.