Pigananda!!! escrita por almightymag


Capítulo 24
I am a fucking genie.


Notas iniciais do capítulo

Qualquer escritora que estivesse em minha situação ~bem agora~ já teria desistido. Mas não sou ingrata, você sempre me acompanharam e agora que... eu não faço a mínima idéia do que aconteceu com vocês - e também não posso lhes julgar - eu invento para mim mesma milhões de desculpas para qual vocês não estarem postando mais reviews.
Enfim, eu continuarei postando, independente de reviews ou não (mas é uma delícia receber reviews D: qual é... VOLTEM! T_T)



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– Eu já disse! – Já era a oitava vez que eu estava repetindo isso (acredite, eu estava contando), elas pareciam que não entendiam, ou sei lá. – Eu e o Key não saímos das “preliminares” – falei pausadamente fazendo aspas no ar.

Sunie pressionou os lábios e Anna uniu as sobrancelhas – já disse que as sobrancelhas da Ann são de causar inveja e que dá vontade de apertar as bochechas da Sun toda vez que ela faz essa cara?

Nós estávamos na cozinha da Gong’s.

E eu sei que esse não é o tipo de assunto que se discute dentro da cozinha de uma lanchonete, mas todos são coreanos, quem vai nos entender? De vez em quando o Lee Hyun e o Woo Sean (os dois meninos que trabalham com a gente na cozinha. Onew nos ensinou a perguntar “qual o seu nome?” em coreano, e essa foi a única frase que dirigimos a eles até hoje) nos olhavam com cenhos franzidos e um ponto de interrogação metaforicamente explicito em suas testas.

– Então o que vocês exatamente fizeram? – indagou Anna.

– Nós... só... nos beijamos – Dei de ombros de repente muito concentrada em assistir o hambúrguer fritar, tentando não olhar muito nos olhos delas.

– Vocês são tão indecentes – murmurou Sunie.

Eu fiquei boquiaberta. Depois fiquei abrindo e fechando a boca tentando falar alguma coisa.

– Não somos indecentes – dissenti – É que de alguma forma nós somos muito ligados... sabe, conectados então...

Literalmente conectados, devo acrescentar – interveio Anna.

Eu bufei desistindo de completar meu discurso e voltando a me concentrar nos hambúrgueres na chapa (ah, eu sei que antes essa era a tarefa da Sun, mas a Anna disse que seria justo se a gente revezasse; cada uma fazia uma coisa um dia) logo as ouvindo rir nas minhas costas.

– Hey, Maggy – chamou Sunie prendendo o riso.

– Não fique furiosa com a gente – disse Anna com uma voz doce.

Eu trinquei os dentes dilatando o maxilar.

– Nós reconhecemos a conexão entre você e o Key – falou Anna.

– Vocês são bem similares – disse Sunie enquanto montava um Mega Beogeo (americanamente mais conhecido como o completão) – Tirando a parte física... se é que me entende.

Já estava sorrindo antes de pensar em não sorrir já que eu estava propositalmente irritada com elas por não levarem eu o Key a sério ao invés de ver em nós apenas duas máquinas de sexo, frias e insensíveis.

– E apesar de tudo – começou Anna –, não vemos vocês como duas máquinas de sexo, frias e insensíveis.

Eu olhei para Anna, horrorizada. Tudo bem a gente se comunicar por olhares ou por simples gestos, mas ela ler meus pensamentos assim já era bizarro e invasor demais. Mas eu não falei nada, apenas respirei fundo e voltei a minha tarefa.

Ficamos em silêncio por menos de duas horas até que eu resolvi voltar ao assunto sobre o que aconteceu ontem à noite. Ah é, elas ainda não me deixaram falar. Elas só deduziram que eu, mais uma vez, dormi lá fora com o Key (dessa vez o que me denunciou foi minha ausência no quarto, porque eu nunca saio do quarto sem antes acordar elas – isso quando eu acordo cedo, o que é difícil), e desde então elas ficaram me fazendo aquelas perguntas sobre nós termos saído das preliminares ou não, mas não me deixaram contar o resto.

Porém, quando o fiz, elas fizeram “ouuuun” com os olhos brilhantes.

Chegamos em casa, como sempre, exaustas, e nos jogamos no sofá.

– Aonde vai? – perguntei ao Onew que estava todo bem arrumado com um suéter xadrez vinho e calça jeans.

– Para o musical... – respondeu Onew jogando a sua bolsa no ombro – Eles ainda não te contaram?

Eu encarei as meninas que me encaravam de volta com olhares questionadores.

– Er... – fez Sunie – Eu me lembro de eles terem falado algo do tipo... Onew... Musical.

– Rock of Age – disse Anna o que mais pareceu uma pergunta.

Onew sorriu e assentiu.

– Ah, que legal – acalorei – Nós nunca entramos num set de gravações de um musical.

No mesmo segundo o Onew ficou sério e hesitante com o sapato na mão. E eu olhava para ele com as sobrancelhas erguidas e mordendo o lábio inferior para não sorrir antes da hora. Ele pode até ter tentado ignorar no começo, mas ele não ia dizer não para a gente. Porque somos três garotas que conseguem ser irresistíveis quando queremos.

Onew suspirou antes de dizer:

– Vão se arrumar.

Nós demos um salto do sofá rindo e batendo palmas logo se esbarrando com a cara assustada de Taemin no corredor.

– Para onde vocês vão? – perguntou Taemin.

– Para o set... – falou Sunie.

– ... de musical... – completou Anna.

– ... com o Onew oppa! – concluí.

Eu realmente não sabia o que vestir para ir a um set de musical. Resolvemos seguir o padrão de Onew usando uma roupa casual, se bem que ele iria trocar de roupa lá – sabe, ia vestir o figurino –, então de qualquer maneira nós iríamos... apresentáveis e não de calça jeans, camisa e all star.

