Ainda Há Algo do Amor escrita por Eire


Capítulo 12
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Oi Pessoal! Acho que todo mundo já está cansado de saber que Inuyasha não me pertence.
As músicas que estão neste capítulo são um trechinho de "A Tu Lado" do RBD e dentro da fic está a música "Every Heart" da trilha sonora do Inuyasha, acho que é o 4ºencerramento. A tradução que coloquei é uma mescla de duas versões que eu tinha encontrado na net e eu tentei traduzir algumas palavras com o meu dicionário de japonês (presente de Natal da minha amiga, aliás também ganhei dois CD's com músicas do Inu de uma outra amiga). Tentei pegar a essência das frases, mas eu não sei se ficou muito bom. Na reflexão da Kagome eu coloquei um pouco do que seria pra mim uma tradução legal da música. Este é definitivamente o último capítulo.Sei que ele pode parecer um pouco longo para um epílogo, mas é que eu não quis dividir ele em dois para não ter mais trabalho na hora de postar e também para não quebrar o ritmo da história.
Sabem, quando começei essa história, há seis meses atrás, eu não imaginava que tantas pessoas fossem gostar dela. Também tinha imaginado coisas diferentes e muito menos imaginava que ela fosse ficar tão grande. E olha que eu a escrevi no meu último semestre da faculdade, que foi muito mais do que corrido, havia dias em que eu tinha que me dividir entre pensar em como continuaria a fic e o que escreveria no próximo capítulo do meu Trabalho de Conclusão de Curso. Muitos podem dizer que fui maluca em fazer as duas coisa ao mesmo tempo, mas deu certo, eu consegui terminar os dois e, modéstia à parte, meu Trabalho de Conclusão de Curso tirou 9,8 de média e consegui ir bem em outras matérias. Devo confessar a vocês, que em muitas dessas matérias eu cheguei a cabular aulas para assistir Inuyasha no You Tube ou para ler e postar fics aqui, mas no fim as coisas deram certo, apesar de eu não recomendar a ninguém que faça isso, estive apreeensiva em relação as minhas notas até hoje quando vi a palavra APROVADO em todas as disciplinas. Agora, deixo de ser uma estudante universitária sem grana para ser a mais nova professora desempregada do mercado, portanto vou ficar um tempo sem dar as caras por aqui. Eu e minha irmã estamos pensando em comprar um PC, mas provalvemnte não vamos poder colocar internet nele tão cedo e então vou depender de lan-haouse, mas isso só se eu consegui um trabalho. Apesar de ter idéias para muito mais fic eu vou ter que ficar sem escrever por um bom tempo, mas sempre que der eu vou passar por aqui para por em dia minhas leituras e para conhecer as novas fics. Nunca vou me esquecer do Nyah! e de nenhum de vocês.
Quero agradecer a todos que leram minhas fics, principalmente esta última, não poderia deixar de mencionar: Kaoru Higurashi, Kagome, Fram Chan, Izayoi HIgurashi, Juli_chan, Jenni-chan, Chii chan,natsume_aya, Lunoca. Muito obrigada pelos seus comentários, espero que gostem do final que dei a fic. Obrigada também ao elfodassombras e a nana-lu pelas notas que deram a minha fic.
Boa leitura! ESpero que gostem desse capítulo.
Eire.
P.S: Se algúém preferir o outro final desconsidere este capítulo.



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Apesar de algunos cuentos y la lluvia em el camino

(Apesar de algumas coisas e a chuva no caminho)

A tu lado se que esta el destino

(Ao teu lado sei que está o destino)

Apesar del viento fuerte, apesar de los naufragios

(Apesar do vento forte, apesar dos naufrágios)

A tu lado se que estoy a salvo

(Ao teu lado sei que estou a salvo)

Tu me vuelves invencible (Você me tornar invencível)

No conozco lo impossible (Não conheço o impossível)

Si volteo y te encuentro aqui (Se volto e te encontro aqui)

A la orilla de algún beso, a la orilla de tus manos

(À beira de um beijo, à beira de tuas mãos)

