Coloquei meu Laboutin vermelho e saí do quarto.

- Vamos, Bella!

- Cheguei... – Jess me puxou e como sempre, tropecei.

- O Jake já está no carro te esperando menina.

- E cadê o Mike?

- Com Jacob. Vamos...

- Tudo bem, só espere um minuto.

Fui até a cozinha, onde os empregados jantavam.

- Já vai, Isabella...

- Sim sim, Marie. – Marie era minha babá desde que eu tinha 5 meses de vida. Agora não era mais, mas ainda trabalhava em casa. – Mas me chame de Bella, por favor.

- Seus amigos estão em casa, não posso.

- Argh, odeio essa vida de riquinha.

- Não devia falar isso, menina. – a cozinheira disse. – Aproveite que tem dinheiro.

- Bom, já vou indo. Avisem Renée e Charlie que já fui e os desejem boa noite.

Entrei na limusine e Jacob colocou a mão em minha coxa. Jessica e Mike já se beijavam e Jacob tentava colocar a mão por dentro de minha saia sexy e curta.

- Será que o Cullen vai estar lá? – perguntou.

- Qual é o problema que você tem com ele?

- Ele é pobre, e a gente é da classe mais alta e das famílias mais cobiçadas de Forks.

- Ele não é pobre, só menos rico e menos ganancioso que você.

- Vai dar mole pra ele na frente do seu namorado?

- Jacob, você não é meu namorado. A gente ficou algumas vezes, e eu estava bêbada em todas.

- Aposto que o Cullen é um virgenzinho idiota.

- Já deu né.

- Meu, ele tem 17 anos! Já tá na hora...

- Cala essa boca.

- Calo com um beijo seu, meu amor... – olhei para o lado e já estávamos na festa.

Abri a porta e saí, fazendo com que Jacob beijasse o banco. Sumi da frente dele e encontrei minhas amigas. Todas acompanhadas, com vestidos de grife, e dançando.

- Bella!

- Oi...

- Cadê seu namorado, menina?

- Por que todo mundo acha que ele é meu namorado! Que droga!

- Você quer quem? O virgem do Cullen? – Angela me olhou envergonhada e eu fiz um sinal para que saíssemos do salão e fossemos para o jardim.

- Bella, o que houve? Você brigou com eles?

- Não, Angela. Só não gosto dessas meninas falando isso do Edward.

- Você sabe minha opinião sobre ele...

- Só por que ele tem menos recursos que a gente? Os pais deles trabalham honestamente, e tem uma família feliz e que se ama. O que é o contrário de nós. Eu não vejo meu pai faz 4 dias, e a gente mora na mesma casa.

- Bella, você gosta dele?

- Não estou dizendo isso. Angela, você me conhece desde os 3 anos... Eu não aguento mais ouvir o que elas falam e do jeito que elas chamam o Edward.

- Ele tem cara de ser virgem.

- E eu sou o que? E você?

- Bella, não conte pra ninguém que eu nunca... transei.

- Fique tranquila, eu também nunca fiz isso. Eu só quero que seja perfeito e com um homem que me ame, e que eu ame além da vida.

- Populares não podem pensar nisso.

- Eu sei, e é por isso que eu invento as histórias que conto a elas.

- Bella, eu vou entrar. Mas olha quem está ali... – apontou o banco na frente da piscina.

Edward estava sentado, de terno, e uma garrafa de cerveja na mão. Estava sozinho e com uma expressão não muito feliz.

- Oi. – disse num tom de voz tão baixo que imaginei que ele não tivesse ouvido.

- Desculpe, você quer sentar aqui... – se levantou e ia sair, quando o puxei.

- Por favor, não saia.

- Você não quer se sentar?

- Acho que nesse banco tem lugar para nós dois...

- E eu acho que suas amigas não vão gostar de te ver comigo.

- Fodam-se. Falei que ia tomar um ar.