Eu vesti minha calça jeans skinny, uma blusa preta da H&M e uma bota com um salto razoavelmente alto. Sunie também vestiu uma calça skinny, uma bata e uma sapatilha. Já a Anna vestiu uma calça jeans cigarrete, uma blusa roxa com detalhes prateados e uma sandália gladiador preta da Balmain (acho que nunca nos vestimos tão bem desde que viemos para cá, os meninos nunca nos levaram para sair, por um motivo óbvio).

Onew estava nos esperando pacientemente sentado no sofá da sala digitando no seu Black Berry que era igual ao meu, só que o dele é preto, o meu é personalizado – branco com detalhes em roxo e rosa; e por falar nisso, faz tempo que eu não olho para ele, prometo fazer isso assim que chegar em casa.

Nós entramos no carro do Onew mais animadas do que o necessário. Nós três, sentadas no banco de trás. E só para constar: era um Audi Q7 de dar inveja. Na garagem eu também tive tempo de ver um Hyundai i30, um Optima Kia e um Citroën Aircross. O que me fez calcular que o Taemin ainda não sabia dirigir.

– Para onde pretendem ir, madames? – perguntou Onew num tom formal e irônico como se fosse nosso chofer.

Nós rimos e ele deu a partida no carro logo saindo da garagem.

Eu não percebi em quais ruas ele virou, porque eu, Anna e Sunie estávamos cantando – ou tentando cantar – as músicas que tocavam na rádio. Além de SHINee, as únicas outras bandas que conhecíamos era Super Junior, Girl’s Generation, uma música de Brown Eyed Girls e F(x) – eles falavam muito das meninas da F(x) até que um dia nós resolvemos pegar o netbook para baixar uma música delas: Chu~ (e deste de então o do it, do it, chu não saiu mais da minha cabeça).

Agora nós estávamos embromando para cantar Genie de Girl’s Generation, mas só acertávamos a parte do “Sowoneul malhaeppwa, I'm Genie for you boy”.

Em menos de uma hora Onew já estava dirigindo pelo estacionamento do estúdio procurando pela sua vaga que ficava localizada em uma ótima sombra. Nós descemos do carro respirando a sensação de estar no estacionamento aberto de um estúdio de filmagem e... bom, era como qualquer outro estacionamento.

Quando todos fecharam suas portas Onew ativou o alarme do carro.

E então nós entramos.

Eu esperava sentir um frio na barriga, ou aquela ligeira tonteira que sempre sinto quando entro em um lugar desconhecido, mas eu não senti nada. Exatamente nada. Era como se eu estivesse entrando... sei lá... numa escola nova, sabe, diferente, mas nada de excitante.

Onew parou para falar com o moço da portaria, e quando ele apontou para nós três que estávamos logo atrás dele nós acenamos. Claro, o que mais poderíamos fazer? O porteiro sorriu e acenou de volta com a cabeça. Onew falou mais algumas coisas em coreano e depois nós entramos. Quer dizer, para o set.

E assim que entramos no set o Onew foi cercado por umas três pessoas que mal notaram nossa presença ali. Bom, havia um homem magro e baixo com os óculos quadrados pendendo sobre seu nariz e segurando uma prancheta, uma mulher de cabelos curtos que analisava o Onew de cima abaixo (provavelmente imaginando que roupa ele deveria usar, de que jeito ele deveria pentear o cabelo... essas coisas de assistente) e outra garota, não sei porque, mas ela me chamou a atenção, talvez porque o Onew ainda nem havia dado atenção a ela apesar de que a mesma estava oferecendo uma garrafa de água à ele e quando ele pegou nem sequer olhou para ela.

A menina tinha o rosto pequeno, cabelos curtos, castanhos e repicados, lábios carnudos e os olhos pouco marcados, se não fossem pelas pálpebras esticadas eu não diria que ela é asiática. Mas não, as provas estavam bem ali, nas pálpebras pálidas com um leve esfumaçado azul.

Onew nos convidou para nos sentarmos e uma cadeira alta, e foi ali que nós ficamos durante meia hora assistindo ele ensaiando até que eu resolvi abrir a boca e sussurrar para as meninas que estavam sentadas à minha direita:

– Vocês viram aquela garota da garrafa d’água?

Elas assentiram devagar e olharam para mim com cenhos franzidos. Eu me inclinei na direção delas me apoiando no braço da cadeira.

– Não perceberam nada? – insisti querendo ouvir uma resposta delas – O jeito que aquela garota olhava para ele?

Anna franziu os lábios e Sunie fechou os olhos contando de um a três antes de falar.

– Por que você não para com isso? – sugeriu Sunie com a voz baixa – Por que você não deixa as coisas acontecerem naturalmente?

– Ei! – isso saiu mais alto do que eu esperava. O elenco que estava ensaiando com o Onew, e inclusive o diretor, pararam para olhar para mim com olhares de advertência. Eu sorri sem graça e cocei o braço dizendo – Mosquitos... – Alguns balançaram a cabeça, outros franziram o cenho, mas, graças a Deus, todos voltaram a ensaiar, e eu voltei a encarar Anna e Sunie – Se não fosse por mim – continuei sussurrando – vocês não estariam com eles, certo? Então... de nada.

Sunie bufou e Anna voltou a assistir o ensaio sem dizer nada.

– O que você vai fazer? – perguntou Anna.

Eu suspirei e mordi o lábio inferior sorrindo.

– Não gosto desse sorriso – murmurou Sunie se virando para frente.

– Aguarde... – sussurrei voltando minha atenção ensaio.


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