Déjame vivir siempre a tu lado

(Deixa-me viver sempre a teu lado)

A la orilla de un suspiro, a la orilla de tu abrazo

(À beira de um suspiro, à beira do teu abraço)

Déjame vivir siempre a tu lado

(Deixa-me viver sempre ao teu lado)

A Tu Lado – RBD

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  Ainda há algo do amor Epílogo

Ao voltar, ela teve muito o que conversar com a família. Yukito parece que finalmente tinha resolvido acreditar na história da mãe sobre Inuyasha, mas o menino nem queria ouvir falar no nome do pai, afinal ele não tinha nem ao menos vindo conhecê-los. No colégio, onde Kagome dava aulas, ela teve trabalho redobrado para conseguir colocar em dia os conteúdos que não havia passado aos alunos devido aos dois dias de falta. Na faculdade ela teve que inventar uma desculpa para ter faltado do simpósio e levou o maior "sermão" da orientadora.

À noite, antes de dormir ela sempre olhava para o poço, esperando que ele aparecesse. Agora eles estavam vivendo no templo novamente. Ela resolveu se mudar do apartamento onde tinha vivido com Houjo. Apesar de toda a lógica e todo bom senso dizerem a ela que aquele poço estava lacrado e que Inuyasha não iria atravessá-lo nunca mais, ela se pegava muitas vezes rezando para que ele viesse ou pra que ela tivesse coragem de ir atrás dele.

_Bibibibibibi!!!!!

_ “Meu Deus do céu, será que não vou conseguir sair desse congestionamento hoje?”

_ Bibibibibibi!!!!!

Kagome soltou um suspiro, já estava há mais de quinze minutos parada naquele mesmo lugar, agüentando a buzina do carro de trás. O calor estava insuportável e ela sentiu seu estômago dando voltas. Tinha pedido para deixar o trabalho mais cedo porque não estava se sentindo bem. Também, quem foi que mandou ela comer donuts acompanhando um rámen e depois ainda tomar um sunday de chocolate? Tudo praticamente ao mesmo tempo. Ela andava comento muito de uns dias pra cá, e sempre fazia combinações estranhas. Os enjôos tinham começado há uma semana. Kagome estava para ir ao médico, mas a correria no colégio e na faculdade não estavam dando tempo a ela. Mas ela não estava tão preocupada, ou pelo menos, dizia não estar, ela repetia pra si mesma que o que tinha era apenas estresse. Seu corpo apenas estava reagindo de uma forma estranha à ansiedade. Era só isso.

_ Bibibibibibi!!!!!

_ “Quando esse doido vai parar com isso? O pior é que ainda vamos ficar um bom tempo aqui. Até liberarem essa pista. Por que têm que fazer obras logo hoje? É melhor eu abrir essa janela para entrar um pouco de ar, só o ar condicionado não está bastando.”

Kagome abriu a janela e sentiu-se um pouco melhor ao respirar a brisa que vinha de fora. De repente ela se lembrou dele, de Inuyasha, ao ver um casal se beijando num carro mais à frente.

_O que eu estou fazendo? Estou pensando nele de novo. Ah...Inuyasha...Já faz dois meses. É melhor eu ligar o rádio para me distrair.

Kagome ligou o rádio e encontrou um rock tocando na sua emissora favorita, ela deixou lá e começou a acompanhar a música. Só que a música já estava na parte final e logo começou a tocar outra. O ritmo era lento e a introdução bem curta. Kagome reconheceu a música e pensou em trocar de emissora. Sinceramente, ela não queria ouvir aquele tipo de música. Mas, antes que  ela tocasse no rádio, a linda voz da vocalista invadiu o carro e Kagome desistiu do que ia fazer, passou a prestar atenção na música.

Ikutsu namida o nagashitara

Every Heart sunao ni nareru darou

Dare ni omoi tsutaetara

Every Heart kokoro mita sareru no darou

(Lágrimas se derramam ao chorar

Todo coração irá se habituar a ser gentil

Se todos transmitem seus pensamentos

Todo coração provavelmente irá se alegrar.)

