Slytherin Pride escrita por Gaia


Capítulo 23
Pacto silencioso




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Ok, lembra no começo do ano quando eu disse que estava cansada da minha vida comum e queria um ano excitante como o de Harry Potter?

Qual era o meu problema??!! Não, sério, qual?!

Antes de você me chamar de louca – o que você já deve ter chamado muitas vezes ao longo da história, mas enfim – deixei-me explicar o motivo da minha revolta.

Eu tinha passado metade do ano inteiro tentando colocar juízo na cabeça de Draco, fazê-lo entender que matar Dumbledore não era a resposta de suas dúvidas e que ele não poderia levar aquilo adiante... Eu achei que estava funcionando, eu realmente achei. Mas daí ele me vem com essa de “quando os Comensais vierem, vamos tomar Hogwarts, eu vou subir até onde Dumbledore estiver e simplesmente matá-lo”.

Faça-me o favor!

Merlin deve me odiar com todas as forças para me fazer passar por isso, sério.

Eu passei o resto da semana brava com Draco, sem explicar-lhe o porquê. Ele fingia que não se importava, mas eu sabia que estava morrendo de curiosidade. As meninas começaram a ficar desconfiadas de minha conduta e um certo dia, Cece me perguntou no Salão Comunal:

- Liz, você anda muito estranha... O que está rolando?

- Eu estou bem. – respondi, com a melhor expressão que consegui.

- Também estou achando estranho, o que foi aquele lance com o Crabbe? – Suzanna perguntou, entrando na conversa de repente.

- Gente, já expliquei, ele queria ajuda para uma tarefa de Poções...

Eu sabia que não tinha os enganado tão facilmente naquela hora. Era mesmo muito improvável que Crabbe me abordasse na aula de Aparatação apenas para perguntar se eu queria fazer um dever para ele.


- Não era de Feitiços? – Su perguntou, franzindo a testa.

- Sim, era... Esqueci.

Vi na face das duas a suspeita e que não desistiriam tão fácil de conseguir alguma coisa de mim, mas eu simplesmente não podia contar sobre o Draco. Eu morreria –literalmente-.

- Gente, calma, estou bem. – disse, porque era verdade. Pensei que devia a verdade para as minhas amigas, já que mesmo elas sabendo que eu era sobrinha do Lorde das Trevas, ainda falavam comigo. Então resolvi falar sobre o que eu ainda não tinha falado:

- Acho que Dumbledore mentiu pra mim quando disse aquelas coisas sobre o meu passado... Mais memórias vieram e...

- Liz! Você sabe que tem que bloquear essas memórias! – Suzanna me interrompeu, como eu esperava que ela fizesse.

- Relaxa, Suzie. – Cece disse. Su odiava quando ela a chamava assim e mostrou uma expressão de raiva para a loira.

Quis rir, mas imaginei que Suzanna iria odiar ainda mais o fato de eu não estar levando-a a sério, então me segurei.

- Eu quero descobrir porque ele mentiu pra mim, Su. – respondi. – Só com as minhas memórias eu vou saber a verdade!

Vi ela suspirar e revirar os olhos, já conhecia bem a minha teimosia e sabia que teria um longo caminho pela frente para me convencer.

- Você realmente acha que é mais inteligente do que Dumbledore?

- Ela não disse isso. – Cece disse e eu a agradeci mentalmente. Às vezes ela me entendia tão bem e por sermos tão parecidas, acabávamos brigando mais. Mesmo assim, valia a pena por momentos como esse.

- Certo, mas você tem que confiar nele, Liz. Se ele não te contou alguma coisa, ou escondeu ou sei lá o que, você tem que confiar de que é para o seu bem e fazer o que ele mandar!

- Ele está velho e caduco, Su. – Cece respondeu e eu fiquei séria de repente, porque me lembrou de Draco. Como ele falava de Dumbledore e seu ódio sem fundamento.

- Não é assim também, Cece. – murmurei. – Eu confio no Dumbledore, a questão é que eu não quero entrar no joguinho dele. Eu entendi porque ele mudou minhas memórias e eu aceitei isso, lembra? Mas mentir? Pra que? 

Minha voz provavelmente soou um pouco mais dura do que eu achei, porque Cece pediu para eu me acalmar.

- Mesmo assim, Liz... Se Dumbledore acha que essas memórias são perigosas, você devia ouví-lo. E vai saber o que pode acontecer se Você-Sabe-Quem descobrir alguma coisa. – Suzanna disse.

- Eu cheguei a achar isso também, mas vamos parar para pensar. Por que raios Você-Sabe-Quem iria querer alguma coisa com a Liz? Ele está ocupado demais tentando matar Harry Potter e preparando-se para uma guerra.

