Vermelha Perdição - Cicatrizes 2 escrita por Brigith


Capítulo 7
Capítulo 6 - Plano malígno


Notas iniciais do capítulo

Olá! Nossa, a quanto tempo... eu sei ;/
Desculpem por toda essa demora, mas espero de coração que esse capítulo compense.
Um beijo super hiper mega especial para:
Leticia Wonder
GEGEd3
tkc
Paola_B_B
naanring
carolsilv67
Carol_Cullen
jessykasouls
Obrigada pelos comentários lindos! E por favor, não desistam de mim *-*



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No início, a garota, de surpresa, ficou imóvel, mas cada celulazinha de seu corpo pedia por mais. Assim, antes mesmo que percebesse o que estava fazendo, Bella passou os braços pelo pescoço do rapaz e suas mãos acariciaram seus macios e negros cabelos, enquanto aprofundava o beijo.

O vampiro agiu por impulso, mas em momento algum arrependeu-se do que fez. O beijo de Isabella era tão diferente do das outras garotas! Era doce, calmo... era perfeito.

Os dois rolaram na areia, beijando-se cada vez mais urgentemente; pelo menos até que o ar fugiu dos pulmões da garota, que se separou de Damon relutante. O rapaz, por sua vez, estava em cima de Swan e distribuia pequenos beijinhos na região sencível do pescoço dela. Isabela arfou quando o vampiro roçou os dentes em sua pele e,  sem nem pensar, agarrou os cabelos do mesmo e forçou sua cabeça mais para baixo, incentivando-o.

Damon sorriu contra a pele da garota e fez uso de todo seu auto-controle para não mordê-la ( ele apenas beijou o local), mas Bella não gostou muito e soltou um pequeno muxoxo.

- Aqui não. - murmurou o vampiro ajudando a levantar-se e arrumando o cabelo da mesma gentilmente - Agora, enquanto andamos sorrateiramente até o carro, vamos bolar um plano malígno.

Isabella soltou um riso nervoso.

- Eu... ãhn... sobre o... bei... quero dizer...

O rapaz riu baixinho, passando o braço pela cintura da menina.

- Você fica linda quando está com vergonha - sussurrou ele em seu ouvido. Pouco depois, chegaram ao carro e, enquanto dava a partida, Damon completou - Já que parece que o gato comeu a sua língua, vou lhe contar meu plano malígno. Te levarei para casa, vamos nos despedir e, então, depois de uma meia hora, eu vou no seu quarto para a gente... passar o tempo.

Isabella sorriu de lado.

- É um ótimo plano.

- É claro que é, fui eu que inventei, certo?

Os dois riram e conversaram até chegar a casa de Bella,quando Damon se inclinou para a garota e deu-lhe um beijo (que a deixou sem ar).

- Daqui a pouco eu volto, - disse o vampiro, enquanto ela saia do carro - até.

E deu a partida, deixando uma Bella ofegante e vermelha para trás.

A menina entrou em casa, esperando ouvir o costumeiro “Bella?” de Charlie, mas, ao invés disso, ouviu pequenos roncos vindo do andar de cima. Sorriu involuntariamente ao constatar que não precisaria enfrentar um, literalmente, interrogatório policial.

Subiu as escadas rápida e silenciosamente, indo direto para o banheiro, onde pretendia tirar toda a areia de seu corpo.

Demorou, em média, vinte minutos até a garota sentir-se segura e relaxada o suficiente para abandonar o seu pequeno refúgio de água quente.

Enrolou-se em uma toalha e mirou-se no espelho que estava embaçado. Quem era aquela pessoa que a encarava no reflexo? Aquela, com cabelos castanhos, ondulados e, naquele momento, molhados? A garota com olhos cor de chocolate e uma feição séria de adulta... quem era? Isabella não sabia responder, na verdade, nunca soube. Mas de uma coisa ela tinha certeza: precisava se encontrar, mesmo que, para isso, precisasse mudar... a menina não se importava com mudanças, não mais, pelo menos.

Subitamente, Bella se lembrou de Damon e praticamente correu para o quarto, sabendo que ele logo chegaria. Porém, ao chegar lá, teve uma surpresa. Em cima de sua cama havia um embrulho, que logo foi aberto, revelando uma minúscula camisola da Vitoria Secret’s, juntamente com uma carta de sua mãe.

