A mulher que ficava no caixa estava registrando tudo que tinha em cima do balcão e estava abismada como que o homem estava comprando. Onde uma pessoa iria colocar tudo isso?

-É alguma coisa de escola? – Ao perceber que o outro homem não o ouviu ele perguntou novamente. – Essas cartolinas são para algum trabalho de escola?

-Hum... Não. É para algo pessoal.

-Oh, sim.

Ela continuou registrando. Mais cartolina. Cola. Cartolina. Gliter. Tesoura. Cartolina. Tudo vermelho! Ela estava ficando cada vez mais curiosa.

-Desculpe perguntar, mais, é um pouco estranho tudo isso... E vermelho. Todas essas cartolinas - É uma surpresa.

-Para alguém especial?

-O amor da minha vida. - Pela primeira vez ela viu o homem sorrir. – Você gostaria se alguém fizesse uma loucura de amor por você?

-Que mulher não gosta? Que tipo de loucura? Ô desculpe-me, eu só ‘tô perguntando coisas.

-Não tudo bem. Mais vai ter que guardar segredo. – A mulher assentiu e ele se debruçou por cima do balcão para conseguir falar no ouvido da moça. Logo depois seus olhos se arregalaram e instantaneamente se encheram de lagrimas. Como poderia existir algum homem assim?

-Nossa, se ela não te aceitar de volta depois disso, eu não vou saber o que lhe dizer.O homem ficou feliz, afinal, ele estava bem apreensivo com tudo isso, e o azul dos seus olhos ficou mais brilhante e mais bonito que o céu. A briga não era algo que ele queira lembrar, mais já fazia tanto tempo. Três meses era tempo de sobra para se convencer que estava errado. Não que ele não soubesse, ele sabia, mais o orgulho era bem maior.

Lembrar das palavras frias e cortantes que o outro lhe dispensara era angustiante, e fazia com que seu sorriso sumisse. Mais ele pensava que poderia mudar tudo isso.

Saiu da papelaria, com a caixa, Luciana, lhe desejando sorte e um pouco confiante.

Tinha que dar certo... Tinha. Ia dar certo.

Ele passou três dias preparando toda aquela baboseira. Porque ele tinha que ter errado tanto? Lembranças de algum tempo atrás fizeram com que um sorriso se abrisse nos seus lábios, seu corpo todo doía, e sua garganta reclamava por que dês de que começou a fazer isso mal ingeria alguma comida, e vodka.

Thomas tinha dito uma vez que uma loucura como aquela era impossivel de acontecer, mas, o que é impossivel para um coração apaixonado? Nada. O mais novo estava certo disso. Eles ainda se amavam, e ficariam juntos.