_ “Não sei se isso é verdade, eu e Inuyasha transmitimos nossos pensamentos, nossos sentimentos um pelo outro e mesmo assim eu não me sinto alegre.”

Nagai nagai yoru ni obieteita

Tooi hosi ni onotteta

(Na longa, longa noite eu estava com medo

Assim olhei para as estrelas distantes e rezei)

_ “É as noites parecem ser mais longas sem ele por perto, me sinto sozinha. Tenho medo. Rezo todas as noites às estrelas pedindo pra que ele volte.”

Meguru meguru toki no naka de

Boku tachi wa ai o sagashiteiru

Tsuyoku tsuyoku naritai kara

Kyou mo takaisora miageteiru

(Girando, girando dentro do tempo

Nós procuramos o amor

Fortemente, fortemente nós nos transformamos

Hoje olho alto para o céu.)

_ “Quem diria que eu encontraria o amor no tempo passado? Sempre procuramos por amor através do tempo, há quem diga que toda a busca do ser humano nesse mundo é por amor, mas muitas vezes as pessoas o encontram e o perdem, acabam se transformando, mudando de uma forma radical e aí o infinito repetir do tempo trás aquele amor de novo, mas como ambos estão mudados, não conseguem ficar juntos e mais uma vez continuam procurando pelo amor. Sem saber que já o encontraram pedem aos céus. É exatamente o que eu estou fazendo agora...”

Donna egao ni deaetara

Every Heart yume wo fumida sereruyo

Hito wa kanashimi no mukou ni

Every Heart shiawase ukabete nemuru

(Ainda ns encontraremos num sorriso

Todo coração conhece seu sonho

Longe, na tristeza das pessoas

Todo coração dorme se lembrando da felicidade)

_ “No sorriso das pessoas podemos encontrar os sonhos que seu coração conhece, apesar de toda a tristeza, em algum lugar, o coração, mesmo adormecido se lembra da felicidade. Mesmo que tenha tido somente um pouco dela, como eu e o Inuyasha...”

Itsuka itsuka subete no tamashii ga

Yasuraka ni nareru youni

(Quando? Quando nossas almas irão se unir?

Nossos sentimentos vão se acostumar a descansar)

_ “Eu sei que um dia nós vamos nos encontrar de novo, e nesse dia vamos poder finalmente deixar nossos corações descansarem, mas quando será esse dia? Quando nossas almas vão se unir?”

Meguru meguru toki no naka de

Boku tachi wa ikite nanika wo shiru

Toki ni warai shugoshi naite

Kyou mo mada aruki tsuzukete iku

(Girando, girando dentro do tempo

Nós sabemos o porque vivemos

Intimamente, juntos, sorrimos por algum tempo

Ainda hoje continuamos seguindo em frente.)

_ “E o tempo continua a girar, nos levando junto com ele, nos dando motivos para continuar vivendo. Ao pensar em você, Inuyasha, ao me lembrar de nós dois juntos, eu não posso evitar o sorriso, e meu coração me diz que neste momento você também está sorrindo ao se lembrar de nós dois e é por isso que vamos continuar seguindo em frente.”

Osanai kioku no kata sumi ni

Atatakai basho ga aru so sweet

Hoshi tachi ga hanasu mirai ga

Itsumo kagayaite ita so shine

(As recordações se fortalecem

Há um lugar aquecido, tão doce

Estrelas se afastam do futuro

Sempre são tão brilhantes, tão brilhantes)

_ “Minhas lembranças de nós dois não se apagam, ao contrário, cada dia se tornam mais fortes, construindo em meu coração um lugar aquecido, terno, doce. As estrelas podem estar se afastando do futuro, mas mesmo assim continuam a brilhar, até o último momento de sua existência, por isso eu também não posso desistir, tenho que continuar, por nós, Inuyasha e por nossos filhos.”