Sem pensar duas vezes, Swan vestiu sua nova “roupa”, trancou a porta e sentou na antiga cadeira de balanço que havia em seu quarto, para ler a carta de Reneé.

Bella, - dizia a carta - seu pai anda preocupado com você e, certamente, eu também estou.

Sabemos que você não quer mudar de cidade e não vamos força-la a nada, mas, Querida, tenho a impressão de que você está esquecendo que pode contar comigo ( e com Charlie) para tudo.

Talvez você não acredite, mas já senti como se tivesse de carregar o mundo nas costas sozinha. Demorou um tempo, mas eu entendi que não precisava ser assim. Sempre há uma opção. Sempre haverá uma saída.

Não importa como, Bella... busque a felicidade. Confie em si mesma. Se ame antes de qualquer um... E se não for por você, que seja por aqueles que sempre te amarão.

Um beijo. Reneé.”

Quando a garota acabou de ler, suspirou. Odiava aquela sensação de vazio, de perna manca... de inutilidade. Onde diabos se escondem as fadas madrinhas quando se precisa delas?

- Adorei a roupa - o sussurro risonho vindo de sua cama, tirou Isabella de seus devaneios e a fez sorrir - Por que não deita comigo?

A menina colocou a carta de lado e se encaminhou para a cama, sem pudor algum. Damon a puxou automaticamente para si e a beijou, colocando-se em cima da garota.

Quando Bella precisou de ar, ele se afastou... um pouquinho e sorriu, começando novamente a beijar o pescoço da garota, que ainda estava ofegante.

- Posso? - perguntou o vampiro, em um sussurro rouco, enquanto continuava com suas carícias. Swan sorriu.

- A vontade.

Sem esperar nem mais um segundo, Damon a mordeu, provocando assim uma onda de emoções em Bella.

No início, Swan sentiu dor, mas depois desfrutou de uma das melhores experiências de sua vida. Nunca se sentira tão viva, tão forte, tão completa. Será que era normal? Perguntou-se momentaneamente, mas logo esqueceu, pensando: “Dane-se. Garotas normais não beijam vampiros e eu já tenho dois na minha lista”.

Salvatore, por outro lado, jamais poderia imaginar o que o esperava quando mordeu a menina. Seu sangue era o melhor que havia provado em toda a sua existência, era quase surreal. O gosto, assim como a maravilhosa sensação do líquido descendo por sua garganta, não tinha explicação. Mas Damon não queria matar dela, por isso, após um tempo, afastou-se do pescoço da garota e a encarou, com olhos vermelhos, presas expostas e boca ensanguentada.

Isabella não recuou perante a real imagem do vampiro a sua frente, muito pelo contrário: puxou-o para si, beijando o rapaz, com sangue e tudo, já que, por incrível que pareça, não se sentia nem um pouco enjoada pelo cheiro do líquido vermelho.

Bella passou suas pernas pelo corpo de Damon e acariciou seus cabelos, aprofundando o beijo ensanguentado.

O vampiro foi pego de surpresa, afinal, quem diria que humana seria capaz de beijá-lo no estado em que se encontrava? É claro que, após o tempo que passara com a menina, pôde perceber que ela era, de algum modo, diferente.

Bella só se separou de Damon quando realmente precisou respirar e, quando fez isso, sorriu.

- Hum... - murmurou

- Está se sentindo bem? Vai desmaiar? Gritar? Sair correndo? - perguntou Salvatore, sorrindo de lado.

Bella bufou.

- Estou ótima... - então parou, suspirando. Damon lhe acariciou a face, com as sobrancelhas unidas, perguntando silenciosamente, de seu jeito,  “o que foi”. A garota se sentiu horrível por meio segundo, mas decidiu que não podia omitir os fatos... não dele - Eu gosto muito de você, Damon, mesmo. É só que... por mais que, quando você está ao meu lado, a dor pareça amenizar, ainda sinto esse vazio e essa... saudade... tristeza. Eu sou um completo desastre.

O vampiro sorriu e a abraçou delicadamente,sussurrando em seu ouvido:

- Não me importo em ser uma distração para você... se você não se importar em ser uma distração para mim.

Isabella apertou ainda mais o vampiro contra si, e sorriu, assentindo.

