Sleeze Sister escrita por Bond Rebellion


Capítulo 22
Capítulo 19 - Evidências


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!
me desculpem a demora eterna...e me desculpem também pela qualidade inferior do cap, eu perdi a mão, não sei mais escrever depois de tanto tempo! já tive dias melhores! rs
Divirtam-se e descubram quem é o Sr.Jacob Black!



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“É engraçado como depositamos tanta confiança e tanto sentimento nas pessoas. Em pessoas que achávamos conhecer, mas, que no fim, só mostraram ser iguais a todos. E por esperar demais, sonhar demais, criar expectativas demais, sempre acabamos nos decepcionando e nos machucando cada vez mais.” - Dalai Lama

Como de costume a chuva caia sem piedade sobre a cidade de Forks. O barulho do pneu em contato com o asfalto molhado nunca pareceu tão reconfortante para Charlie Swan como naquela tarde.

Através da janela do taxi um sorriso afetado pelos machucados em sua face mostrou o quanto tudo era familiar: a estrada ladeada por árvores tão altas como prédios, as construções simples, as pinturas desgastadas pela chuva e a velha casa no final da rua.

Ao abrir a porta do carro, Charlie suspirou saudoso, enquanto Emmett apanhava as malas. Por mais que Reneé não tivesse compartilhado aquela casa com ele e suas duas filhas, a memória do sorriso doce e do abraço caloroso que sempre lhe esperava na volta pra casa foi involuntário.

"Não ha lugar como o nosso lar"

A frase clichê de um dos filmes preferidos de sua esposa lhe veio à cabeça. Pela primeira vez Charlie assumiu para si mesmo que seu plano nos últimos 4 anos era infantil, egoísta e inútil.

A idéia de se mudar de Phoenix, logo após o acidente que levara Reneé, de se afastar de suas filhas, de tentar esquecer sua dor na bebida, tudo havia sido em vão. Pois as lembranças de sua esposa jamais seriam apagadas.

Charlie destrancou a porta e entrou em casa, reparou que tudo estava no mesmo lugar, mas seus sentimentos não, estes haviam mudado.

Quando ele foi arrastado porta a fora por Felix, um dos homens de Aro Volturi, ele era um homem diferente. Dificilmente se encontrava sóbrio, sempre angustiado e rancoroso com a vida. Mas esse Charlie que entrava pela porta agora era um homem diferente. Estava sóbrio, e tinha sobrevivido ao período de abstinência no cativeiro durante aqueles dois meses, e se sentia estranhamente feliz por estar vivo, pelo carinho de sua família e amigos. E mais que isso, Charlie se sentia em paz.

Ele jamais esqueceria Reneé, jamais deixaria de amá-la, e nunca se conformaria com sua morte, mas com o tempo, ele assumiu pra si, que outro sentimento estava conseguindo sobrepujar a dor e a saudade.

A aceitação.

Charlie revirou os olhos consigo; talvez o homem de lata finalmente tenha encontrado seu coração, bufou. Caminhando até a sala, ele ouviu Emmett colocar as malas no corredor perto da porta, ele sorriu ao encontrar sua poltrona favorita no canto da sala, intocada, esperando por ele.

- Uma cerveja bem gelada pra comemorar sua volta? – Emmett perguntou já a caminho da cozinha.

Charlie apenas gemeu em apreciação quando se acomodou na poltrona, a sensação de sua coluna sendo amparada pelo couro acolchoado era única. Quando ele abriu os olhos, Emmett estava a sua frente lhe estendendo uma latinha de cerveja com uma mão, e segurando sua própria na outra.

Ele apanhou a latinha e a encarou por uns segundos. Enquanto isso Emmett se acomodou no sofá ao lado e rompeu o lacre da sua com um estalo. Charlie refletiu por um tempo e com uma respiração forte e decidida levou-a até o olho roxo.

Era tempo de recomeço para Charlie Swan, e se suas feridas internas não precisavam mais da ajuda do liquido para serem amenizadas, suas feridas externas talvez agradecessem pelo “gelo” da embalagem.

Um pouco incomodado com seu estado sentimental e filosófico, Charlie resolveu se distrair procurando pelo controle remoto e começou a zapear pelos canais. Ele passou por um canal de esportes que transmitia um jogo, mas isso não lhe chamou a atenção. Outro canal exibia uma luta ao vivo, e nem mesmo esse atraiu a atenção deles.

Emmett estava tão submerso em pensamentos quanto ele; o grandalhão tinha seus próprios conflitos sentimentais para debater internamente, e no caso dele, a cerveja ajudaria com a dor de cotovelo. Emmett quase se contorceu de desgosto quando Charlie passou por um canal de filme, onde um casal de protagonistas discutiam sobre o relacionamento deles, tendo uma possível traição de um dos personagens como tema do conflito. Mas graças a nossa senhora dos traídos e enganados, Charlie mudou de canal mais uma vez.

Charlie notou o silencio e o comportamento atípico de Emmett Cullen, que estava assustadoramente quieto e imerso em pensamentos. Ele conhecia o garoto desde o nascimento e sabia que algo estava errado.

- Fazendo conta de cabeça, rapaz?

O grandalhão passou a mão pelos cabelos castanho claro, quase do mesmo tom acobreado do irmão, e deu uns tapas na testa procurando espantar os pensamentos.

- Sabe de uma coisa Sr. Swan?

- O que, garoto?

- Tristeza é triste. - suspirou

Charlie retirou a lata do olho direito por um momento para encarar o rapaz ao seu lado. Uma grande interrogação estava estampada na testa dele, e Emmett a respondeu com um olhar tristonho, foi o bastante para fazer Charlie se lembrar de toda a estória com a loira que tentou passar a perna neles.

Era uma pena, um cara tão gente boa como Emmett passar por aquilo. Mas decepções amorosas nessa idade são normais, ele iria superar.

Em uma ultima tentativa de se distrair, e agora aliviar o clima que a lembrança de Rosalie trouxe, Charlie mudou de canal mais uma vez. Agora a tela de plasma, com proporções exageradas exibia um tele jornal ao vivo. Os dois ancoras extremamente alinhados estavam em suas bancadas falando sobre as noticias.

A atenção dos dois ainda não tinha sido fixada no noticiário, Charlie se preparava para mudar mais uma vez até que o ancora chamou um repórter em um link ao vivo na cidade de Nova York.

Aumentando o volume, eles viram a tela se dividir em um simples mosaico onde um quadro do lado esquerdo exibia o ancora e um quadro do lado direito da tela exibia o jornalista. O ancora explicava com palavras rápidas os últimos acontecimentos em NY e passava a palavra para o jornalista.

A jornalista em questão era uma mulher, uma jovem de cabelos loiros na altura dos ombros em um corte sofisticado. Seu rosto bonito e jovial talvez tenha sido de grande ajuda no inicio da carreira, mas agora ela aparentava a segurança de alguém bem estabelecida.

Nas palavras da jornalista, o grande caos na cidade, no dia anterior, foi causado por um bando de criminosos que tentava roubar um objeto valiosíssimo de um carro forte. O objeto em si não havia sido divulgado pelo proprietário, um Barão de seilá o que, Charlie não prestou muita atenção, pois imagens feitas por um helicóptero começaram a ser exibidas. 

Ele e Emmett se ajustaram em seus assentos e nem piscaram ao identificar a cena. Para Charlie era tudo novo, já que ele ainda era refém de Aro quando toda a ação aconteceu, mas Emmett começou a esboçar um sorriso sacana no rosto. Orgulho e reconhecimento a cada cena mostrada no noticiário. 

Foi impressionante como a edição do jornal conseguiu juntar as imagens feitas pelo helicóptero da emissora, e algumas câmeras de segurança espalhadas pela cidade, que conseguiram capturar toda a ação dos bandidos.

Charlie soltou um assobio e sorriu para Emmett. As imagens na TV mostravam uma perseguição cinematográfica onde carros da policia eram arremessados no ar, seguidos de explosões.

Emmett se ajustou em seu lugar agora animado, como o grandalhão bobão que era, começou a narrar com detalhes o que acontecia para Charlie.

- Ah saca só! Esse ai é o carro do lacraio do Garrett...- a imagem mostrava o carro que Will usou para a perseguição, uma imagem aérea feita por um helicóptero onde ele  seguia atrás dos carros de Nessie e Bella – O cara forçou os 4 discos acelerando e pisando no freio como uma velha! – Emmett descreveu a cena empolgado, usando todos os termos técnicos de um mecânico experiente.

A cena havia mudado e agora o próprio Emmett estava na Tv, ou melhor, a silhueta dele, não dava para a policia reconhecê-lo, mas o seu grande tamanho não foi confundido por Charlie. Emmett estava de pé na frente de uma viatura policial, atirando no vidro como um bárbaro, logo depois quebrando-o com a arma e entrando na viatura.

Charlie ficou com os olhos arregalados. Desde quando o filho de seu melhor amigo havia se tornado tão bom naquilo, quanto ele e Carlisle?

- O que? Em briga de Saci, todo chute é voadora! – disse Emmett dando de ombros, tentando justificar as suas ações. Afinal, ele precisava se defender, com as armas que tinha.

Os dois riram juntos, mas os sorrisos se congelaram no momento em que a repórter disse que tinha um comunicado oficial da policia sobre o bando de ladrões.

 - Os suspeitos foram detidos em Washington, DC e levados para a delegacia do investigador responsável pelo caso em Seattle, para prestar esclarecimentos. Se a policia estiver certa, a população já pode ficar tranqüila, pois os criminosos já foram presos. – a jovem jornalista exibia um sorrisinho contente – Amanda Bayer para a redação da CNN.

