Opera Paris escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 4
Capítulo 2 - A Bailarina


Notas iniciais do capítulo

Oláaa!!! Nos falamos lá embaixo! Boa leitura :D

PS: Vocês podem assistir o vídeo que coloquei para terem uma noção do que imaginei.



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Capítulo 02 – A bailarina

- E quem é que vai substituir Lady Tanya? Afinal, o show não pode parar! – Charlie disse ao maestro.

- Madame Renée, qual das suas meninas canta bem? – Maestro Lefevre perguntou para a mestra de balé.

- Isabella Swan poderia cantar, monsieur.

- Não seja tola, Madame Renée, uma garota do coro? Uma bailarina? – O maestro duvidara.

- Vamos, mademoiselle, mostre a eles o que sabe. – Phillip sorriu e empurrou Bella gentilmente para o centro do palco.

(...)

- Muito bem, Madame Renée. – Uma figura oculta pelas sombras nas entranhas do teatro, murmurou para a mulher. – Agora toda Paris irá ouvir a voz cristalina da minha doce bailarina.

(...)

Durante o resto do dia, graças à jovem Bella, os ensaios puderam prosseguir. Quase no fim da tarde, houve uma pausa e todos se recolheram para seus quartos e aposentos. Os banheiros passaram a ser ocupados e logo depois da refeição, os burburinhos eram altos e ecoavam pela grande estrutura do teatro.

Nas casas mais nobres, as madames já aprumavam em se arrumar. Colocavam suas combinações e as longas saias, os corpetes e faziam o cabelo. A Opera Populaire abria todos os fins de semana e era a diversão preferida, antes de um bom jantar, para as damas da corte.

- Vai usar o vestido mais bonito de todo nosso figurino, Bella! – Alice exclamou.

- Não seja tola, eu não acho que irão me deixar usá-lo. – Bella falou.

– Ah se vão, minha mãe deixará. É a sua estréia!

- Uhum.

- Talvez... Talvez ele a veja. Esta noite. Talvez, sim, sim, é uma boa.

- Quem, Alice?

- Oras bolas! Quem? Ele!! – A baixinha exclamou. – O dono da Opera.

- Oh, acha que ele viria me ver? Eu nunca o vi, porém... Porém ouvia seus ensinamentos, seus cantos doces dentro dos meus sonhos...

- Então ele deve ser um Fantasma muito poderoso. – Alice concordou.

- Não fiquem ai tagarelando! – Madame Renée apareceu à porta do quarto. – Alice, ajude Bella com as saias. Vou buscar o corpete.

Madame Renée saiu apressada e murmurando coisas para si mesma. Ela era uma mulher de meia idade, com longos cabelos cor de mel, presos numa trança que contornava a parte de trás de sua cabeça, e caía como se fosse um rabo de cavalo. Todos os dias ela usava aquele penteado, só o tirava quando iam as ruas, que então, de tranças, passava a um coque bem arrumado.

Agora que Lady Tanya não estava mais no teatro, seu antigo camarim foi dado a Bella que, na companhia de Alice, se vestia para a grande noite de sua vida.

O céu já estava escuro e as estrelas cintilavam por trás das nuvens. O vento frio balançava as árvores e remexia as folhagens. Por volta das sete horas da noite, as portas principais do imponente teatro se abriram. Algumas carruagens já paravam em frente à rampa de acesso, madames desciam na companhia de seus maridos. Jovens condes e condessas iam prestigiar o novo espetáculo da Opera Populaire.

Charlie e Phillip desciam de sua carruagem e adentravam o teatro na companhia do Visconde James de Chagny. As duas moças que estavam por trás de um balcão, ficavam responsáveis pelos casacos. A cada um que entrava uma delas entregava um cartão com um número, e a outra colocava o casaco no espaço correspondente. Por volta das sete e meia, o teatro já estava cheio. Assim como o camarote número cinco.

- É noite de casa cheia, minhas doces meninas, dêem o melhor de si! – Maestro Lefevre dizia.

- Monsieur diz isso sempre. – Uma delas riu. – Sabe que nós temos o balé mais habilidoso de toda Paris e a orquestra mais harmônica!

- Senhoras e senhores, damas e cavalheiros! – O rapaz que era apresentador da companhia disse a todos. – Sejam bem vindos em mais uma noite de música e beleza!

