Secrets Of a Life 2 escrita por Ester Liveranni


Capítulo 17
Capítulo 17 - Um dia mãe e filha


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiiiii Gente o cap. ficou menor do que eu esperava, mas ficou do jeitinho que eu queria, então eu espero de coração que vocês aproveitem, por que foi muito bom escrever.
Boa leitura



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Alice PDV

Acordei com o dia úmido e eu sabia que em breve esse se tornaria o primeiro de uma série de longos dias, três por semana pra ser exata. Eu pretendia assistir ao primeiro tempo de aula, mas mamãe achou conveniente me deixar descansar um pouco mais. Então liguei para Jasper e cancelei a carona. No café da manhã todos estavam animados, e ficou difícil esconder minha apreensão, pois seria a minha primeira diálise da semana. O que não dá pra negar é que eu não faço a menor ideia do que vai acontecer daqui pra frente. Quer saber se estou com medo? A resposta é não, eu estou apavorada!

Sabe, tudo aconteceu tão rápido que eu me pergunto se estou realmente em casa ou se ainda estou sonhando naquele quarto de hospital. Acho que o problema todo é esse, voltar lá e admitir que eu ainda esteja doente e o pior, que eu ainda posso morrer...

E não dá pra deixar que o medo me paralisar. Dá? Não depois do que aconteceu nos últimos dias, não sentindo tudo o que sinto quando o Jass me toca, não agora.

Tentei comer uma torrada, mas os meus pensamentos tristes logo me mostraram o quanto eu estava sem fome. Então peguei uma fruta no intuito de evitar um sermão vindo de minha mãe e caminhei mecanicamente até o carro.

O caminho até o hospital foi longo e silencioso.

Ao chegar, caminhamos pelo corredor que nos levaria até a ala indicada, e eu senti como se toda a felicidade do mundo tivesse sido roubada de dentro de mim. Nem mesmos as enfermeiras gentis me tiraram do transe.

– Alice?

– Sim mãe...

– Você está bem? – falou segurando a minha mão esquerda.

– Uhum.

– Bom querida, agora eu vou fazer a punção e vc só vai sentir uma agulhadazinha tá?

Fiz que sim com a cabeça e voltei o olhar para a enfermeira que agora segurava meu braço. Ela ela pegou a primeira veia e ligou ao primeiro tubo por onde sairia o "sangue sujo". Em seguida perfurou outra veia no mesmo braço onde ligou o segundo tubo que traria o sangue, só que agora limpo. Olhei para minha mãe e ela parecia tão angustiada quanto eu. Então voltei o olhar e tudo já estava conectado a máquina.

Minha mãe saiu para atender o telefone e eu finalmente parei pra olhar o ambiente ao meu redor, era branco com várias cadeiras e máquinas iguais as minhas, entretanto, as mesmas tinham ocupantes tão distintos quanto possível. A minha direita tinha um senhor lendo um livro e a minha frente duas senhoras conversando. Mas o que mais despertou a minha curiosidade foi o garotinho de uns 6 anos sentado sozinho em uma das cadeiras. Ele brincava com um carrinho e eu logo deduzi que esperava por alguém.

Tão logo minha mãe voltou e eu percebi que estava certa.

Junto ao menino se sentou uma senhora e perto deles outra enfermeira, o menino por sua vez a comprimentou antes de ficar quietinho na cadeira, onde para minha surpresa ele esperava para receber o procedimento.

Pensei em Carlisle, e em como seria triste vê-lo assim. Fiquei me perguntando como pode tanto sofrimento pra alguém tão pequeno, foi quando esse mesmo pequeno novamente me surpreendeu com uma gargalhada gostosa direcionada a sua acompanhante que ria junto, tentando inutilmente contê-lo.

Ela então se desculpou dizendo que ele era sempre assim... feliz. e eu aqui, sofrendo. Por que mesmo? Ah, sim! Pela provável falta de tempo, pelo tempo que me resta e pelo tempo que eu vou desejar ter tido.

Alguém ligou a televisão e eu resolvi desanuviar a mente, por que se aquele garotinho conseguia, então o que me impedia de tentar?

Com o passar do tempo todos se apresentaram e eu finalmente me senti um pouco menos desconfortável, quando o tempo acabou eu mal pude acreditar, e passar pela porta do hospital foi como receber um banho revigorante de ânimo. Eu ainda estava com o corpo meio cansado de ficar o tempo todo naquela cadeira, mas pelo menos eu estava livre.

No caminho de volta, minha mãe era quem parecia quieta demais. E quando ela mudou a nossa rota de volta pra casa ai sim eu notei que havia algo estranho.

– Onde vamos?- indaguei e ela abriu o maior sorrisão.

– Segredo. - respondeu travessa.

– Ahhh, não me conta vai. - falei enrolando o meu dedo em seu cabelo.

– Não reconhece?

Foi quando eu o avistei. O shopping!!!

– É sério?

– Claro que sim.- sorriu. - A não ser que você não queira.

– Não! Eu quero! Quero sim!

Ela riu.

– Que bom, por que eu estou precisando de muitas coisas. - ela disse exibindo o cartão do meu pai.

– Ahhhhhh que perfeito!

– É eu sei, mas temos que voltar antes do almoço, ok?

– Ok! - respondi já imaginando as botas perfeitas que eu iria comprar.

(...)

O resto da manhã foi maravilhoso e caminhando pelo shopping comecei a me sentir meio culpada por não contar a ela sobre o Jass e o que a gente andava fazendo. Sabe, sempre foi muito bom ter uma mãe nova, nós sempre conversamos de tudo e no final das contas era sempre como conversar com uma amiga. Mas sabe como é, não é como se eu estivesse com medo de ela ter um ataque, eu só não sabia como começar.

Bom, ao chegar em casa fui tomar um banho longo em quanto minha mãe preparava o almoço. E quando sai do banheiro quase enfartei com um pacote de camisinhas encima da cama. Minha mãe por sua vez dobrava tranquilamente minhas roupas antes de coloca-las no armário.

Era isso, não tinha pra onde fugir, ela devia saber de algum jeito por que aquele pacote não era meu e eu ia ficar me sentindo uma traidora se não contasse, então respirei fundo e...

– Mãe, eu tenho que te contar uma coisa. - falei insegura.

– Eu sei. - ela falou se sentando.

– Sabe?

– Não, mas eu desconfio.- respondeu calma. - E foi por isso que eu te trouxe. - falou apontando pro pacotinho na minha cama. - Por que imaginei que se não aconteceu uma hora vai acontecer.

– É...vai, digo, aconteceu. - falei semicerrando os olhos. - Você não está brava?

Ela riu e me fez um carinho na minha cabeça.

– É claro que não. - Ela disse me abraçando.

– Tem certeza? - perguntei ainda um pouco chocada.

Ela fez uma pausa e começou a me contar as experiências dela. As boas e as más e depois de ouvir coisas que eu jamais pensei que ela pudesse ter passado, amenizamos a conversa com as minhas experiências. E a tarde foi ótima, e eu fiquei super feliz de finalmente ter contado e de ter podido conhecer um pouco mais sobre essa mulher maravilhosa que eu chamo de mãe.


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Notas finais do capítulo

Oi genteeeee
Olha, Boas festas, muito obrigada pelo carinho de verdade. Eu sei que os reviews tem diminuido em função das festas mas não tem problema, enquanto houver uma leitora deixando review, eu estarei aqui postando e respondendo.Feliz Natal a todas, se tudo der certo nos vemos na segunda.Amo vcs obrigada por tudo!
*Bjox*