Meguru meguru toki no naka de

Boku tachi wa ai o sagashiteiru

Tsuyoku tsuyoku naritai kara

Kyou mo takaisora miageteiru

(Girando, girando dentro do tempo

Nós procuramos o amor

Fortemente, fortemente nós nos transformamos

Hoje olho alto para o céu.)

Meguru meguru toki no naka de

Boku tachi wa ikite nanika wo shiru

Toki ni warai shugoshi naite

Kyou mo mada aruki tsuzukete iku

(Girando, girando dentro do tempo

Nós sabemos o porque vivemos

Intimamente, juntos, sorrimos por algum tempo

Ainda hoje continuamos seguindo em frente.)

A música parou de tocar  e Kagome sentiu lágrimas em seus olhos, a música a tinha feito pensar em Inuyasha, ela sabia que ia fazer aquilo com ela desde o começo, mas não teve coragem de desligar o rádio, as palavras foram entrando em si, parecia que a música tinha sido composta especialmente para aquele momento, pois tinha falado direto ao coração de Kagome, mas ao contrário do que imaginara a música a tinha deixado mais calma. Estava decidida, iria continuar seguindo em frente, afinal, Inuyasha não iria gostar de vê-la demonstrar fraqueza, mas de uma coisa ela estava certa, desta vez ela não tentaria esquecer Inuyasha ficando com outro homem. Não queria brincar com o sentimento de ninguém, inclusive com o dela. Nenhum homem jamais a teria, a não ser o doce meio-youkai em seus sonhos. Outra música estava tocando e Kagome desligou o rádio, lembrou-se de que tinha que anotar algo em sua agenda, ao pega-la na bolsa que estava no banco ao lado Kagome deixou cair vários papéis que estavam dentro dela.

_Mas que bagunça eu fiz aqui!

Kagome começou a arrumar as coisas até que parou para olhar um cartãozinho que ela não via há um bom tempo, lá estavam marcados os meses do ano e dias, algumas datas estavam marcadas com caneta, ela levou um susto ao perceber que nos últimos dois meses não havia marcação nenhuma.

_ “Ai meu Deus! Será que me esqueci de marcar no mês passado? Não, não pode ser. Eu sempre marco, nunca me esqueci, se não marquei é porque... Não, não pode ser, pode tirar isso da cabeça, você apenas esqueceu de marcar com todas essas últimas coisas que andaram acontecendo. É mas, você já esteve em situações de estresse maior e nunca se esqueceu de marcar a data. É mas, é porque antes você estava com o Houjo, vocês estavam evitando, há mais de um ano que você não tem que se preocupar com isso, até parou de tomar aquela pílula que só te engordava. É...eu parei, mas eu estive com o Inuyasha aquela noite, há dois meses atrás e eu, pensando bem, eu não me lembro de “ter vindo” depois daquilo. Não, não pode ser. Você está maluca Kagome, você apenas está com um atraso devido ao estresse, talvez até tenha vindo no mês passado. Você é que esqueceu. Mas e esses enjôos, eu nunca tive problema digestivo nenhum, nem fui de comer muito. A mamãe disse que eu só estive assim quando estava grávida do Yuki e da Yume. Não, eu não estou grávida! Não posso estar!”

Kagome guardou a tabela dentro da agenda e a abriu na página do dia em que estava e fez algumas anotações, novamente escutou a buzina atrás de si, foi aí que ela percebeu que o trânsito havia sido liberado, ela jogou a agenda e a caneta de qualquer jeito dentro da bolsa, ligou o rádio de novo e manteve a janela aberta. Seguiu com o carro para a sua casa, decidiu que por hora não iria se preocupar com aquilo, mas marcaria uma consulta pra dali alguns dias, por enquanto era melhor ela não comentar com ninguém sobre aquela desconfiança, era melhor esperar até ter alguma certeza.