E assim, a Opera Hannibal começou. As pessoas riam com as piadas e cenas engraçadas, assustavam-se com o suspense leve que havia no espetáculo. As bailarinas saltavam, giravam e cantavam juntamente com o coro. No camarote número cinco, o fantasma misterioso observava o show. Ele demonstrava um desprezo invisível, queria apenas ver sua bailarina cantar. Mas, seus olhos estavam atentos no Visconde e em seus passos naquele teatro.

Na segunda e última parte do espetáculo, Bella entrava no palco. Sua pele pálida parecia ser brilhante quando a luz entrara em contato; era como se milhões e diamantes lapidados estivessem cravados em sua pele lisa. Ela usava um vestido branco, composto de um corpete que delineava sua cintura fina e a grande saia com um laço na parte de trás. Seus ombros ficavam a mostra. Seu cabelo estava cacheado, com pequenas presilhas em forma de flores por todo o cabelo. Bella parecia uma estrela branca num céu negro.

Think Of Me – Phantom Of The Opera

A voz de Bella era cristalina, límpida e harmoniosa. Os violoncelistas, violinistas acompanhavam junto com os instrumentos de sopro. As damas e cavalheiros aplaudiam a jovem bailarina, que agora, era uma estrela em ascensão.

No camarote número cinco, uma figura de trajes negras e máscara branca observava a jovem cantar. Por trás da máscara, havia um brilho no olhar da criatura e, um sorriso estampado em sua face, embora ninguém o visse. Por um instante, a criatura fechara seus olhos e deixara sua mente correr livre pelo teatro, imaginando-se num espetáculo em que ambos – a figura misteriosa do Fantasma e Bella – cantavam juntos.

- Pensarei em você em todo instante, minha doce Bailarina. – O Fantasma murmurou, baixinho, acompanhando o ritmo da música.

Atrás dos palcos, todos da companhia sorriam com a ascensão de Bella. Alice estava junto à Madame Renée, que afagava-lhe gentilmente os ombros. As duas observavam maravilhadas a apresentação da jovem.

- É verdade que há um ser misterioso observando-a agora? – Alice perguntou.

- Sim. – Madame Renée assentiu. – Ele está contente, como nunca esteve.

- Oh, então você o vê? Você o conhece? Como ele é? Ele é um espectro, como dizem por ai? – A curiosidade transbordava os lábios de Alice.

- Não seja tola. Ele não é um espectro. Mas eu não me atrevo a ficar frente a frente com ele... Ele só confia em mim. – Ela respondeu, com os olhos ainda no palco.

- Mas como ele é?! - Alice insistiu.

- Usa uma máscara. Eu não sei. – Renée deu de ombros.

Quando Bella se aproximava do final da música, sua voz foi minguando, abaixando-se, até ficar quase inaudível; enquanto a orquestra do Maestro Lefevre compunha toda a beleza do espetáculo que Isabella dava às pessoas da corte. Então, quando menos esperavam, Bella ergueu sua voz, como se quisesse cantar aos quatro cantos da terra. A soprana lírica finalizou a música e foi aplaudida.

Condes e condessas, duques e toda a corte aplaudiram-na de pé. No meio do palco, Bella sorria.

As cortinas se fecharam e ela deu às costas para o público. Alice foi a primeira a abraçá-la quando pode sair de seu lugar. Depois foi a vez de Madame Renée e mais algumas companheiras de balé.

- Bravo, bravíssima, estupenda!!! – Charlie apareceu nos bastidores, com Phillip em seu encalço.

- Oh, obrigada, Monsieur. – Ela disse sorrindo.

- Agora, deixem-na ir tirar esses trajes. – Madame Renée encaminhou-a para o camarim.

Nos bastidores, quando um espetáculo era bem sucedido, fazia-se uma grande festança. As bailarinas bebiam com seus companheiros e música alegre era cantada. Madame Renée entrou logo depois de Bella no camarim. Abraçou-a gentilmente e então lhe entregou uma rosa vermelha com um laço de fita preto.

- Ele está muito feliz. – Madame Renée disse a ela, antes de sair.

Bella sentou-se na cadeira de sua penteadeira e ficou alisando a fita negra. Seus pensamentos voavam e ela parecia perdida entre eles. Não havia se dado conta que mais alguém entrara no camarim.

- “E a pequena garota diz que quer cantar.” – Ele recita os versos de um dos poemas que liam quando pequenos. – E ela canta. – Ele acrescentou sorrindo.

- James! – Bella levantou-se e o abraçou. – Quanto tempo!

- Anos. Você cantou muito bem, Bella. – Ele sorriu e encarou os cabelos cacheados da garota. – Você está linda.

- Obrigada. – Ela corou. – “E a pequena garota canta...”