- Eu não sei, Cece, mas Dumbledore tem suspeitas...

A súbita aparição de Jesse interrompeu a fala de Su no meio e todas olhamos para ele, resultando em uma expressão de confusão.

Ele não sabia do meu parentesco com o Lorde das Trevas e eu preferia assim, para não preocupá-lo. Conhecendo o gênio do meu primo, eu sabia muito bem que ele ficaria muito mais ansioso por respostas que eu e perguntaria-se se ele mesmo não teria alguma relação com tudo.

Preferia evitar ainda mais estragos na minha vida, muito obrigada.


- Do que estão falando? – Jesse falou, sentando-se na poltrona que antes estava ocupada por Cece. Ela levantou-se e apenas sentou-se no colo dele. Casais. Eca.

Pensei em como a minha relação com Draco era complicada e como nunca seríamos assim. Por que mesmo eu não escolhi outra pessoa para se apaixonar?

- De unicórnios. – Suzanna disse. Tive que me segurar para não rir e vi que Cece estava fazendo o mesmo esforço. Su sempre fora péssima em mentir, dessa vez não foi diferente, mas por que ela tentava então? Deveria deixa para as profissionais.

- O que? – Jesse perguntou, ainda mais confuso.

- O sangue de unicórnio é muito útil.... – eu disse. Su e Cece me olharam como uma expressão de “como você sabe disso?”. Eu também me perguntei a mesma coisa, mas, como o armário Semidouro, eu simplesmente... Sabia.

- Certo... – meu primo disse provavelmente achando que eu era louca. Mais do que o normal. – Estamos quase no final do sexto ano, quão estranho é isso?

Muito estranho. Muito mesmo. Eu não queria uma conversa filosófica sobre o quase fim da nossa vida acadêmica, então me despedi dando uma desculpa idiota e fui andar pelo castelo. Eu devia algumas explicações ao Barão, da última vez que o vi estava chorando porque achava que tinha matado Rony Weasley.

Ele ainda estava hospitalizado, mas isso não vem ao caso...

- Elizabeth. – o Barão disse, pelas minhas costas. Depois de seis anos, ele realmente achava que ainda tinha uma chance de me assustar. Obviamente não.

- Oi. – disse. – Você sumiu.

Percebi o que tinha dito e comecei a rir, ele era um fantasma, qual era o meu problema?

- O que houve aquele dia? Você ainda está fazendo... aquilo?

- Eu escolhi a coisa certa, lembra? Não precisa mais me julgar. – respondi, porque ele ainda me olhava como se eu tivesse cometendo um crime. Talvez minha missão falhou, já que Draco estava ainda decidido em trazer os comensais e matar Dumbledore, mas eu tinha tempo, certo? E as outras tentativas deram errado por minha causa, isso tinha que significar alguma coisa.

- Certo. – ele falou, irônico. – Mas o que houve?

- Ainda bem que você apareceu, preciso de um favor. – respondi rapidamente, a fim de evitar o assunto. Eu sabia que mencionar que a quase morte de Rony foi minha culpa ia ser mais um motivo para um sermão e eu realmente já estava me sentindo péssima, não precisava daquilo. – Você pode assustar Harry Potter enquanto eu e Draco ficamos na sala Precisa? Precisamos de alguns momentos sem o Eleito desconfiar.

O Barão Sangrento era conhecido por assustar alunos que não eram da Sonserina, muitos de nós pediam ajuda a ele para alguma vingança pessoal e ele, apesar de parecer rude e amedrontador, adorava uma boa assustada.

Por isso, achei que ele iria aceitar sem problemas, considerando que eu era amiga dele e tudo o mais.

- Não me envolva em nada disso, Liz. – ele ralhou, para a minha surpresa.

- Barão, por favor! – supliquei. – Finja que não sabe de nada e apenas o assuste!

- Não. – negou, decidido. – Eu já tenho problemas com Nick-Quase-Sem-Cabeça, não quero piorar as coisas. E Dumbledore também não ficaria feliz se eu atrapalhasse Harry Potter com qualquer missão que o diretor tenha dado à ele.

- Que missão? – perguntei. Adorava quando o fantasma acabando soltando alguma informação sem querer. Então Dumbledore tinha mandado Harry fazer alguma coisa para ele? Interessante. Será que não era ficar de olho em Draco?

Apesar de sua genialidade, Dumbledore conseguia ser muito previsível de vez em quando.

- Nada. – Barão respondeu, percebendo seu erro. – Elizabeth, por favor tente não se meter... Ah, por que eu continuo dando-lhe conselhos? Você nunca me ouve mesmo.

- Ei! Isso não é verdade.

