- Fer, acorda! – Escutei Justin falando e dando um beijo demorado na minha bochecha.

- Aaaaah, me deixa dormir! Não deve ser nem 8 horas ainda e não tem ensaio, férias lembra? – Falei me afundando debaixo do coberto que eu não me lembro de ter pegado na noite passada. Férias, tinha me esquecido de uma coisa que Justin não vai gostar, na verdade eu espero que ele NÃO goste.

- Não é 8 horas mesmo, é 12h30, sua tia chegou as 7h e acabou de sair, foi almoçar com o namorado dela, e pensei na gente sair pra almoçar, ver uns filmes e montar um boneco de neve já que esta nevando - Justin disse me puxando pra fora da coberta e do sofá e me abraçando.

- Boneco de neve? Você tem quantos anos? – Perguntei e ergui uma sobrancelha pra ele que me olhou com uma cara feia.

- 16 se não me engano, mas se você não quiser fazer ele comigo eu faço sozinho – Ele disse fazendo bico.

- Eu ajudo sim manhoso! Mas tá muito frio e eu não afim de ir buscar minhas roupas no hotel – Dei um selinho nele e fui ver a neve cair e cobrir todo o asfalto pela janela que tinha lá. Comecei a escrever e a desenhar coisas sem sentido nenhum na janela já condensada, Justin abraçou minha cintura por trás e apoiou o queixo no meu ombro, coloquei minha mão esquerda sobre sua mão que estava na minha barriga e continuei fazendo meus desenhos escrotos.

- Não precisa ir buscar, eu fui enquanto você dormia, sua tia disse que você vai morar aqui com ela a partir de hoje, ela disse que já falou com a sua mãe também – Justin disse e começou a escrever e a desenhar na janela também, só nessa hora eu reparei que ele não usava mais as roupas do meu primo.

- Elas tomam decisões sobre minha vida e nem me avisam, bem legal isso – Falei e desenhei uma carinha de bravo na janela e Justin riu.

- Elas só querem o seu bem – Ele disse dando um beijo estalado na minha bochecha e voltando a escrever na janela, ficamos um bom tempo assim, Justin tinha feito um coração e colocou as inicias dos nossos nomes dentro dele, eu derreti na hora é claro, ainda não consigo entender como e porque ele mudou tanto nesses últimos dias, eu falei que se ele não mudasse eu iria embora e nunca mais ia voltar, mas não devo ser o motivo dessa mudança brusca dele, afinal não sou tão importante assim pra ele, ou sou?

Depois de ficar escrevendo e desenhando bobeiras na janela eu fui tomar um banho rápido e me trocar (http://www.polyvore.com/fernanda/set?id=25574023) Justin odeia UGG, mas eu to com frio e não vou mudar de roupa porque um menino não gosta U.U 

- Vamos? – Falei quando cheguei ao final das escadas e Justin olhou direto pra minha bota.

- Nem adianta, eu não vou tirar e passar frio porque você tem preconceito com pantufas em forma de bota – Disse revirando os olhos e Justin riu.

- Eu te esquento – Ele sorriu e me deu um abraço de urso.

Peguei minha bolsa e sai toda alegrinha de dentro da casa por causa da neve, enquanto Justin trancava a porta eu fiz uma bola de neve com a mão e quando ele se virou eu joguei a bola na cara dele, fiquei com pena, ele tinha virado com um sorriso tão lindo e quando eu joguei a bola e fechou a cara pra mim.     

Ele se abaixou com um sorriso maligno, fez uma bola bem maior que a minha e enquanto eu corria tentando fugir ele jogou na minha cara também, me desequilibrei e cai de bunda no chão, Justin veio correndo ver se eu estava bem e comecei a rir que nem uma retardada me deitei no chão e fiquei fazendo aqueles anjos de neve enquanto Justin me olhava com uma cara engraçada, levantei do chão e fiquei encarando ele que ainda tava com a cara engraçada de antes.

- Que foi? – Perguntei abraçando a cintura dele e fomos andando em direção ao carro.

- Nada, às vezes acho que você é bipolar, mas enfim – Ele disse rindo.

- Só às vezes – falei e apertei a bochecha dele fazendo ficar com a boca de peixinho, adoro fazer isso com as pessoas *-* -q

- Aonde a gente vai? – Perguntei ligando o rádio do carro.

- Não sei você escolhe – Ele disse sorrindo torto.

- Vamos em uma Starbucks, nem to afim de almoçar e já são quase 2 horas da tarde.

- Tudo bem.

