Entre o Céu e o Inferno escrita por YagamiMegumi


Capítulo 6
Entre a Dor e o Amor


Notas iniciais do capítulo

mais um capitulo para v6, espero que gostem
como sempre revisão pela DeborahB
boa leitura



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Ele se foi batendo suas lindas asas pra fora da janela. naquele momento eu senti dor, mas não uma simples dor. Aquela era a dor da rejeição. Eu queria voltar pra casa, meu ninho, voltar a correr no jardim sem me preocupar de encontrar um demônio pra arranjar confusão. Flashes passaram pela minha mente. Acho que eu andei cheirando orégano. Como pude pedir pra ele me fazer sua? Eu não sou de ninguém e ele nem é meu... Por enquanto... FOCO DROGA!

            Chutei-me internamente por meu pensamento. Sentei na poltrona e percebi que já amanhecera. O despertador tocou e Joey caiu da cama com o susto, eu sorri, contudo meu sorriso não chegava aos meus olhos. Ele tomou banho e saiu de lá com sua boxer vermelha. Não me importei de vê-lo se arrumando, nada ali atraia a minha atenção. Não mais. Bom, ele ainda continuava sendo um gostoso com aquele tanquinho e tal, ainda mais de boxer e aquele cabelo molhado pingando e. STOP!

            Essa não sou eu. Cadê aquele anjo puro?? Aquele anjo forte e bondoso?? Morreu?? Não, eu ainda o sinto vivo e pulsante aqui dentro. Então prometi a mim mesma que iria voltar ao meu trabalho e não permitiria uma rejeição atrapalhar-me, por mais dolorosa que ela seja.

            Vi que Joey já havia descido e eu o acompanhei correndo. Joey assistiu às aulas quietinho, e o diabinho não aparecera. Acho que ele iria chegar na hora do almoço, que já era agora. Joey sentou-se com seus amigos e eu fiz o mesmo. Por que ele não me quer? Não sou tão boa assim pra ele?? Uma lágrima solitária rolou por meu rosto e eu prometi a mim mesma que aquela lágrima era a última que eu derramaria.

            - Por que choras lindo anjo?? - Uma voz suave falou ao meu lado, um anjo. Sorri tristemente

            - Não se preocupe, logo passa - Falei tentando convencer mais a mim mesma do que ele.

            - Claro que me preocupo, meu nome é Castiel - Ele falou docemente.

            - Alguns problemas, mas meu nome é Melissa Angel - Falei e ele pegou minha mão e a beijou em um gesto carinhoso. corei envergonhada.

            - Prazer senhorita - Ele riu pela minha expressão. - Então, vejo que seus problemas a fazem chorar.

            - Sim, eles fazem - Falei com a voz embargada e os olhos úmidos. Antes que eu pudesse protestar ele puxou-me para um abraço, um abraço fraternal. Retribuí o abraço feliz com meu novo amigo. Alguém pigarreou ferozmente, a razão do meu sofrimento. Ele se sentou no meu outro lado, com a expressão dura. Mais uma lágrima queria escapar, mas Castiel passou os dedos pela minha bochecha, limpando vestígios de tristeza.

            - Agora já sei o porquê de tanta tristeza - Ele falou com a expressão vaga, um garoto levantou da mesa se despedindo dos amigos e Joey fizera o mesmo. Castiel se levantou e eu também. Ele me envolveu em mais um de seus abraços carinhosos e eu o apertei contra meu corpo, agora ele era meu amigo. Naquele momento ele pegou meu rosto entre suas mãos e me deu um beijo no rosto, e aproximou sua boca do meu ouvido.

           - Não se preocupe, ele vai abrir os olhos e perceber o que está perdendo - Ele sussurrou pra mim. Entendi seu comentário e sorri um sorriso verdadeiro.

            - Obrigada - Falei com a voz animada. Ele acenou pra mim e virou acompanhando seu protegido. Voltei a sentar ali onde eu estava já um pouco menos triste.

            - Você não perde tempo não é?? Alguns segundos atrás você queria ser minha, agora fica se jogando nos braços de qualquer um!! É uma vadia mesmo, tão ingênua quanto o Pai!

Plaft!

            Meus dedos formigavam enquanto eu podia ver levemente a marca da minha mão no rosto do diabinho.

