Segredo Familiar. escrita por mokoli-me
―Ímpar ou par?Um, dois, três e já! ―Eu pulo Bela e você é a anjinha.
―Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete, oito, nove, dez, onze, doze.......
TrimmmmmmmmmmmmmmmmmmmmTrimmmmmmmmmmmmmm
O sinal da escola bate, isso indica que a turma da 1ªsérie da escola Tiba No Luca tem de entrar imediatamente para a sala de aula, a hora do intervalo acabou.
Isabela pega sua lancheira da Zoo Lunchies, em forma de coelhinho rosa e se dirige para a aula, que pelo tudo indica é de Matemática.
A aula começa, mas a aluna atenciosa está incomodada com alguma coisa que não a deixa prestar atenção na aula, tirando sua concentração.
―Isabela, abra a apostila na página 44 e preste atenção na aula.
Aquele apelo da professora foi atendido, mas a cabeça de Bela não parava de lhe enviar lembranças das noites passadas que ela tentava evitar a qualquer custo. Todas as noites que se seguiram após ela completar 7 anos e mudar de cidade, as noites que trouxeram tristezas para a vida daquela criança, que antes era feliz e amada.
A sensação de “piloto automático” foi acionado em Isabela, até o término das aulas daquele dia.
Calada em seu canto, ela esperava ansiosamente pela vinda da empregada Rose, que a levaria para casa, e ela não teria de ficar respondendo a perguntas do tipo “―O que aconteceu, que você está tão calada?”.
#ROSENARRANDO.
Chego à escola e vejo a pequena Isa me aguardando no canto do pátio, isolada dos coleguinhas que riam sem parar. Falo com ela, afim de alegrá-la:
―Como foi o seu dia hoje minha linda?
―Normal.
―Brincou bastante?
―Sim, brinquei de pular corda.
―Rose?
―Sim, querida.
―Você pode pegar no guarda-roupa aquela minha bermudinha e minha blusa branca de manga longa?
―Sim.
A amargura na voz dela é eminente, e eu já estou ficando preocupada , porque ela anda muito calada ultimamente, alguma coisa tem de errado.
#Narradora
Naquele dia, Isabela vestiu a roupa que pedira à empregada, se dirigiu até o pé da escada , que levava até o segundo andar da casa, e ficou observando a chuva que caía do lado de fora e pensou consigo mesma:
―A chuva cai lá fora, e é como se as nuvens estivessem derramando milhares de lágrimas. A chuva derrama agora as lágrimas que eu gostaria de derramar, mas a esse ponto, não sei se tenho mais lágrimas, já chorei demais e tudo que me resta agora é o meu silêncio, que tenho que levar comigo para o bem da minha família.
Minha professora me disse um dia, que a família é um símbolo de união, e de que nossos pais só querem o nosso bem, mas será que eles fizeram o bem para mim quando quiseram meu silêncio para encobrir o segredo da família?Eles me jogaram na tristeza profunda e agora eu sofro calada.
Prometi a mim mesma, que depois daquela noite terrível, que fora meu aniversário, dia 13/07/2001, nunca mais derramaria uma lágrima sequer, pois agora eu tenho que ser forte para vencer o que virá pela frente.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!