A Viagem escrita por kiryuu_ichiru


Capítulo 30
Capítulo 30- A Ira de Kate




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/112089/chapter/30

Me levantei para sair de perto de Bill antes que eu morresse ali, de tanto chorar na frente dele.

- Kate – Bill falou enquanto eu levantava – Eu te amo!

Eu congelei ao lado dele, em pé.

Aquelas palavras viajaram por todo meu pensamento e aquelas palavras ecoaram em minha mente.

Eu não posso acreditar nisso. Tenho que ser forte; pensei.

Enquanto eu tentava me concentrar em não chorar, Bill me sentou novamente, e disse que ainda não tínhamos acabado a conversa.

- como não acabamos a conversa, Bill? – falei.

Eu estava chorando, não aguentava mais segurar aquilo dentro de mim.

- Não terminamos. Eu acabo de dizer que também te amo. Você não vai dizer nada? – ele perguntou.

Naquele momento, ele me olhou com aqueles olhos de cão sem dono que só o Bill sabe fazer.

- Ora, Bill. Eu não posso dizer nada. Você transa com a Manoela por pensar que eu já transei com Tom, faz isso na minha cama e depois diz que imanou que era fosse eu na hora do sexo. Por favor, dei-me sair daqui. Eu preciso pensar um pouco, ficar sozinha. –falei.

Eu falava baixo, como uma criança que faz manha quando está triste e não entende a razão de estar sendo repreendida.

Eu novamente me levantei, já estava tarde, todos estavam dormindo. Eu ia ficar acordada a noite toda, eu sabia, mas queria sair dali a todo custo.

Sai andando sem nem dar bola para o Bill que eu estava deixando para trás. Eu não conhecia aquele Bill. O Bill pelo qual me apaixonei não transava com menina por um motivo fútil desses.

- Foi a Manoela quem me disse. Ela disse que te viu com Tom no rio. – ele gritou de longe.

EU ouvi aquilo e parei por uns minutos. A raiva percorreu minhas veias e eu perdi a noção do que estava fazendo. Voltei para o acampamento, todos ainda estavam acordados. Tom e Gustav estavam ao redor da fogueira conversando. Manoela estava deitada, de cara feita esperando Bill voltar.

O visualizei Manoela e fui em sua direção.

- Sua vaca, maldita! – falei.

Neste momento, peguei os cabelos dela e sai arrastando a menina pelo chão. Eu estava tomada pela raiva.

- Pare, Kate! SOCORRO, Tom, Gustav... BILL! – Manoela gritou.

Bill apareceu correndo pelo mesmo lugar de onde eu viera. Ele ficou parado olhando o que eu estava fazendo. Gustav e Tom ficaram perplexos com aquela cena, eles nem sabiam o que estava acontecendo.

- Não se metam!  - apontei para os três meninos aliem pé. Levantei Manoela e dei um tapa bem naquele rosto que ela achava que fosse de boneca. – Como é que você inventa histórias sobre  Tom e eu se você nunca viu nada sua merda?

- E-E-Eu queria o Bill para mim, você estava no meu caminho. – ela respondeu em meio ao tapa que eu dei.

Aquilo era demais, eu fechei o punho e o tapa foi mais forte, este virou o rosto dela e a fez gritar de dor.

- Você está dizendo que, só porque você tinha vontade de transar uma vez com Bill, você estraga a única chance que eu tinha de ser feliz ao lado do homem que eu amo, é isso?- gritei – E aquele amor todo que você sentia por Georg?

-Ele está morto. Pare com Isso porra! – ela gritou de dor quando eu dei mais um tapa nela – Ele morreu e é isso o que interessa. Mas eu consegui transar com Bill primeiro que você.

- Não é uma competição. Nunca foi! – falei.

Eu soltei a menina, já não tinha forças para gritar ou bater. Eu estava chorando. Eu estava estragada por dentro, morta. Eu me sentei ali mesmo e comecei chorar.

Tom, Gustav e Bill correram e me abraçaram, Bill estava chorando também, eu pude perceber.

- Isso não vai ficar assim! – Manoela falou se levantando.

Ela se equilibrou e chegou mais peto de mim com as unhas já preparadas para acabar com meu rosto. Mas Tom a segurou e a tirou de lá.

- Na Kate não. Agora é minha vez de conversar com você.  – ele disse, se levantando e levando Manoela para longe. – Gustav, me acompanhe, acho que esses dois ainda não terminaram a conversa.

Meus dedos sangravam, tamanha a força com a qual bati na menina. Bill e eu ficamos abraçados por uns minutos. Eu soluçava.

- Por favor, Bill me deixe sozinha. –falei em meio a soluços.

Bill me abraçou mais forte. Por alguns minutos  eu pensei estar em um paraíso, só nós dois. Incrível como um abraço faz muita diferença.

Bill segurou minha mão que sangrava, rasgou um retalho de sua camisa já surrada e enrolou como se eu fosse lutar boxe, após isso ele voltou a me abraçar.

- Eu nunca mais vou te deixar sozinha. Eu fiz isso uma vez e deu no que deu, eu não posso fazer isso. – ele falou bem baixo em meus ouvidos.

Eu fiquei sem reação. Lágrimas de tristeza, lágrimas de raiva, lágrimas de alegria, tudo isso em um dia. Eu queria acreditar naquilo que Bill estava dizendo, mas não deu, infelizmente, naquele momento não dava.

- Eu não quero saber, Bill. Daqui pra frente, só me provando. Por hora, vá lá cuidar dos machucados que fiz em Manoela. Eu nem sei o que me deu – falei.

Eu nunca fizera aquilo com alguém. O amor nos deixa loucos, pirados, alucinados. Eu senti que ia mata-la enquanto batia em Manoela, um sentimento que eu nunca mais queria sentir.

Bill sabia que não adiantaria ficar ali comigo, só me faria piorar, ele se levantou e foi em direção aos choros de Manoela.

- Eu vou, mas não desistirei de você. – ele disse enquanto se distanciava.

Fiquei ali, sozinha, apenas com a fogueira iluminando o ambiente.  Me levantei e voltei para a gruta, eu queria paz, queria distancia de todos. Sentei-me na gruta, e comecei lembrar de tudo que ocorrera no dia. Eu não podia acreditar. Olhei para o luar e lágrimas escorreram de meus olhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu fiquei um tempo sem postar, mas voltei com a Fic. Me desculpem, mas eu estava muito ocupada com escola, cursos e tal. Espero que a continuação agrade vocês.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Viagem" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.