            - Nunca-Abra-Essa-Boca-Imunda-Pra-Falar-Do-Meu-PAI! Você não O conhece - Cuspi as palavras ardendo em ódio. Ele riu sombriamente, o que me fez encolher.

            - A mesma boca imunda que você queria ontem não é?? - Ele falou irônico. Logo alguns anjos e diabinhos viraram a cabeça visivelmente interessados na nossa conversa.

            - Cale a boca! Você foi quem me atacou!. - Falei entrando no seu próprio jogo.

            - Rá! Dúvido se tudo aquilo foi mentira, vai confessa!

            - Nem se a mamãe Maria dançasse funk na mesa da ceia - Senti um formigamento estranho no meu corpo. Olhei pra cima - Desculpe mamãe - O formigamento parou e eu olhei para Joey, ele ria e conversava com seus amigos animadamente. Suspirei pesadamente.

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            Mel voltou-se para os meninos da mesa. Respirei fundo e a abracei por trás. Ela não esperava por isso, no primeiro momento ela ficou tensa, mas depois relaxou nos meus braços. Então eu disse em seu ouvido:

            - Você me perdoa por ontem?

            - Eu te perdoar? Mas você não fez nada. Nada além de brincar com os meus sentimentos e me largar sozinha. Contudo isso não é algo de que um diabinho deva se envergonhar, certo? – Ela me respondeu forçando um tom sarcástico, mas eu podia sentir a dor em sua voz – Não me olhe assim, parece um anjinho que caiu da nuvem, se quer tanto meu perdão eu te dou meu perdão. Afinal perdoar é algo que o meu pai ensina

                -Precisamos conversar – Tornei - Mas não aqui

                Olhamos em volta e vimos que todos os demônios e anjos do lugar nos olhavam com atenção, sem disfarçar sua curiosidade. Deixando o moleque com seus amigos voamos para longe. Ela tomou à dianteira e eu a segui sem hesitar, ficando atrás podia olhar melhor para aquela criatura divina.

                - Você é um diabinho muito inútil – Ela falou virando-se para trás com um sorriso – Nem conseguiu  machucar a minha asa direito

                - Isso porque você não agüentaria se eu fizesse de verdade – Devolvi

                Chegamos em um parque. eu continuei seguindo-a a pé até que chegamos em um bosque. Ela virou-se para mim, olhou em meus olhos com um misto de medo e confiança, então baixou o olhar e perguntou:

                 - O que foi aquilo ontem a noite? O que você pretendia me beijando?

                Como não pude evitar, soltei uma risada

                -È por isso que eu não devia me envolver com demônios, vocês riem de tudo - disse ela furiosa

                - Não estou rindo de você. Passei a noite toda me perguntando exatamente as mesmas coisas

                - Você apenas queria brincar comigo não é mesmo? As criaturas do inferno se divertem com o sofrimento dos outros, são todos animais sem coração

                - O que você sabe sobre mim? Nada. Não sabe nada. Vocês anjos não tem idéia do que  nos passamos no inferno – Respondi com raiva

                - Você foi para o inferno porque quis. Você não sabia o que fazer? Era só não pecar, porem não conseguiu se conter, não é mesmo? O Prazer em fazer as coisas erradas era grande demais...

                - Cale a boca! Você me diz o que é certo, mas eu te digo o que é verdade – Nesse momento ela estava espantada com o tom de minha voz – Você sabe o que é a guerra? Sabe o que é ser mandado para a morte para que alguns possam lucrar com a venda das armas? Consegue imaginar como é ver um a um os seus companheiros morrerem estraçalhados pelo inimigo? Matar para continuar vivo, se agarrar com todas as forças a vida até que sem entender nada algo o tira da dela também?

                Fiz uma pausa, as lembranças me atormentavam, eu era capaz de sentir o cheiro do enxofre e o calor das chamas como se estivesse de volta ao lugar de minha perdição, voltei a narrar o meu fim

                - Então eu acordei em um lugar cercado por chamas, onde  todos os dias são pura dor e sofrimento, só de pensar que enquanto eu passava por tudo isso você estava se divertindo nas nuvens...