- E, a propósito, você pode ser um desastre - disse Damon, se afastando e encarando os olhos cor de chocolate da menina - mas, a partir de hoje, você é o meu desastre. Feito?

- Feito. - concordou - ... É Katherine, não é? Quem lhe magoou.

O vampiro sorriu de lado.

- É Edward, certo? O imbecil que lhe deixou.

Os dois se encararam por um momento e então começaram a rir, aos sussurros.

Damon se deitou ao lado de Isabella, puxando as cobertas para cima dos dois. A garota, automaticamente, se aconchegou em seu peito e o abraçou, fechando os olhos.

- Buona notte, Isabella. Relax, quando sorge il sole e apri gli occhi, io sarò ancora qui. - disse o vampiro, afagando os cabelos da menina - Abbiamo tutto il tempo del mondo, sia per sognare e per vivere.

E assim, embalada pelo italiano perfeito, a garota adormeceu, assim como o rapaz, pouco tempo depois. Pela primeira vez, em muito tempo, nenhum dos dois teve pesadelos. Apenas sonhou. E nos sonhos, como todos sabem, não há distinção. Não há realidade, nem ficção, não há tristeza, nem felicidade, não há sol em demasia, nem há chuva. Nos sonhos, tudo é apenas um mundo. Realidade, ficção... qual é a grande diferença? Afinal, nos sonhos, tudo encontra um meio termo. Nos sonhos, nos permitimos esquecer das preocupações, nos permitimos ser realmente felizes por um tempo... é pena que sempre temos de acordar.



*



- Bella! - um grito fez-se ouvir, em outra manhã fria e chuvosa na pequena cidade de Forks - Bella!

Isabella acordou sobressaltada com os gritos que irritavam extremamente seus ouvidos, como se estivessem gritando ao seu lado. Porém, antes que pudesse sair apressada e, consequentemente, cair da cama, uma mão um tanto quanto fria a segurou.

- Eu disse que quando abrisse os olhos eu estaria aqui. - sussurrou Damon, sorrindo.

A garota o abraçou fortemente, mas teve de se afastar, em razão de outro grito de Charlie no corredor.

- Estou aqui, Pai. - retrucou Bella, mas não abriu a porta, pois o vampiro lhe acariciou o pescoço e rapidamente a menina entendeu que ali havia uma bela de uma marca de uma mordida. Ela decididamente não iria querer explicar isso a Charlie.

- Por que trancou a porta? - perguntou o chefe Swan, parecendo aliviado

- Não sei. - respondeu, alarmada, olhando para Damon - Acho que estava meio dormindo quando cheguei, privacidade, coisas assim.

O vampiro ergueu as sobrancelhas e enterrou sua cabeça no pescoço da menina, rindo baixinho, enquanto sussurrava ao pé de seu ouvido:

- Privacidade, coisas assim? Você não é muito boa em inventar desculpas. - brincou. Bella deu de ombros, mas sorriu com a gracinha: ela não era ruim em inventar desculpas; ela era péssima em inventar desculpas.

- Tudo bem. - desistiu Charlie, suspirando baixinho - Eu tenho que ir para a delegacia, ainda é cedo, pode dormir mais um pouco.

- Ah, Charlie, talvez eu não volte para a janta hoje. - disse Isabella. O rapaz passou levemente a língua pela mordida da noite anterior e murmurou um “gostei dessa ideia”, fazendo-a suspirar brevemente - Não está certo, mas talvez eu vá para Port Angeles fazer compras com Elena.

Damon ergueu a cabeça e a encarou, cético.

- Bom... divirta-se, e tome cuidado. - disse seu pai, do outro lado da porta. Então se afastou, indo para delegacia, enquanto pensava se a súbita mudança de Isabella era boa ou ruim.

Charlie estava preocupado com sua garotinha. Ela andava tão sem vida, sem motivação. Pelo menos até a noite anterior. O que acontecera ele não sabia e, detestava admitir, tinha medo de descobrir. Bella nunca fora exatamente normal, mesmo que ela ainda não soubesse, sempre houveram perigos para alguém como ela e Charlie temia, mais do que tudo, que ela não fosse forte o bastante para enfrentar tudo que  estava por vir. Ele não sabia nem da metade.

