A Little Bit Longer escrita por Clara B Gomez Sousa


Capítulo 62
Better and Worse


Notas iniciais do capítulo

Tradução do capítulo: Melhor e pior.
Capítulo especial de Natal (atrasado)!
Boas Festas para todo mundo!!!
Bem, esse capítulo é um flashback de um natal do Justin, por que, bem... A linha temporal da história está em Agosto, se é que me entendem...
Enfim, boa leitura e ignorem erros!



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– Eu tenho Aids! – Gritei, de olhos fechados. Houve um silêncio mortal por alguns segundos, até que Selena disse algo.

– Isso... – Ela gaguejou. – Justin, é verdade?

– Sim. – Eu respondi. – Eu... Eu fui violentado. E peguei... – Esclareci, minha voz falhou. – Por favor, por favor...

Eu mal consegui terminar a frase. Não fui interrompido, eu mal conseguia falar mesmo. A expressão de Selena era indecifrável, o que só me apavorava mais. Eu não conseguia saber se elas estava aceitando tudo ou se iria me chamar de tarado e me jogar fora como Jessica fez.

– Por favor, não me deixa. – Consegui dizer. Misturando o desespero com a gagueira e tudo o mais.

– Por que eu deixaria? – Selena disse, de repente. Travei.

– C... Como é? Você não... – Gaguejei, me erguendo, sentado.

– Não. Eu não vou te abandonar, bebê! – Ela tocou meu rosto. – Eu nunca te abandonaria. Eu... Eu te amo, lembra?

– Lem-lembro... – Gaguejei. – Mas...

– Por que você achava que eu iria... Deixar você, quando você precisa de ajuda? – Selena quis saber. Suspirei.

– Minha antiga namorada. – Falei.

– A menina de Overboard? – Ela chutou. Assenti, e disse rasamente que ela me abandonou quando eu confiei nela e contei que eu tinha Aids, me chamando de aberração e tudo o mais. – Eu sinto muito. – Selena disse.

– Agora eu estou com você. – Eu sorri, apoiando minha cabeça no ombro dela. – Você me aceita, e... Você é a mulher da minha vida.

Selena sorriu.

– Você é o menino da minha vida. – Ela disse, brincando com a minha idade, selando nossos lábios. Só me lembro de mais alguns beijos que aconteceram à noite, e, quando eu abri os olhos, eu estava do lado de Selena, na cama. Meu desespero logo se esvaiu quando eu ergui o lençol e vi que ela estava de pijama e eu só estava de calça moletom, não... Nu. Não havíamos feito nada, e aquilo era bom.

Me levantei, antes que meu corpo me pregasse mais uma peça, e caminhei até a sala. Liguei a televisão, e, estava na Disney. Dando, mais precisamente, o especial de Natal de Sunny entre Estrelas. Não fazia sentido, um pouco, havíamos acabado de entrar em Agosto, mas, foi bom ver algo sobre o Natal. Época boa do ano. Lembrei dos natais que eu passei com a minha família. Na verdade, o Natal que eu persisti em pensar não foi bem o melhor. Foi bom, mas tinha que ter algo para estragar. Sempre tem.

Flashback On:

Winnipeg, 25 de Dezembro de 2010.

Abri os olhos. Estava deitado na minha cama. Jazzy estava do meu lado. Ela me sacudia freneticamente.

– Jus!! Jus!! É natal!! – Ela tentava dizer. Bem, eu entendia o que ela falava, mas ela mal conseguia pronunciar a palava “Natal” direito.