Assim que a repórter se despediu Charlie e Emmett voltaram a respirar. Ou melhor, voltaram apenas para ficarem ofegantes e desesperados. Eles não haviam divulgado fotos dos suspeitos, mas os dois sabiam que tudo tinha dado errado de alguma forma.

- Estamos fudidos! – Emmett levou as mãos à cabeça.

- Calma. – Charlie falou tanto para o rapaz ao seu lado quanto para si mesmo. – Precisamos falar com Carlisle. Ele vai saber o que fazer.

Três minutos depois, Charlie estava com o braço direito apoiado na janela da sala, com a cabeça encostada na mesma, do outro lado do vidro a chuva lavava as ruas de Forks. A linha do outro lado do telefone havia ficado muda logo depois que ele contou tudo a Carlisle. A euforia e emoção do amigo por ter Charlie finalmente em casa foi interrompida pela noticia.

- ...Eles estão em Seattle? – Carlisle perguntou.

- Foi o que a repórter disse.

- Vou ligar para o nosso advogado, estou indo pra lá agora mesmo.

- Ok – mas antes que o amigo desligasse, Charlie se apressou – E dê um beijo em Esme por mim. Nela e na pequena Elizabeth.

- Claro meu amigo – Carlisle sorriu orgulhoso do outro lado – Elas terão alta amanhã cedo.    

Os pingos de chuva escorriam por toda a extensão da janela. A água corria tão rapidamente, como um sinal do tempo que eles perdiam. Charlie não pode deixar de se colocar no lugar do amigo por um momento. Afinal, ele agora tinha que deixar a mulher e a filha recém-nascida em Forks e ir para outra cidade cuidar dos outros filhos. Uma situação delicada, no mínimo. Charlie desejou fazer algo para ajudar.

- Carlisle, vamos fazer uma coisa. Você cuida dos garotos que eu e Emmett cuidamos de Esme e Lize. Tudo bem?

A voz sempre calma e pacifica de Carlisle sorriu do outro lado.

- É bom ter você de volta Charlie.

[...]

Os corredores do departamento de policia de Seattle estavam movimentados aquela tarde. Tudo girava em torno dos criminosos que foram capturados em Washington e que agora seriam interrogados. Riley Stryder suspirou corrigindo-se, na verdade o grupo de jovens era suspeito, e prestariam esclarecimento. Eram apenas termos jurídicos idiotas, que não mudariam nada, pois se dependesse dele eles só sairiam da delegacia direto para o presídio.

O agente Stryder apertou os passos, esbarrou em uns policiais que tentavam bloquear as janelas, para evitar que os paparazzi do lado de fora conseguissem alguma coisa. O espetáculo do bando de criminosos havia chamado a atenção da mídia, agora a opinião publica estava curiosa em saber quem eram os integrantes do bando e sedenta por justiça, ansiando por informações e curiosa sobre o desfecho do caso. Isso o irritava, toda aquela comoção, como se a fama fosse uma espécie de recompensa por terem infligido a lei e matado pessoas. Riley quase cuspiu no chão do corredor que passava; ele apertou os papeis em uma mão, e com a outra abriu a porta da sala a sua frente.

- Prontos? – ele perguntou aos três homens que se encontravam na sala repleta de monitores.

- Eu pergunto isso a você Sr Stryder. – o baixinho careca, que ele ainda não havia gravado o nome respondeu com um sorriso amarelado. Não que fosse um gesto forçado, mas realmente amarelado pelo tabaco.

- Onde esta Wolverine? – Riley vasculhou a pequena sala com o olhar novamente, nenhuma sombra a mais.

- Ele assistirá tudo de seu computador, em sua sala.

Riley acenou positivamente. Até que o baixinho era prestativo e realmente útil.

- Então, vamos lá.

Ele saiu da sala batendo a porta atrás de si. Não precisou se deslocar, afinal seu destino era a porta ao lado.

Ao abri-la deu de cara com os olhos penetrantes de Alice Cullen. A garota estava sentada do outro lado da mesa, com os cotovelos apoiados na mesma, ela batucava a mão em algum tipo de ritmo que só ela conhecia.

A baixinha suspirou assim que ele se aproximou e tomou a cadeira a frente, ela se recostou em seu lugar, ajustando a postura.

“A pequena com rosto de fada não quer parecer frágil? Que interessante” Riley anotou mentalmente.

Na verdade ela havia sido sua primeira escolha na linha de investigação, pois aparentava fragilidade. Com sorte a pequena Cullen seria a primeira a abrir o bico e confessar.

- Mary Alice Cullen, uh? – ele jogou os papeis em cima da mesa com sua ficha completa. - Filha caçula; ótimas notas; medalhista de ouro em natação do colégio... – ele citava conforme ia folheando sua ficha. – Me diga, porque roubar um anel de milhões de dólares? Porque na minha cidade?

A garota lhe deu um sorriso delicado, discreto e lindo. Foi a primeira vez que ela sorria desde que havia confrontado-a em Washington e obrigado-a a entrar no carro.

- Parabéns Detetive, o senhor fez o dever de casa direitinho. Mas, esqueça o Mary, por favor. E eu não sou mais a caçula, minha irmãzinha mais nova nasceu ontem – Riley se sentiu momentaneamente deslumbrado com tamanha beleza. Ela era tão delicada e doce para uma criminosa!

Riley teve que se lembrar de voltar ao modus operandi, afinal aquilo era um interrogatório, e a adorável jovem a frente era uma suspeita.

- Ah, e sobre o anel, eu não tenho idéia do que o senhor esta falando. – Alice acrescentou batendo os dedos na mesa.

- Esse mesmo discurso sempre? - Riley rebateu – “Não sei do que esta falando”, “Sou inocente, eu juro”, “Eu posso explicar, foi um mal entendido” – ele bufou irritado encarando-a fixamente em busca de alguma reação involuntária – Pelo menos seja mais criativa, garota.

Alice cerrou os olhos para o detetive. Ela não estava acostumada a ter homens falando com ela naquele tom. E ela não estava gostando nem um pouquinho.

- O que vossa excelência quer que eu diga? – exagerou no sarcasmo com o pronome de tratamento, sabia, mas ele merecia. – É verdade. Eu sou inocente e tenho como provar.

- A é? Onde estão suas provas?

- Bom, o registro do hotel em Washington, a lista de chamada da minha professora – ela começou a enumerar apontando nos dedos da mão – tem também os meus colegas de classe, que podem testemunhar...e a minha câmera fotográfica.

- Sua câmera? – ele perguntou lentamente como se ela tivesse problemas mentais.

- Sim! As fotos dela têm registro de hora e data. – a garota exibiu novamente o seu sorriso deslumbrante de fada – O senhor pode dar uma olhada se quiser.

Esse era um álibi que a própria Alice havia bolado, antes de embarcar para NY, ela havia deixado a câmera profissional com sua dupla, e pedira a garota que tirasse fotos para ela. Quando ela voltou de NY, pegou sua câmera e foi tirar suas próprias fotos. E por conhecidencia, havia sido na mesma manhã em que o agente Stryder havia aparecido para prendê-la.

- Claro que sim, adoraria... – Riley quase sorriu e quando viu o que estava fazendo bufou tentando recuperar a linha de pensamento. Mas que porra estava acontecendo com ele? - Quer dizer, nenhuma prova vai te ajudar. As minhas são irrefutáveis. – ele tropeçou nas palavras e resolveu tomar outro rumo.

Tirando seu iPhone do bolso do terno bem alinhado, Stryder o colocou sobre a mesa, a frente de Alice e deu play para que o vídeo começasse. Na tela era exibida a imagem em zoom de uma garota de cabelos castanhos dentro de um carro branco, o quadro do vídeo mudou, logo em seguida para um piloto em cima de uma moto preta, vestido de preto da cabeça aos pés.

- Sabe Senhorita Cullen, eu estou em duvida de qual dessas é você. – ele manteve seus olhos atentos e notou a garota à frente engolindo em seco, discretamente.

Alice se sentiu acuada por um segundo, mas logo se lembrou de que aquilo não era o suficiente para que ele conseguisse prende-la. O mais engraçado, é que o agente Stryder estava realmente perto da verdade. Ela era a garota na moto preta. Mas ele nunca teria certeza disso.

- Desconfortável? – ele perguntou sinicamente.

- Claro! – Alice se remexeu jogando o iPhone de volta a mesa – Essa sua cadeira é uma merda. Vou sair daqui com dor nas costas.

Riley balançou a cabeça negativamente antes de prosseguir.

- Qual das duas?

- Qual das duas, o que?

- Qual delas é você? – ele insistiu.

Os dois agora estavam se encarando fixamente. Não desviavam os olhos de dentro do outro por nenhum segundo. Alice tinha se recostado na cadeira dura e Riley tinha se curvado a frente sobre a mesa, uma posição de ataque.

- Eu estava em Washington nesse dia. – Alice se manteve firme.

- Eu particularmente acho que é a de capacete. – Riley confessou girando o iPhone nas mãos - A garota do carro tem o cabelo mais escuro que o seu, e o corpo da criminosa que pilota a moto é relativamente pequeno.

Alice o fuzilou com o olhar e soltou um insulto entre a respiração “Seu pau também deve ser relativamente pequeno, detetive.”   

 - O que disse?

- Eu não sei pilotar uma moto, Detetive. – Alice resolveu se corrigir, afinal ele poderia detê-la por desacato se não encontrasse nenhuma prova – Eu moro em Forks, e caso não tenha percebido, o tempo lá não é favorável aos motoqueiros. – Alice começou a divagar, ela era realmente boa em falar pelos cotovelos – Vive chovendo, e não é legal estar em cima de algo sem proteção, como uma moto, e ficar ensopado toda vez que sai de casa. Sério, isso acabaria com as minhas roupas, sem falar no meu cabelo... - Percebendo que a interrogada estava tentando se distanciar do foco, Riley resolveu jogar junto com ela. - Por falar nisso, meu cabelo tem estado bem melhor, quase domável, durante esses dias que passei em Washington, o tempo lá pode até ser muito camarada...