Fomos conversando e rindo até chegar à Starbucks, Justin às vezes roubava um beijo ou ficava acariciando meu rosto, gostava daquilo. Quando chegamos ele colocou os óculos e o capuz da jaqueta pra ‘tentar’ se esconder das fãs, mas só pra tentar também elas o reconhecem pelo cheiro, só pode, o que era pra ser uma coisa romântica saiu totalmente errado, as fãs não paravam de pedir pra tirar fotos e autógrafos com ele e as que percebiam que aquilo era um encontro me olhavam com raiva, MUITA raiva.

- Me desculpe por aquilo – Justin disse quando chegamos à casa da minha tia.

- Não tem problema eu acho, vou ter que aprender a dividir você com elas agora – Fiz um bico e abracei a cintura dele, ele ergueu meu rosto e deu um beijo na ponta do meu nariz.

- Não precisa ter ciúmes, sou só seu e isso nunca vai mudar, você é a única garota que faz meu coração acelerar, minha respiração ficar descompassada, a única que me mostrou o que é amar de verdade, ninguém nunca vai separar a gente – Ele terminou de falar e me deu um beijo caloroso, parecia até aqueles filmes de romance antigos, o casal parado na porta da casa se beijando com a neve caindo sobre eles, mas não é um filme, é vida real e sempre tem alguém pra atrapalhar nossa vida, queria que isso fosse um filme, mas que não acabasse nunca ai seria feliz para sempre ou até aparecer o vilão e estragar tudo, vendo assim nem nos filmes as pessoas conseguem ser felizes o tempo todo.

Justin partiu o beijo e deu um sorriso largo, encostei minha testa na dele e ficamos um tempo desse jeito até resolvermos entrar em casa. Minha tia não tinha chegado ainda e eu tinha que conversar com Justin e fazer o boneco de neve, não tava com a mínima vontade de fazer esse boneco, mas ia ficar perto dele e quero aproveitar o máximo quando estiver com ele, ainda mais agora.

- Chegaaaaaaa, para Justin, por favor! – Eu gritava implorando pra Justin parar de jogar neve em mim e de fazer cócegas, eu odeio cócegas e parece que ele não percebeu isso ainda, se percebeu ta fazendo pra me irritar.

- Tá bom, agora eu paro – Ele disse e se deitou do meu lado no quintal da casa, entrelaçamos nossas mãos e ficamos nos olhando.

- Tenho uma notícia não muito boa eu acho – Falei encarando seus olhos.

- Pode falar, eu aguento! – Ele fez uma cara de dor e eu ri.

- É sério Juss, eu vou passar as férias com a minha família em Atlanta e vou fazer um teste pra uma companhia de dança e se eu passar eu vou pra um colégio interno na Itália pra me aperfeiçoar melhor nessa área já que é o que eu quero pra minha carreira profissional – Falei meio rápido pra ver se ele não entendia e não desse a mínina para o que eu falei.

- Mas e a gente? Você não pode ir Fernanda! – Ele disse se levantando e eu o acompanhei.

- Então, eu queria que você fosse comigo pra Atlanta nessas férias, falei com a minha mãe ontem quando cheguei na casa da minha tia e tava depressiva, ela me deu essa idéia do teste e já me inscreveu, falei de você pra ela também e disse que se a gente se acertasse eu podia te levar nessas férias pra lá – Tentei segurar a mão dele, mas ele desviou.

- Mas e depois, como a gente fica depois? – Ele falou se virando pra trás quando viu que não continuei andando do lado dele.

- Depois eu não sei, mas não quero pensar no depois, quero pensar no agora e aproveitar cada momento que estou perto de você e nem sei se vou passar nesse teste também tinha que ter me preparado dês do início do ano, mas mesmo assim, eu quero ficar perto de você nesses dias e não pensar no futuro e nem nos problemas – Disse abraçando seu pescoço e ele minha cintura.

- Você prometeu que nunca ia me abandonar e agora vai embora pra outro país e vai ficar longe de mim e não vai mais voltar – Ele disse me abraçando mais forte ainda.

- Eu nem passei no teste ainda e você já ta falando que vou embora, espera as coisas acontecerem, nós vamos dar um jeito nisso juntos eu quero você perto de mim mais que tudo, vai pra Atlanta comigo? – Falei erguendo sua cabeça e vendo seus olhos marejados, odeio ver ele chorando e me odeio ainda mais por ter concordado em fazer aquele maldito teste e to com um pouco de raiva da minha mãe por ela ter me dado essa idéia também, mas enfim.

- Vou, mas só se você prometer de novo que não vai me abandonar – Ele disse afundando o rosto no meu cabelo.

- Eu prometo, já falei que não vou te abandonar, eu falo isso sempre e vou cumprir – Disse erguendo a cabeça dele e selando nossos lábios, ficamos nos beijando mais um tempo no jardim até a gente escutar a buzina de um carro e quando eu me virei pra ver quem era minha tia ria dentro do carro, nos levantamos e limpamos a neve da nossa roupa e coramos na hora que minha tia veio falar com a gente, é constrangedor isso.