- Você é Isabella, sim? Uma das populares.

- Na verdade, a popular. Sim, sou Isabella. Mas por favor, me chame de Bella. E você é Edward.

- Sim.

Encostei no banco e ficamos alguns minutos em silêncio.

- Desculpe, estou atrapalhando né?

- Que isso. Fique. E pare de me pedir desculpas...

- Certo.

- Você não tem amigos?

- Tenho um, mas ele não veio. Ninguém quer ser amigo da gente, por causa da grana e porque nós somos nerds.

- E eu?

- Você quer ser minha amiga? – perguntou assustado.

- Por que o susto?

- Você é a menina mais rica e popular da cidade.

- Eu quero que você pare de falar assim, e que você venha comigo.

Ele aceitou sem falar nada e fomos andando até o fim do jardim. Sentamos num banco no meio das árvores, e me virei pra ele.

- Eu gosto de você, Edward. – peguei na mão dele e a coloquei na minha perna, colocando a minha mão por cima.

- Como?

- Como o que?

- Como você gosta de mim?

- Edward, você é lindo, honesto, amigo...

- Você falou comigo agora...

- Mas eu pude ver durante esses meses como você é por dentro e por fora.

- Bella...

- Edward, pode me dar o fora se quiser, já levei muitos... só acho que o seu eu não vou suportar. – sussurrei o final mas ele ouviu.

- O que suas amigas iriam pensar disso?

- Imagino, mas não ligo. O Jacob vai virar uma fera.

- Seu namorado?

- Não... Posso me abrir com você? – ele sorriu e entendi o recado. – O Jacob, assim como todas as minhas amigas menos a Angela, acham que eu não sou virgem e que eu fico com todos, e tal. Mas eu não sou isso e não quero ser. O Jacob não vê a hora de ir pra cama comigo. Mas eu não gosto dele, eu gosto de você faz um tempinho, mas nunca tive coragem de me declarar...

- Eu posso te dar um beijo? – dei um sorriso envergonhado e ele foi se aproximando mas me deu um beijo na bochecha e saiu.

Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto e a limpei antes que borrasse a maquiagem. Depois de tudo que eu fiz e disse ele só meu deu um beijo na bochecha e saiu sem ao menos dizer uma palavra.

- Edward...

[...]

Joguei-me de costas na cama e chorei tudo que eu queria e precisava.

- Bella, menina. – bateram na porta e vesti o roupão vermelho de seda para abri-la.

- Pois não, Marie.

- Tem um moço no portão, querendo entrar e falar com você.

- A essa hora?

- Bella, eu conheço você mais que qualquer outra pessoa. Pelo o que você me diz, ele é o moço que você diz estar apaixonada.

- Edward? – Marie me conhecia mais que meus pais, e era quem eu podia contar em todas as horas.

- Isso mesmo.

- Mande-o entrar, vou recebê-lo.

- Claro, mas seu pai está na sala com alguns amigos e bebendo.

- Mande ele entrar pela janela então.

Alguns minutos se passaram quando ouvi Edward batendo na porta da sacada. Eu queria mas não queria falar com ele. Ele havia me decepcionado, e muito.

- Eu só passei aqui pra dizer, Bella... Eu te amo.

O ar sumiu, minhas pernas ficaram bambas e senti minha cabeça girar. Tomei coragem e o beijei. Colei nossos lábios e logo nossas línguas valsavam apaixonadamente.

- Eu te amo, Edward. Era tudo que eu precisava te dizer. O quanto eu me importo com você, e como tudo isso está vindo do fundo do meu coração. Mas, porque você veio aqui? – o silêncio tomou conta do quarto, Edward fechou a porta e me jogou na cama, ficando por cima.

Tirou uma mecha de cabelo do meu rosto, me deu um selinho e então, respondeu a minha pergunta.

- Para encher seu coração, como nenhuma das três palavras jamais fariam.