- Você gostou das botas dela? – ele perguntou rapidamente, entre as frases sem sentido de Alice.

- Claro que sim! São magníficas, e você sabe que são exclusivas ... – ela parou no meio da frase notando a artimanha do detetive. Ele queria fazê-la falar sem perceber. “Droga!” - Mas eu não...eu não usaria a calça. Apertadinha de mais – ela terminou com uma careta esperando ter concertado a sua enxurrada de palavras. 

Nesse momento Alice confessou a si mesma que Emmett e Edward tinham razão, ela falava pelos cotovelos! E como todo peixe, certamente morreria pela boca.

Riley quase sorriu, mas seus olhos se focaram no espelho atrás de Alice, e ele se lembrou que estava sendo observado. Os três rapazes do outro lado do vidro estavam gravando tudo, e certamente Wolverine estria assistindo a tudo de sua sala. Stryder gostou de ver o resultado do seu interrogatório que estava começando a andar. Pelo menos agora ele tinha descoberto um ponto fraco.

- Você ficou muito bonita nessa roupa. – ele elogiou apontando para a imagem congelada no visor do iPhone. A frase fazia parte da sua nova linha de abordagem, mas ele secretamente queria fazer aquele elogio.

Alice o fitou por um segundo sem saber como reagir. Enquanto ele a estivesse fazendo acusações ela poderia negar até a morte, mas elogios? Como ela devia reagir a elogios?

“Maldito policial sexy!”

- Desculpe desapontá-lo detetive, mas essa ai não sou eu. – Ela lhe sorriu e pegou o iPhone mais uma vez, analisando de perto a imagem. – Como pode achar que sou eu? Não da pra ver o rosto!  Sabe...pode até ser um homem! – seu riso ecoou como sinos na pequena sala  – o capacete é bem grande, talvez o seu criminoso tenha um cabeção! – Alice continuou sorrindo ainda mais - Olha já me confundiram com aquela atriz de cinema antes a...Ashley Greene, mas ninguém nunca quis me prender viu moço!

E a Alice Cullen matraca estava de volta. Mas dessa vez confiante de que não seria pega pela boca. Na verdade ela poderia jogar junto com o detetive. Se ele a queria falando pelos cotovelos, ela o faria! E o deixaria tão desnorteado que ele imploraria para soltá-la.

Riley passou a mão pela testa respirando fundo. A garota a sua frente não parava de falar, e ele soube que o pequeno avanço que tinha dado a segundos atrás havia retrocedido até a estaca zero.

A maldita garota Cullen era esperta, e ele rezou pra que os outros não fossem como ela.

[...]

A segunda suspeita a entrar na sala de interrogatório foi Renesmee Swan. Assim que um dos policiais a acompanhou até a sala e ela abriu a porta uma necessidade descomunal de sair dali correndo a atingiu.

Nessie entrou no pequeno cômodo, a luz era fraca, paredes quase azuis e quase cinzas, apenas uma mesa no centro da sala, duas cadeiras, e uma parede espelhada nos fundos. Ela já tinha visto filmes e séries policiais o bastante para saber que haviam pessoas do outro lado do espelho observando-a e isso era assustador, tudo era assustadoramente impessoal.

A sensação de “tirem-me daqui” a estava sufocando quando ela se sentou do outro lado da mesa, encarando o detetive Stryder.

- Acabei de ter uma conversinha com sua amiga, Alice Cullen – ele começou tentando intimidá-la e fazê-la pensar que Alice havia confessado algo. – Você está disposta a cooperar comigo? Assim como ela?

Renesmee respirou tentando acalmar o pânico dentro de si, afinal esse era o objetivo dele. Pressioná-la, deixá-la com medo para que confessasse tudo, não é mesmo?

- Claro. – recostou-se na cadeira tentando aparentar tranqüilidade.

- Pra começar, vamos rever os fatos: - A voz do Detetive era suave ao desenrolar seu enredo. - Vocês aproveitam o álibi da viagem escolar para cometer um roubo. Trapaceiam de forma conveniente, para que estejam em dois estados ao mesmo tempo, agem como bárbaros na minha cidade, matam alguns policiais, e roubam um anel bem valioso. Agora me diga: por quê?

- Você deveria perguntar isso pros verdadeiros culpados... – Nessie agora se sentia confusa. Algo a alertava de que ele estava tentando ganhar sua confiança com aquele tom amigável, fazê-la falar, ainda mais se ela acreditasse que Alice já havia dado com a língua nos dentes.

“Bendita sejam as maratonas CSI e Law & Order” felicitou-se pelas séries policiais que lhe a deixavam, por dentro das artimanhas de um interrogatório.

- Me diga, o valor desse anel, vale todo esse esforço? Porque eu acho, que o dinheiro não é a única motivação de vocês.

Nessie apenas deu de ombros já incomodada com o olhar penetrante do Detetive, que em nenhum momento se distanciava de seus olhos.

- Talvez vocês tenham uma motivação mais nobre? Algo...heróico, quem sabe?

- Eu não sei. – ela suspirou cansada. Nessie estava cansada por ter esperado do lado de fora, cansada de pensar em maneiras que a fizesse sair de lá inocente, cansada de se preocupar com as provas que eles tinham e como ela e sua família iriam sair disso. Talvez confessar tudo fosse a solução.

Passando a mão ao redor de seu braço, como se estivesse se abraçando, Nessie disse em voz baixa:

- Eu realmente não entendo o que estamos fazendo aqui... - Tudo o que a pequena Swan queria no momento era estar em casa ao lado do seu pai.

- Eu vou lhe dizer, mais uma vez, o porquê de você estar aqui - Riley se levantou se sua cadeira e avançou ao redor da mesa, parando ao lado da cadeira de Nessie. - Você é a principal suspeita de um roubo milionário na minha cidade, eu tenho gravações de câmeras de segurança... - Em uma postura agressiva e intimidadora ele apoiou uma mão nas costas de sua cadeira e outra na mesa à frente - Testemunhas e fotos.

Nessie franziu o cenho avaliando as tais "provas". A ideia de alguém ter tido a chance de conseguir capturar uma foto, mesmo que uma fração de segundos dela em ação, era mínima. Na verdade, jogar na loteria e acertar tudo sozinha era mais fácil. Além dos disfarces, todos do bando se certificarão de estar sempre em alta velocidade, o que torna o reconhecimento muito difícil.

- Fotos? Testemunhas? - A pequena Swan respirou fundo, sentindo sua respiração pairando entre ela e o rosto impassível do detetive Riley; e der repente toda a acusação estampada nos olhos dele reverteram seu estado de espírito. - Eu nunca estive na sua cidade, Detetive.

- E como você me explica a misteriosa aparição em um clube noturno ontem? Em Nova York? - ele praticamente soletrou a ultima frase enquanto recuava até o canto oposto da mesa e separava alguma coisa entre os papéis.

- Eu ainda não sei do que... - sua frase foi interrompida pelo baque de uma revista sendo jogada sobre a mesa. Renesmee virou-a e fitou a página de uma coluna social - Uh...adorei o vestido dela.

Revestida de todo o cinismo encontrado no seu DNA, ela começou a admirar os looks das garotas, famosas e anônimas, que estampavam a página. Apontando o dedo em cima da imagem de sua própria irmã, ela soltou elogios em voz baixa.

- Garotas muito bonitas não é? Uma pena serem criminosas. - Riley se aproximou novamente dela invadindo mais uma vez seu espaço pessoal - E quanto a essa aqui? - Ele apontou a foto da garota que mais se parecia com a acusada em questão. - Não é você?

- Não. - afirmou balançando a cabeça e fitando-o nos olhos.

- Mesma altura, peso e cor da pele.

- Meu cabelo não é assim - passando a mão pelas madeixas, agora sem o aplique, a pequena Swan continuou a dissimular inocência - E eu não sou tão gorda.

- Olha só garota, vamos parar com o teatrinho...

- Olha só você, detetive! - o interrompeu elevando sua voz - Não vejo a onde está querendo chegar com tudo isso. Suas "provas" são ridículas, suas acusações são sem fundamento. Vocês não vão conseguir nada com isso, porque não me deixa ir pra casa e vai atrás dos verdadeiros culpados? Os verdadeiros criminosos?

O olhar gélido de advertência que recebeu em resposta, fez com que ela abaixasse o tom e continuasse.

- Nós estávamos em uma passeio escolar, pelo amor de Deus, quantas vezes vou ter que repetir? Eu não sou essa garota! - apontou para a revista - Eu não tenho dinheiro nem pra passar na calçada desse clube, moço! Qual é? Eu sou de FORKS!

[...]

Depois de mais 15 min. negando todas as acusações e afirmando categoricamente sua inocência, Renesmee saiu da sala de interrogatório e foi aguardar no corredor. Procurando pelos outros, ela viu Bella e Alice sentada em uma das cadeiras no corredor, encostada á parede ao lado do bebedouro, ao lado delas estava Edward. Os três divagavam em hipóteses do que poderia ter acontecido com Jasper, que havia desaparecido desde o dia anterior.

Assim que ela se aproximou, Bella encurtou a distancia entre elas e lhe deu um abraço, as duas permaneceram paradas no corredor por segundos que se penduraram como horas, até que um policial veio chamar Bella e a encaminhou para a sala de interrogatório. Ela era a próxima, e olhando sua irmã partir, Nessie desejou que Bella comece o fígado do Detetive pé no saco lá dentro. 

