É apenas mais uma noite que eu passo em claro, matutando sobre meus pensamentos. O Grande Festival de Kanto havia terminado e eu ainda não conseguia tirar da cabeça todo o mau entendido que aconteceu em entre mim e a May. Eu me sinto péssimo por me lembrar de tudo o que aconteceu e por ter feito-a sofrer daquela maneira. Eu não entendo porque me senti tão mal em vê-la daquele jeito. Eu queria ter sido corajoso o bastante pra dizer a ela tudo o que eu sinto, mas eu não tinha certeza do que falar e como falar tudo o que se passava no meu coração. Mas desde de aquele dia, não me sai da cabeça a imagem dela chorando daquele jeito.

Logo, uma recordação me veio a mente. Eu me levantei correndo e fui até o criado-mudo do quarto. Abri-o correndo e tirei um envelope vermelho completamente em pedaços, onde podia ver o meu nome e o dela escritos próximos um do outros. Eu não sabia o que havia naquele envelope, mas pensava que se tratava de uma carta para mim. Eu queria ter feito algo pra que ela tivese me entregado a cara aquela noite, mas infelizmente eu fiz a idiotice de beijar a Brianna naquela noite. E me arrependo até agora... Pois eu sei que não posso mais estar ao lado da garota que eu tanto amo...Não posso estar ao lado da minha amada May.

Eu coloquei as mãos na cabeça, tentando entender porque estava tão angustiado daquele jeito. Eu me sentia o pior cara do mundo. Eu continuava a olhar para o envelope vermelho que estava no meu colo, mas não conseguia vê-lo direito, pois minha visão estavam encoberta pelas minha mãos, com as quais mexia no cabelo e esfregava-as em meu rosto, ainda me perguntando sobre o motivo de tudo aquilo estar acontecendo comigo. Então, eu me deitei na cama e passei a olhar para o teto, a procura de algo que pudesse colocar meus pensamentos no lugar. Mas a única coisa que conseguia era ver o rosto dela sorrindo para mim, aqueles olhos azuis me olhando como se pedissem um beijo, a delicadeza dela parecia estar me hipnotizando. Na tentativa de não pensar mais nela, fechei meus olhos e tentei dormir. Foi em vão. Ela não saía da minha mente um segundo sequer, parecia que o sorriso dela havia se tornado meu vício, o jeito delicado dela era minha droga.

Foi então que eu disse para mim mesmo, em voz baixa: "Não adianta fugir. Não adianta se esconder. Eu não posso mais negar meus sentimentos. Eu estou apaixonado por ela, mas eu preciso esquecê-la... Eu só não sei como. Ai May, se eu tivesse ao menos coragem de dizer o quanto eu te amo". Então, peguei o envelope vermelho e fiquei olhando para ele por um tempo. Depois, guardei-o no criado-mudo, me virei de lado e já atormentado pelos meus pensamentos acabei adormecendo. Mas nem em meu sono eu teria paz. A imagem dela novamente estaria presente nele. A imagem da pessoa mais especial do mundo. A imagem da minha May!

Continua...