A Far-off Memory escrita por LawlietShoujo


Capítulo 1
O dia em que tudo sumiu


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ♥



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– Ryutaro, tenho algo pra te dar. - O menino de cabelos negros se aproxima, com a mão fechada contra o peito. Trazia consigo um sorriso doce e apaixonado.

– Y-Yosuke?

– Feche os olhos e me dê sua mão.

O pequeno ruivinho obedece, sentindo o outro segurar seu pulso com delicadeza e estender seu dedo anelar, dizendo "Não olhe ainda". Aos poucos ele sente algo gelado abraçar seu dedo, e fica tentado a abrir os olhos, mas é repreendido pelo outro, que não terminara. Ryutaro cora quando sente Yosuke beijar as costas de sua mão.

– Pode olhar.

As pálpebras do menor se abrem vagarosamente, revelando seus olhos acinzentados e profundos, que se deparam com a visão de um anel. Não era um anel qualquer - ele sabia que Yosuke herdara de seu avô quando era muito pequeno, mas só recebeu quando criou responsabilidade. Um anel de prata com uma rosa de mesmo material em destaque. Uma pedrinha azul ficava no centro da flor, quase imperceptivel, e uma linha seguindo a tonalidade azulada estava no entorno do anel, dividindo-o em duas metades idênticas - a tal linha era interrompida apenas pela rosa.

– Não posso aceitar! É algo muito valioso pra você!

– Idiota, você é muito mais do que esse anel pra mim. Mas ao usar o anel, também estará selando uma promessa comigo, certo? Enquanto o tiver, você será somente meu. Será um de nossos segredos.

Antes que o outro pudesse emitir alguma resposta, o moreno o puxa pela cintura, beijando seus lábios carinhosamente, com um pequeno sorriso brincalhao. "Faça uma boa viagem, Ryu-chan. E volte logo pra mim, ok? Eu amo você.".

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Entediavam-se no carro. Ryutaro, sua irmã mais nova - a pequena Megumi - e seus pais. Estavam viajando para visitar os parentes, rever amigos da cidade natal e festejar juntos. Chovia muito e estava escuro - a visibilidade da estrada fora seriamente comprometida, então redobraram o cuidado na direção. Estavam ansiosos para chegar, mas não aceleravam por isso. De repente, uma curva, um motorista embriagado, um barulho rasgante de pneus, um impacto. E então, mais nada.

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Ryutaro estava no hospital há pouco mais de uma semana. Ele não podia receber visitas desde uma delicada cirurgia que fizera há alguns dias, mas agora estava finalmente autorizado a recebê-las. As ferragens do acidente deixaram na pele empalidecida de suas costas uma cicatriz profunda e grande, em transversal, mas fora isso, não havia mais nada que pudesse provar que algo tão terrível acontecera.

A família do ruivo estava relativamente bem. Seus pais não tiveram muitos problemas e conseguiram alta pouco depois; sua irmã, que estava em pior estado, estabilizara, mas ainda respirava com ajuda de aparelhos. Fora um acontecimento terrível, mas sem as piores consequências.

– Devido ao acidente, é provável que Ryutaro tenha perdido a maior parte das memórias recentes, então tenham muita paciência com ele e não revelem isso, porque será pior. Se outras pessoas vierem visitá-lo, peçam para que, no caso dele não se recordar delas, não insistam e aguardem que ele se lembre naturalmente. - O médico alerta aos pais, segurando uma prancheta repleta de papéis nas mãos. - Não se sabe quando as lembranças voltarão e ele passará por um processo difícil, mas ficará bem.

A mãe então adentra o quarto do hospital, vendo seu filho despertar lentamente, livrando-se dos sedativos, olhando ao redor e, à medida que recobrava os sentidos, se assustando com a situação em que se encontrava.

– M-mãe... Por que estou aqui...?

Shh, Ryu-chan, fique calmo. - A senhora tinha uma voz angelical e acalma os ânimos do rapaz. Ela se senta ao lado dele e segura sua mão. - Fizemos uma viagem para visitar seus avós e... Sofremos um acidente... Não se preocupe, estamos todos bem e logo você sairá daqui.

O garoto abre mais os olhos, a fim de deixá-los se acostumar com a luminosidade. Seu corpo inteiro doía, estava zonzo, perdido e muito cansado. "Que dia é hoje?", ele pergunta, se encolhendo nos lençóis que o cobriam. "15 de Julho, amor", a mãe responde, fazendo um carinho docemente maternal em seus cabelos.

Ryutaro suspira, se deixando adormecer novamente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado da leitura! >_



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