Sentindo-se mentalmente esgotada, Nessie caminhou até a maquina de refrigerantes no fim do corredor, ela precisava de algo bem gelado atravessando sua garganta. Os corredores do departamento de policia de Seattle pareciam ainda menores do que de costume, a presença dos agentes do FBI e o fluxo de criminosos locais deixava o lugar intransitável.

A maquina ficava no final do corredor, entre o cruzamento de mais dois corredores com as mesmas paredes meio cinzas e azuis, repletas de cartazes de crianças desaparecidas e criminosos.

Apanhando sua latinha, depois de maltratar a maquina com alguns chutes, pra que ela liberasse seu refrigerante, Nessie se recostou a uma das paredes e tomou um gole. Sua visão periférica captou outra fileira de cadeiras encostadas no corredor à esquerda da parede onde estava. Um cara muito machucado, aparentando embriaguez estava sentado algemado a cadeira, ao lado dele uma mulher jovem, que pelas roupas e trejeitos, era uma prostituta.

"Qual é? Eu sou uma criminosa classe A" Exclamou rolando os olhos.

Buscando um lugar onde pudesse ficar sozinha ela caminhou para o corredor oeste, que milagrosamente, estava vazio. Agachando no canto da parede ela finalmente libertou suas preocupações.

Renesmee Swan estava detida, para esclarecimento, mas estava e isso a apavorava!

Ali, agachada no corredor de uma delegacia, todo o peso, todo o desgaste das ultimas 72 horas lhe caiu sobre os ombros.

Eles tinham conseguido. Seu pai estava a salvo, mas algo a perturbava. Sempre achou que quando o visse, o colocasse em segurança tudo estaria resolvido. Tudo acabaria.

Aparentemente não. A esperada paz de espírito não havia a alcançado ainda. Ao contrário, Nessie se sentia inquieta e angustiada. A falsa sensação de alivio e "alegria" que lhe abatera em Washington, essa manhã, havia sido passageira. Já tinha deixado seu sistema no momento em que o detetive pé no saco aparecera, trazendo consigo todos os seus medos.

Era isso. Renesmee estava com medo. Apavorada. Ser presa aos 17 anos de idade não é o plano de carreira de ninguém! Deus! Ela tinha planos de ir pra faculdade, namorar, curtir, namorar e quem sabe se tornar alguém! Ter um emprego e namorar mais um pouquinho!

Ser presa... O que aconteceria com uma menina jovem e bonita na prisão? O Deus, por quê? Ela não tinha feito aquilo por ambição! Como o detetive falou, foi algo muito nobre! Ela não merecia isso...e pela nossa Senhora das jovens criminosas, eles tinham provas!!

Passando a mão pelo cabelo ela ponderou que um bom advogado conseguiria driblar as provas, mas o pensamento não a tranqüilizou completamente.

Além do medo que ela conhecia de ir para a prisão, havia também o medo do desconhecido. O desaparecimento de Jasper, a traição de Rosalie, o detetive com todas as suas provas e sua confiança inabalável... Algo no canto mais sombrio de sua consciência lhe avisava que alguém estava por trás de tudo. Todas as preocupações se juntavam em um só sentimento, um mau presságio, como se algo pior pudesse estar por vir.

A sensação de queda eminente apertava-lhe o coração. Respirando pausadamente, Nessie tentou se livrar do pânico, mas algo em sua mente lhe gritava para que ela se agarrasse em algo, as pressas, pois a queda seria grande.

Como magnetismo, força da gravidade, lei da atração, ou qualquer uma dessas merdas, sua atenção foi chamada para os passos que vinham na ponta do corredor. Quando a pequena Swan levantou seus olhos, um moreno, que costumava ser irritante, lhe sorria de lado.

Jacob lhe estendeu a mão e sem pensar duas vezes, Nessie a agarrou. Levantando-se e ficando a sua frente ela tentou encarar seus olhos escuros e reconfortantes, mas tudo o que viu foi uma pontada de apreensão e uma vertigem lhe atingirem.

Sua confusão interna fez com que tudo a sua frente se transformasse num borrão preto, e para evitar que ela caísse, Jake lhe amparou pelo braço levando-a para o outro corredor e lhe obrigando a sentar na fileira de cadeiras a frente da prostituta e do bêbado.

Recuperando sua postura ela lhe fitou com o seu famoso olhar Swan. Algo determinado pela sobrancelha levantada, olhos semicerrados e uma pitada de ultraje com desafio.

- Você parece abatida. - se sentou ao seu lado, medindo o tom, para que apenas os dois ouvissem.

- Eu estou cansada. - Nessie apoiou os cotovelos nos joelhos e se curvou a frente. - Mentalmente cansada.

Dois agentes vieram pelo corredor e levarão o bêbado e a prostituta a frente embora, mas eles não partiram sem antes fazer um pouco de barulho e deixar um rastro de confusão pelo corredor. A sós no corredor da delegacia, Nessie e Jake perdurarão por alguns segundos em total silêncio.

- O dia está sendo uma merda... - ele iniciou.

- Nem me fale.

- Tudo parecia estar dando certo até que... - continuou.

- Nem me fale. - o interrompeu novamente.

Suspirando pesadamente, Jake imitou sua postura resignada, apoiando os cotovelos nos joelhos da mesma forma que ela, se curvando para frente. Suas cabeças estavam no mesmo nível agora.

- Você acha que conseguimos sair dessa? - Nessie perguntou em um fio de voz.

- Não tenho a mínima idéia.

Algo na voz de seu parceiro a fez enrugar o cenho. Uma nota soou estranha na frase do moreno, que a poucos segundos parecia distraído.

Outro momento de silencio se seguiu. Cada um com seus próprios pensamentos fazendo-os de reféns. Nessie por um momento foi assolada pelas imagens, agora estranhamente em câmera lenta, dela mesma atirando contra os capangas de Garrett e contra a policia.

A realização de que ela havia subido um degrau na escala da criminalidade lhe atingiu. Uma parte dela se felicitou, porém outra se sentiu culpada. Era normal, para pessoas como ela, com seu DNA, se sentirem culpadas depois de tudo?

Expondo seus pensamentos, sua voz saiu mais baixa que um sussurro e sua cabeça se inclinou ainda mais na direção de seu parceiro:

- Eu nunca matei ninguém... Até hoje. - confessou.

Seus olhos miravam o chão, mas fitavam o nada ao se lembrar de como foi fácil mirar nos carros e explodir a cabeça de quem quer que estivesse lá dentro. Um arrepio lhe passou pelo braço, mas este poderia ser interpretado de outra forma, já que a pele do lado direito estava em contado com o braço de Jake.

- Eu atirei em alguns caras também. – refletiu Black.

Ela se lembrou de como Jake se tornou protetor quando os comparsas de Garrett a mantiveram como alvo principal, e ele se colocou na mira para defendê-la e tirá-la de lá em segurança.

- Você com certeza matou alguém, deve ter atingido muita gente.

- Eu sei. - o sussurro em resposta fora tão baixo, até mesmo para os ouvidos da garota ao seu lado.

Renesmee franziu o cenho tomando uma respiração, ela se deu conta de que esfregava as pontas dos dedos no jeans colado as suas coxas compulsivamente, ha um bom tempo.

- Sente como se tivesse sangue em suas mãos? - sua voz falhou no final, fitando suas mãos invisivelmente sujas.

- Não. E você? – Jacob respondeu de imediato soando firme e lhe encarando.

Ela virou sua cabeça e encarou os olhos escuros dele, Jake levou sua mão direita até a dela e lhe afagou suavemente tentando lhe tranqüilizar. Renesmee não pode evitar sorrir bobamente de lado.

- Também não.

Os dois dividiram um sorriso repleto de cumplicidade, e milhares de verdades não ditas.

- Eram todos uns filhos da puta. – Jacob brincou.

- É, todos eles!

Nessie supostamente, deveria ter se acalmado naquele momento, supostamente. Aparentemente seus medos irracionais haviam sido afugentados com a companhia de Jake, mas 30 minutos depois, quando Bella finalmente saiu pela porta no fim do corredor, tudo voltou com peso extra sobre seus ombros.

O detetive Riley saiu junto com Bella da sala, comportamento estranho que fez Nessie se levantar de imediato e ir ao encontro da irmã. Jacob hesitou em lhe acompanhar, seguindo alguns passos atrás dela. O agente Stryder o fitou rapidamente com um olhar que Nessie mais tarde interpretaria como curiosidade e diversão.

Bella foi ao encontro da irmã novamente, e Riley "convidou" Edward, para que lhe acompanhasse até a sala, já que ele era o ultimo.

Alice franziu o cenho, se questionando do porque o irmão seria o ultimo, se o depoimento de Jacob ainda não havia sido recolhido. Detalhe que lhe passou despercebido, quando Bella começou a relatar sua experiência com o Detetive pé no saco.

As três se sentarão juntas e começarão a partilhar de suas experiências dentro da sala de interrogatório. Jake parecia desconfortável, depois da olhada minuciosa do Detetive, e estava distante das três garotas.

- ...Por mais que tenham provas, não vão conseguir nada contra nós. - Bella soava confiante.

- Eu não sei Bellinha, só acredito nisso quando um bom advogado vier nos defender! - Alice tinha seus grandes olhos assustados como um bichinho encurralado. - Além disso, ouvi pelos corredores que Wolverine está na cidade. Você tem idéia do que isso significa? Que ele está aqui por nós! - Alice soou um tanto estrangulada no fim.

- Não se preocupem, logo nos vamos sair daqui pela porta da frente.

