O Lado Escuro do Sol escrita por Taisu


Capítulo 5
Caminhada/ Recipientes vivos/ Disfarce


Notas iniciais do capítulo

Bem, aqui o Vinicius praticamente assume o seu amor para a Nyx.
Como eu disse é agora que tudo começa a se complicar.=)



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***

         - Andou sendo sugada por mais uma lembrança que você odeia?  Vinicius me perguntou com um sorriso maligno.

         - Sim. É a que mais me arrependo de todas. Acredito que você se lembra muito bem. Eu falei revertendo a situação.

         - A briga. Você ainda se martiriza com essa pequena discussão que nós tivemos? Ele falou desapontadamente.

         - E não era? Nós ficamos sem nos falar por anos. Você nunca me procurou. Depois disso piorei muito meu comportamento, acredito que você nem consegue imaginar pra onde eu fui depois de discutir com você. Eu fui até a delegacia novamente e dei um jeito de conseguir que o delegado saísse e o matei. Eu disse sorrindo malignamente.

         - Eu fiquei sabendo que ele morreu, mas como você o matou? Ele perguntou desconcertado.

         - Sempre gostei muito de espadas, sabe. Então como eu tinha uma bela coleção em casa peguei a que eu perdi recentemente e o matei. Consegui me controlar o suficiente para não beber o sangue dele. Depois disso quando estourou a “fabulosa” descoberta de que monstros realmente existem, eu entrei para a Vamcorp tentando reparar todo o mal que fiz e que venho fazendo, até que virei este monstro. Eu falei tristemente.

         -A procurei sim. Por vários anos, mas sempre que eu estava próximo de você, você desaparecia, então resolvi voltar para casa e esperar para que pedisse minha ajuda. E foi o que aconteceu. Ele falou sorrindo para mim.

        - E como vai Verônica?  Você ainda esta a namorando? Já deveriam ter se casado, bem que dizem que você é um mestre em enrolar. Eu disse sorrindo maldosamente.

         -Ela morreu há dois séculos. E eu nunca a namorei. Sempre houve apenas uma em meus pensamentos e em meu coração.  Ele falou olhando pela janela e se colocando novamente no alcance do sol.

         - Feliz essa garota. Bem temos de começar o monitoramento da Vamcorp enquanto é dia e assim eles ainda não tendo a capacidade de andar no sol, não poderão se defender. Eu disse pegando a minha mochila que já estava pronta.

         - Monitorar? Você não quer invadir, quer? Ele perguntou preocupadamente.

         - Ainda não. Hoje ainda vamos reconhecer o local, e ver quais são as melhores rotas pra chegar lá. Não se preocupe as armas são apenas para precaver, se alguém perguntar nós vamos fazer trilha, o que não deixa de ser verdade. Eu disse sorrindo para ele.

         - Me sinto muito mais tranqüilo. Ele soou sarcástico. Mas se vamos realmente fazer apenas um reconhecimento porque da espada? Ele falou olhando diretamente para a espada que ele me deu que estava em minhas mãos.

         - Por mais que eu adore a idéia de levá-la, ela chamara muito atenção. Vamos já demoramos demais. Eu falei a colocando sobre a mesa.

         -Então vamos. Mas não terá nenhum problema de deixarmos essas coisas a mostra? Ele disse apontando para a espada e para as outras armas e munição que estavam em cima da mesa.

         -Não, pedi para o dono que houvesse a limpeza só quando eu estivesse presente. Pare de enrolar, e vamos logo. Eu falei pegando a chave e a bolsa.

                                     

***

         Nós passamos pela recepção eu só levei a chave e disse que estaríamos de volta antes do final da tarde e que não era para ninguém entrar em nosso “quarto” (que mais parecia uma caixa de fósforos).

         - Nenhum imprevisto? Vinicius perguntou com cara de quem estava doido pra não ter de ir.

         -Ainda não. Minha preocupação é outra. Eu falei enquanto seguíamos pela floresta.

         - O que seria a sua preocupação? Ele perguntou com certo interesse muito suspeito.

        -Com a sua expressão quando eu disse que isto é obra da Vamcorp. O que você sabe sobre eles que eu não sei? Eu perguntei tentando o encurralar.

         -È uma história realmente longa. Você quer mesmo saber? Ele falou tentando pular fora.

         - Eu sou imortal então tenho todo o tempo do mundo, e ainda por cima nem chegamos perto da Vamcorp ainda. Eu falei o fazendo parar.

