Without Hope escrita por Borboleta Negra


Capítulo 8
Totalmente Frustrada




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_Por que logo hoje quer falar dela?_Ouvi sua voz abafada pela porta.

_Percebi que estão mais próximos.

_Por que eu estaria mais próximo de uma garota de sangue sujo?

_Bom, eu sou uma “sangue-ruim”, como vocês dizem... E estamos nos falando á quatro anos.

Ouvi seu suspiro.

_É, eu sei. Mas é diferente, é como se você fosse um diário meu.

Ela riu ligeiramente.

_Então... Vamos falar sobre a Granger._Murta disse.

_Tudo bem.

_Vamos, o que mudou durante esses anos? O que não se tornou mais irritante nela.

_Bem...

_Hermione!_Ouvi uma voz no corredor e me apressei á tirar o ouvido da porta.

_Ah, oi Teodoro._O praguejei silenciosamente por ter me impedido de ouvir o resto da conversa.

_Espiando alguns monitores, Granger?_Sua voz soava maliciosa.

_Ah, n-não Teodoro, eu a-apenas...

_Entendo._Ele me cortou._Enfim, amanhã será meu aniversario! Eu quero que você vá há minha festa!

_Mas Teodoro, eu...

_Ótimo!_Ele me cortou novamente._Amanhã eu vou te encontrar ás 20:00 na torre da Grifinória, e você vai mesmo que eu te arraste.

_Mas Teodoro..._Tentei novamente.

_Te vejo amanhã._E dizendo isso, desapareceu pelo corredor.

Suspirei frustrada e colei meu ouvido á porta amadeirada. Tudo que eu ouvi foram os pés de Malfoy tocando o chão, molhados. Andei então até a torre da Grifinória... Totalmente Frustrada.

Eu passei a noite em claro. Remoendo todos os acontecimentos. Eu havia ficado bastante frustrada, a vontade de chorar era enorme, mas me contive. Frustrada... Bem, eu não sei o porquê. Eu devia estar curiosa, triste por não ter sabido o que veio á seguir ou até mesmo magoada... Mas frustrada? Não, esse era um sentimento novo para mim. Deprimida. Também era outra palavra boa para caracterizar o que eu estava sentindo. E realmente, isso não fazia o menor sentido.

Eu estava... Fascinada por Draco. Sim, era o que eu sentia. Pois quando estávamos conversando, ou até mesmo quando ele me insultava ou até o contrario, eu esquecia da minha dor por Rony. Não de Rony, mas de minha dor. Pois alguém na qual eu nunca gostaria de esquecer era ele. Levantei-me e abri a janela de vidro, olhando para o gramado tão longínquo. A brisa era fria, balançava gentilmente meus cabelos. As estrelas se destacavam no céu. Eu deixei a janela aberta, apenas para me deitar novamente olhando para o céu enquanto meu ombro era coberto pelo frio da noite.

Deixei meus olhos se fecharem lentamente. A janela, na verdade tinha um significado. A partir do dia em que Wendy deixou Peter Pan, ela deixou sua janela aberta, apenas para lembrar-se dele. Nunca esquecê-lo. Isso era plágio, mas por que não copiar? Aquilo era um conto infantil trouxa, o que queria dizer que era um segredinho meu, comigo mesma. Algo na qual somente eu sabia o significado.

E pensando sobre os meninos perdidos, acabei adormecendo de fato.

Meus sonhos foram conturbados. Bons, de certa forma. Fez-me lembrar dos dias em que eu ainda não me culpava pela morte de alguém... Que eu amava. Levantei-me e coloquei uma roupa qualquer. Para ser mais exata, uma calça jeans e uma blusa de lã fina e azul. Tênis brancos nos pés. Fui até o Salão Principal e comecei á comer, ouvindo algo que Harry lia do Profeta Diário. Mas as noticias estavam tão chatas... Tão chatas que nem ao menos entravam em meus ouvidos. Dei a desculpa que teria de ir á biblioteca e fui para a Sala Precisa.

