- Mine... escrita por Miss Malfoy


Capítulo 8
E ela foge nos deixando aflitos.




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-Ah, não se incomode com ele. Sempre foi estranho. Faz Marco parecer um coelho fofinho.

Ela riu, e voltou a me beijar. Mas eu não estava certo de minhas palavras. Tritão parecia realmente muito estranho aquela tarde.





 Enfim, a nossa estadia no palacio submarino acabou. A tarde se foi tão rapido quanto veio e quando amanheceu, decidimos que era hora de fazer alguma coisa por aquela missão.

 Mas eu realmente queria fazer alguma coisa sobre aquela missão, e eu podia fazer naquele lugar. Quer dizer, depois do comportamento estranho de Tritão na tarde passada, eu estava determinado a perguntar a Anfitrite qual era o problema dele, e principalmente, perguntar se ela sabia alguma coisa sobre o que estava acontecendo ultimamente.

Foi por isso que fui ao quarto de Anfitrite antes que saíssemos. Eu achei que poderiamos ter uma conversa normal, ou meramente civilizada.

Bom, acho que já se cansaram de escutar isso, mas cara... Eu estava tão cego.

Bati na porta umas duas vezes. Escutei a voz de Anfitrite, estranhamente doce.

-Quem é?

-Aãh... Sou eu, Percy... Será que podia conversar com a senhora? Prometo não demorar...

Escutei-a bufar impaciente. Não era segredo que nem ela nem seu filho gostavam muito de mim. Mas era só pelo fato de que para que eu existisse, Poseidon tivera que os trair.

-Entre Jackson. Mas seja rápido, estou esperando alguém.

Entrei no quarto de Anfitrite, que se é que era possível, parecia mais feminino que a própria Afrodite. Tinham algas cor-de-rosa dançando em vasos transparentes, as cortinas que balançavam suavemente também eram rosa.  Assim como a roupa de cama, as almofadas e todo o resto. Eu estava provavelmente boquiaberto pelo fato de alguém ser capaz de gostar tanto assim de rosa.

-Então, Jackson, o que tem a me dizer? - ela perguntou irritada.

Ela estava sentada na penteadeira. Arrumando os cabelos, que sempre voltavam a subir.

-Bom, senhora Anfitrite, - falei, tentando mostrar respeito para que ela não me matasse ali mesmo. - Eu estava mesmo querendo saber se você saberia alguma coisa sobre as Dracaenas. E sobre Tritão também.

Quando falei sobre as Dracaenas ela rolou os olhos, mas ao mencionar Tritão, Anfitrite levantou a cabeça para mim, alarmada.

-Como assim sobre Tritão? O que tem ele?

-Bem... Ele estava muito estranho ontem. Perguntando quando íamos embora, nos espionando... Pensei que soubesse de alguma coisa para ele estar agindo tão estranho.

Ela praguejou baixinho. Levantei a sobrancelha. Como é que é Anfitrite?

-Aah... - ela falou, observando minha curiosidade. - Não é nada... Tritão só está passando por uma fase difícil Percy. Nada de mais.

Me deu vontade de rir da cara dela. Essa era boa! Passando por uma fase difícil! Tritão era estranho, disso eu sabia, mas não tanto quanto ele estava. E o fato de ela estar ignorando a minha outra pergunta? Mas o que estava acontecendo de errado naquele palácio?

-Anfitrite, me diga por favor, se sabe de alguma coisa. Eu preciso pegar quem fez isso com a minha mãe... - disse, com um nó na garganta.

Sua expressão tornou-se impassível de repente. E ela voltou a ser a deusa que me odiava.

-Eu não dou a mínima para o que aconteceu com a sua mãe, Jackson. E já disse que não sei de nada.

-Tem certeza? - insisti, desesperado. - Quer dizer, você é a rainha dos mares, tem de saber de alguma coisa.

Ela deu uma risada maléfica que me arrepiou.

-Por favor garoto. Não tente me bajular, eu já disse que não vou lhe contar nada.