         -Tá eu conto só vamos continuar andando que eu me sinto mais a vontade. Você sabe por que a Vamcorp te criou… desse jeito? Ele falou descendo com cuidado um caminho inclinado.

         -Porque eles queriam acabar com a raça mais fraca. Mas tem uma coisa que eu realmente não entendo. Como eles podem acabar com os humanos se eles são a nossa comida? Nós morreríamos, ou mataríamos um ao outro por falta de alimento. Eu falei pensativamente.

         -Você esta certa neste ponto. Eles não irão acabar com a raça mais fraca, eles simplesmente irão a escravizar. Eles odeiam os humanos, pois eles odeiam ser vampiros, e se houvesse uma maneira deles serem poderosos enquanto são humanos já teriam o feito, mas como não há, eles se vingaram dos humanos da pior forma que puder, como você já me disse uma vez: “Os usando como recipientes vivos”. Ele falou olhando nos meus olhos.

         - Mas… A que ponto eles podem chegar. Sei que já fiz muitas coisas erradas mais estou tentando compensar… meus erros. Isso é desumano, como podem não sentir remorso. Eu disse distraidamente.

         - O que você fez de tão errado? Ele perguntou mais curioso do que nunca.

         -Hã? Há, você escutou. Não sei se você se lembra que eu disse que jamais obrigaria um humano a me dar seu sangue, ou que beberia direto de um humano? Eu falei quando avistamos a Vamcorp.

         - Sim mais o que isso tem a ver? Não me diga que você quebrou a sua “promessa”? Ele falou com uma expressão de quem estava realmente surpreso.

         -Andei fazendo coisas, nestes últimos dois séculos em que estive longe que me arrependo amargamente e obrigar pessoas a me dar seu sangue sem ter vontade não foram à pior delas, mas me arrependo da mesma forma. Eu falei tristemente para ele.

         - É realmente engraçado ver você falando que fez coisas erradas. Teria sido mais fácil se você tivesse continuado comigo, nada disso teria acontecido. Ele não perdeu a oportunidade de me fazer sentir culpada.

         -Obrigada por terminar de me fazer sentir culpada. Sério, você deve se arrepender de algo. Todo mundo se arrepende. Eu falei sorrindo confiante enquanto íamos para o meio da floresta atrás de uma trilha.

         - Existe algo, mas como eu já disse uma vez que eu tenho certeza de que você se lembra muito bem, NÃO É DA SUA CONTA. Ele falou com a expressão de raiva e tristeza que ele sempre usava quando falava DELA, me refiro assim porque ele nunca nem me falou o nome da sua criadora.

         - Outra vez a memória da sua criadora vai fazer você ser mal educado comigo. Sério já te contei alguns segredos que para te calar eu deveria te matar, e você nunca nem me disse o nome dela. Eu falei fingindo tristeza, mas a verdade é que eu tinha muita curiosidade a respeito dessa VAMPIRA afinal ele sempre fica muito estranho quando fala dela.

         -Certo você quer saber o nome dela? Ele falou ainda com a mesma mistura de sentimentos que ele tinha quando o assunto DELA era mencionado.

         - Sim, eu quero. Eu falei tranquilamente como se discutíssemos a onde era o norte e onde era o sul.

         - Anne. Está bom assim? Pare de me fazer perguntas. Ele falou cansadamente.

         Terei de ter paciência para falar com ele sobre isso, ele pode dizer que não se arrepende de nada, mas ele deve se arrepender de ter a conhecido, e também de ter me salvado, porque ultimamente eu faço muito por merecer uma estaca em meu peito.

         Eu quero contar para ele tudo o que eu passei tudo o que eu fiz, mas é claro que ele sentira ódio e desprezo por mim assim que souber o tamanho do monstro que eu me tornei depois que eu parti.

        - Nyx, tudo bem? Ele perguntou para mim com cara de preocupação.

         - Sim. Porque não estaria?

         - Porque você parou e ficou olhando pro nada, achei que você tinha visto algo suspeito. Vinicius disse olhando ao redor.

         - Não, eu só estava pensando. Vamos dar uma volta ao redor e voltar não tem nada mais pra fazer aqui. Eu falei olhando ao redor.

         - O que é aquilo ali? Ele perguntou entrando em uma trilha que me era muito familiar.

         Esperei um pouco vendo até onde ele ia com aquilo. Dois segundos depois ele de volta com a farda que eu tinha usado para fugir.

