- Onii-chan...

- Haruna...

Os lábios dos dois irmãos se tocaram.

Haruna fechou os olhos, não podia acreditar que estava dando outro beijo no seu irmão, mas era isso que tanto queria. Ela queria seu irmão. Aqueles lábios tocavam os dela, eram os lábios do seu irmão, de novo aquele sentimento de culpa a tomou, mas de repente sentiu os braços de Kidou a envolver. Ele estava a abraçando e apertando todo seu corpo contra o dela enquanto colocava carinhosamente a língua no beijo.

De novo Haruna se viu na situação de ceder ou não, porque pela cena que presenciamos é óbvio que Kidou está disposto a continuar.

- Onii-chan... Espera. – a Otanashi colocou sua mão sobre o peito do irmão e o afastou. – Não podemos.

- Mas já fizemos. – ele disse segurando o rosto da irmã e lhe dando mais um selinho.

Kidou deixou sua mão cair, e ficou alisando o pescoço dela, mas novamente Haruna o afastou. Ela estava toda corada e tentava entender como seu irmão negava todas as consequências.

Ele passou a mão no rosto da irmã, ela tinha um ar preocupado, e só então lembrou que estavam na casa de Haruna e que qualquer hora a senhor Otanashi podia aparecer por ali. Ele saiu de cima da irmã todo envergonhado, afinal tinha cedido a tentação de beijá-la e ficou constrangido por isso. Kidou sentou no chão, pernas cruzadas e abaixou a cabeça dizendo:

- Me desculpe.

- Tu-Tudo bem... – ela desculpou o irmão e virou seu rosto corado.

Os dois ficaram assim por muito tempo, um aperto tomava os corações deles e tentavam entender o que era aquilo. Sentia que queriam mais, mas não podiam. Aquilo estava matando os dois, Haruna sentia um calor percorrer seu corpo e jurava que ainda podia sentir a língua do seu irmão na sua boca. Ela cerrou os olhos, como se estivesse repreendendo seus pensamentos, mas Kidou notando o gesto, perguntou:

- Tudo bem, Haruna?

- Tu-Tudo! É só que... Hum... Você beija bem, Onii-chan.

- Eu?! – Kidou já estava rubro. – O-Obrigado.

- Você tirou minha virgindade da boca, Onii-chan.

- Haruna, não diga coisas desnecessárias. – ele a reprendeu.

Ela riu de canto, ainda estava envergonhada, mas percebeu que seu irmão não era tão forte como parecia. Ele apenas se empolgava demais.

Para a surpresa de Kidou, sua irmã desceu da cama e veio engatinhando pra cima dele. Ele engoliu seco, o que a irmã estaria planejando? Haruna colocou sua mão no peito dele e logo após o envolveu em um abraço, o apertou forte e disse:

- Obrigado pelo anel.

- D-De nada. – ele a abraçou também e pode sentir o perfume da irmã.

- Se lembra de quando eu começava a chorar e você me abraçava assim? – Haruna perguntou, enquanto respirava no pescoço dele.

- Lembro. – ele arrepiava com a respiração quente da irmã e começou a esfregar as costas dela. – Você era chorona demais.

- Era! Ainda bem que você sabe, eu era chorona!

- Sei! – o irmão riu. – Agente cresceu, Haruna.

- Cresceu mesmo. – ela pousou sua cabeça sobre o ombro do seu irmão.

- Agora o que eu sinto por você não é mais um simples amor de irmão. – Kidou conseguiu dizer isso a sua irmã e logo a apertou.

Kidou acabara dizer o que realmente sentia por Haruna, será que ele já tinha plena certeza do que estava dizendo? Não, não podia ser, mas com isso a curiosidade de Haruna falou alto:

- Então... – ela o encarou. – Você me am—

- Eu te amo! – Haruna arregalou os olhos com as palavras dele. - Eu quero te proteger, mas quero te proteger estando do seu lado.

- Sendo meu irmão você pode ficar do meu lado também. – ela abaixou a cabeça, ainda estava confusa, será que o irmão esperava que ela retribuísse esse amor incerto?

- Eu quero estar do seu lado tendo o seu amor, não só o amor de irmão, mas todo seu amor. – ele puxou a irmã, fazendo a sentar no colo dele e lhe puxou pra mais um beijo, entretanto, Haruna virou o rosto na hora.

Ela tivera escutado algo nas escadas, com certeza sua mãe estava vindo.

- É ela. – sussurrou Haruna.

Ela tentou se levantar do colo do irmão, mas Kidou descruzava as pernas ao mesmo tempo naquela agonia, batendo sem querer na perna da irmã, ela caiu de costa no chão e o vestido dela tinha levantado até a cintura, Kidou pode ver a calcinha azul-claro que ela estava usando.

Os dois olharam um pro outro, na verdade Kidou estava olhando pra calcinha da irmã, estavam os dois corados, mais do que antes, o nariz de Kidou começou a sangrar. Ela por sua vendo que o irmão estava se animando muito com a cena, ajeitou seu vestido rapidamente e...

- Oi. – Kiara acabará de entrar no quarto. – O que estão fazendo? – ela sorriu, mas isso logo sumiu quando viu o nariz de Kidou sangrando. - Está excitado com o que, Kidou-kun? – a voz da senhora Otanashi tinha um tom ameaçador.

“É o meu fim!”, pensou Kidou.

- Eu dei um soco nele. Ele queria ler meu diário. – Haruna rapidamente inventou uma desculpa.

- Ah entendo. Respeite sua irmã, Kidou-kun. – Kiara novamente voltou a sorri como se nada tivesse acontecido. – Qualquer coisa, estou lá embaixo. – ela se retirou.

- Ufa. – Kidou suspirou de alívio, por pouco não tivera sido descoberto. – Obrigado, Haruna.

- De nada, mas não podemos correr mais perigos por hoje.

- Concordo, acho melhor eu ir embora.

Haruna o acompanhou até a saída, Kidou desejou uma boa noite a senhora Otanashi e logo saiu. Nesse tempo nenhum dos irmãos disse mas nada, Haruna estava na porta acenou para o irmão, ele retribuiu o gesto, até que antes de sair pelo portão da casa disse:

- Eu te... – ele repensou no que ia dizer, talvez estivesse indo muito rápido, ou não, mas ele não queria arriscar no momento, pois sua irmã ainda estava muito confusa. – Eu te vejo amanhã. – ele sorriu de canto.

- Até amanhã. – ela sorriu também e logo depois de Kidou desaparecer da sua visão, ela entrou em casa, encostou-se na porta e sentou-se no chão, suspirando fundo.

Ela tentava entender que Kidou era o que ela tinha conhecido essa noite, ele parecia autoritário, mas ao mesmo tempo protetor e um tanto que pervertido, e ainda tímido em certas partes. Para Haruna, seu irmão continuava um mistério, mas de alguma forma ele começava a iluminar aquele sentimento escondido no coração dela.