6. Halloween escrita por Eva Winchester


Capítulo 8
Capítulo 7 - A escolha


Notas iniciais do capítulo

BOA LEITURA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!



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P.O.V das irmãs Walters (Eva):

Eu dirigia rápido pela estrada escura, sentia a raiva me consumir por dentro, me fazendo perder o ultimo resquício de humanidade que existia em mim. Eu era aquela criatura, que estava sendo movida pelo passado, pelo ódio, pela culpa e a pior coisa, movida por um impulso assassino. Eu não agüentaria voltar para o motel e dar de cara com a Beth, eu certamente a mataria sem dó nem piedade, me igualaria a aquilo que caço desde os dez anos, mas eu simplesmente não poderia fugir.

Parei em um parquinho infantil, próximo a um edifício de cinco andares, eu não conseguia mais pilotar a moto. Desci tonta, sentei-me no banco e respirei fundo, não que eu precisasse do ar, mas aquilo fazia eu me sentir mais viva. Um bolo se formou em minha garganta e eu entrei em desespero, pior do que um vampiro faminto, é um vampiro desesperado. As lagrimas rolaram ferozes por meu rosto e eu vomitei todo o sangue que havia bebido há minutos atrás.

- Isso vai passar. – falou aquele homem aparecendo do meu lado.

- Não vejo como. – respondi chorando, Castiel pôs a mão em meu ombro e eu senti como se algo muito, mas muito bom invadisse meu espírito e o desespero cessou.

- Obrigada. – falei enxugando a última lagrima escarlate que rolou. – Eu me sinto bem melhor agora.

- Que bom que fui útil. – respondeu Castiel sorrindo, nunca o vi sorrir antes. – Volte para o motel agora.

- Eu não posso, sou um monstro, o pouco da Eva que restava, eu perdi essa noite. Não tenho mais piedade de ninguém. Tornei-me a caça.

- Não, você ainda é a mesma Eva. As pessoas mudam após sofrerem muito, a prova disso é a diferença entre você de 1997 e você agora.

- Eu era uma menina sonhadora Cass, mudei quando fui acordada para a realidade.

- Não, você mudou porque era preciso mudar. Você se tornou mais madura, mas dona das suas decisões e sabe que no fundo, a realidade é que você mudou, porque cresceu.

- Às vezes eu queria ser aquela menina novamente. Ela era decidida, lutaria por Dean sem pensar duas vezes, e não o entregaria em uma bandeja de prata.

- O seu problema é o Dean? – perguntou Castiel curioso, eu via em seus olhos que relacionamento entre humanos era uma área que aquele anjo não estava familiarizado.

- Não. – respondi seriamente. – o meu problema sou eu. – Eu olhei Castiel por um tempo e ele me encarava com o cenho franzido, talvez tentando entender o que acabei de dizer. – Cass, vocês tem que fazer o que os receptáculos pedem, não é?

- Sim, dependendo muito dos receptáculos. – falou castiel sem entender.

- Quais são suas ordens sobre mim? – falei curiosa.

- O anjo designado a vocês é Anna, mas tenho a obrigação de cumprir o que me ordenar. – falou ele com aquela calma de sempre.

- Eu ordeno que você ponha um fim nisso, eu ordeno que você me mate. – falei séria.

- Não posso cumprir tal ordem, você é muito importante para o céu, para a humanidade e para os Winchesters.

- Como posso ser importante para todos se sou uma maldita vampira? – falei com fúria na voz, porém Castiel nem se abalou.

- Isso também está chegando ao fim, considere esses meses apenas como uma experiência de crescimento espiritual.

- Como matar um homem e ferir as pessoas que amo pode ser um crescimento espiritual? – perguntei curiosa.

- Você vai entender com o tempo.

- Isso estava planejado, não foi? Desde o inicio. – falei me virando para encarar o anjo, mas ele já havia sumido. – Obrigada pela resposta. – falei alterando a voz e pus a mão no rosto. De repente escuto um grito alto de pavor vindo do edifício em frente, uma mulher passa correndo em frente a janela e um homem passa logo atrás, ele segurava uma abóbora nas mãos. Só podia ser coincidência ou o destino estava realmente querendo brincar comigo. – Porque não trouxe a minha maldita arma de sal grosso. – falei correndo para o prédio.

Subi as escadas o mais rápido que consegui e logo estava na frente do apartamento de onde partira os gritos, arrombei a porta com um chute e entrei apressadamente. Vasculhando todo o lugar e ouvindo o coração da humana bater acelerado. Corri até a cozinha e peguei sal, depois fui depressa ao quarto e encontrei a jovem, encolhida no canto da parede e aquele homem com a machadinha pronta para decepá-la.

