17.Choque de realidade

Suzane’s pov

OMG!

Eu havia recebido o beijo mais arrebatador da minha vida, com a pessoa que eu mais amava, ele retirou completamente meu raciocínio.

Quando Alec parou de me beijar e me aprisionou entre ele e a parede eu ainda estava ofegante e perdida pelo seu olhar, eu havia esquecido completamente quem eu era, o por quê de eu estar ali, para mim só existia eu e o Alec... O Alec e eu... até que ele interrompeu minha fascinação por aqueles lindos olhos escarlates que me prendiam.

- Suzane, o que eu tinha para te falar hoje é que eu já não consigo ficar morto, você me trouxe a vida e fez com que eu conhecesse o que é amor... e agora é como se longe de você eu estivesse sem vida, sem calor- ele pegou uma de minhas mãos e colocou no lado esquerdo de seu peito, enquanto eu ofegava com cada linda palavra dele– Se hoje sinto a paz e o calor que tenho aqui é porque você é o meu combustível.

Eu o olhava maravilhada pelo o que eu havia acabado de escutar, eu jamais imaginei que esses fossem os sentimentos do Alec, tudo mudou tão rápido e eu ainda não posso acreditar que esse anjo lindo que eu amo também me ama!

-Se eu pudesse estaria chorando agora – Abri um sorriso enquanto dizia a mais pura verdade que meus olhos já deviam transparecer enquanto passava os dedos pelo seu rosto, eu precisava tocá-lo, precisava sentir que ele era real e que aquilo não era apenas um sonho, foi então que derrepente como uma bolada, o porquê de estar ali veio na minha mente me atordoando e eu saí de sua frente rapidamente, ele me olhou confuso e um pouco receoso com essa atitude; pensei rapidamente em como eu falaria para ele sobre a minha visão.

-O que foi Suzane? - eu sorri tentando disfarçar meu nervosismo e me sentei em sua cama para não correr o risco de desabar com o nervosismo que me abalava.

-Eu tenho um dom! -sorri novamente tentando passar confiança para mim mesma, ele abriu um sorriso também e sentou-se ao meu lado na cama me deixando mais nervosa pela nossa proximidade. Que droga! Eu não conseguia pensar direito com ele tão perto!

-Qual é? – agora a situação tinha ficado pior eu estava tão nervosa que comecei a passar a mão pelo cabelo, eu não queria estragar esse momento para falar que eu o vi beijando uma outrazinha qualquer, eu não podia... Mas como eu explicaria a minha reação no quarto? Mesmo que ele não perguntasse agora uma hora ele perguntaria, e o que eu iria responder?

Ele esperou pacientemente o meu ataque de pânico enquanto olhava para mim, eu já devia estar parecendo uma retardada parada olhando para o nada, foi então que ele deitou na cama e colocou uma mão atrás da cabeça enquanto abria o outro braço para que eu deitasse; fiquei meio receosa de deitar com ele ali... Mas o que eu tinha a perder? Nada né? Então me aconcheguei sentindo aquele cheiro maravilhoso que eu tanto queria memorizar e na hora me senti mais calma, ele fechou os olhos por um segundo inspirando meu cheiro também para logo em seguida acariciar meus cabelos... Aquela sensação era tão boa que eu ficaria assim pela eternidade até que ele me tirou dos meus devaneios.

-E então? O que foi?

Eu não resisti e dei mais uma prova do meu nervosismo mordendo os lábios, decidi por começar pela parte mais fácil... Qual era mesmo? Ah é não tinha! ‘¬¬

- É que... Eu posso ver o futuro das pessoas através de seus sentimentos por outras pessoas, e àquela hora eu pedi para você sair foi porque tive uma visão e fiquei confusa, era a primeira vez... Mas agora Aro já sabe e me explicou e eu já tenho um professor para ajudar, a lidar com isso.

Que explicação mais ridícula, parece uma criança de pré que fala para o pai que tentou comer massinha na escola e a tia disse que não podia, mas que ele não faria mais, pois já sabia que era errado.

