Aoi’s POV

Simplesmente não pensei que ia ter tantos problemas só de entrar numa banda. Já ouvi falar que bandas davam problemas, mas não no primeiro dia.

Esse Uruha é irritadinho demais. Não agüenta nem uma brincadeirinha sequer. Ele se acha bom demais, acha que é melhor do que eu.

Mas olha ao ponto que chegou. Só queria deixar as coisas mais interessantes. A cara que ele me fez, o jeito que ele me olhou quando entrei na sala foi tão... divertido.

Mas agora isso não tem mais graça. Não é mais brincadeira. Ele não tá a fim de me aceitar na banda, e eu não estou interessado em sair. Veremos quem é melhor, quem os outros preferem.

E esse celular que não pára de tocar, tururuuu, tururuuu, tururuuu, que coisa! Que vontade de jogar o celular no chão e pisar nele, não me deixa nem pensar! Quem é a criatura que não pára de me ligar?

Oh god, é o Ruki... Não vou atender.

Quem disse que eu quero ouvir que “não pode bater no seu amiguinho de banda, porque ele é um integrante importante e blá blá blá...”?

Não quero ficar dentro daqui e ser achado pelo Ruki, pelo Reita, ou pelo Kai e levar bronca pelo o que fiz. Não me arrependo.

Fui para a rua e resolvi dar uma volta até uma cafeteria que ficava uns 4 quarteirões de distância. Lá eles não iam me achar tão rápido e tão fácil.

Pedi um café e uma coxinha, sei lá, pedi qualquer coisa que me veio na mente. Paguei e escolhi uma mesa perto da janela. Sentei e fiquei observando o meu café esfriar. De vez em quando bebia um pouco, mas já nem dava pra sentir o gosto.

Fiquei cutucando a coxinha, não me parecia muito apetitosa... aquele cheiro impestenado o ar, aquela coxinha toda cheia de óleo e gordura... Fiquei olhando pra ela e pensando se devia arriscar e dar uma mordida.

Fiquei assim 5 minutos, 15, meia hora... eu ia até morder a coxinha, quando vi um loiro baixinho bufando pela rua, fumando um cigarro. Parecia uma máquina mortífera, pronta para matar.

Ou um trem Maria-fumaça, sem parar, e soltando fumaça pela chaminé, claro.

Tanto faz. é só um loiro baixinho fumando e quase atropelando as pessoas na calçada que..

...me parecia...

o Ruki?!!

AHH NÃOOOOOOOOOOOOOO!

JESUIS, E AGORA, QUE EU FAÇO?

Levantei da mesa o mais rápido que pude e me enrosquei todo na cadeira, fazendo muito barulho. Peguei a coxinha e joguei no lixo. Onde fica a saída? Acho que o Ruki me viu! Ou será que não?!

Ainda bem que já paguei. Tentei sair o mais rápido possível e de um jeito que não fosse visto pelo baixinho, se ele ainda não tinha me visto, disfarçando ao máximo e mesmo assim sendo rápido.

DROGA!

fuck, fuck, fuck fuck!