Ao abrir as portas pesadas, ouvi soluços abafados. Minhas sobrancelhas, por reflexo, se juntaram, e então eu entrei na Sala, fechando a porta rapidamente atrás de mim. Minhas passadas foram como pulos até o sofá avermelhado e, chegando lá, encontrei Draco deitado. Seus braços apertavam o rosto contra a almofada macia, seus dedos tão comprimidos que chegavam á ficar brancos.

As roupas amarrotadas denunciaram que ele passara a noite toda ali, chorando. Ele estava na posição de um feto. Parecia tão frágil agora, tão quebrável... Toquei numa das mechas aloiradas dele e o mesmo me olhou. Seu rosto estava convertido em dor e sofrimento.

_Draco..._Murmurei preocupada, sentando-me no sofá, ainda com minha mão sobre seus cabelos. Ele me olhava atentamente._O que houve?_Minha voz denunciava a preocupação.

_Minha mãe..._Sua voz saiu chorosa e embargada._Ela foi condenada... Á..._Sua voz pareceu desaparecer, então ele mordeu o lábio, deixando mais lágrimas correrem livremente sobre suas maçãs agora rubras.

Deixei minha mão escorregar para seu maxilar, então lentamente o abraçou. Espantou-me o fato de que ele envolveu rapidamente seus braços em minha cintura, fazendo-me ajoelhar em sua frente, enquanto ele chorava contra meu ventre coberto pela blusa de lã. Minhas mãos cobriram seus cabelos, acariciando-os levemente, enquanto ele afogava suas magoas. Agora ele não soluçava mais, mas eu ainda sentia suas lágrimas passarem sobre meu ventre. Seu corpo começou lentamente á pesar e então percebi que Draco havia dormido.

Deitei-o gentilmente sobre o sofá, amaciando a almofada e “pedindo” á sala um cobertor quente. Assim que apareceu aos meus pés, eu cobri Malfoy até os ombros, deixando seu rosto passível para fora. Seus olhos fechados estavam calmos, seus lábios ligeiramente afastados me fizeram arrepios na coluna. Lentamente eu fui para perto dele, perto de seu rosto, até estarmos á apenas 1 cm. Fechei meus olhos, mas quando vi o que estava fazendo, franzi meus lábios.

O que eu estava pensando? Afinal, o que eu estava pensando? Que situação mais ridícula! Eu nem ao menos... Gostava dele. Por que de repente seus lábios me davam arrepios e desejo? Ah, acho que tantas matérias e estudos estavam me confundindo, me deixando louca. Suspirei me afastando dele, sentando-me perto de seus pés descalços sob a coberta. Acho que se passaram algumas horas, mas que pareceram minutos. Quando eu percebi, o sol estava á pouco de alcançar o horizonte.

Os olhos de Draco se abriram lentamente, o que me fez perceber que eu o fitara esse tempo inteiro. Desviei o olhar corando e a resposta ao ato veio ligeira.

_Não precisa se envergonhar tem meninas olhando para mim toda hora.

Essa afirmativa me fez corar ainda mais enquanto sentia seus pés se afastarem. Ele estava se sentando. Olhei para ele, que limpava as lágrimas já secas e então mordeu os lábios. Eu sabia que ele iria começar á chorar, mas ele não o fez. Com muita força de vontade ele ás conteve. Olhou para meu ventre e falou.

_Desculpe-me, pela sua blusa, eu..._Ele olhou em meus olhos, me provocando um estranho frio na coluna._Não foi por querer._Sua voz saiu rouca, como um sussurro, enquanto ele olhava atenta e fixamente para meus olhos.

Merlin... Acho que estou apaixonada.


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Notas finais do capítulo

Sim, eu sou MÁ!
*-*
Agora, eu peço, suplico de joelhos, beijo seus lindos dedinhos do pé para que recomendem essa fanfic
T.T
Se não souberem como fazer, é só avisar nos reviews que eu coloco nas notas finais do proximo capitulo, mas POR FAVOR, eu IMPLORO
*chora*