         - Você viu isso de longe? Eu perguntei sem tirar os olhos da farda.

         - Você conhece isto? Ele disse analisando.

         - Sim, foi isto que eu usei para fugir. Você viu isto de longe? Tinha marcas de pegadas por perto? Eu perguntei preocupada.

         - Não eu estava perto só por isto que eu vi. E não tinha rastros por perto, você foi bem cuidadosa, para que nada chamasse a atenção.  Ele disse sorrindo.

         - Sim, mas de alguma forma chamou a sua, e eu não posso correr o risco de que alguém ache isto. Eu disse pegando e colocando novamente dentro da mochila.

         - O que você vai fazer com isso? Ele perguntou curioso.

         - Não sei, pode ser que ainda me seja útil. Depois que eu lavá-la. Eu disse rindo. Já bolou algum plano?

         - Depende. Podemos vir daqui uns dias para ver novamente e de preferência à noite, então poderei te falar com certeza. Assim terei mais noção de onde estão os pontos exatos de observação dos guardas. Ele falou seriamente.

         - À noite os guardas perambulam pela floresta, seriamos pegos facilmente, a não ser que tenhamos um disfarce.  Eu disse olhando para o casaco camuflado que ainda estava na minha mão.

         - Vejo que você tem um plano. Como ele seria? Ele disse enquanto voltamos para o hotel.

         -Um de nós dois da se veste com a roupa dos guardas, e o outro finge ser o companheiro ou algo do gênero, pra poder dar uma desculpa esfarrapada caso seja pego. Eu falei pensativamente.

         - É uma boa idéia. Quando chegarmos você manda a roupa para lavar e quando ela estiver limpa eu a experimento. Ele disse quando chegamos ao Hotel.

        

                                              

***

        

        Depois de arrumarem a caixa de fósforos, e eu entregar as roupas para serem lavadas, nós voltamos a conversar com calma.

         -Você acha que ira dar certo? Ele perguntou sério para mim.

         -Acredito que sim. Acho que não terei mais chances como esta para me vingar da Vamcorp, e as pessoas andam cada vez mais desconfiadas. Eu falei olhando pela janela.

         -Elas estão certas Nyx, descobriram que algo que elas acreditavam ser apenas crendice é verdadeiro, e esta guerra esta destruindo tudo é normal que elas sejam inseguras. Ele falou desanimadamente.

         - Sabe, eu já não consigo me lembrar direito como era antes disto. Quero dizer antes deste cinza interminável, desta terra seca, destas pessoas maltrapilhas, e dos enormes estoques de armas. Pelo que me lembro antes era tudo muito mais fácil. Eu disse ainda encarando o mundo fora da janela e senti uma tristeza.

         - Eu já vi coisas parecidas com isso sabia. Nestes meus mais de seiscentos anos eu já vi coisas realmente horríveis, mais isto que está acontecendo é o resultado, da cobiça dos humanos e dos monstros, e você sabe melhor do que ninguém que está é a pura verdade. Ele falou indo para o meu lado na janela.

         - Eu sou o resultado dela. Eu disse tristemente. Eu sou apenas uma arma, por isso que eu destruirei a Vamcorp, para me vingar, afinal é isso que uma arama faz. Eu disse com um sorriso demoníaco brotando em meus lábios.

         -Para de dizer isso. Você não é uma arma, e você esta sim certa em querer acabar com a Vamcorp porque eles acabaram com a vida de muitas pessoas, e usaram você, usaram a sua vontade de ajudar. Mas que fique claro você não é uma arma. Ele disse olhando em meus olhos.

         - Você não deveria confiar tanto em mim. Eu dei um sorriso triste. Já mostrei pra você que não sou tão boa assim.

         -Todo mundo erra Nyx. É seus erros que fazem você ser tão especial. Ele disse me abraçando.

         - Senhorita Night. A camareira me chamou batendo na porta.

         Sai imediatamente do abraço do Vinicius e fui atender a porta.

         - Pois não? Eu falei abrindo a porta.

         -Suas roupas. E isto aqui esta no bolso da calça. Ela disse me entregando uma corrente com alguns números na placa.

         -Obrigado, eu deixo uma gorjeta pra você mais tarde na recepção. Eu disse sorrindo para ela e fingindo espanto com aquela corrente.

         -Obrigado. Ela disse e foi embora.


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Notas finais do capítulo

Bem espero que estejam gostando, ainda hoje posto mais um.
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