Oito.

            -- Espera aí, eu não entendi. – falou confusa a ruiva. – Como assim “por minha cabeça no lugar”?

            -- O que atormenta o Aidan? – perguntou o Jean descrente. – Juro, que pensei que nada poderia atingir aquela bolha de eterna felicidade que sempre o cerca.

            -- Quisera eu saber. – falou Myridan séria. – Ele não tem se aberto comigo ultimamente.

            -- Myridan, querida. – falou carinhosamente a vampira baixinha. – Tenho certeza que o Aidan só precisa de um tempo para pensar. – dizia a vampira olhando significativamente para Jean, procurando apoio no parceiro.

            -- Exatamente. – disse Jean sem muita convicção. – Não se preocupe, ele vai voltar. O Aidan não vive longe de você e de qualquer forma ele voltara quando o sangue de vampiro acabar.

            -- Jean! – exclamou Justine perceptivelmente irritada com seu parceiro.

            -- Desculpa, talvez eu tenha sido um pouco rude. – falou o lobo se desculpando. A verdade era que Jean e Aidan não se davam nada bem, conviviam sobre um acordo de mutua tolerância e sorrisos falsos. A antipatia de ambos não era devido ao algum tipo de briga que haviam tido era a pura e simples expressão “não ir com a cara de alguém”.

            -- Chega! – falou a mestiça se desvencilhando do abraço de Justine. – Do Aidan eu cuido depois. Como foi lá?

            -- Bem. – Juan fez uma cara de quem não sabia por onde começar. – Acho melhor a Justine falar.

            -- Você tinha razão. – disse a vampira assumindo uma expressão entediada. – Eram vampiros recém-nascidos e... – Justine hesitou olhando para o seu parceiro de esgueira.

            -- Vocês sentiram um cheiro familiar. – completou Myridan. – Os Volturi. Felix, Dimitri, Jane e Alec?

            -- Sim. – falou Jean sem encarar a mestiça. – Sentimos o cheiro deles e posso garantir que haviam estado recentemente por lá, quando destruímos o ninho.

            -- Então, Aro fez seu primeiro movimento. – disse Myridan pensativa.

            -- O que faremos? – perguntou Justine receosa.

            -- Não tema! Vamos passar a vez e esperar o próximo movimento deles. – falou a mestiça com um sorriso perspicaz. De repente sua expressão foi para um misto de curiosidade cientifica. – A droga funcionou?

            O rosto dos J se iluminaram em um largo sorriso diabólico.

            -- Ainda bem que nosso porta-mala é uma geladeira. – falou Jean sorrindo para Justine.

            -- Funcionou perfeitamente. – falou Justine satisfeita. – Como você previu que funcionaria.

            -- Muito bom! – falou Myridan indo em direção do escritório. – Descarreguem o sangue e vão tomar um banho. – foi tudo o que a mestiça falou antes de se trancar no aposento, deixando os J sozinhos na sala.

            “Preciso manter o controle.” – Myridan precisaria ser paciente, ter paciência seria seu trunfo. Deixaria que os Volturi viessem até ela e quando isso acontecesse... Seria o fim da realeza dos vampiros e ela se ergueria diante de todos os imortais do mundo como a nova administração. Ela seria a nova lei.

            -- Não há nada a temer – repetiu para si mesma. – está tudo saindo como eu previ que aconteceria. – a expressão tranqüila de Myridan foi aos poucos sendo trocada pela de preocupação, pensou alto. – Aidan, o que está acontecendo?

-------------Alaska-----------------

            Aidan chegara naquela terra gelada quase ao amanhecer, como o esperado Eleazar foi muito hospitaleiro e o deixou permanecer ali, com o Clã Denali, o tempo que precisasse. Não havia obrigado no mundo que pudesse traduzir a gratidão do vampiro.

            Na verdade, não seria incomodo algum ter Aidan ali, com a morte de Irina e Lua-de-mel de Kate em companhia de seu companheiro. A suntuosa casa onde viviam os Denali estava ocupada somente por Eleazar, sua companheira Carmem e a bela Tanya, que por sinal, devorava o belo vampiro com os olhos e este percebia um tanto constrangido, não viera para o Alaska para viver um caso com uma vampira. Estava ali para entender o que estava acontecendo consigo mesmo, estava ali para esquecer de vez a loba.