A Little Miracle Or a Big Mistake? escrita por Between the moon and the sun


Capítulo 12
Acho que o Oráculo de Delfos quer me ver morta




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Eu insisti pra que Nico não pensasse muito nisso, insisti pra que ele descansasse. Conversamos mais um pouco enquanto eu passava os dedos suavemente pelo cabelo dele – já que eu sabia que isso o faria dormir, como sempre. Quando ele parou de lutar contra o sono e finalmente dormiu, eu dei um beijo de leve na bochecha dele e saí do quarto sem fazer barulho – o que foi difícil, já que eu não enxergava um palmo a minha frente, naquela escuridão que não me incomodaria tanto se eu pudesse ver alguma coisa.

Como eu já estava aqui no acampamento e fazia muito tempo que eu não vinha aqui, decidi fazer alguma coisa, falar com alguns amigos que eu não via fazia algum tempo. Saí da cabine e fui andando em meio aos chalés principais, até que encontrei Rachel, o oráculo.

-Hey, Rach. – Eu disse sorrindo e acenando pra ela.

-Ruby! – Disse ela sorrindo e vindo me abraçar. Nós tínhamos nos tornado amigas nesses 3 anos. Ela era bem legal, apesar da coisa estranha dos olhos brilhando e despejar profecias assustadoras às vezes. Ela me abraçou e eu a abracei de volta. –Menina, você sumiu!

-Ah é, eu estava meio ocupada. - Então os olhos dela começaram a brilhar com aquela luz estranha e super verde que brilhava toda vez que ela ia despejar alguma profecia ou algo do tipo. Eu me afastei e fiquei olhando pra ela.

-Você deve bater na porta de Ares. Uma filha de Ares pra você a porta abrirá e ela irá te ajudar à batalha enfrentar.  – Eu fiquei olhando pra ela enquanto a luz verde e estranha sumia de seus olhos e ela caía no chão, eu a segurei antes que ela se espatifasse no chão. Filha de Ares?! Não... Aquilo não era pra mim. E... Batalha? É, com certeza não fazia sentido. Então, a Rachel olhou pra mim.

-O que eu disse?

-Hã... Algo sobre uma filha de Ares ajudar em uma batalha e tudo mais...

-Vá procurá-la.

-Mas eu acho que essa coisa aí não foi pra mim, você sabe como os filhos de Ares “me amam” e o único que eu converso de lá é o Seth. Ele, com toda certeza, não é uma FILHA. – Eu disse rindo da idéia de ver Seth vestido como uma garota. Rachel ainda me olhava, séria.

-Se eu falei “essa coisa” pra você, é por que é sobre você.

-Mas eu...

-Você deve saber do que se trata. Ou pelo menos, vai descobrir, mas vá procurá-la, talvez seja importante.

-Depois eu vou. – A Rachel devia querer muito me ver morta ou isso devia ser uma... Pegadinha de Apolo? Já que ela é o oráculo de Delfos... Vai saber. Esse nome, oráculo de Delfos é tão engraçado, não?

-Ok. Agora eu preciso ir resolver umas coisas...

-Ah sim. – Disse eu, ajudando-a a se firmar no chão pra não cair de novo e se estatelar feito um pudim, porque com a energia e força que ela ficava depois de despejar essas profecias... Ela não conseguiria levantar um dedo sozinha.

Quando ela se levantou e saiu andando, eu fiquei exatamente no mesmo lugar, em meio aos chalés, olhando o chalé de Ares fixamente, com medo do que poderia acontecer se eu batesse na porta e com medo do que poderia acontecer se eu NÃO batesse.

Fui até o chalé em passos curtos, passos que pareceram pesados demais, inseguros e eu estava morrendo de medo. Os segundos pareceram demorar mais do que deveriam demorar.

Cheguei à porta do chalé e respirei fundo. O que eu iria dizer? Tipo... “Oi, tudo bem? Então, o oráculo disse que você tem que me ajudar em uma batalha que eu não sei qual é. Sei que você deve “amar” filhos de Poseidon, claro. Depois da pequena briga entre seu pai e o meu irmão.”

Eu teria sorte se eu sobrevivesse até a parte do “Tudo bem.” Respirei fundo de novo, antes de fazer o movimento que podia ser o meu último movimento. Antes de bater na porta, naqueles poucos segundos parada ali como uma idiota, não preciso nem dizer em quantas vezes eu pensei em simplesmente sair dali e voltar pro meu lindo e calmo chalé de Poseidon ou voltar pro chalé de Hades e voltar pros braços do Nico, como se eu não tivesse saído de lá, alguns minutos atrás.

O chalé era vermelho, era um chalé que só de olhar, você sentia raiva, se sentia nervoso. Eu podia ouvir a gritaria das pessoas dentro do chalé, eles deviam estar brigando. Na verdade, eles são bem previsíveis porque SEMPRE estão brigando. Eu só queria saber como alguém consegue viver num chalé desses e se sentir bem com tanta agitação.

Eu levantei a mão devagar, pensando em como seria a minha morte, dependendo de qual deles abrisse a porta. Se fosse Seth, eu estaria salva, mas seria uma FILHA de Ares. E não importa se é filho ou filha, ambos são fortes o bastante pra me quebrar e me picotar em mil pedacinhos antes que eu possa pensar reagir. Os filhos e filhas de Ares, ambos não gostavam nada de mim.

Então finalmente eu bati na porta do chalé. Eu não temia só pela minha vida, eu temia pela vida da minha pequena Melanie também. Ninguém deve ter ouvido que eu bati na porta da primeira vez que eu bati, com toda aquela gritaria. Eu não queria bater pela segunda vez, mas bati, sem muita força.

-Mas que droga, seus incompetentes! Será que dá pra alguém atender a porcaria da porta? – Ouvi um menino gritar lá de dentro.

-Quem quer que seja, não devia vir perturbar. Ah, eu não posso abrir agora não, não está vendo que eu estou ocupado? – Devia estar lavando as mãos sujas de sangue e apagando as pistas da cena do crime depois de matar alguém.

-Deve ser aquele namoradinho babaca da Clarisse. – Disse um garoto rindo.

-Babaca é você. – Disse Clarisse. Eu ouvi a mão dela no ar e um punho batendo na cara de alguém ou fui só impressão minha?

-VAI LOGO ATENDER A PORRA DA PORTA! – Gritou uma menina. Então eu ouvi passos pesados vindo lentamente em direção à porta e a figura que eu vi realmente era a última que eu queria ver e podia ser realmente a última que eu veria na vida. Justo ela?


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