Kagome chegou em casa no mesmo horário em que costumava chegar, não tinha adiantando muita coisa ter saído mais cedo do colégio onde trabalhava. Tinha perdido muito tempo no trânsito. Ela deixou o carro na garagem, que havia sido construída depois da compra do carro, eles tinham feito um acesso para o carro do outro lado da entrada do templo para não mudar a aparência do lugar, quem quer que passasse na rua em frente somente veria as antigas escadarias. Ao entrar em casa Kagome só pensava em tomar um banho bem quente e passar um tempo com os filho. Diferente dos outros dias, ela nem olhou para o hokora ou para a árvore sagrada, foi direto para a casa.

_Já cheguei!

_Seja bem vinda Kagome! O que houve, querida? Por que está com essa cara?

_Ai...ai.. mamãe, eu peguei um engarrafamento a caminho daqui, acho que estavam fazendo obras na avenida, fiquei quase meia hora parada no mesmo lugar agüentando a buzina do carro de trás.

_Bom, então você saiu mais cedo do colégio, porque está chegando no horário.

_É, eu saí. Não estava me sentindo muito bem...

_De novo. Filha, acho que você anda trabalhando muito, já falei a você pra ir a um médico, ver o que é isso, mas você não me escuta. Kagome, não está ouvindo.

Kagome já estava seguindo pelo corredor chamando pelos filhos, sentia uma vontade de abraça-los.

_Yuki, Yume. Mãe, onde eles estão?

_Bom, era sobre isso mesmo que eu queria falar com você. A Yume está com...

_Estou aqui na sala mamãe.

_Já encontrei.

Kagome foi atrás da filha e nem ao menos esperou a mãe terminar de falar. Ao entrar na sala levou um susto que quase a fez cair para trás. Yume estava brincando, suas bonecas e outros brinquedos estavam espalhados na sala, mas Kagome já estava acostumada com aquilo. Ela sabia que quando terminasse a brincadeira a filha guardaria tudo, ensinara isso aos filhos desde que eram pequenos. O que assustou Kagome foi a outra menina que estava com a filha.

_Olá senhora, quer dizer ,Kagome!

Kagome não conseguia acreditar.

_Hikari...Eu não estou enganada. Você é a Hikari!? O que está fazendo aqui? Como...? O seu pai sabe que você atravessou  o poço?

_O papai está aqui.

Não foi Kari quem respondeu, mas Yume, o que deixou Kagome mais confusa.

_Seu pai. Yume, você está me dizendo que...

A mãe de Kagome parou na entrada da sala e resolveu falar com a filha.

_Eu ia falar a você, mas veio correndo para cá e não me deixou terminar a frase.

Kagome se virou para a mãe.

_O Inuyasha está aqui?

_Yume foi a primeira a vê-lo.

_Eu estava brincando lá fora quando eu vi ele e a Kari saindo do hokora. Eu sabia na hora que era o papai. Mamãe, ele é muito mais bonito e legal do que eu imaginava.

_Onde ele está agora? Cadê o Yukito?

_O vovô precisava arrumar umas coisas lá no depósito e ele foi ajudá-lo. O Yukito foi lá depois que chegou do dôjo, ele não acreditou em mim quando falei que o papai estava aqui, mesmo vendo a Kari, achou que ela fosse uma colega de escola. Aquele menino é muito bobo!

_Seu avô inventou de arrumar o depósito apenas pra poder conversar com o Inuyasha. Acho que ele precisava ouvir algumas coisas e nada melhor do que o chefe da nossa família para fazer isso.

_Quando eles chegaram?

_Hoje de manhã, fazia pouco tempo que a Yume tinha chegado do colégio. Você vai até lá falar com ele?

_Mamãe, o papai e a Kari vão ficar aqui, não vão? Ela vai dormir no meu quarto.

_Eu não quero incomodar onee-san.

_Ao ouvir a forma como Kari havia chamado Yume, Kagome olhou para elas.

_Kari, por que chama Yume de irmã?

_Porque ela é minha irmã, não é? O papai me disse.

Kagome não sabia o que fazer, não sabia o que dizer, não sabia como agir. Ela não sabia o que iria fazer quando o encontrasse. Pedira tanto aos céus que o trouxessem  de volta a ela, mas agora não sabia o que fazer. O que ele tinha vindo fazer ali se disse a ela que não faria isso, que tinha medo por Kari, achava o mundo dela estranho demais pra eles?