- Desculpa atrapalhar vocês, mas aqui não é o melhor lugar pra isso não acham? – Minha tia perguntou e eu corei mais ainda, ela sabe constranger as pessoas quando ela quer.

- Foi mal, que horas é o nosso vôo amanha? – Perguntei mudando totalmente de assunto.

- As 10, não vão se atrasar – Ela disse e entrou em casa e nós a acompanhamos.

- Acho que vou arrumar minhas malas então e depois eu volto – Justin falou e me deu um abraço forte me rodando no ar.

- Tudo bem, eu espero – Falei quando ele parou de me girar e lhe dei outro beijo demorado.

Ele me colocou no chão e foi para o carro, ele tentava transmitir alegria, mas dava pra ver no olhar dele que ele estava triste e preocupado, eu não posso machucar ele mesmo tendo que largar meus sonhos para trás, ele é garoto certo pra mim e não posso perder ele assim sem ao menos lutar e ter um motivo descente vai ter muitos testes ainda pela frente e tenho certeza que vou conseguir ter um futuro bom, ele vai estar do meu lado e isso já é perfeito.

Justin não demorou muito pra chegar, mas deu tempo de ir pegar uns filmes na locadora que é do lado da casa da minha tia quase, ela fez pipoca, brigadeiro, bolo, chocolate quente um monte de coisa e depois saiu de novo com o namorado, pelo jeito era sério dessa vez, Daniel, meu primo gordinho que falei não ia ficar nada feliz já que é super protetor em relação a minha tia.

Fiquei deitada no sofá esperando Justin chegar, meu quarto já tava todo arrumado, mas a sala era melhor, não sei por que, mas gostava de ficar ali me lembrava da minha família e da minha vida em Atlanta já que tinha muitas fotos nossas lá. Justin finalmente chegou e eu fui abrir a porta sorrindo, mas ele ainda continuava com a cara triste de antes, odeio ver ele assim. Não falei nada, apenas lhe dei um abraço forte e o puxei para o sofá, ele sentou e eu deitei em seu colo, fiquei acariciando seu rosto e sua expressão voltou ao normal.

- Não fica assim, vai dar tudo certo e eu nem quero ir pra esse colégio, odeio ter pessoas mandando o que eu tenho que fazer a todo o momento, mais um dos motivos que tive pra participar do seu concurso de dança, achei que ficando mais longe da minha mãe e do resto da minha família ia ficar mais livre e independente, mas agora eu vejo o quanto sou dependente deles e de você também – Falei abraçando ele mais forte ainda.

- Por que você se fazia de difícil então? – Ele perguntou sério e eu revirei os olhos.

- Justin, só tinha eu e mais 3 meninas no grupo de dança, era uma forma que eu via de me defender, se tratasse você mal eles veriam que não tinham chances e nem tentaria chegar perto de mim e das outras meninas por elas serem minha amigas – Falei me levantando do colo dele e sentando do seu lado.

- Bem esperta você, mas pelo jeito deu muito certo – ele falou me puxando para o colo dele de novo e sorrindo.

- Não mesmo, olha no colo de quem eu estou deitada agora! Coincidência não?- Falei irônica e ele riu.

- Destino, não coincidência – Ele ficou sério e me deu um beijo quente e demorado, aquela era a melhor sensação que tinha sentir os lábios quentes de veludo dele tocando os meus lábios frios, toda vez era como se uma corrente elétrica atravessasse meu corpo.

- Que horas são? – Perguntei meio afobada depois que parti o beijo.

- Umas 2 horas da madrugada eu acho – Ele respondeu indiferente, é impressionante como perco a noção do tempo com ele do meu lado, parece que tudo acontece bem mais devagar do que devia, mas eu gosto disso, afinal é mais tempo que eu posso passar com ele.

Subimos as escadas e fomos para o meu quarto, Justin arrumou a cama e colocou um monte de cobertas enquanto eu tomava um banho e colocava meu pijama, sai do banheiro com uma fumaça de vapor atrás de mim e Justin já estava deitado na cama, ele quase não aparecia de tanta coberta que tinha colocado, me deitei do seu lado e ele me abraçou me virando de frente pra ele, colou nossas testas e ficamos nos olhando por um tempo, fechei meus olhos e ele me beijou ferozmente.

- Boa noite Juss – Falei partindo o beijo e tentando me afastar um pouco dele, mas foi uma tentativa bem fail já que ele é umas 5 vezes mais forte do que eu e tinha uma montanha de cobertas encima pra ajudar bastante.

- Boa noite – Ele respondeu me puxado pra perto dele e colocando minha cabeça em seu peito e deu um beijo no topo da minha cabeça.

E mais uma vez eu dormia nos braços do meu amado e era isso que eu queria para o resto da minha vida.