A Primeira Legião escrita por diiegoliveira


Capítulo 14
XIV - Reyna


Notas iniciais do capítulo

Grandes emoções se aproximam! Recomendem a história para os amigos :D



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— PERCY! — GRITOU REYNA ENQUANTO OBSERVAVA-O CAIR.

Percy se espatifou no chão sobre o seu braço direito. O impacto foi tão intenso que gravou uma cratera na neve, e a espada de Percy foi voando para fora de sua mão. Todos se aproximaram dele. Ele não se moveu.

Reyna se ajoelhou ao lado dele e colocou a mão no seu ombro.

— Percy?

Ai — gemeu Percy e rolou para ficar de costas para baixo.

Os amigos ofegaram em choque por ele ter sobrevivido.

— Deuses, Reyna! Você trouxe ele de volta da morte! — falou Bobby em diversão.

— Eu não fiz nada demais.

Bobby apontou o dedo para ela.

— Você tocou nele.

— Eu não estava morto, Bobby — disse Percy, se sentando e esfregando os olhos.

— Bem, devia estar — falou Dakota.

— Deixe-me dar uma olhada em você, Percy — disse Reyna.

Reyna tocou seus braços, pernas, costelas e a espinha.

Reyna sacudiu a cabeça em incredulidade.

— Nem um único osso quebrado ou dano interno.

— Você é um filho de Netuno sortudo — disse Dakota, oferecendo a Percy sua mão para ajudá-lo a se levantar.

Reyna olhou para Percy. Ela teve a sensação que havia mais coisas do que só sorte. Eles precisavam descobrir quem Percy realmente era, e depressa. Se eles não percebessem o que realmente estava acontecendo, o motivo real dele aparecer no acampamento, eles podiam estar num mundo de problemas.

Percy se levantou e espanou neve da jaqueta.

— Inacreditável. — Hazel sorriu.

Bobby ainda parecia desconcertado.

— Como você não morreu?

Percy olhou para o topo da falésia e disse:

— Não tenho a mínima ideia.

Os lobos começaram a uivar.

— Parece que a gente precisa continuar andando antes que eles achem uma maneira de descer para cá — sugeriu Hazel.

— Lupa não está estável o bastante para se mexer — avisou Reyna andando de volta a Lupa.

O uivo estava ficando mais alto.

— Seria melhor você deixá-la estável o bastante — lhe disse Dakota.

Todos ficaram de pé em torno de Lupa. Reyna e Bobby se ajoelharam ao lado dela. Ela estava inconsciente e sua respiração era rasa, fazendo um som gorgolejante.

— O que tem que ser feito primeiro, Bobby? — perguntou Reyna.

— Espinha e os órgãos maiores, os ossos quebrados podem esperar.

Reyna levantou o olhar para Dakota.

— Você sabe que vai provavelmente me carregar para fora daqui, certo?

Dakota assentiu.

— Só faça o que tem que fazer.

— A gente precisa carregar Lupa para mantê-la estabilizada — contou Bobby.

— As pranchas de esqui — sugeriu Hazel.

Dakota pegou um pouco de fita adesiva da mochila e Hazel e Percy começaram a tirar as tiras das pranchas de esqui para que pudessem amarrá-las juntas, fazendo uma maca.

Reyna levantou as mãos sobre Lupa.

— Aqui vamos nós — ela disse, e pôs as mãos no lado de Lupa, ao longo da sua caixa toráxica.

Reyna pôde sentir os ferimentos: pumão perfurado, vértebra fraturada, ruptura do baço, assim como uns quinze ossos quebrados e uma concussão severa. Reyna enfraquecia enquanto curava os ferimentos mais sérios de Lupa. Reyna estava respirando pesado e começando a suar até mesmo no frio penetrante. Bobby levou um cantil à boca de Reyna e a fez beber néctar para repor as energias. O rabo de Lupa tremeu enquanto Reyna reparava os órgãos danificados. Ela tirou as mãos de Lupa e quase desmaiou. Bobby a pegou e ajudou-a a se sentar numa pedra. Bobby colocou a mão na testa de Reyna.

— Estou bem — Reyna disse a Bobby. — Os órgãos vitais de Lupa estão estáveis por enquanto, mas ela ainda precisa de muitas coisas. Eu não pude emendar os ossos quebrados, e Bobby, tem severos. Precisamos de ajuda.

— Que tal um fauno? — sugeriu Bobby. — Certamente há um nessa montanha em algum lugar.

— Boa ideia.

Percy andou na direção deles.

— A maca está pronta.

— Percy, tem um cobertor de sobrevivência emergente e uma injeção sedativa no meu kit de remédios. Pode pegar? — pediu Reyna a Percy.

— Claro — respondeu Percy e foi pegar os itens.

— Bobby, seda ela — pediu Reyna. — Eu não quero que ela acorde; estaria numa dor excruciante. Enrole-a no cobertor e amarre-a à maca com fita adesiva.

— Entendi. — Bobby assentiu. — E você? Está prestes a ter um piripaque.