-Então... Você sabe de alguma coisa mas não quer me contar?

-Perseu saia do meu quarto! - ela gritou, exasperada.

-Não, até que você me conte o que sabe.

A deusa me lançou um olhar perigoso. Eu sabia que era imprudente desafiá-la, mas eu precisava saber. Eu precisava dar um fim nisso e só assim conseguiria seguir em frente sem culpa. E se para isso acontecer, eu tivesse que desafiar uma deusa, que assim fosse.

Anfitrite ainda me olhava, ela parecia com uma luta interna, entre me contar ou não contar o que sabia. Eu queria que ela contasse. Eu estava a desafiando para que contasse.

Então, ela simplesmente disse:

-Quer saber quem mandou as Dracaenas, Perseu?

Eu assenti freneticamente.

-Eu.

Pisquei os olhos, sem compreender. O quê...? Ela assentiu lentamente, como se aquela não tivesse sido uma grande confissão.

-Você... Você o que?! - falei, com os olhos arregalados.

-Sim, Jackson, eu mandei que matassem a sua mãe. Ela era a única viva mesmo. - disse ela, dando os ombros.

-Do que é que você está falando?!

-Exatamente o que parece. As Dracaenas estavam em meu poder, eu as inviei...

-Mas porque?! - perguntei, meu coração sendo tomado pelo ódio. - Porque você faria isso?

Ela bateu o pente na penteadeira, agora com o olhar me fulminando.

-Ora, vamos lá Perseu! Vai me dizer que não sabe? Não consigo imaginar porque Hera e Perséfone nunca fizeram o que estou fazendo! Você nunca iria entender, o ódio que nós sentimos...

Mas eu já não escutava as palavras que saiam de sua boca. Minha mente vagava por cada frase ingrata que ela tinha soltado. Então o mistério tinha sido resolvido. Havia sido Anfitrite que tinha mandado as Dracaenas para cima de Sally, e sua intenção era realmente matá-la. E tudo isso porquê? Ciúmes.

Ciúmes porque seu pai havia amado outra mulher que não fosse ela. Ciúmes porque tinha sido trocada por uma amante melhor. Ciúmes porque, talvez, Poseidon tivesse se cansado dela.

Eu queria atravessá-la com a minha espada naquela hora, mesmo sabendo que Anaklusmos não faria nem cócegas na Deusa. Eu queria fazê-la sofrer o tanto que ela tinha me feito sofrer. Eu queria que ela sentisse na pele o que era perder alguém tão importante para ela.

Cego pelo ódio, vingança e todas as coisas que tinham me apavorado durante toda aquela jornada, eu saquei Contracorrente. Anfitrite parou de falar na mesma hora, olhando para a lâmina indignada.

-Você acha mesmo que vai adiantar alguma coisa me machucar? - ela perguntou, presunçosa. - Você entende sim os meus motivos.

-Só o que eu não entendo, é porque ter de me fazer perder a minha mãe, por causa dos seus caprichos ridículos! - eu gritei. - Se meu pai achou que você não era boa o suficiente para ele, o problema era você e não Sally!

-Hum... Entendo. E como se sentiria, Percy, se Annabeth traísse você? - ela perguntou, delicadamente.

Eu baixei a espada de repente. Se Annabeth me traísse? Se isso acontecesse... Eu... Eu...

Voltei a empunhar a espada.

-Não vou cair no seu joguinho. Não estamos falando de mim e sim de você. E para sua informação, se ela me traísse - o que não vai acontecer - eu não tentaria matar o cara, porque sou nobre ao contrário da senhora.

Antes que eu pudesse fazer alguma coisa imprudente, senti braços musculosos me agarrarem. Eu esperniei, como queria atravessar o peito dela com aquela espada, como eu queria!

-Percy! Acalme-se!

Percebi que era Luke quem me segurava, e ele fazia grande esforço para me manter parado. Os outros entraram no quarto, o acompanhando.

-Mas o que é que está acontecendo aqui? - meu pai perguntou.