- Deixa ela em paz, coisa feia. – falei enquanto colocava uma porção de sal na mão. O espírito de Jack se virou e eu finalmente consegui vê-lo perfeitamente. Ele era baixo e forte, usava umas roupas antigas e tinha a afeição de dor e desespero.

- O que é você? – perguntou ele me encarando.

- Seu pior pesadelo. – falando isso joguei o sal nele e ele desapareceu no ar. Ajudei a mulher a se levantar e a tirei de casa.

- O que era aquilo? – perguntou ela ainda abalada.

- Nem queira saber. – conclui. Subi na moto e deixei a mulher na casa do filho mais velho e logo em seguida peguei meu celular e disquei um numero.

- Alô. – falou a voz do homem que eu amava.

- Dean, preciso de ajuda. – falei séria. – Jack tentou fazer outra vitima, temos que agir imediatamente, antes que outras pessoas se machuquem.

- Eva, são quase quatro da manhã, o sol nasce em menos de duas horas, não tem condições de você ficar mais na rua, volte e assim que o sol nascer eu, Sam, Angela e Beth damos conta do recado.

- Eu não vou deixar a Beth roubar meu lugar nessa caçada, estou indo agora para a exposição, se quiser vir comigo, ótimo, se não, vai se danar. – desliguei o celular com raiva.

Segui para o centro de exposições e arrombei a porta logo depois de desligar o alarme, ou eu achava o que prendia Jack aqui ou eu não me chamaria mais Eva Walters. Eu havia trazido comigo um isqueiro, álcool e sal da casa da mulher que Jack tentou matar, era só eu encontrar a droga do objeto e fazer o espírito solitário encontrar a luz.

Passei próximo de uma exposição de utensílios de ferro e peguei um abrasador e segui pelo corredor, procurando a exposição da Irlanda, até que aquela mão tocou meu ombro e eu me virei com o susto. A adrenalina não me deixou sentir o cheiro, por isso não o vi ninguém se aproximando.

- Calminha, sou eu. – falou Dean sorrindo. Eu abaixei a cabeça e respirei fundo tentando me acalmar.

- Descobri mais uma coisa que mata vampiro... Susto. – falei brincando. – você veio.

- Eu não ia deixar você ficar com a diversão toda. – respondeu ele sorrindo. – Como eu sabia que você veio sem armas, as trouxe para você. – Dean me entregou minha pistola e uma espingarda carrega com balas de sal e pôs a bolsa novamente nas costas.

- Obrigada. – falei olhando para ele, até que vi a exposição ao fundo. – Ali. – Com uma mão só, carreguei a arma de sal e segui na frente de Dean, ele cobria minha retaguarda. De qualquer forma eu me senti bem naquela caçada, somente eu e ele, sem mais ninguém para atrapalhar.

- Droga, o que pode ser? – falou Dean levantando um retrato de uma familia fora do comum e pondo na mesa novamente.

- Eu não sei. – respondi.

- Então vamos queimar tudo e dar no pé. – Dean tirou da bolsa tudo o que precisava para queimar os objetos e pôs em um balcão.

- Espera. – falei quando percebi algo em baixo de algumas roupas típicas. Era um livro com varias fotos de corpos incorruptíveis. – Brincadeira.

- O que foi?

- É por isso que ele está aqui, a exposição também tem uma ala cientifica e o corpo de Jack é um dos que nunca se decompôs. – falei mostrando uma das últimas fotos do livro para Dean, era o mesmo homem baixo e forte que eu vi há uma hora atrás.

- Então vamos fazer uma visitinha para ele.

...

Dean e Eva caminhavam na direção da sala onde supostamente estavam os corpos incorruptíveis.

- Você não quer reconsiderar? – falou o loiro vindo logo atrás de Eva.

- Não, eu já me decidi. – falou ela ficando séria.

- Porque essa decisão? Porque simplesmente você resolveu matar nosso amor?

- Porque eu não sou mais a mesma Eva, Dean. A minha parte humana morre a cada dia e hoje foi o cúmulo. Quando estou perto de você a única coisa que eu consigo pensar em me controlar para eu não te matar. – Eva parou de andar e encarou o loiro. – quer mesmo ficar com uma mulher, tendo que guardar um maldito facão em baixo do travesseiro, como eu já vi você fazer? – Dean não disse nada apenas abaixou as vistas. – Eu não estou te acusando nem nada, apenas dizendo que esse relacionamento faz muito mal, tanto para você quanto pra mim.