— Eu vou ficar legal — garantiu Reyna. — Só preciso descansar. Fale para Hazel que precisamos encontrar o lar de um fauno. Se tiver sorte, ela pode encontrar um.

Um lobo uivou à distância e todos olharam em volta.

— Bobby — Percy gritou para ele. — Vamos, cara. Temos que nos apressar.

Bobby correu para Lupa. Percy passou a ele o sedativo e ele injetou-o atrás do pescoço de Lupa. Eles cuidadosamente enrolaram Lupa num cobertor que parecia um lençol de folha de alumínio e deslizou a maca provisória para baixo dela. Usando fita adesiva, prenderam Lupa à maca. Bobby e Percy pegaram, cada um, um lado da maca e a levantaram do chão coberto de neve.

Dakota foi para perto de Reyna.

— Vamos — ele falou para ela.

Ela tentou se levantar e Dakota a ajudou a ficar sobre os pés. Assim que ficou de pé, seus joelhos dobraram, e se não fosse por Dakota, ela teria caído novamente.

— Bem, parece que eu vou ter que te carregar para fora daqui — disse Dakota.

Reyna colocou o braço em volta do pescoço, e ele colocou um braço nas costas delas e o outro entre seus joelhos e a levantou. Ela descansou a cabeça no ombro dele.

— Andando — Dakota falou para todos, e eles começaram a caminhar com Hazel na dianteira.

— Obrigada, Kota — sussurrou Reyna.

— Durma — ele falou para ela, e Reyna adormeceu instantaneamente.

O pesadelo terrível de Reyna começou com ela de pé na neve sobre os tornozelos e olhando para um ponto tão alto que ficou com cãibra no pescoço. O que ela estava vendo era a coisa mais perturbadora e alarmante que ela já vira. A criatura era enorme; devia ter nove metros de altura. A parte de cima do corpo do monstro era humana, um homem muito grotesco. Ele usava armadura de bronze sobre seus músculos, e na sua mão esquerda ele segurava uma lança tão comprida e grossa quanto um poste de luz. Seu rosto era pálido e selvagem. Seus olhos eram de um branco pesado e completamente oco. Seu cabelo escuro era escombros bagunçados na sua cabeça. A parte de baixo do seu corpo era igualmente apavorante. Suas pernas eram cobertas com pálidos escamas amarelas e reptilianas, e seus pés eram enormes garras. No chão ao seu lado estava uma grande gaiola, como uma usada para transportar animais vivos. A gaiola faiscava tão vivamente na luz do sol que era quase cegante. Parecia que a gaiola era feita de ouro maciço. Reyna sabia que tinha algo na gaiola, mas não pôde descobrir o que era. O monstro começou a rir, revelando presas que colocavam as de Licaão no chinelo. A risada era deprimente, e ecoou por todas as montanhas em volta.

— Você está muito atrasada, Reyna Ballard. Eu, o gigante Polibotes, ascendi, e agora nem você nem aquele filho de Netuno irritante pode me impedir de me juntar aos meus irmãos na próxima grande Gigantomaquia — ele se gabou.

Reyna sabia que Gigantomaquia se referia à guerra entre os gigantes e os olimpianos. Gaia, procurando revanche pela derrota dos titãs, criou os gigantes para se erguerem contra os deuses. Parecia para Reyna que a história antiga estava se repetindo.

Reyna estava quase aterrorizada demais para falar, mas conseguiu dizer:

— Como você escapou do Tártaro?

— Minha mãe, Gaia, está acordando. Logo, todos os meus irmãos irão ascender. Procuraremos vingança pelos deuses que nos mataram na última Gigantomaquia, e então iremos acabar com o Olimpo pela sua essência.

A hipótese que Reyna tinha que a grande profecia havia começado se confirmou.

Reyna abaixou o olhar para a gaiola.

— O que tem nela?

— Ah, belas habilidades, não diria? Já que Midas escapou do Mundo Inferior, eu o mandei me construir essa gaiola mágica feita de ouro sólido. Pode aprisionar qualquer coisa, até um deus.

Reyna olhou mais de perto entre as barras da gaiola. Ela encontrou os olhos de uma mulher. A mulher falou fracamente na mente de Reyna: Liberte-me da minha prisão e eu, Cibele, lhe ajudarei a destruir esse gigante.

O gigante riu.

— Me desafie e tente libertar a deusa se tiver tal ousadia, Reyna. Basta me trazer Percy Jackson. O pai dele me matou na primeira guerra, e vou me vingar matando o seu filho.

O gigante bateu a lança com força no chão nevado. A onda de choque chocalhou através das montanhas. Muita neve caiu de uma das montanhas, e uma avalanche de branco veio impelindo para Reyna. Ela tentou se virar e correr, não não pôde se mover. Ela gritou enquanto a avalanche passava sobre ela, e aí ela acordou, ainda gritando.

— Ei, está tudo bem. Você está bem. Shh, shh — disse Dakota enquanto pegava os ombros dela para acalmá-la.

