Eu estava correndo por aí com o arco na mão, indo pro treino. Eu ia me atrasar de novo, mas que droga! No meio do caminho eu trombei com alguém e caí no chão. Eu já ia começar a murmurar algo quando olhei pra garota que estava caída perto de mim.

Eu tinha ouvido falar dela antes. E como tinha, era a famosa Alice, filha de Apolo. Ela tinha 17 anos, assim como eu. Ela era tão bela que todos os garotos corriam atrás dela e até mesmo as filhas de Afrodite invejavam a sua beleza. Eu olhei pra ela e ela sorriu pra mim. Seus olhos eram de um intenso azul, ela tinha olhos puxados como os de uma gata, ela nem precisava de maquiagem, seus cílios eram longos e escuros. Seus cabelos eram castanho-avermelhados, com algumas mechas naturais em diferentes tons de castanho, seus cabelos caíam até a metade das costas, mais ou menos. Seus cabelos eram ondulados nas pontas. Ela tinha uma franja naturalmente lisa e a pele dela era levemente bronzeada, quase branca, como se a pele dela tivesse sido beijada pela luz do sol. Ela tinha as bochechas levemente rosadas e os lábios rosados em um tom mais intenso. Ela tinha um sorriso branco de dentes perfeitos que iluminavam ainda mais o seu belo rosto. Eu não fiquei muito tempo olhando pra ela.

Meu cabelo estava meio comprido e tinha a droga de uma mecha de cabelo caindo no meu rosto, eu detestava isso. Eu tirei a mecha de cabelo com uma das mãos e a filha de Apolo deu uma risadinha, não entendi bem o porquê.

-Me desculpe. – Disse ela se levantando e estendendo a mão pra me ajudar a levantar. Eu peguei o meu arco que eu tinha deixado cair no chão e me levantei. Eu não peguei na mão dela, talvez isso passasse a impressão errada. Ela devia ter mais ou menos 1,65 de altura e tinha um belo corpo, que eu tive que me esforçar pra não olhar demais. Ela vestia uma camiseta azul petróleo, sem estampas e sem mangas, um short jeans e usava um all star branco. Imaginei que até os filhos de Apolo estavam sofrendo com o calor daquele verão. O short que ela usava, não era exageradamente curto nem apertado como os shorts que as filhas de Afrodite usavam, mas acho que qualquer roupa que ela usasse, mesmo que fosse uma roupa de freira, realçaria a beleza dela. A beleza dela era natural e meio selvagem.

-Tudo bem. Agora tenho que ir pro meu treino de arco e flecha, tchau. – Eu disse acenando pra ela e indo em direção a arena correndo. Algo na presença dela me fez congelar, me fez ficar sem reação. Aquilo me assustava, por um momento eu esqueci que estava atrasado pro meu treino.

Alice’s POV.

Eu andava em direção ao chalé de Apolo, quando algo veio em minha direção e trombou comigo, me fazendo cair. Eu olhei pro algo, quer dizer, pro garoto que tinha trombado em mim. Eu nunca tinha visto ele antes aqui no acampamento... Ele olhou pra mim, parecendo examinar meu rosto e eu sorri. Mas algo no olhar dele me incomodou profundamente.

O fato é que ele me olhava diferente. Os outros garotos me olhavam babando, meio abobados até. Eu não posso negar que gostava do interesse que todos tinham por mim, o jeito como me olhavam. Mas aquele garoto, me olhava com os olhos inocentes, como se me estudasse, como se ele fosse apenas uma criança curiosa. Outra coisa que me incomodou tremendamente foi o fato de eu não conseguir descobrir quem era a mãe ou o pai olimpiano daquele garoto, mesmo checando todas as características físicas dele. Nós, filhos de Apolo, éramos muito bons adivinhando coisas, já que nosso pai também é o deus das profecias.

O garoto tinha curiosos olhos de uma cor diferente. Os meus olhos eram azuis, todos diziam que meus olhos eram de uma cor de azul quente, mesmo que azul fosse uma cor fria. Não sei se dá pra entender isso. Os olhos desse garoto eram de um azul claro, calmo e frio. Seu cabelo era loiro-escuro meio acinzentado, quase que castanho e seu cabelo era liso e era um pouco comprido, um pouco de cabelo caía sobre um lado de seu rosto. Ele tinha um ar muito misterioso. Sua pele era clara e irradiava algum tipo de luz, não sei explicar. Não que ele brilhasse ou algo do gênero, sua pele simplesmente irradiava uma fraca luz, quase imperceptível. Seus lábios não eram cheios e eram levemente rosados, era uma cor fraca. Ele tirou a mecha de cabelo que caía em seu rosto com uma das mãos, aparentemente irritado. Ele tinha um jeito inocente e o jeito como ele moveu uma das mãos meio que atrapalhado pra tirar a mecha de cabelo do rosto, me fez rir. Eu podia ter passado o dia inteiro sentada ali, estudando ele, tentando descobrir o que se escondia por trás daquele olhar misterioso.

-Me desculpe. – Eu disse, me levantando e estendi a minha mão pra ajudá-lo a levantar, mas ele pegou o arco que ele tinha deixado cair no chão e se levantou sozinho. Ele olhou pro lado, tentando evitar olhar demais pra mim. Ele devia ter a minha idade e tinha 1,80 de altura, por aí. Ele tinha alguns músculos definidos nos braços, nada exagerado, mas bem atraente. Quando eu ia perguntar quem era o parente olimpiano dele e perguntar o nome dele, ele logo falou:

-Tudo bem. Agora tenho que ir pro meu treino de arco e flecha, tchau. – Ele disse acenando pra mim e correndo em direção a arena, me deixando sem palavras. O que tinha acabado de acontecer? Eu estava frustrada de um certo modo. Quer dizer, o que tinha de errado comigo hoje? Porque ele não ficou mais tempo comigo? Porque ele pareceu nem se importar comigo?

Seja lá qual fosse a razão pra tanto mistério, eu ia me aproximar dele e descobrir.