_ “Acho que ele veio apenas pra curar os olhos dela...”

_Kagome, você não vai até lá fora falar com ele? Passou os últimos dois meses suspirando pela casa, pensando nele e agora...

Kagome saiu da sala e seguiu com a mãe até a cozinha de novo. Era melhor não deixar as meninas ouvirem.

_Eu...não sei como vou agir na frente dele. Acho que só está aqui para curar os olhos da Hikari. Mãe, acho que ele vai embora depois. Eu não quero sofrer mais e não quero fazer Yukito e Yume sofrerem.

_Kagome, não acho que ele seria egoísta a tal ponto.

_Eu disse a ele que ela ficaria boa aqui e eu quero que ela se cure. Disse a ele que se não quisesse vir pra cá por minha causa, ou por causa dos nossos filhos, que viesse pelo menos para tentar curar a Hikari.

_Você precisava tê-lo visto com Yume. Eu tenho certeza que vi lágrimas nos olhos dele. Acho que você deve conversar com ele e ver o que vão fazer. Lembre-se que não são apenas vocês dois que estão no meio disso, mas também as crianças. Vá até lá falar com ele. De cabeça erguida minha filha.

Kagome saiu da casa e seguiu para o depósito. Sentiu seu estômago dando mais nós, mas ela sabia que não tinha nada a ver com o que quer que a estava fazendo ter enjôos. Ela estava assim porque se sentia insegura, com medo. Não sabia se estava pronta para ouvir o que quer que Inuyasha tivesse para dizer a ela. A razão dizia que ela não deveria aceita-lo de novo. Amigas lhe diriam para dar o troco nele. Ele a tinha feito sofrer por longos dez anos e depois a deixou ir embora de novo. Ela queria que aquele dia há dois meses atrás não tivesse acontecido. Queria ter sido mais forte para resistir a ele. Não conseguira e agora, podia ter algo pra se lembrar sempre daquela noite. Subitamente ela lembrou de algo que ele havia dito a ela.

_ “No início ele só ficou com a Kikyou porque estava grávida. A moral dele é de que um homem não deve abandonar a mulher que espera um filho seu, mesmo não a amando. Eu sei que não tenho certeza ainda, mas se eu estiver mesmo esperando outro filho dele, ele não vai querer me deixar. Não, eu não vou fazer isso. Não vou dizer nada a ele, afinal eu não tenho certeza mesmo. Se ele for embora, ele nunca vai saber e mesmo que fique aqui por um tempo, até a Hikari ficar bem, se eu estiver mesmo grávida, vou esconder dele.”

Kagome viu-se de repente em frete à árvore sagrada. Olhou para a árvore e pediu a ela que a ajudasse a ter forças para agüentar aquele momento. Ficou parada ali, tocando o tronco da árvore e foi aí que ouviu a voz dele, que corria em sua direção.

_Kagome! Minha princesa.

Kagome virou-se para ele, tentava esconder as lágrimas. Teve vontade de xinga-lo, de manda-lo sentar, mas foi surpreendida por um abraço dele.

_Eu senti tanta falta desse calor. Senti tanta falta sua, minha Kagome.

Kagome não retribuiu o abraço, ao contrário, afastou-se dele com um olhar inquisidor.

_Você veio brincar comigo de novo? Veio brincar com meus sentimentos? Não ficou satisfeito com o que me fez em seu tempo. Olhe aqui Inuyasha, eu não vou deixar que faça isso comigo de novo, muito menos com meus filhos. Se acha que vou me entregar à você de novo está muito enga...

Kagome não conseguiu terminar a frase, pois foi surpreendida por um beijo de Inuyasha. Ela lutou para tentar se afastar dele, para não correspondê-lo, mas o desejo foi maior, e ela acabou cedendo. Mas logo se recuperou e se afastou dele.