Nem a própria Renesmee acreditou que aquelas palavras confiantes haviam saído de sua boca. Tais palavras incomodaram de alguma forma seu parceiro, que inquieto se afastou do grupo e seguiu para o lado oposto no corredor.

Bella e Alice continuaram alheias ao acontecido, e Nessie apenas esperou que ele virasse para o corredor a direita, para começar a segui-lo.

Pensamentos desconcertantes começaram a invadir sua mente a cada passo que avançava atrás dele. Uma sirene em sua cabeça soava alarmada, e pela primeira vez o pensamento que se escondia em sua mente foi trazido a consciência. Seu parceiro estava muito mais misterioso hoje do que nos últimos meses. E seu comportamento distante lhe despertou curiosidade. Algo como um quebra cabeça gigante se espalhava a sua frente, implorando para ser juntado. Mas cada peça era acompanhada de uma pergunta.

De onde Jacob estava vindo quando a encontrou? Eles não estavam juntos desde que todos foram pegos e levados para a delegacia? Na verdade, todos os outros estavam juntos, Ela, Bella, Edward e Alice. Jacob só aparecera naquele momento. O que era aquela apreensão em seu olhar? Porque o incômodo com o detetive? Onde ele estava indo agora?

Nessie se sentiu um pouco paranóica, talvez sua mente estivesse achando chifres em cabeça de cavalo, porém, unicórnios eram exatamente isso, cavalos com chifres e estes poderiam muito bem existir. Considerando sua teoria, ela se convenceu de que suas suspeitas não eram tão infundadas assim.

O moreno se afastou por mais dois corredores, parou perto de uma janela e sacou seu celular do bolso da calça. Nessie franziu o cenho, os policiais haviam recolhido todos os seus pertences quando os levaram para a Delegacia, o que diabos Jake ainda fazia com seu celular?

Será que ele estava tentando pedir ajuda?

Nessie se manteve atrás da parede, procurando não ser vista, sabia que não podia se afastar tanto da sala de interrogatório e que logo algum policial iria a sua procura, mas ela não estava tentando fugir estava? Apenas tentando descobrir o que seu sexto sentido queria lhe dizer.

Pois algo em Jake estava fora do normal. Desde quando o encontrara no corredor, seu sorriso, seus olhos não tinham mais o toque reconfortante de sempre. Ele parecia tenso, apreensivo e distante.

Uma parte de sua consciência lhe afirmou que tal comportamento poderia ser completamente normal, já que Jacob Black pertencia a uma família tradicional e que como um garoto bem criado, provavelmente estava apavorado com a possível encrenca em que se metera. Se ela e sua família fossem presos, Jake também seria, afinal.

Culpa e remorso por possivelmente destruir o futuro de alguém lhe atingiu. Se tudo desse errado para eles, na pior das hipóteses, Jacob jamais a perdoaria por ter lhe colocado nessa roubada, ao pé da letra. Foi por conhecer ela, por ser seu parceiro na aula de historia, por se apaixonar por ela, que ele estava ali. Detido em uma delegacia. Se eles fossem realmente presos, se as provas idiotas do detetive fossem de alguma forma validas então Jacob seria um jovem criminoso e toda a sua possível “futura vida brilhante” seria jogada no lixo.

Era isso. Jacob estava tão assustado quanto ela.

Decidindo ir confortá-lo de alguma forma, Nessie deu um passo à frente, mas algo parou seus movimentos. A conversa que ele levava ao celular se tornava mais intensa, Jake parecia irritado e desesperado. Impaciente ele passou as mãos pelos cabelos negros e se virou para a janela, ficando de costas para ela.

Ouvindo um xingamento ao longo da conversa, Nessie recuou. E o movimento mesmo que não sendo calculado fora perfeito, pois ao recuar, ela viu seu parceiro encerrar a ligação e caminhar para uma das portas ao lado no corredor. Ele a abriu sem cerimônias e entrou na sala, trancando a porta atrás de si com um baque.

Renesmee piscou os olhos algumas vezes para processar o que via. Segundos depois a conversa do lado de dentro da sala, evidenciava que havia mais alguém ali dentro, junto com Jacob. E esse alguém tinha um incomum tom de voz, que se parecia muito com trovões.

Os segundos passaram, os minutos se foram e Nessie se viu do lado de fora, com os nervos em frangalhos.

"O que diabos Jacob faz lá dentro?"

Cansada de andar de um lado para o outro, no corredor a frente da porta misteriosa, Nessie se esgueirou pela parede que saia daquele corredor, mantendo seus olhos na porta, caso Jacob saísse por ela, mas mantendo-se escondida pela parede.

Abaixando-se novamente, contra a parede suja e descascada, apenas no roda pé, ela tomou uma respiração.  Sua mente estava em branco. Ou melhor, tão escura quando um buraco negro, um buraco negro em espiral... Dragando-lhe para o nada a cada respiração. Essa era a melhor descrição para seu estado de aflição e tormenta.

Nessie passou a mão pelos cabelos, sentindo o seu sexto sentido agregar um peso extra a sua preocupação. Seu estado de paranóia estava ficando algo incontrolável.

"Onde nesse inferno eu vou achar um calmante?"

Franzindo o cenho, ela considerou que o detetive pé no saco jamais lhe permitiria conseguir um. Na verdade, tudo o que ele queria era uma criminosa pirada, com medo o suficiente para entregar todo o esquema, delatar seus companheiros e contar detalhes sobre o roubo. Talvez ela estivesse indo na direção que Riley gostaria que tomasse, mas seu parceiro estava contribuindo para aquilo, de uma forma indireta. Ou não.

Um par de minutos, ou mais não sabia afirmar, havia passado, tentando controlar seu emocional a pequena Swan se levantou e começou a caminhar de uma ponta a outra do corredor, esperando que a discussão acabasse e Jacob saísse de lá.

“Provavelmente ele só sairá de lá algemado!” – sua consciência rosnou

Ela iria encostá-lo contra a parede e arrancar dele uma boa justificativa para aquele comportamento insano e autodestrutivo. Se ele tinha boas intenções, de livrá-los da prisão, que ficasse de bico calado, não invadindo o escritório de desconhecidos que podem prendê-lo por desacato!

Idas e vindas depois, suas mãos estavam um pouco suarentas, algo em seu estomago se agitava fortemente e pela primeira vez Nessie deu atenção a sua surdez. Seu ouvido direito estava alguns passos atrás do esquerdo, um zumbido apontava em sua cabeça, efeito das explosões violentas do dia anterior. Esse era o único reflexo em seu corpo que evidenciava seu envolvimento no roubo, a lista de danos era nula, fora isso.

Talvez a aflição tenha dado ao caso uma evidencia maior, e de repente, seu ouvido zumbia ainda mais, agora lhe incomodando profundamente. A dor lhe fez se esquecer da náusea, momentaneamente, todo o seu foco estava na audição que ia se esvaindo aos poucos.

Renesmee enfiou a cabeça entre as mãos pela milésima vez aquela noite, seus dedos percorreram os fios cobres em busca de calma. Um zumbido mais forte lhe apertou a cabeça, até que nada estava sendo ouvido. A dor começou a dificultar seus movimentos, e ela estava quase parando de marchar, de um lado para o outro do corredor, quando a porta se abriu.

O vislumbre da luz, de dentro da sala que seu parceiro entrou minutos antes, lhe atingiu por debaixo da cortina que suas mãos criavam. Tomando uma longa respiração ela procurou se acalmar, mas uma visão mental de seu parceiro saindo da misteriosa sala algemado, lhe atingiu acompanhada de mais um zumbido em sua cabeça. Arrastando seus pés ela voltou a fazer da parede um escudo, e espiou.

Parada, um pouco tonta, parcialmente surda e nauseada pela antecipação, Nessie vislumbrou suas costas largas bloqueando a porta. Ele segurava a mesma com uma mão, seu corpo ainda voltado para o lado de dentro. Jake estava em silencio, enquanto um homem de terno e tão corpulento quanto ele o encarava, com sua voz de trovão comedida fazendo as paredes estremecerem.

O mal estar se quadriplicou, quando Nessie se viu impossibilitada de distinguir uma só palavra do grande homem. Seus olhos piscaram tentando compreender as inúmeras informações que o zumbido lhe impedia de decodificar de imediato.

Em câmera lenta, o sangue de suas bochechas foram drenados, na mesma velocidade em que seu cérebro atordoado ia assimilando a cena a frente.

O grande homem era um total desconhecido, mas algo na sua assustadora aparência lhe era familiar.  Ele tinha a mesma altura de Jacob, o porte físico não havia sido abalado pela idade a mais que tinha em vantagem sobre o garoto, embora não parecesse tão solido quanto Jake. Os cabelos curtos mostravam uma sombra branca nas margens perto da têmpora, com seus olhos voltados para o rosto do homem, Nessie se segurou ainda mais na parede. Os olhos, emoldurados por uma linha reta, negros como a noite eram incomuns, quentes e misteriosos, ela só havia visto algo semelhante aquilo uma vez.

Jacob Black.

Seu parceiro tinha aqueles olhos, mesmos traços, mesmo calor, repleto de perguntas que faziam você ficar tonta só em olhar de perto, capaz de lhe encantar, fazê-la se sentir segura, devorar-lhe a alma, despi-la de suas armaduras e extrair uma confissão, capaz de convencê-la a deixá-lo entrar no roubo.

Sentindo sua garganta se apertar, estrangulando um grito, ela estudou a cor da pele do homem. Algo tão singular quanto a de seu parceiro, mais clara que o caramelo, porém, tão quente como o sol. A maneira como ele se dirigia ao garoto demonstrava que ele tinha muita influencia e respeito, eram velhos conhecidos.