- Compras com Elena? - perguntou Damon, puxando Isabella de volta a cama (ainda era realmente cedo)

A menina se ajeitou no peito de Damon e assentiu.

- Você me assusta, Isabella. - disse o vampiro - Como sabia que Elena queria ir para Port Angeles fazer compras hoje?

Bela o olhou com o canto do olho e deu uma risadinha.

- Eu não sabia, mas eu preciso de roupas novas, diferentes. - murmurou, constrangida - Estava pensando em convidar Elena para isso.

- Ela vai adorar. Um dia sem aula nunca matou ninguém, não é?

Bella se levantou lentamente e bocejou. Sonolenta, encarou o rapaz, colocou as duas mãos na cintura e perguntou:

- Um dia sem aula?

Damon piscou, como se estivesse tonto e passou a língua pelos lábios, sem desgrudar os olhos de Bella.

- Que foi?

Lentamente, o vampiro se levantou e andou ao redor da garota, que mantinha o cenho franzido. O rapaz passou os dedos pela barriga coberta pela mínima camisola da menina e, por fim, anunciou:

- Eu vou dar ordens bem rígidas a Elena.

- O... que você quer dizer com isso? - gaguejou Bella, quando Damon parou na sua frente e encarou diretamente seus olhos.

- Quer dizer: nada de roupas largas nem de roupas pouco chamativas. - explicou, sorrindo de lado e puxando a garota mais para perto pela cintura - Você tem um corpo de dar inveja à qualquer modelo, então, a partir de hoje, lhe intimo a vestir-se de acordo, Isabella.

A menina arfou, piscando.

- Você... não pode estar falando sério.

Ele sorriu ainda mais.

- É claro que estou. Escute, eu vou para casa, falar com Elena. Tome café, se arrume e bla bla bla. À noite eu venho lhe ver. Divirta-se em Port Angeles. - falou Damon, indo em direção à janela.

A garota nem pensou. Segurou-o pelo braço e o beijou.

- Agora você já pode ir.  - disse, sorrindo maliciosamente.

O vampiro estreitou os olhos.

- Certo. Até.



*



Passar o dia fazendo compras com Elena foi - para sua surpresa - ótimo. As duas perderam a conta de quantas lojas entraram e sairam cheias de sacolas com sapatos, vestidos, calças, blusas, jaquetas e... ah, é claro, lingeries.

Isabella bem que tentou dizer “não, nem pensar, não vou usar isso”, mas foi em vão, pois descobriu que gostava de como as roupas justas e um tanto quanto provocantes ficavam em seu corpo. Por fim, decidiu se soltar. Comprou coisas que jamais imaginaria usar antes de conhecer Damon. Jaquetas de couro, botas de cano alto e salto fino e... bem, pijamas quase não existentes.

- Acho que já está bom de compras por hoje. - disse Bella, às 5 da tarde, sentada em uma praça de alimentação.

Elena sorriu.

- Concordo. Chega de compras... já está mais do que na hora de irmos a um salão de beleza.

Isabella riu, mas não questionou. A garota ao seu lado tinha um jeito tão alegre e descontraído que a fazia sorrir sem esforço.

- Fico feliz que você tenha aceitado tão bem... a condição de Damon e Stefan. - confidenciou Gilbert.

Isabella deu de ombros, entrando no carro e, pensativamente, tocando o lenço que estava ao redor de seu pescoço.

Outro ítem que não faltaria no novo guarda-roupa de Bella eram lenços e cachecóis: agora ela tinha uma coleção, praticamente.

- Ele... se alimentou de você, não é? - perguntou Elena, cautelosamente, enquanto dirigia por Port Angeles.

- Eu pedi, tecnicamente. - respondeu a menina - E... foi bom.

Elena riu, murmurando um “eu sei”.

Assim, as duas foram para um salão e só voltaram para Forks tarde da noite, se despedindo animadamente.

- Obrigada por tudo, Elena. Mesmo.

- Disponha. Nos vemos amanhã.

E assim, Isabella, totalmente carregada de sacolas, entrou em casa.

- Bella? - chamou Charlie

A garota suspirou. Dessa vez ele não estava dormindo.

Era hora do interrogatório.


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Notas finais do capítulo

E ai? *---*
O que acharam? Merece reviews?
Recomendações? (Sim, eu sei, sonho alto)