_O que pensa que está fazendo, seu baka!

_Kagome, me escute por favor! Eu sei que deve estar brava comigo. Posso te entender. Eu sou o pior ser que já pisou esse mundo. Mais cafajeste que o Mirok. Eu assumo. Eu não mereço você. Nunca mereci. Não mereço nem os filhos que a vida me deu. Só que, eu não consigo ficar sem você. Eu percebi nesses dois últimos meses, que eu te amo muito, que não consigo viver sem você. Eu pensei muito na conversa que tivemos. Mirok, Sango, Kaede, Myouga, Shippou e até a Kari, todos eles me disseram muita coisa, muitas verdades. Eu queria ter vindo antes, mas fiquei com medo de que não me aceitasse. No dia mesmo em que veio embora. Eu pensei em vir atrás de você, principalmente quando vi os sapatos que havia esquecido em minha casa, mas daí pensei que o poço não fosse me deixar passar. Então o Mirok me disse pra tentar, mas eu levei quase um mês pra tomar essa decisão. Ainda acho esse mundo maluco demais, mas estou disposto a aprender o que for sobre ele, apenas pra poder estar do seu lado. Eu só sou forte ao seu lado Kagome.

_E enquanto a Hikari?

_Acho que vai ser muito mais fácil pra ela se acostumar aqui do que eu,  que já estou velho. Além do mais, ela pode se curar aqui, como você já tinha me dito.

_É...ela vai poder sim e eu não vou me importar de ajudar vocês com isso, podem até ficar aqui até que ela esteja bem e vocês possam voltar.

_Kagome, você não está entendendo? Eu não quero voltar pra lá, a não ser como passeio. Eu sei que o que você teria que deixar aqui se fosse viver comigo lá é muito mais coisa do que o que eu deixei lá, por isso quero ficar aqui com você, com nossos filhos. Eu quero que seja a minha mulher, minha companheira.

_E se eu não quiser?

_Mas há dois meses você...

_Em dois meses muita coisa acontece. Há vários romances que se desenvolvem em apenas dois meses.

_Você está com alguém? Você encontrou outro homem?

_Acha que esperaria a vida inteira por você? Que passaria mais dez anos sofrendo!

_Eu não posso acreditar. A sua mãe não me disse nada, nem seu avô, nem as crianças. O Yukito até me fez jurar que não ia te abandonar nunca mais, que não ia te fazer sofrer, só assim ele me aceitaria. E agora você está me dizendo que já encontrou outro.

_Eles não precisam saber de toda a minha vida, principalmente minha vida amorosa.

_Eu entendo – Inuyasha estava chorando, mas tentava esconder de Kagome abaixando o rosto – Eu só gostaria de saber se, pelo menos você permite que a Kari fique em sua casa até ela se curar, não precisa se preocupar comigo, eu posso dormir no galho de algumas dessas árvores. Só quero que me deixe ver nossos filhos de vez em quando. Saiba que eu ainda vou continuar te amando, mesmo seu coração não pertencendo mais a mim.

Inuyasha foi se afastando de Kagome. Era visível o quanto sofria.

_Inuyasha, espera. Você estava mesmo disposto a viver aqui comigo, em minha era.

_É claro. Amo muito você. Faria qualquer sacrifício por você, até mesmo deixa-la só para ficar com esse outro, se isso a fizer feliz. Acho que tomei minha decisão tarde demais.

Inuyasha foi surpreendido por um abraço de Kagome. Ele não conseguia entender, mas abraçou-a também.

_Não há outra pessoa Inuyasha. Eu nunca deixei de te amar. Era só um teste,eu precisava ter certeza.

_Você tem noção de quase me matou do coração com esse seu teste. Eu acreditei mesmo em tudo o que disse. Nunca mais faça isso comigo, minha princesa. Nunca mais.

_Se você fizer por merecer...

Os dois se beijaram, desta vez com a certeza de que fariam aquilo todos os dias dali em diante.

_Antes de mais nada,eu preciso de lhe perguntar uma coisa, se não seu avô me mata.