– Calma, Jazzy... Já acordei. – Me sentei. Ela tentou me puxar para fora da cama, mesmo com meu tamanho, idade e força superiores. Eu levantei da cama e a aninhei em meus braços, saindo do meu quarto e descendo as escadas da casa de dois andares. Eu havia feito uma loucura no dia anterior: Depois de uma briga com a minha mãe, com quem eu deveria estar, eu fugi de casa e passei a véspera de Natal com meu pai. Clássico de quem tem pais separados, quando não agüenta ficar com um, foge para outro. Mas eu estava numa encrenca, o acordo judicial dizia que eu iria ficar com a minha mãe. Mas, eu nem liguei. Quando apareci na sala com Jazzy, meu pai, Erin e Jaxon, que dormia, aninhado no colo de Erin, estavam ali. A árvore de Natal enfeitada por nós quatro duas semanas antes estava recheada de presentes, como não estava na noite anterior. Na verdade, eu que havia ajudado meu pai a colocar os presentes ali, eu nunca acreditei em Papai Noel, mas, Jazzy pulou para o lado de “Papai Noel existe” e, como eu não queria estragar a infância dela, eu só ajudava a mente de criança dela a acreditar. Jazzy gritou de alegria ao ver os presentes.

– Vamos, Jus!! – Ela me puxou pela mão e me levou até a árvore, caindo de joelhos no chão. Eu me sentei ao lado dela, sorrindo. Acreditando em Papai Noel ou não, eu amava presentes. Jazmyn pegou uma caixa e estendeu para mim. Ela não sabia ler. – Lê!

Eu peguei o pacote embrulhado com papel laminado vermelho e enfeitado com um laço. Li o nome dela na etiqueta. Mas, eu nem precisava. Aquele presente eu havia comprado para ela.

– É seu. – Eu disse. Minha irmãzinha bateu palmas e rasgou o embrulho rapidamente quando eu a entreguei o presente.

– Que lindo!! – Ela exclamou, ao ver o urso de pelúcia que eu havia lhe dado. Eu sorri. – ‘Brigada, Jus!! – Ela me abraçou com força. Abrimos mais alguns presentes juntos, não me lembro bem o que eu havia ganhado, um casaco, celular novo, coisas assim. Mas eu não me importava em ganhar muita coisa. Eu gostava de dar presentes. Aquela manhã foi divertida. O café da manhã se baseou na ceia do dia anterior. Eu me lotei de comida. Amo comida natalina, torta, peru, pernil... Deus, eu engordo sempre. De tarde, eu ajudei Jazzy a estrear o triciclo rosa que meu pai havia dado a ela. Eu dei o impulso inicial e ela foi pedalando pelo quintal. Eu só conseguia rir. A livrei de alguns tombos, e, quando voltamos para dentro, eram quatro da tarde.

Quando eu apareci na sala, minha respiração gelou. Minha mãe estava ali. Ela não estava com uma cara tão boa, e olhava para meu pai com uma expressão de ódio. Ódio a ele e a mim.

– M-mãe? – Perguntei. Ela me notou, meu pai se virou para mim. – O... O que você...

– Justin, você disse que sua mãe havia deixado você passar o Natal aqui. – Meu pai disse.

– Ah, é mesmo? – Minha mãe perguntou. – Justin, por que eu não sabia que tinha deixado?

Abri a boca.

– E-eu... – Gaguejei.

– Justin, me explica isso. – Meu pai exigiu. – Agora.

Pronto, meu Natal havia sido destruído.

– Eu fugi. – Falei. – Eu briguei com a mamãe, e... Eu fugi pra cá...

– Você sabe o susto que me deu?! – Minha mãe quase gritou comigo. – Sumir assim e aparecer em outra cidade! Como você veio pra cá?

– Eu vim de táxi. – Confessei. – Desculpa, eu...

– Justin, o combinado era você passar o Natal comigo, não com seu pai! – Ela impôs.

– Eu queria ficar com meu pai! – Dessa vez gritei. – É tão difícil entender que eu não tenho de ficar com você o tempo inteiro?! Não tenho nem quero!

Percebi que falei algo que não devia quando vi que minha mãe havia sido atingida pelo meu comentário. Eu simplesmente havia dito que não queria ficar com ela.

– Ótimo. Não quer? – Ela perguntou. Depois se virou para meu pai. – Pode ficar com ele até o Ano-Novo. Talvez até mais um pouco. Eu... Cansei dessa rebeldia.

Simplesmente observei, estático, minha mãe se virar e sair, batendo a porta. Suspirei.

– Desculpa. – Eu falei, para meu pai, assim que a porta bateu. – Eu... Eu sei que estraguei tudo.

Flashback Off;


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