O homem pousou uma mão firme no ombro de Jake, dizendo-lhe algo que parecia ser duro, pois o corpo do garoto retesou em resposta. Em desvantagem pela perda da audição, Nessie apenas tentou ler os lábios, assustadoramente familiares do homem, que diziam algo sobre "Fazer o que tem que ser feito".

Jake acenou e se afastou, com um semblante amargurado, mãos no bolso da calça, completamente resignado.  Nessie teve um último vislumbre do homem por cima dos ombros do parceiro: olhos quentes, maxilar trancado, ele parecia determinado, tão determinado quanto um cão de caça.

Sua mente trabalhou pela primeira vez em uma super velocidade. Flashes em sua mente se misturavam a visão do rosto do homem. Anos mais velho que Jacob, anos que não escondiam sua bizarra semelhança. Toda sua determinação a fez lembrar-se de um animal de caça. Um cão da floresta, uma raposa, um lobo.

Voltando de cabeça baixa pelo corredor, Jacob avançou em sua direção, ao mesmo tempo em que o homem voltava para sua sala e fechava a porta. Ela não se mexeu, não teve forças, Jacob levantou a cabeça pela primeira vez e encontrou seus olhos.

Em um segundo ele sabia que ela tinha visto tudo.

Será que conseguiu ouvir sua conversa? Tinha entendido do que se tratava?

O medo foi evidente em seus olhos escuros e Nessie sentiu suas pernas moles, ela queria cair, não suportava mais o zumbido, a dor de cabeça, seus malditos pensamentos...ela não sabia o que pensar!

A preocupação nos olhos dele delatava sua culpa. Mas culpa de que?

Jacob mediu sua expressão, ela parecia atordoada, furiosa, e magoada. Ele não quebrou sua mascara imparcial, nem o silencio que pairava entre os dois encostados no fim do corredor, mas sentiu algo lhe apertando o coração ao ver aquelas emoções nos olhos de sua Nessie.

Ele tentou formular algo rapidamente em sua mente, "Não é o que você está pensando" parecia o mais clichê possível, e o que exatamente ela estava pensando? Sua mão foi para frente, involuntariamente, tentando tocá-la, confortá-la era o mínimo que sua alma miserável poderia fazer, mas a garota recuou.

Nenhuma palavra foi dita, mas entre os dois, estava tudo cada vez mais claro. Tão claro como a maldita luz do dia, a luz que parecia morar no sorriso e nos olhos do mentiroso a sua frente. A luz que não a aquecia mais.

O zumbido em sua cabeça foi embora, de uma única vez, como um curativo arrancado, como seu coração rasgado, de uma vez só. Sem piedade. Sua cabeça estava mais limpa, os pensamentos se reorganizando, e a cada respiração uma certeza absurda lhe invadia.

Aquele homem, dentro da sala era o lobo que estava no encalço de sua família a anos, farejando provas para prender, primeiro seu pai e Carlisle, e agora ela e sua irmã. Aquele homem era o famoso e condecorado detetive sênior, popularmente conhecido como Wolverine.

Aquele homem era pai de Jacob, seu parceiro traidor. Ele era um informante, por isso a policia dizia ter provas, por isso estava detida.

Jacob viu a compreensão de cada fato atravessar os olhos dela e a viu recuar ainda mais. Sua consciência o acusava e lhe xingava pelos seus atos. Ele tinha que encontrar uma maneira de explicar-lhe tudo. Mas o que havia para ser explicado?

O que ela vira, era a verdade. A verdade que ele não conseguiu contar desde que confessara sua paixão por ela e decidira passar por cima de tudo e ajudá-la no roubo.

- Você é um mentiroso!

Ela soltou entre uma respiração difícil, a voz saiu muito mais afetada do que ela pensara estar. Verbalizar a verdade a tornou mais compreensível, e parte do que estava se acumulando dentro de seu peito se sentiu melhor por externar as emoções.

- Você é um traidor!

Agora ela era capaz de distinguir cada sentimento impresso em suas próprias palavras. Nessie estava com raiva, decepcionada, e se sentia a mais estúpida das criaturas.

- Deixe-me explicar! - ele pediu miseravelmente, não podia conviver com a dor nos olhos dela.

- Explica o que? - seu tom se elevou, e ela se sentiu com sorte pelo corredor estar vazio. - Que você é um informante? Que tudo foi um plano pra ferrar a minha família?

Jacob tentou negar com a cabeça, o gosto amargo do ódio dirigido a si lhe abateu. Era ainda pior, por que ele mesmo tinha nojo do que havia feito, de sua covardia.

- Não? - Os olhos dela se encheram de algo semelhante a água, mas era apenas raiva liquida, borbulhando por todos os poros. - Eu vi você com ele! A propósito, o papai te deu os parabéns? Você foi promovido ou algo assim?

- Deixe-me explicar... - pediu mais uma vez, com uma voz derrotada e arrependida. Isso fez a raiva da garota crescer ainda mais. Com um gruído animal ela ameaçou avançar nele, ela queria arrancar sua cabeça mentirosa, e fazê-lo parar de agir como um cão arrependido.

Quem ele pensava que era? Achava que ela era estúpida? Todo o remorso era fingido, e ela não cairia em suas mentiras novamente! Nessie poderia começar a bater no maldito traidor, mas estava dentro de uma delegacia, sentindo sua mão coçar em protesto, ela recuou, sem interromper o contato visual com ele, atingindo-o com seus olhos como se fossem facas, ela recuou cada passo, se afastando, indo embora.

Com seu ser corroído pela raiva, machucada, e finalmente ciente de toda a verdade.

[...]

Os jornalistas do lado de fora da delegacia estavam começando a ficar entediados, nada de substancial e novo acontecia em Seattle. O movimento estava ficando cada vez mais fraco, tudo estava muito desinteressante. Nenhuma noticia nova sobre o andamento do caso, nada além de "as investigações estão em andamento"... Isso era obvio, não?

Os tais suspeitos estavam lá dentro. Ninguém da empresa tinha acesso aos nomes ou fotos, tudo o que sabiam é que os suspeitos haviam sido encontrados em Washington e que talvez o caso fosse solucionado ainda hoje.

Alguns câmera-mans se amontoavam na lanchonete do outro lado da rua, as vans com os símbolos das emissoras de tv, estavam estacionadas ao longo da rua, e os jornalistas e assessores se amontoavam em rodinhas especulativas nas calçadas. Alguns se mantinham ainda mais afastados tragando seus cigarros. Parecia que eles morreriam mil vezes nessa espera, até ter uma noticia, realmente aproveitável. Algo que vendesse algumas páginas e ganhasse destaque no jornal na noite.

Um carro preto de vidros escuros estacionou na frente da delegacia. Alguns repórteres levantaram os olhos curiosos, mas a aparência pacifica do homem que saiu do veiculo, não lhes despertou maior atenção. Outro homem o acompanhou para dentro, e um dos câmera-mans se perguntou internamente, se era mais uma dupla de advogados que entrava em defesa de um velho bêbado, um jovem drogado, ou uma prostituta barata. Ao menos era o que parecia, já que Seattle não tinha nada, além disso.

O homem continuou ali, sem maiores suspeitas, já que esperava um carro mais luxuoso, ou até mesmo aqueles advogados famosos aparecerem e anunciarem estar ali pelos criminosos de NY. Suas expectativas não poderiam estar mais erradas, já que os dois homens, eram exatamente as pessoas que iriam tirar dali os criminosos de NY. E não levariam mais de uma hora para isso.

Carlisle acompanhado de seu amigo de longa data, o advogado de defesa Max Kenton entraram na delegacia e pediram para falar diretamente com o responsável pelo caso. Ele e Charlie haviam se tornado amigos do advogado a alguns anos, quando começaram na vida do crime e procuraram entender sobre jurisdição. Conhecer os crimes e suas conseqüências era a forma mais inteligente de praticá-los com perfeição. Afinal, quem domina a lei, consegue manipulá-la ao seu favor. Na época, Max tinha mais cabelos, e menos barriga. Depois de 10 anos, 3 filhos e dois divórcios, Kenton não tinha a boa e conservada aparência de Carlisle, mas mantinha sua inteligência, perspicácia e seus olhos cinzento capazes de driblar qualquer júri popular e sustentar uma defesa medíocre na frente de um grande juiz.

Convencer o FBI de que a família de seu amigo, não eram os verdadeiros bandidos seria uma tarefa fácil.

Confiantes, ambos foram encaminhados por um policial á sala do detetive Riley Stryder. Quando se aproximaram avistaram Edward saindo da sala, ele já tinha terminado o seu "esclarecimento", e se juntava a namorada e a irmã do lado de fora. O advogado cumprimentou Stryder, e lhe deu alguns envelopes, Carlisle se dirigiu aos filhos e antes que pudesse envolvê-los em um abraço, uma atordoada Renesmee surgiu no corredor.

Os outros não a notaram de inicio, apenas Carlisle, pois sua irmã Bella, o cunhado e amiga, estavam abraçando o homem que ela tinha como um segundo pai, fazendo-lhe perguntas, pedindo por certezas de que iriam todos sair dali.

Carlisle tentava explicar como seu amigo Max iria fazer para tirá-los dali o mais rápido possível, mas Nessie não conseguia compreender uma só palavra. A raiva parecia adormecida, e ela se sentia desolada e sem esperanças.

Notando a garota ao redor, porém não estando muito atenta ao seu estado de espírito, Bella lhe envolveu em um abraço de lado, colando seus corpos, enquanto conversava com Carlisle sobre o quanto o detetive Riley sabia, o que poderia ser perigoso para eles, e o que era irrelevante.