- Mas, poríamos desfrutar de um jantar, senhorita, eu adoraria sua companhia. – James disse sorrindo e esticando a mão para que Bella a pegasse.

- Sinto muito, não posso aceitar.

- Você precisa se trocar, pequena garota, mandarei minha carruagem vir nos buscar. – James disse sorrindo, sem se importar com o que Bella acabara de dizer.

O Visconde saiu do camarim e fechou a porta atrás de si. Bella ficou sem saber o que fazer enquanto encarava a rosa vermelha e seu reflexo no espelho de moldura dourada. Furtivamente, na penumbra que as velas provocavam no ambiente, uma mão vestindo luvas pretas de couro girava a chave na porta, sem fazer qualquer ruído, tirando-a da fechadura depois de duas voltas.

E o silêncio ia predominando no teatro. A festa já ganhava seu fim, a noite crescia e todas as luzes iam sendo apagadas pouco a pouco, aumentando a escuridão dentro do Opera Paris. O visconde estava sentado dentro de sua carruagem, à espera de Isabella, que saia de trás de um biombo, agora vestindo um longo robe por cima da rendada combinação. De repente, como se uma brisa refrescante entrasse no quarto, todas as velas dos castiçais se apagaram. Bella assustou-se e se dirigiu para a porta, quando percebeu que estava trancada.

- Garoto insolente esse escravo da moda. ­– Uma voz forte e penetrante ecoou no aposento. – Tolo e ignorante, esse pretendente jovem e corajoso.

Bella estacou ao ouvir aqueles versos. Foi girando-se lentamente, procurando acostumar sua vista ao lugar escuro. Ela queria saber de onde vinha aquela doce voz.

- Anjo, é você? Estou te ouvindo... Oh, por favor, guie-me. – Ela cantarolou as últimas palavras. – Onde você está? - Perguntou num sussurro.

- Eu sou o seu reflexo. O reflexo da sua alma. – Ele disse baixo, mas alto o suficiente para que Bella ouvisse.

Quando encarou seu reflexo no espelho, Bella percebeu um pequeno vulto que estendia a mão em sua direção. Hipnotizada e ao mesmo tempo encantada com o doce sibilar, Bella foi se aproximando do espelho, e quando se deu por conta, estava passando pela moldura e entrando num corredor iluminado por castiçais. O Fantasma conhecia todas as passagens daquele teatro e, a passagem por trás do espelho, era por onde costumava ver sua aprendiz.

- Bella, Bella!!! – James voltara correndo para a Opera e esmurrava a porta gritando o nome da nova estrela, que não o ouvia, entorpecida pelo canto de seu gênio musical.

- Ela não vai te ouvir, Visconde. – Madame Renée disse baixo. – Por favor, volte outro dia para vê-la ou eu avisarei que esteve aqui. Mas hoje ela não estará mais disponível.

- Como raios Isabella não estará disponível? De quem era aquela voz? Quem estava com ela? – Ele perguntou enfurecido. – Ela tem algum pretendente?

Madame Renée ficou em silêncio.

- Responda, Madame!

- Não. Ela não tem pretendentes, mas ele não permite que tenha. – A senhora disse numa voz baixa e contida. Detestava falar do Fantasma da Opera para outras pessoas. Ele sempre se irritava com isso.

- Ele. – James riu. – Quem é... Ele?

- Ora, quem mais acha que é, caro Visconde? O Fantasma, o Anjo da música, o Gênio musical. Não deve irritá-lo porque ele pode causar danos, Monsieur. – Ela disse educadamente. – Agora, por favor, o teatro está fechado, todos precisamos de descanso.

- Mas e... Bella?

- Ela o verá... Outro dia. – dizendo isso, Madame Renée acompanhou, silenciosamente, o Visconde até a grande entrada do teatro.


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Notas finais do capítulo

Genten, vocês em surpreenderam. :D
Que bom que estão amando a fic! Fico muito feliz em saber disso quando leio os reviews, que até agora foram só de elogios - e dos comentários das meninas que já viram o filme dizendo que não gostam do fim. hihi.

E já no segundo capítulo a fic ganhou uma recomendação da "lecullen".

Querida, muito obrigada mesmoo pela indicação. fico lisonjeada por me considerar uma escritora tão boa assim.

Espero que a fic ganhe mais algumas recomendações no seu desenrolar.

Espero que tenham gostado do capítulo. As tramas vão se desenrolando aos poucos (prometo que não vou ficar enrolando vocês), então não se apressem ok?

Beijinhos



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