-Ela... Essa... Essa desgraçada... - babulciei. - Ela matou a minha mãe! Foi ela!

Luke me soltou, e eu só não tombei de cara no chão, porque estavamos na água.

-Como é que é?! - escutei Thalia perguntar.

- Anfitrite mandou as Dracaenas. Ela acabou de confessar. - falei, zangado.

-Mãe...

Tritão estava com as mãos no rosto, como se não pudesse acreditar no que a mãe fizera. Mas nada se igualava a expressão que meu pai mantinha no rosto. Ele parecia não ter nenhum sentimento, parecia não demonstrar nada.

Ele estava furioso.

-Crianças... Por favor, nos deixem à sós. - ele disse.

-Por favor, me deixem acabar com ela... - eu disse, enquanto Thalia me segurava pela cintura me levando para longe.

 Fecharam as grandes portas do quarto de Anfitrite, e quando estavamos longe o suficiente começamos a escutar os gritos dos dois.

Eu ainda sentia uma raiva enorme me envolvendo, ainda sentia que gostaria de matá-la. Mas alguma coisa... Alguma coisa estava me perturbando. O que ela tinha dito, sobre se Annabeth tivesse me traído.

Eu... Eu não sei o que faria. Sinceramente, não sei o que eu gostaria de fazer. Iria me sentir realmente horrível, como se nada fosse verdade. Mas isso não justificava o que ela tinha feito... Ou justificava?

Não conseguia entender o que a tinha motivado. Não conseguia enteder porquê ela tinha usado medidas tão drásticas. Eu nunca iria conseguir ser tão cruel quanto ela tinha sido, disso eu sabia. Mas ainda assim...

-Percy, você está bem? - Annabeth perguntou.

Olhei para ela. Seus olhos cinzas estavam imersos em preocupação. Por mim. Balancei a cabeça, não, ela nunca seria capaz de me trair.

-Estou... Atordoado. - disse.

Ela me abraçou e me deu um beijo estalado na boca. Um sorriso singelo cresceu em meus lábios.

-Hey, acabou. Não precisa ficar assim. - Ela disse.

-Eu sei. É só que... Ainda não consigo acreditar.

-Bom, eu acho que até entendo ela... Se você me traísse eu iria querer matar alguém. Mais não seria ela, e sim você.

-Annie!

-É verdade! - ela falou rindo.

Fiquei instantaneamente mole. Aquela risada, aquele sorriso... Tinha como eu ainda ficar daquele jeito? Não, não tinha.

Na verdade ela estava certa. Tinha acabado. Não tinha mais nada que eu pudesse fazer. Por mais que eu quisesse matar Anfitrite, não podia, aquilo agora estava nas mãos de meu pai.

Mas... De repente, eu entendi porque Marco era tão sarcástico e carrancudo. Anfitrite tinha com certeza matado a mãe dele também. E ele com certeza me culpava por ter feito o pacto entre os três grandes se desfazer, porque só assim Poseidon podia ter adimitido que tinha outro filho.

Mas naquele momento, tudo o que eu queria era sair daquele Palácio, pegar o primeiro táxi que visse pela frente, e ir para o meu Acampamento. O lugar que agora, seria definitivamente o meu lar.

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 N/A:

Olá semideuses  ^^
Só queria mandar um recadinho rápido e feliz pra vocês:

FELIZ 2011 GALERA!

Que nesse novo ano, todos nós sejamos felizes e beneficiados!

E queria também dizer um obrigada a todos que estão acompanhando a fanfic, isso realmente me deixa muito feliz, já que eu não costumo ter tanto apoio diante das minhas histórias.

E também um descuuulpeeee, por ter demorado tanto à postar esse capítulo. Bloqueio criativo é horrível.

Mas é isso!
Obrigada à TODOS os leitores do Nyah por terem mudado o rumo da minha vida nesse 2010 e por provavelmente fazerem parte da mesa em 2011.

Beijooos doces,

Miss Malfoy.


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Notas finais do capítulo

E então? Reviews galera?



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