- Você tem razão. – Eva não acreditou que ele concordou. – Eu estou sendo egoísta, pensando somente em mim e não vejo o quanto é ruim pra você estar por perto. Tudo bem, eu concordo.

- Obrigada. – falou Eva encarou os olhos verdes do moço, sorriu timidamente e respirou fundo. – Agora, temos trabalho para fazer.

Eles entraram na sala e viram as vinte e duas pessoas que mais pareciam dormir, entre elas estava Jack.

- Me passa o abrasador. – falou Dean. Eva o entregou. – Se afasta. – Dean levantou o abrasador e desceu com tudo no vidro do caixão que rompeu. Ele jogou o sal e o álcool no corpo e Jack apareceu na frente dele.

- Porque estão fazendo isso? – falou o homem triste.

- Você ainda pergunta? – respondeu Dean. – Você esta matando as pessoas cara, está descontrolado e precisa ser parado. – Dean ligou o isqueiro.

- Eu só as ensino como lidar com o medo. – falou o homem. – transformando eles em festa.

- Não foi bem uma festa legal que Cindy e Matthew tiveram. – falou Eva cinicamente.

- Eles não acreditavam no Halloween e eu os fiz acreditar. – o homem deu uma volta e Dean soltou o isqueiro, porém o homem o fez levitar e voar até ele. – vocês também têm medo não é? Mas o medo de vocês é diferente, é mais intenso, mais vivo. Vocês têm medo do que a vida lhes reserva, têm medo de dizer sim.

- Como você sabe disso? – perguntou Eva.

- Nós, criaturas, sabemos de tudo sobre os Winchesters e as Walters, vocês são o assunto numero um. – falou Jack. – mas a verdadeira razão do medo de vocês é de fracassar, serem acusados de destruir o mundo. – ele sorriu. - Vocês merecem aprender a lidar com o medo de vocês e eu farei esse favor. – O fantasma sumiu e apareceu cara a cara com Eva e a empurrou contra a parede. Dean foi ajudá-la e o fantasma o derrubou por sobre a cadeira, deixando a sua cabeça apoiada em uma mesa. – Vai acabar logo. - falou ele levantando o machadinho.

- Hey, dê lembranças a todos no inferno. – falou Eva acendendo o isqueiro dela e jogando no corpo que pegou fogo, fazendo o fantasma sumir também.

...

Eram quase cinco horas e o sol começou a surgir no céu, Dean apertava o pé no acelerador do impala, tinha que chegar antes que a claridade tomasse conta. Não demorou muito para aparecer o motel ao longe e o Winchester entrar no estacionamento. Ele jogou seu casaco por cima de Eva e a conduziu até o quarto.

- Onde vocês se meteram? – perguntou Sam preocupado, Angela acordou agitada.

- Acabou. – falou Dean. – Destruímos Jack.

- E não nos levaram junto? – falou Beth saindo do banheiro.

- Sentimos muito, mas era algo que tínhamos que fazer rápido, não tinha tempo para esperar. – respondeu Eva seriamente. - Agora se vocês não se importam, eu preciso realmente dormir, estou muito cansada. – Todos se surpreenderam com a atitude de Eva. Eles pensavam que quando Eva visse Beth, não pensaria duas vezes em tentar mata-la, porém a única coisa que ela fez foi se jogar na cama e fechar os olhos.

...

A tarde passou muito devagar e já era quase seis horas. Sam e Angela deram uma saída, estavam presos demais com o trabalho que acabaram por esquecer deles mesmo. Dean ficou no quarto de Sam, pois não queria acordar Eva, até que escuta o grito fino de Beth.

Ele correu e viu a jovem apenas de roupa intima, em cima de uma cadeira e um rato no chão correndo.

- Mata, mata. – falou ela. – Eu tenho pavor de ratos.

- Calma. – falou Dean fazendo o bicho sair pela porta da frente.

- Obrigada. – falou ela descendo da cadeira. Dean a ajudou. – Eu não queria causar problemas com você e a Eva, espero que esteja tudo bem.

- Terminamos. – falou Dean sem pensar.

- Espero que não tenha sido por minha causa. – falou a jovem se enrolando em um roupão. Dean sentou na cama e ela sentou do lado dele.

- Não, já estávamos tendo crises, desde o dia em que ela se transformou... você sabe. – Dean estava cansado, as olheiras se tornaram visíveis.

- Se precisar de alguém para conversar, eu estou aqui. – falou Beth. O loiro a encarou e eles ficaram próximo demais. Dean já não estava com uma mulher a quase um ano e ficar tão próximo de Beth era um perigo. Ela era sensual e tinha um corpo bonito, ele estava cedendo. Beth o beijou e os dois se deitaram na cama, como Beth falou, Dean sempre cura as magoas com ela.

