O ódio de Bill começou...

- Bill me desculpe, eu não queria que acontecesse, mas quando eu percebi isso crescia dentro de mim. – O irmão mais velho ajoelhou-se aos pés do irmão mais novo. Tom pedia desculpa, de todas as coisas dolorosas no mundo, magoar o irmão era a pior de todas.

- Tom, por que você fez isso? Você sabia que eu gostava dela, desde o dia em que a via. – Bill não conseguia entender por que o irmão havia feito aquilo com ele.

- Não foi culpa minha. Eu me apaixonei por ela também. – Lagrimas desciam pelo rosto de Tom. Não queria roubar a garota do irmão, jamais pensou em fazer isso. Mas desde o momento que a conheceu, sabia que ela não encantou apenas Bill, mas também encantou Tom.

- Você transou com ela, Tom? – A voz de Bill soou baixa, mas os ouvidos de Tom mesmo assim conseguiram ouvir. Tom não queria magoar mais o irmão, então lhe contaria a verdade.

- Sim. – Nunca um sim magoou tanto Bill por dentro. Estava sem chão, seu irmão apaixonou-se pela garota que ele amava e muito pior eles haviam transado.

- Mas Bill me perdoa, você sabe que eu nunca seria capaz de roubar algo seu. Mas entenda que eu me apaixonei também, o jeito dela, a delicadeza, o sorriso iluminado, a pele macia, tudo que ela faz diante dos meus olhos soa para mim com a mais bela coisa da natureza. Eu me apaixonei perdidamente, e eu logo me encontrei entre mergulhar nessa paixão ou mentir e magoar você.

- Você sabe Tom, que por mais que isso me destrua por dentro. Eu nunca conseguiria te odiar e muito menos irei odiar Hanna por ter feito dois irmãos se apaixonarem perdidamente por ela. Mas apenas me responda: Você a ama mesmo? Não quero que você a magoe e a trate com mais uma das suas garotas.

- Jamais a magoaria, por que eu tenho plena consciência que se a magoasse, magoaria não só ela, mas sim você. E você sabe que se você se magoar eu acabo me magoando. Eu a amo, como nunca pensei que amaria alguém.

- É só isso que eu queria saber. Fico feliz que você foi alguém que tomou coragem em me contar a verdade, você se preocupou comigo, e isso me faz perceber o quanto é impossível eu te odiar. Eu quero que você seja feliz, e a faça feliz. Por que se não...

- Adeus Tom júnior. – Bill riu alto. Só mesmo seu irmão mais velho para fazer-lo rir em uma situação como aquela. – Eu te amo mano.

- Eu também. – E os irmãos se abraçaram, reforçando ainda mais o laço que eles tinham.

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Bill queria odiar alguém, queria por a culpa em alguém. Mas não podia ser em Tom, e nem em Hanna. Ambos não tinham culpa de se apaixonar um pelo outro. Ele torcia pela felicidade do irmão, mas havia uma parte dentro de si, que queria por a culpa e odiar perdidamente alguém. Mas quem?

- Bill, preciso contar algo. – Tom entrou eufórico em seu quarto.

- O que? – Bill ainda assustado com a entrada repentina do gêmeo, perguntou.

- Eu vou me casar. – Bill ficou em choque, estava indo rápido demais. Mas não tinha nada o que se fazer, percebeu durante meses o quanto Tom amava Hanna e ela o amava também.

Bill abraçou o irmão e o desejou felicidade. Era estranho desejar casamento para alguém que corria só de ouvir essa palavra. Só mesmo o amor para fazer com que Tom faça coisas que não são naturais para ele. Como se casar.

- Tenho outra noticia para te falar. – Tom disparou ainda eufórico.

- O que? – Bill fitou os olhos felizes do irmão.

- Eu vou ser pai. – Pronto, aí foi o baque final.

E foi ali que Bill selou seu contrato de ódio. Não odiaria Tom e nem Hanna, mas odiaria a criança que estava para vim. O fruto daquele amor seria o alvo do ódio de Bill. Seu sobrinho ou sobrinha seria a pessoa que mais odiaria na vida.