_Kagome, quer se casar comigo?

_O quê?

_Seu avô me disse que é a condição para permitir que eu fique com você. Casamento de verdade. Como manda o figurino. Eu não acho que seja uma condição ruim. Já pensava em propor casamento a você antes mesmo de falar com o velho. E então, não vai responder. Não quer casar comigo?

_É claro que eu não – e ao ver o olhar assustado em Inuyasha Kagome continuou a frase – poderia recusar um pedido desses, seu bobo.

_Eu disse para não me passar estes sustos de novo.

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_Mamãe, o papai disse que vai me ajudar a treinar para a competição de kendô.

_É mesmo!? Tenho certeza de que nesse ano você vai ficar em primeiro lugar, Yuki.

_Se eu pelo menos me classificar, nunca consigo chegar nas finais.

_Keh! Você é meu filho, Yukito. Usar bem uma espada está em seu sangue, só precisa ser treinado direito. Eu vou ensinar você meu filho. Vamos treinar amanhã bem cedo.

_Mas, por que tão cedo papai?

_Ora, porque depois e vou com sua mãe e Kari até o médico e à tarde vou ao parque com a Yume. E também, é muito melhor treinar bem cedinho.

_Mas a gente vai ter que acordar tão cedo!

_Kagome, o que andou ensinando a esse dois? Ainda bem que agora estou aqui pra dar um jeito nas coisas.

_Hum! Eu é que sei. “Dar um jeito nas coisas”. Como fez com o DVD que você quebrou?

_A porcaria não queria funcionar direito.

_Sabe que vai ter que comprar outro!

_Eu sei, já disse ao seu avô que topo fazer qualquer trabalho aqui no templo, até aquele ridículo trabalho de me fingir de espírito de youkai.

As crianças começaram a rir.

_Se você permitisse que eu usasse pelo menos uma lança de diamante, estaríamos ricos.

_ “O trabalho dignifica o homem.” E depois, prefiro guardar as lanças de diamante para uma necessidade ou para quando as crianças estiverem na universidade. Vamos gastar muito com os quatro.

_Eu sei.

_Agora, vamos parar de papo furado que eu tenho que ir trabalhar e está na hora da escola. Yuki, Yume, Kari, vamos lá!?

_Ta! – Responderam em uníssono.

_Você já tem que ir? Me sinto tão sozinho aqui sem você!

_É só até a tarde e depois o vovô me disse que hoje  vocês vão ter muito trabalho. Ken ainda está dormindo, não se esqueça de leva-lo para tomar um sol já que a mamãe não está aqui hoje. Bebês precisam de sol. E, pelo amor de Deus, Inuyasha vá passear com nosso bebezinho como todo mundo faz, não quero que você fique saltando por aí com nosso filho.

_Já disse a você que não há perigo algum, eu sempre fazia isso com a Kari.

_É somente graças a Deus que ela está viva.

_Mamãe, vamos!

_Tudo bem Yume.

Kagome deu um beijo em Inuyasha e saiu.

_Vocês três se comportem.

_Pode deixar papai! Vamos Yume.

As duas meninas deram cada uma um beijo em Inuyasha, ele sorriu ao ver como as duas irmãs se davam bem e como Kari parecia feliz, principalmente porque agora podia enxergar normalmente. As duas meninas saíram correndo. Yukito pegou o lanche e antes de sair falou com o pai.

_Pai, vai mesmo me mostrar como a Tessaiga funciona?

_Vou, no sábado, quando formos visitar a outra era.

_YUKIIII!!!!

_Agora vai, se não você já sabe com a sua mãe fica brava.

_Ta. Até mais pai.

Yukito também deu um beijo em Inuyasha e saiu correndo para o carro, antes que a mãe viesse correndo atrás dele. Minutos depois de Kagome ter saído com o carro Inuyasha escutou um choro vindo do andar de cima da casa e subiu correndo as escadas.

_Já vai garoto.Foi só sua mãe sair que você resolveu abrir o berreiro, né?

FIM.


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