...

Eva se levantou angustiada, algo dentro dela parecia haver se quebrado. Ela sentia um aperto no coração e uma sensação ruim de que algo estava fora do normal. Levantou e tomou um banho, deixou a ducha fria do chuveiro cair por um longo tempo em sua cabeça e pensava em tudo que aconteceu em sua vida nesses últimos meses, já estava como vampira a quase um ano. Perdia as esperanças a cada dia, pensava que não voltaria a ser humana nunca mais, já havia se aceitado como era. Agora restava convencer os outros a deixá-la partir. Vestiu a sua roupa e arrumou a mala, dessa vez era definitivo, ela iria embora e nunca mais olharia para trás, esqueceria de Angela, de Sam e do grande amor da vida dela, Dean. Ele merecia algo muito melhor do que uma sanguessuga.

Eva pôs a mala nas costas e seguiu até o quarto de Sam e Angela, queria se despedir. Algo dentro dela dizia para simplesmente subir na moto e ir embora, mas ela tinha que dar satisfação.

Rodou a maçaneta devagar a abriu somente uma brechinha, tinha que ter certeza que Angela e Sam não estavam namorando, antes dela entrar. Mas ela se arrependeu de ter visto aquela cena, Dean estava fazendo amor com Beth.

A Walters fechou a porta e se encostou na parede, definitivamente ela tinha que ir, mas não teve forças para andar até a moto, se ajoelhou chorando ali mesmo.

- Não se desespere, é uma fase. – falou Castiel abaixando na frente dela.

- Não tem retorno. – Eva chorava descontroladamente.

- Sim, tem. – Castiel segurou Eva pelos braços e a pôs de pé. – Acabou os seus dias como vampira Eva.

- O que? – falou ela sem entender.

- Achei o paradeiro do Peter. Ele esta em uma cidade fantasma chamada Centralia, Pensilvânia. Vá o mais depressa que conseguir, eu aviso aos outros.

- Não – falou ela em um fôlego só. – Não avise. Estou saindo da vida deles para sempre.

- Apenas vá logo. – falou Castiel tocando o ombro da jovem. Eva seguiu até a moto e ligou, deixando todos para trás. – Abandonar todos não será tão fácil quanto você pensa menina. – Castiel desapareceu e apareceu dentro do quarto onde Dean e Beth estavam.

- Dean. – falou o anjo, assustando o loiro.

- Mas que merda Cass, você não pode aparecer assim. – Beth se cobriu e Dean ficou desconcertado.

- Sinto muito. Apenas vim dar um recado. – Castiel olhou para Beth e encarou Dean. – Eva foi embora. Viu você e Beth copularem.

- O que?

- Ela está indo ao encontro de Peter na cidade de Centralia, Pensilvânia e sugiro que vocês vão atrás dela, ela vai precisar de toda ajuda possível. – Falando isso Castiel desapareceu e Dean pulou da cama.

- Você vai agora? – falou Beth.

- Não posso deixá-la sozinha. – falou o loiro. Ele buscou a chave do Impala e pegou a mala. Pegou o celular e ligou para Sam.

- Sam, venha para o motel agora e arrume as coisa, estou saindo agora, me encontre na estrada, estou indo para Centralia, Pensilvânia. – ele desligou o celular assim que deixou a mensagem de voz.

- E quanto a mim? – falou Beth

- Eu sinto muito Beth, por mais que eu transe com outras mulheres, por mais que Eva e eu não estejamos juntos como um casal, protege-la é a minha prioridade. Se ela precisa de mim, eu jogo tudo para o alto e vou ajudá-la.

- Isso se chama amor. – falou Beth desolada.

- É, amor. – concluiu Dean.

- Vai e mata esse tal de Peter.

- Pode deixar comigo. – falando isso o loiro sai do quarto e fecha a conta na recepcao. Entra no impala e sai em alta velocidade pela estrada, tinha muito caminho pela frente e por maior que fosse a prova, ele nunca deixaria Eva sozinha.


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Notas finais do capítulo

É isso galera, espero que gostem desse último capitulo... vou agora começar a escrever a proxima história (AMBUSH IN THE NIGHT) e finalmente Peter vai aparecer... como será esse encontro entre Dean e Eva depois do que a moça viu?

pS.: A história que citei ontem, que é pesada, é sim sobrenatural e virá logo depois de AMBUSH IN THE NIGHT se chamara IN YOUR DREAMS... vou pensar se posto... mas tá mais para sim que para não... O__o...

beijinhos a todos e obrigada por acompanharem mais essa historia.



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