- Suas provas são completamente descartáveis! Nossa base de defesa será a falta de argumentos deles, já que estão fazendo tudo isso apenas por uma suspeita baseada em uma dupla de criminosos que eles nunca conseguiram pegar. - Carlisle pareceu mais jovem e menos preocupado com seu leve sorriso - Esse detetive vai se sentir patético por levar uma investigação à frente, por pura sede de justiça, com anos de atraso.

- Isso soa como...mania de perseguição - Alice saboreou a palavra entre os lábios com um bico, quase sorrindo para o pai.

- Patético, eu disse! - Carlisle passou as mãos nas costas do filho que de braços cruzados e olhar compenetrado analisava os argumentos. - Vocês são inocentes, nós temos álibis, e eles não tem provas. Vocês estão sendo acusados e perseguidos injustamente, eles são os loucos.

- Eles têm um informante.

A voz pareceu ser de uma desconhecida. Não soava como a pequena Swan, pois parecia alguém mais velha, engasgada e ressentida. Bella olhou pela primeira vez enxergando, a figura de sua irmã ao seu lado. A garota não parecia nada com o habitual, nenhuma sombra da postura confiante, ou do sorriso sempre desafiador. Sua aparência era tão estranha quanto sua voz.

- O que? Informante? - Alice parecia perdida.

- Na verdade, a culpa é toda minha, eu nunca deveria tê-lo levado pra casa, contado dos nossos planos....me desculpem. - Renesmee abaixou a cabeça lamentando por sua estupidez.

- Do que você está falando? - Edward fechou o espaço entre eles, a família Cullen/Swan agora formava um pequeno e estreito circulo do lado de fora da sala do detetive Stryder.

- Jacob, ele é um informante.

- Jacob? - Bella arregalou os olhos.

- Seu parceiro?- Carlisle estava tão incrédulo quanto os outros.

Nessie balançou a cabeça positivamente. Cruzando os braços ao seu redor, ela procurou por conforto e forças para contar aos outros a verdade recém descoberta.

- Eu acabei de vê-lo com Wolverine, ele está por trás da investigação. Jacob é seu informante e...- ela engoliu em seco, falar em voz alta parecia lhe enojar ainda mais - também é seu filho.

Todos permaneceram em silencio por um tempo, tentando absorver as palavras da garota que parecia quebrada a cada respiração.

- Jacob? Filho de Wolverine? - Carlisle repetiu.

- Sim. A semelhança é inegável. - Nessie deu de ombros.

- Você viu ele? Eu não acredito! Ele armou pra todos nós...- Bella soltou entre dentes, apertando as mão em punhos. Raiva pelo garoto ter usado sua irmãzinha para alcançar seus objetivos.

- Isso muda tudo. - Edward concluiu. - Com o relato dele, tudo o que ele viu e fez... Afinal ele participou diretamente da ação. Ele sabe de todos os detalhes...

- Estamos perdidos. - Alice escondeu o rosto entre as mãos, seu pai a abraçou, tentando confortá-la - Jacob nos traiu, Jasper está desaparecido! Nós vamos ser presos!

- Shiii - Bella repreendeu sua pequena explosão no meio do corredor. - Não, tem que haver uma saída...

- Desculpe Bella, mas se é como Nessie diz, nossas chances agora são mínimas. - Carlisle sou abatido - O garoto sabe de mais.

Minutos se passaram, talvez uma hora tivesse sido completa, todos em silencio, revivendo em suas mentes todos os momentos, procurando uma pista de quem realmente Jacob Black era. Ninguém poderia fingir ser outra pessoa tão bem, o garoto deve ter cometido deslizes. Algo em seu comportamento deveria tê-lo denunciado. Um informante não duraria tanto tempo, duraria?

Bella procurava pelas evidencias, sua culpa, por não ter protegido sua irmã de um falso, sem escrúpulos lhe atormentava. Ela deveria protegê-la, mas fracassara. Agora sua irmã mais nova estava ao seu lado, quebrada, enganada, e elas seriam presas a qualquer momento.

Algum tempo depois, Max Kenton saiu da sala do detetive Stryder. Ele parecia exausto, segurava seu terno com uma mão, sua blusa estava decomposta; o homem parecia ter saído de uma luta. Uma luta mental, repleta de argumentos e mentiras para livrar seus clientes. Ele caminhou até o grupo com passos cansados. Os olhos que o fitavam de volta, não pareciam tão confiantes quanto ele esperava.

- O detetive me pediu alguns minutos, ele está tentando ignorar meus argumentos, mas o fiz entender que júri nenhum nos 50 estados lhe dariam razão para continuar a investigação.

- E as provas? - Carlisle perguntou ainda sem muitas esperanças.

- O que? As gravações em péssima qualidade? Não dão pra distinguir, eles não tem nada concreto. Apenas suspeitas baseadas em teorias...

- E o informante? - Edward assumiu a frente ao lado do pai.

- Ah...então é essa a "carta na manga" que Stryder me pareceu ter...- o advogado passou as mãos pela barba por fazer e um projeto de sorriso se precipitou em seus lábios - Ele parece estar com problemas, quanto a isso.

- Como assim? - cada vez mais impaciente Carlisle quase sacudiu o amigo pelos ombros em busca de resposta.

- Nos primeiros 30 minutos, Stryder pareceu confiante de que nada poderia tirar as mãos dele do pescoço de vocês, até que seu telefone tocou. Parece que ele está tendo problemas com a sua "carta na manga". Ela começou a ficar muito irritado, parece que provas foram perdidas ou algo do tipo.

- O que?

- Eu estou muito cansado, eu não tenho a mínima idéia de que inferno ele está passando, mas ele não pode detê-los. Eu estou indo agora mesmo pegar uns papeis, vocês assinarão e será como se este grande mal entendido nunca tivesse acontecido.

- Espera... Estamos livres? - Alice ainda não se dava ao luxo de comemorar.

- Sim.

- As provas dele sumirão?

- É o que me parece.

Alice finalmente cedeu ao otimismo e ao alivio, abraçando o pai, ela sorriu brilhantemente, logo sendo seguida por Edward, Bella e uma Nessie um pouco tonta, em um abraço grupal. Algo dentro da baixinha, uma pontada de esperança, lhe afirmava que o amado Jasper tinha algo haver com o sumiço das provas!

É claro! Ele dominava os computadores, poderia muito bem ter feito as provas contra o grupo desaparecerem!

Ela guardou sua suspeita otimista para si no momento, apenas para comentá-la mais tarde. Quando todos tivessem em paz, seguros e reunidos em suas casas.

[...]

Quando o dia amanheceu em Forks foi como se os últimos dois meses tivessem sido um sonho. Ou a projeção de um filme, um filme sobre a vida de outra família em crise, tudo parecia muito distante da realidade dos Swan.

Charlie desceu as escadas de sua casa e apreciou até mesmo o ranger do ultimo degrau, que tinha uma lasca da madeira solta. O velho e cansado homem arrastou seus pés pelo chão de carvalho até a cozinha e preparou seu café, forte e sem açúcar, como o de costume.

Encostado ao balcão da cozinha, fitando a janela para o quintal do lado de fora, ele anotou mentalmente cuidar das árvores e plantas que pareciam um pouco maltratadas. Não era preciso ser um adivinha para saber que Bella não deveria ter encostado um só dedo nas pobres flores durante o tempo em que ele esteve fora. Mas quem a culparia?

Charlie estava na metade da sua xícara de café, quando ouviu alguém descendo as escadas. Ele não esperou muito para ver sua filha mais nova entrando na cozinha com seu pijama de corações enquanto esfregava os olhos, afastando os resquícios de sono de uma vez.

- Bom dia - ela sorriu pequeno, e o fez se lembrar de quando ela ainda era uma menininha, e lhe dava sorrisos tímidos pela manhã.

- Bom dia.

Nessie se serviu de uma xícara de café também. Parou ao lado do pai, encostado no balcão no centro da cozinha, assoprando o liquido quente, e apreciando a paz do inicio do dia.

- Seu olho parece melhor. - apontou o arroxeado, que agora se tornava mais claro.

- Eu me sinto melhor. - Charlie suspirou.

- Isso é bom.

Alguns segundos se passaram em silencio, ambos assoprando suas xícaras e desfrutando do café. Nessie se sentia confortável ao lado do pai, fazia uma eternidade que não partilhava de um momento sóbrio e em paz com ele. Charlie sentia a mesma coisa, para ambos o silencio era confortável, porém, depois de dois meses conturbados, algumas coisas precisavam ser ditas.

- Acho que você e sua irmã precisam me contar o que eu perdi durante esse tempo... - o velho Charlie sorriu pequeno, como sua filha a minutos atrás, e coçou a barba por fazer.

- Você sabe, Bella está dormindo ainda... - ela tomou um gole ganhando tempo - E...Edward está lá...com ela.

- Eu notei que ele ficou - Charlie encheu sua xícara mais uma vez, a cafeína parecia fantástica em seu sistema – A propósito, ele fez muito isso enquanto estive fora?

- Hã, dormir aqui? - fitou a expressão do pai, medindo se deveria lhe dizer toda a verdade, ou algo parcial. Bom, seu velho merecia tudo, depois de tanto tempo - Sim...todos os dias.

Charlie soltou um suspiro aborrecido, algo mais ameno que um bufar, e um quase sorriso de "eu já sabia".

- Vou ter que conversar sério com o Cullen.

Nessie prendeu um sorriso da expressão engraçada do pai, escondendo-se atrás de sua xícara.

- Então, somos só eu e você moçinha, pode começar.

- Um grande resumo?

- Estou pronto!