Não era mesmo, eu considerava muito o que o Barão tinha a dizer, principalmente se tinha a ver com a pessoa que estava tentando estragar o plano da pessoa que eu estava tentando ajudar.

Espera... Não era isso que eu queria? Estragar o plano de Draco? Talvez eu devesse deixar Harry suceder. Se ele conseguisse estragar as coisas para Draco, eu não teria que ser tão direta.

Silenciosamente, eu fiz um pacto mental com Potter. Eu ficaria com o lado emocional, ele com o prático. Ele não deixaria as coisas se complicarem e eu tentaria fazer com que Draco mudasse de ideia.

Feito.

Torcendo para que a missão de Dumbledore para ele fosse realmente essa, eu sorri para o Barão e ele desapareceu, depois de revirar os olhos, é claro.

Continuei andando pela escola. Eu gostava de passear por Hogwarts, tinha tantos lugares por onde dava para se perder... Uma vez parei na sala restrita da Biblioteca, o Filch quase me expulsou com um Avada Kedrava.

Eu gostava de me aventurar pelas escadas que se mexiam e às vezes tentar adivinhar o enigma para entrar na sala da Corvinal. Eu nunca conseguia e muitas vezes era expulsa por algum aluno furioso.

Eu estava em algum andar que eu não consegui reconhecer e fiquei andando pelos corredores, parando para notar os quadros e por vezes conversando com alguns. Nesses poucos momentos que eu tinha para divagar pelo castelo, eu lembrava do quanto amava o mundo mágico.

Eu sempre achei que eu tinha muita sorte por ter nascido bruxa, mesmo tendo pais trouxas. O fato de eu ter entrado na Sonserina acabou um pouco com o meu encanto, mas nesses poucos instantes de aventura eu lembrava de como o castelo era lindo, grandioso, misterioso. Como a mágica podia ser boa e pura.

Tudo aquilo me cativava.

E apesar de saber que eu era de sangue puro e que não tive sorte nenhuma, ainda não deixava de apreciar o fato de que eu era uma bruxa. E isso é impressionante.

Mas, eu também sabia que no fim do ano eu ia voltar a odiar tudo e no começo do próximo ia desejar que não precisasse ir para Hogwarts. Bom, pelo mesmo eu não ia desejar ter um ano igual ao de Harry Potter. Todo mundo sabe como isso acabou...

Enfim, tentando aproveitar meus pequenos momentos nos quais eu realmente gostava da minha vida, não percebi quando Draco apareceu do meu lado.

- Não me importa que você esteja brava comigo por algum motivo idiota, você tem que me ajudar com o armário, lembra? – ele falou, em seu melhor tom. Ou seja, o tom de “eu sou um arrogante presunçoso”.

- Lembro Draco, não fala assim comigo. – respondi, depois de um suspiro. Eu deveria estar acostumada com sua grosseria, pois sabia que era só uma forma dele mostrar que estava no controle, mas francamente... Não precisava aguentar aquilo sempre. – Você já preparou a poção polissuco para Goyle?

- Claro. Vamos agir no jogo de quadribol da Lufa-Lufa contra a Grifinória, Potter vai estar jogando, é perfeito.

- Então... Pra que usar Goyle?

- Precisamos de uma garantia, idiota!

Olhei-o com raiva e ele suavizou sua expressão. Ele sabia que eu já estava brava com ele sem nenhum motivo aparente, então resolveu não ser o babaca de sempre.

- Não quero arriscar. – corrigiu-se.

- Ok. – concordei. Seria fácil esquivar-me de Cece, ela iria com certeza ver o jogo e sabia o quanto eu odiava. Com certeza iria arrastar Jesse e Su provavelmente iria querer acompanhá-los, então não seria um problema.

Draco continuou me fitando por alguns minutos, esperando que eu disesse alguma coisa, mas eu não falei mais nada. Assumi que não podia ficar brava com ele pra sempre só porque ele estava seguindo o plano que estava elaborando desde o começo do ano.

Supostamente eu teria que ajudá-lo...

Dei um sorriso que o fez bufar e notei que as coisas voltaram ao normal. Simples assim. Queria que minha vida se resolvesse com um sorriso também...


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Notas finais do capítulo

Heeey, hihi, ok, antes que me xinguem, a fic estava em hiatus para eu poder terminar o fim de ano em paz, ahha provas etc.
Agora estou ~quase~ de férias, facilitou a minha vida ((:
Para compensar meu pecado, deixo vocês fazerem perguntas para a Liz pelos reviews, ela responderá para vocês, ok? Vai ser divertido *-*
Tentem não deixar ela brava, porque já sabem, né....
Beijão, espero que tenham gostado :*



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