O caminho para o hospital foi lento e doloroso. O mesmo que há alguns dias atrás era feito com alegria e vontade, tanto por mim quanto por minha noiva. A única coisa que eu poderia fazer agora era me dedicar a Bella, da mesma que ela faria a mim se a situação fosse o contrario. Dessa vez eu não perderia.

                Estacionei não meu carro na vaga de sempre. Fui direto para a minha sala, onde guardei as minhas coisas e coloquei o jaleco. Respirei fundo e fui em direção ao setor de UTIs, os pais de Bella se encontravam sentados ambos sem dizer uma única palavra. Ao me ver Reneé veio em minha direção e me abraçou chorando alto, seu corpo todo de balançava com os soluços.

- Ela estava tão feliz. – falou com a voz abafada pela minha camisa.

- Reneé eu prometo, ela vai ficar bem. – falei convicto. Em conseqüência ela me abraçou mais forte.

- Como esta Nessie com tudo isso? Fico me perguntando o que esta passando por sua cabecinha agora. – falou Charlie tocando o meu ombro. Mesmo não sendo eles se consideravam avós da minha filha.

- Conversei com ela ontem, ficou triste. Ela ama a Bella, como a mãe que ela nunca teve. – falei.

- Minha filha vai passar por isso Edward, ela é forte, sempre foi. – falou Charlie me apoiando.

- Eu sei disso. Ainda tenho que me casar com ela. – falei sorrindo.

- Isso mesmo. – sorriu fraquinho também.

- Vocês dois vão descansar, eu assumo agora. No meu apartamento tem tudo que vocês precisam meu carro ta ai fora. Tomem um banho, durmam um pouco.              Qualquer coisa eu aviso. – falei e dei um beijo na cabeça da minha sogra. – Confia em mim, ela vai ficar bem. – entreguei as chaves do carro e da casa a Charlie e fui ver a Bella.

                Entrei no setor de UTI, vesti a roupa esterilizada e fui em direção ao seu quarto. Ainda não tinha visto ela, depois da cirurgia. Segundo meu pai não estava em condições emocionais, respirei fundo cinco vezes antes de rodar a maçaneta. Em cima de uma cama, com a aparência pálida, ligada a vários aparelhos minha Bella estava. Fui até ficar do seu lado e tomei a sua mão direita onde se encontrava a nossa aliança. Sorri sozinha ao lembrar do dia quando ela aceitou.

- Oi amor. Ta todo mundo tão preocupado com você. Teimosia sua, sair sozinha. O nosso filho não resistiu, mas podemos ter outros. Acorda logo, temos casar lembra? Você disse sim, não pode mais voltar atrás. Eu vou lutar para te ter de volta, lutar por nós dois, pela nossa família. E quando você acorda vamos fazer a nossa viagem foi tão adiada. Nossa casa ficou linda, e tive uma surpresa com aquele quadro no nosso quarto. Você não tinha falado nada. Eu te amo. Não se esquece disso. – falei e beijei a sua mão.

                Sai do quarto e fui procurar meu pai, queria saber se os exames já tinham ficados prontos. O encontrei no corredor conversando com um homem com o uniforme da policia. Me aproximei, meu pai olhou em minha direção.

- Edward esse é o sargento Tom, ele é responsável pelas investigações do atropelamento de Bella. E descobrimos algo, que pode te interessar.

- Ola Dr. Cullen é um prazer conhecê-lo. – falou me estendendo a mão.

- Oi, o que o senhor quer dizer pai? – falei depois de cumprimentar o sargento.

- O Sargento pode lhe explicar melhor. – falou meu pai.

- Bom Dr. Cullen, o atropelamento de Bella foi intencional descobrimos por causa das testemunhas e por termos conseguido capturar o motorista que foi pago para fazer isso. – minha mente processava essas informações bem lentamente. – Tomei a liberdade assim que soube que o senhor era o noivo da moça que havia sido atropelada de investigar o acidente com a sua primeira esposa e cheguei a conclusão que ambos estão ligados.

- Como assim tem ligação, a Kristen sofreu um acidente de carro.

- Você quer dizer outro carro bateu nela, porque sua esposa estava parada em um semáforo. O outro carro veio e se jogou no lado onde ela estava à intenção era ela não sobreviver. O motorista que também faleceu não tinha álcool no sangue, o carro não tinha nem um problema mecânico, ou seja, ele jogou o carro por vontade própria. No caso de Sra. Swan ela estava parada na calçada, esperando o semáforo abrir, o carro subiu o acostamento. E o relato do motorista que confessou ter sido mandado a fazer aquilo.

- Isso não tem sentindo, porque alguém iria querer matar Isabella, ou a Kristen? – falei sem entender.

- A única ligação que ambas tem, é estarem envolvidas com o senhor. Você pode pensar em alguém que possa ter alguma coisa com o senhor que queria matar suas companheiras?

- É claro que não. Quem faria isso? – minha cabeça estava a mil. Imagens explodiam em minha mente.

- Bom vou continuar investigando, qualquer novidade entro em contato. Com licença. – falou e saiu a passos rápidos.

- Pai o senhor acha que faz sentido? Porque alguém iria fazer isso comigo? – falei olhando para  o meu pai.