Ela sorriu e se dirigiu até a sala, levando o pai pelas mãos, ambos se sentaram lado a lado no sofá.

- Depois que descobrimos que você tinha sido levado pelo louco do Aro, nós começamos a pirar - Nessie apoiou sua xícara na mesa de centro a frente e dobrou uma perna embaixo de si - Bella, como sempre, quis resolver tudo sozinha no inicio, mas eu consegui lembrá-la a tempo de que nós somos uma família. - Charlie lhe sorriu admirado e orgulhoso pela maturidade e naturalidade que falava sobre o assunto - Então, começamos a planejar algo, mas Garrett Parker saiu de algum lugar no inferno e tentou atrapalhar tudo... Afinal, de onde você o conhece?

Charlie tomou uma respiração, buscando uma forma de explicar à garota a grande trapaça que a vida lhe dera. Mas Nessie não precisava de detalhes...

- Eu conhecia a mãe dele. Nós fomos... Próximos. - ele passou a mão, mais uma vez, pela barba que já irritava sua pele. - Ele era só um grande garoto brincando de mafioso - refletiu por fim.

- Bom, ele ficou no nosso pé. Não foi nada legal, nós ficamos bem perdido graças a ele! - Ela afastou uma mexa de cabelo, colocando-a atrás da orelha - Soubemos que ele iria fazer a segurança do anel de ágata - ela fez uma careta encarando seu velho com humor - Que tipo de mafioso protege o objeto a ser roubado?

- O tipo que queria me ver morto. – ele sorriu e foi acompanhado por ela.

- Bem, nós tivemos que fazer umas coisas ruins...- Nessie fez outra careta, dessa vez culpada - Coisas realmente ruins por causa de Garrett Parker.

- Exemplo? - Charlie engoliu em seco, temendo ouvir que as filhas, em tão pouco tempo, fizeram coisas monstruosas assim como ele em sua vida de crimes.

- Ah, Bella e Alice, pra começar mataram um dos caras de Parker em um hotel em NY. Você sabe...arrancando informações. - Seu pai lhe olhava surpreso, porem Nessie não podia voltar atrás. O que estava feito, estava feito. E os meios compensaram o fim. - Eu tive uma pequena participação no final...Tivemos uma fuga, e foi ai que o Detetive Riley entrou no nosso caminho.

- Riley? O que manteve todos vocês na delegacia ontem?

- Sim. Ele mesmo. - Nessie organizou os pontos em sua cabeça, pra que tudo desenrolasse como um pequeno relato de um filme. - E graças a Riley, Wolverine encontrou o nosso rastro, mas nós estávamos tão cegos com os planos que não previmos o perigo.

- Isso não importa. - Charlie cobriu sua mão esquerda com as suas - Ele não conseguiu provas o suficiente. Ele nunca consegue.

- Eu não entendo como eles perderam todas as provas... – suspirou refletindo – Ele tinha uma testemunha. Tem algo muito errado nessa estória.

- Testemunha?

- Jacob Black.

Nessie cuspiu o nome de uma maneira que faria o pior palavrão do mundo sentir inveja.

- Esse eu não conheço.

Essa era a deixa pra que ela começasse o relato sobre o único cara que esteve mais perto de um relacionamento para o seu velho pai. Algo dentro dela temia a desaprovação dele, porém, os olhos curiosos de Charlie demonstravam que ele se interessava por tudo o que havia perdido nos últimos meses, ele finalmente se interessava por algo relacionado a ela. Talvez, esse fosse o momento para começar uma amizade entre pai e filha.

Um pai regenerado e uma filha desiludida, desesperada por consolo.

- Jacob era meu parceiro na escola. No inicio ele era meu álibi perfeito, mas ele era esperto demais e começou a sacar que algo estava acontecendo – Renesmee fitava um ponto qualquer a sua frente sem realmente enxergar, ela sentiu os braços do pai deslizarem sobre o encosto do sofá, repousando suas mãos reconfortantes em seu ombro, lhe abraçando de lado. – Ele começou a se infiltrar, a se envolver de mais em tudo sobre o plano. A principio ele se ofereceu para nos ajudar com o roubo, eu neguei, mas acabei perdendo uma corrida pra ele. Agora eu vejo que foi tudo um plano. Para parecer despretensioso no inicio, ganhar nossa confiança achando que ele era um Zé ninguém, que não sabia onde estava se metendo... Ele sabia exatamente aonde se metia! – rosnando a ultima frase, ela tentou se acalmar – Jacob participou de todos os preparativos, ele ficou com a parte pesada do plano junto com Emmett... Ele nós ajudou a nos livrarmos da perseguição da policia, da equipe de Garrett...Jake estava naquele galpão quando tiramos você de lá.

Saindo de suas divagações, Nessie voltou a olhar para o pai, que ouvia atento o seu desabafo. Ele acenou positivamente com a cabeça, mostrando que se lembrava do moreno que se juntara ao grupo dos seus heróis, há dois dias atrás.

- Naquele dia nós fomos traídos também, pela namorada de Emmett... – um sorriso sem um pingo de humor arrastou seus lábios para cima. – Parece que eu e Emm somos os pontos fracos da família...

- Emmett me contou sobre essa garota. – Charlie fez uma careta ao lembrar do rosto triste do afilhado ontem, quando lhe contava o que tinha acontecido. – Ele está arrasado. Nunca o vi assim antes.

- Bem, acho que vou fazer companhia a ele. – Nessie soltou entre um suspiro.

Charlie moveu a mão de seu ombro, para seus cabelos cor de cobre, alisando-os carinhosamente.

- Esse Jacob não me parece apenas um parceiro de turma. – ele observou os olhos tristes e culpados de Nessie fitarem o chão. – Vocês dois estavam envolvidos... Não estavam?

- Pai... – ela protestou arrastando a palavra com aquele tom que só as filhas mais novas conseguem alcançar. – Eu não quero falar sobre isso com você!

- Meu Deus, é mais grave do que eu pensava! – ele moveu suas mãos para agarrar as dela, que cobriam seu rosto da vergonha, pelo assunto ter chegado aquele ponto. – Renesmee. – ele chamou, e ela obediente abaixou as mãos e olhou em seus olhos.

- Sim pai... Nós estávamos meio que... – sua boca torceu com a palavra namorando, já que ele tinha uma namorada antes dela. E contar isso pro seu pai estava absolutamente fora de questão! – Nós estávamos saindo.

A cara que seu pai fez mostrava que uma boa bronca estava se formando em sua cabeça, e logo seria externada em palavras que a deixariam ainda mais culpada do que se sentia. Charlie começou a abrir os lábios para falar algo, mas foi interrompido.

- Não importa agora! Ok pai? – respirando fundo ela concluiu – Eu sei que não devia ter confiado em alguém fora do nosso circulo de confiança, sei que não devia ter me envolvido com um cara dentro da missão. Mas isso não importa, porque ele só estava me usando.

- É exatamente isso que importa! – Charlie ia continuar o seu discurso de como o garoto foi um cafajeste com sua garotinha, mas foi interrompido novamente quando Nessie se jogou em seu colo, repousando a cabeça em seu ombro.

- Não importa. Ele era só um babaca, atrás de informações. – ela piscou os olhos evitando as lagrimas, evitando os humilhantes sentimentos que não deveria ter por ele – Só um filho da puta duas caras!

O pai tentou lhe embalar em seus braços, como costumava fazer quando era neném, mas agora o carinho parecia um abraço desajeitado, visto que sua menininha não era mais tão pequena assim. Charlie se sentiu culpado em parte, era dever seu estar ao lado dela e ter lhe alertado sobre os perigos de manter relações com pessoas fora do circulo de confiança, afinal eles eram criminosos, não deviam confiar em ninguém e cabia a ele a responsabilidade de avisar-lhe sobre isso na ausência de Reneé. Alguns minutos se passaram e Nessie parecia menos quebrada, ao menos não tinha começado a chorar.

- Um informante... eu posso ir atrás desse moleque! – Charlie pensou em voz alta enquanto passava os dedos pelo cabelo da filha, que deitara a cabeça em seu colo.

 - Ele não é só um informante, pai. – Nessie estava de olhos fechados apreciando o carinho do pai, mas suas palavras não poderiam ter saído mais rancorosas. – Jacob é filho do Wolverine.

- Mas um motivo pra ir atrás desse merdinha!

- Paaaaai! – agora o tom de protesto infantil era bem humorado acompanhado de um quase sorriso.

- Estou falando sério, filha!

- Eu também pai! – ela se levantou e voltou a sentar ao seu lado, lhe olhando nos olhos – Se alguém vai atrás dele para torturá-lo, esse alguém sou eu.

- Mas eu...

- Não.

- Eu poderia ir atrás...

- Não! – ela sorria.

- Eu vou atrás do pai então!

- Não pai!

Os dois gargalhavam e Nessie o abraçou com todas as suas forças, assim que suas respirações se acalmaram.

- Eu senti sua falta, papai. – e lhe beijou a bochecha carinhosamente, como costumava fazer antes de suas vidas mudarem para sempre.


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Notas finais do capítulo

Então...a todas q comentaram que Jake era filho do wolverine: PARABÉNS!
Mas vão se acalmando ai, pq no próximo ainda teremos mais revelações! o nosso moreno irritante terá o direito de resposta, e nós vamos saber de tuuuuuuuudo, tuuuuuuuudinho mesmo!
Próximo cap já é o ultimo! e eu me sinto aliviada por finalmente terminar! Claro q amo essa fic, é minha primogênita, mas eu odeio demorar tanto, ter essas crises criativas e fazer vcs esperarem uma eternidade!
Beijosz, e da próxima vez que eu aparecer (espero ser logo) voltarei com o cap final e a nova fic! *--*