A Little Bit Longer escrita por Clara B Gomez Sousa


Capítulo 26
Vodka




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Depois que quase fiquei surdo ouvindo um sermão da Katy, mais um interrogatório numa sessão de tortura, consegui fazer com que ela esquecesse daquilo e fosse descansar. Ela estava com uma cara de sono que só.

Terminei de me vestir e saí. Fui exatamente para uma lanchonete, onde pedi um croissant e um suco. Tentei não ceder ao desejo de beber mais. Minha mente podia me atazanar dizendo para mim "Vai, bebe mais um pouco! Lembra de como foi?", mas eu tentava me fingir de surdo.

Nem foi tão complicado assim, não tinha nada que me fizesse querer beber naquela lanchonete. Comi o meu "café" bem rápido, paguei a conta e saí. Eu estava com um boné preto, óculos de aviador, e, aproveitando o friozinho que estava, um casaco preto de capuz. 

Fui caminhando pela Quinta Avenida naturalmente. Ninguém me notou, acho que nem se preocuparam em olhar para mim, estavam todas as pessoas na rua só correndo para fazer seus devidos afazeres. 

Bom pra mim. Deu até para eu entrar numa loja de discos e ficar ouvindo os CD’s do Michael Jackson que estavam tocando. 

Quando dei por mim, já eram lá umas onze horas. Resolvi sair da loja, não sem antes comprar um dos CD’s que faltavam em minha coleção de discos, e fui embora, voltando para o hotel. Eu iria ter que começar a arrumar minhas coisas, iríamos voar para Washington à noite. 

Terminei de tirar a última peça de roupa do armário e guardá-la na mala, e me sentei na cama. Suspirei, e concluí que eu estava viciado em álcool. A vontade de beber estava me possuindo, eu ia pirar se não bebesse naquele momento. 

Saí correndo para o happy hour do hotel, por incrível que pareça, ele estava aberto às duas e meia da tarde, e comprei uma Vodca, tendo que subornar obartender para conseguir comprá-la. Escondi a garrafa por dentro do casaco e fui para o meu carro. 

Bebi tudo que estava na garrafa de vidro rapidamente e liguei o carro. Eu já estava tenso, a primeira vez que eu iria dirigir embriagado. Bom, tá certo que eu não tinha sentido nenhuma alteração na visão, ou nos reflexos. Só minha mente que estava confusa, mas ela sempre estava, então não mudava bosta nenhuma.

Enquanto eu dirigia, eu tentava processar o que estava acontecendo comigo. Quer dizer, minha capacidade mental estava muito perto de zero naquele momento. Pisquei os olhos repetidas vezes quando parei no sinal, na tentativa de me desfazer da cara de bêbado que eu estava.

Dirigi até a beira de um abismo. Eu não sei como fui parar lá, não me pergunte isso que eu não vou saber responder. Assim que parei o carro, tentei pensar em algo que tirasse minha tensão.

Não preciso dizer que o que veio foi Gabby. Mais precisamente, a dança que eu tive com ela no meu aniversário de 15 anos, há dois meses e poucos.

FlashBack On:

Gabby e eu estávamos sentados no degrau da escada do grande salão que tinha acontecido a minha festa. Já passavam das duas da manhã, o salão já estava vazio, e os faxineiros já faziam a limpeza do lugar. Uma música do Usher ainda tocava. Estávamos conversando, até eu focar um lugar.

-Hum... Vem cá... - Falei, me levantando.

-Aonde?

-Só vem!

-Táá! - Ela foi me seguindo, e entramos num espaço ornamentado com flores e luzes. A música que tocava no salão chega até lá por umas caixas de som por ali. De repente, a música que estava tocando termina, e começa a tocar uma valsa.

-Eu gosto desse tipo de música... - Gabby disse. Assenti, e toquei sua mão. -O quê vai fazer?

Nem respondi, só a peguei num movimento brusco e segurei sua cintura. Ela pôs as mãos em meu pescoço e começamos a dançar de acordo com a música, fazendo movimentos leves.

Ela estava um pouco mais alta que eu, por causa do salto alto que estava usando, junto com o vestido vermelho de cetim. Resumindo, LINDA.

Eu olhava para seus olhos, ela olhava para os meus, eu me hipnotizava pelo seu sorriso perfeito... A sensação era maravilhosa. Eu deslizava minhas mãos pela sua cintura, sentindo cada centímetro da mesma, ela acariciava meu pescoço, me arrepiando por completo, nós dançávamos como se nada pudesse nos parar.

Uns minutos se passaram, e eu afundei minha cabeça no seu ombro, mostrando que estava morrendo de cansaço, sem soltar sua cintura nem parar de dançar. Ela começou a afagar meu cabelo, e aquilo só me fez sentir mais sono ainda. A música terminou, mas continuamos abraçados, dançando. E ficamos juntos daquele jeito até Pattie nos chamar.

Nos soltamos bruscamente e fomos até ela. Um tempo depois Gabby e eu combinamos que não faríamos aquilo novamente. Concordei com ela, e aquele momento tão íntimo foi jogado no mar do esquecimento. Ok, ela deve ter esquecido, mas eu não. Eu estava começando a sentir algo forte por ela. Bom, mas isso foi por água abaixo depois de eu começar a namorar a Jéssica.

FlashBack Off.


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