Ela finalmente tomou fôlego e olhou ao redor. Eles estavam numa caverna. Era grande mas não muito funda. Ela podia ver o sol raiando no lado de fora. Notou que todos estavam dormindo nos sacos de dormir no chão, e um pequeno fogo de lareira queimava no centro da caverna. Ela viu um fauno alto e magro dormindo sobre uma pedra no outro lado da caverna, e ela viu Lupa descansando integralmente perto do fogo.

Reyna se levantou completamente numa posição de sentar e seu estômago deu um salto mortal.

— Você está bem? — perguntou Dakota.

Ela cobriu a boca com as mãos, se levantou e correu para fora da caverna. Se apoiou numa árvore com uma mão e com a outra, colocou o cabelo para trás enquanto vomitava. Ela estava encostada na mesma posição esperando a onda de náusea seguinte quando sentiu a mão de alguém nas suas costas. Ela inclinou a cabeça e viu Dakota. Ele não falou nada, só deu tapinhas nas suas costas. Essa não era a primeira vez que ele a vira ficar doente. Pelo menos ele não tinha que segurar o cabelo dela para trás dessa vez. Às vezes, a cura tirava mais dela do que só força. Reyna se levantou ereta e respirou fundo.

— Melhor? — perguntou Dakota.

Reyna assentiu.

— Deve ter sido algum pesadelo — sugeriu Dakota.

O rosto horripilante de Polibotes faiscou na cabeça de Reyna. Ela virou e vomitou novamente.

Ahh — grunhiu enquanto limpava a boca.

Dakota passou para ela um tablete de chiclete.

— Obrigada — agradeceu ela e pegou o chiclete. — Como está Lupa?

— Está bem. Deve ficar novinha em folha quando acordar.

— É algo bom, porque vamos precisar dela — disse Reyna.

— O que está acontecendo, Reyna? — perguntou Dakota. — O que você viu?

— Problemas estão se agitando, grandes problemas. Vamos — ela disse e eles voltaram para a caverna.

Todos já estavam acordando. Lupa se aproximou de Reyna. Reyna curvou-se para ela.

— Obrigada, minha pupila, por ter salvo a minha vida — disse Lupa.

Reyna assentiu.

— Preciso te contar uma coisa, Madame Lupa.

Lupa curvou a cabeça, dando permissão para Reyna falar.

— A Grande Profecia começou, e eu sei sobre o que ela é. — Reyna respirou fundo. — É a próxima Gigantomaquia.

A caverna ficou sinistramente silenciosa por um momento.

— Conte-me — disse Lupa para Reyna.

Eles se reuniram, até o fauno, enquanto Reyna os contava sobre o sonho. Quando citou Cibele, o fauno interrompeu.

— A Mãe Montanha partiu a dias. Os lobos puderam ocupar a montanha sem a sua presença. Eu não deixo a minha caverna há quase uma semana — explicou o fauno.

— A Mãe Montanha? — perguntou Percy.

— Cibele, a deusa e mãe das montanhas — esclareceu Reyna.

— Eu temo que Polibotes possa estar drenando o poder de Cibele para repor o seu próprio — disse Lupa.

— Mas como? — Hazel perguntou. — Ela é uma deusa.

— Ela é uma deusa aprisionada — explicou Lupa — e isso a faz vulnerável. Se o gigante tiver sucesso em drená-la completamente, ela não irá mais existir.

— E o que nós fazemos? — perguntou Dakota.

— Tentamos resgatá-la — disse Lupa. — Percy Jackson, Polibotes quer você, e se você escolher não ir nessa missão, eu entenderei. Mas saiba que você poderia ser nosso maior aliado nessa luta.

Reyna teve a sensação que Lupa sabia de algo sobre Percy que mais ninguém sabia, e ela não estava compartilhando a informação.

Todo o mundo olhou para Percy e ele falou:

— Eu vou. Vocês são meus amigos, e eu quero ajudar.

Todo o mundo sorriu e Bobby deu uns tapinhas no seu ombro.

Lupa curvou-se para Percy.

— Sua lealdade aos amigos é admirável.

— Como encontramos esse gigante? — perguntou Hazel. — Vocês acham que ele está aqui, no Pikes Peak?

— Creio que sim. Foi aqui que ele pegou Cibele numa armadilha, e ele não se juntará aos irmãos enquanto está num estado enfraquecido. Mas quando drenar Cibele completamente, ele irá embora. Deveríamos tentar encontrá-lo imediatamente — disse Lupa, depois virou para o fauno. — E o fauno irá levar-nos até ele.

— Eu? — O fauno ofegou. — Ah, não. Eu não quero nem chegar perto daquele gigante.

— Você é o único aqui que pode rastrear Cibele, e se quiser ter algum dia a sua montanha de volta, você irá nos ajudar — disse Lupa com desprezo.

O fauno hesitou, mas finalmente disse:

— Certo, eu vou rastreá-la, mas quando nós a acharmos, eu vou embora.

— De acordo — concordou Lupa. — Pupilos, peguem suas coisas; temos um gigante para encontrar.


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