Esperei que ele gargalhasse com minha “brilhante explicação”, porém ele apenas sorriu, não era um sorriso de reprovação era um sorriso lindo e feliz... Era o meu sorriso Alec, fiquei tão feliz por esse sorriso que não resisti e sorri também, não sei quanto tempo passei perdida no seu olhar, mas eu me sentia como se o tempo não passasse, como se as coisas não mudassem, como se nada pudesse estragar aquele momento, ele me olhava com um olhar que parecia fascinação, começou a passar a ponta o dedo delicadamente sobre meu rosto e eu apenas me permiti fechar os olhos e sentir aquele toque tão almejado pelo meu corpo.

A sensação era como se estivesse explodindo milhões de fogos de artifícios dentro de mim e ao mesmo tempo como se seus dedos estivessem em chamas, a onde passavam deixavam um rastro flamejante e quente por minha pele, abri meu olhos e vi os seus mais perto do que eu podia agüentar ajustei o espaço que faltava para nossos lábios se encostarem e selei a minha felicidade, a minha felicidade nesse momento era ele; senti seus lábios puxando os meus, minhas mãos indo para seus cabelos e as mãos dele em minha cintura enquanto eu provava o sabor da felicidade, e ele não era coca cola não! Era único e puramente Alec!!!

Me entreguei, sem resistência ao domínio de seu beijo, eu me sentia em chamas e eu só pensava em trazê-lo para mais perto, senti sua língua explorando minha boca e era como se eu estivesse beijando mel, com chocolate e baunilha, tinha um sabor tão bom que me deixava estonteada enquanto nossas línguas dançavam, se entrelaçando e me fazendo a pessoa mais feliz do mundo, ele parou o nosso beijo com selinhos e um beijo terno e casto em minha testa ainda afagando meus cabelos, eu estava tão feliz que podia voar olhei para a janela e me assustei ele olhou alarmado para mim

-O que foi Suzane?

Eu olhei nos olhos que eu tanto amava

-Nada, é que o sol já nasceu!

Ele olhou para cima e constatou o mesmo que eu, para logo em seguida me olhar nos olhos.

-Suzane antes que você vá, eu tenho algo a te dizer. –ele olhou para baixo como se algo o torturasse o que me deixou aflita.

-Sim? – respondi apreensiva

-Eu vou ter que me ausentar por umas semanas- aquilo me atingiu como um soco, me trazendo a realidade... Quem eu achava que era? Por mais que tivesse dito tudo aquilo ele ainda era um Volturi, e o que eu era? Uma recém nascida! Como Jane diria: uma neonata, um passatempo para ele. Aquilo doeu tão profundamente que era melhor que eu tivesse sido mordida mil vezes como na maldita noite que eu me transformei, eu tinha vontade de chorar, implorar e até mesmo pegar o resto de dignidade que eu tinha e sair dali, mas ele colocou uma mão no meu rosto e como um alento a dor foi passando, deixando o desânimo me atingir.

- É só uma semana- ele disse olhando para mim- e logo estarei de volta!

Deixei que meu corpo sentisse talvez pela última vez e tentei muito mesmo não pensar que ele teria tempo de sobra para que minha visão se cumprisse, agradecia mentalmente por não poder chorar porque se não ele veria o quanto eu era fraca... Eu iria perder para uma melhor do que eu... Mais bonita mais sensual.

Um toque de celular quebrou o silêncio e Alec pegou um Iphone preto atendendo-o em seguida.

-Alec Volturi?

A voz do outro lado respondeu:

- E então já está pronto para ir?

Ele fez uma careta

-Não, me dá cinco minutos que eu tô descendo.

Ele desligou o telefone e me fitou dando um selinho em meus lábios.

-Tenho que ir! Até semana que vem?

Eu não queria que minha voz se quebrasse então eu apenas assenti.

Ele deu meu sorriso Alec novamente e se levantou pegando um manto preto e o celular saindo em seguida