- Eu realmente não sei, mas o mais importante é cuidar para que a Bella volte. – falou e colocou o braço sobre os meus ombros. – Os exames mostraram que a hemorragia acabou não a nenhuma edema no cérebro. Agora é esperar e rezar para não termos complicações.

- Pai você acha que ela ainda vai poder engravidar?

- Não posso te responder meu filho, mas vamos acreditar que sim. Foi uma lesão muito forte que ela sofreu no útero, mas só o tempo poderá dizer se existe essa chance.

                Fui tirado dos meus devaneios pela minha secretaria que avisava que Jane Volturi queria me ver. Estava em minha sala esperando. Respirei fundo para me trazer paciência não suportava a conversa daquela mulher por muito tempo. Caminhei de volta a minha sala tentando relaxa e não descontar toda a minha raiva e frustração numa pessoa que não tinha nada a ver. Entrei em minha sala, e a encontrei com um portar retrato onde continha minha foto e da Bella nas mãos, ela tinha uma expressão estranha.

- Ola Jane. Em que lhe posso ser útil? – falei dando-lhe um susto.

- Que susto Edward nem percebi você chegando. – falou escorando em minha mesa.

- Desculpa. Em que posso ajudar? – falei me escorando na parede.

- Vim apenas fazer uma visita a um velho amigo. E dizer que pode contar comigo para o que der e vier. Não importa à hora, pode me ligar que virei correndo. – ela pronunciava as palavras de uma maneira estranha.

- Obrigada, mas não estou precisando de nada.

- Deve ser difícil viver a mesma coisa duas vezes.  Talvez nenhuma das duas fosse a mulher certa para você. Que sabe agora você não escolha corretamente. – fiquei chocado com aquele discurso.

- Não sei do que você esta falando. Mas a Bella não morreu, e nem vai...

- Como assim não morreu? Era tão fácil. – falou com um brilho doentio no olhar.

- O quê que era fácil? O porquê o espanto? Ela não morreu nem vou deixar que isso aconteça.

- Eu to atrasada, tenho que ir. Nos vemos depois. – saiu da minha sala rapidamente. Muita estranha essa reação de Jane, caminhei lentamente até a minha mesa. O portar retrato que ela olhava estava virado para o tampo da mesa, quando virei meu corpo inteiro se arrepiou, no local do rosto de Bella estava todo trincado. Minha cabeça rodou e tive que me segurar na mesa. O que foi aquilo?

                Meses se passaram, e não havia nenhuma evolução no caso de Bella. Alguns médicos diziam não ter mais chances de ela voltar, mas eu não me permitia acreditar nisso. Ela ainda estava ali. Nessie vinha constantemente insistindo para ver a mãe. Enrolava como podia, mas a pequenininha não se deixava enganar. Depois de cinco meses resolvi levá-la.  Assim que chegou deu um abraço no vovô Charlie e avó. Depois pegou na minha mão, e me levou querendo antes de qualquer coisa ver a mamãe.

- Escuta o papai, não pode passar muito tempo lá dentro ta. Da só um oi para a mamãe e depois vou te deixar lá na vovó. Tudo bem? – ela acenou com a cabecinha e entramos. Deixei ela ir até a cama e me escorei na parede.

- OI mamãe. Tava com saudades. Tenho uma novidade perdi meu primeiro dentinho, o vovô arrancou e nem doeu. – falou passando a mãozinha na de Bella. – Lembra que a senhola me falou que nunca ia me deixar. Que semple ia ta comigo. Foi uma promessa, e as promessas nós temos que cumprir se não o papai do céu briga. Então volta mamãe. – ele me olhou e me chamou para o seu lado. Me ajoelhei do seu lado. – Eu e o papai estamos com muitas saudades. O Natal ta chegando e eu pedi para o papai Noel, trazer a senhola de volta. – falou chorando, seguei as pequenas lagrimas da minha linda. – Por favor, mãe. Eu te amo. – nessa hora o monitor cardíaco acelerou. Me levantei no susto, Bella estava tendo uma parada cardíaca. De repente os enfermeiros estavam dentro do quarto pedi para um deles levar Renesmee que tinha os olhinhos assustados e suplicantes. Comecei a reanimação, mas não esta funcionando. Alguém tocou no meu braço e eu vi que era o meu pai. Estendeu-me o desfibrilador,  tentei uma, duas ...  Seis vezes e nada. Toda a equipe já estava se afastando.

 - Edward não podemos fazer mais nada. – falou meu pai.

- Ela não ta morta. Ela não pode fazer isso. – falei com lagrimas nos olhos, voltando às massagens cardíacas. Todo o quarto ficou vazio, meu pai foi o único que continuou. Me entreguei ao choro e abracei a mulher da minha vida. – Volta para mim amor, por favor. Eu preciso de você. Não me deixa sozinho. – o monitor cardíaco que a muito tempo tinha parado voltou a apitar constantemente, mas não foi isso que chamou minha atenção e sim a mão em meus cabelos.

- Eu to aqui amor. – falou Bella com dificuldade. Me levantei rapidamente e dei de cara com os olhos de chocolate derretidos me encarando. Olhei para o meu pai que sorria para mim, enquanto limpava as lagrimas.

- Não faz mais isso comigo. Por favor. – falei encostando a cabeça da sua mão, a mesma que passou a fazer cafuné.

- Eu prometo. – sussurrou. E sorriu. Meu mundo estava completo novamente.