                -Des-desculpe-me. Não fazia idéia - Balbuciou Melissa

            - Não me pergunte o que eu queria ontem a noite, pois eu também não sei. Tudo o que quero é esquecer  o que passou, mas não consigo

            - Eu te ajudo a esquecer. Se concentre em mim e esquecerá o resto

            - Se fosse assim tão fácil - Duvidei

            - O amor pode curar qualquer ferida

            Amor, Amor, essa palavra mais uma vez, mas o que significa o amor? O que é isso que eu tenho que tomar cuidado e e ao mesmo tempo cura qualquer ferida? Será uma arma do carinha lá de cima? Ou talvez um guerreiro poderoso?

            - O que seria esse tal de amor? –perguntei meio inseguro

            Angel começou a gargalhar...

            -Vo-você não sabe o que é amor? – mais uma alta gargalhada – Você só pode estar brincando. Ei, ei calma ai diabinho, tá ficando vermelho. Hahahaha!

            - Se você não quer dizer não tem problema, eu descubro sozinho – Dizendo isso sai voando, levado por minha fúria. Se ela não fosse tão bela já estaria sem a cabeça

            Voltei à escola, se seguisse o Joey eu acabaria a encontrando mais uma vez, então resolvi seguir a loira gostosa. Descobri que ela se chamava Ana, fiquei acompanhando a menina, mas ela não aceitava meus conselhos tão facilmente quanto o moleque. Quando as aulas acabaram eu a segui até onde ela morava e a observei-a enquanto ela se arrumava para ir ao cinema. A garota era demais para o pirralho. Contudo seria divertido vê-lo tentar.

            Eu a segui até o cinema. Chegando lá eu soprei no ouvido ela, enquanto esperávamos o menino chegar:

“Você o quer”

Mas não surtiu efeito nenhum, ela continuava esperando impaciente.

“Se você ficar com ele, todas as meninas terão inveja”

Não funcionou. Resolvi usar uma técnica diferente.

“Ele te ama, só tem vergonha de admitir”

            Como mágica um leve sorriso se abriu na cara da loira. O amor parece ser realmente poderoso, pensei.

            Logo depois, vi Joey e seu anjo da guarda chegarem. Escondi-me para não ser visto. Angel estava com uma cara de quem não estava nem um pouco afim de estar ali, isso me divertiu. Os dois meninos entraram no cinema e a protetora sentou-se atrás deles.

            Enquanto o filme se desenrolava eu ficava na duvida se deveria me aproximar da criatura celeste ou não. Na telona as cenas se seguiam, o filme era uma comedia romântica horrível. Não sei como o moleque podia pagar para ver aquilo.

            A anja se irritou com o filme e decidiu ir embora. Ela se levantou e quando virou para a saída me avistou e ficou sem reação. Eu fui chegando perto dela...

 

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((anjinha))

Ele foi se aproximando lentamente de mim,como se esperasse uma permissão,fechei os olhos e me aproximei,encostando nossos lábios,ele me pegou pela nuca enquanto eu o agarrava pelo pescoço,nossas línguas dançavam em sincronia,um explorando o máximo do outro,ele me puxou mais pra si,como se fosse possível,como se quisesse que eu não fugisse,e eu não iria.Só então percebi como nós estávamos.Eu estava por cima dele,com minhas pernas presas na sua cintura,percebi sua pequena "animação" em baixo de mim,gargalhei sonoramente e me sentei formalmente na cadeira ao lado dele.Olhei pro meu lado e vi Joey se chupando com uma garota,choquei!Cutuquei o diabinho ao meu lado e apontei pro nosso protegido.Ele gargalhou orgulhoso.Eu hein.

Ele me olhou com olhares sugestivos e eu fingi ignorar,fazendo pequenos cachos com meu cabelo,ele se aproximou de mim e começou a beijar o meu pescoço,o que me fez arrepiar,ele se afastou rindo.Percebi que já estava nos créditos finais,Joey se levantou de mãos dadas com a garota e caminhou para fora do cinema,eu corri atrás deles,tenho essa mania de ficar pra trás.Senti algo me puxando por trás e alguém colocar a boca perto de meu ouvido.

- Querendo fugir de mim?? - Falou rouco,morri e ressuscitei.

- n-n-não - Maldita hora pra gaguejar!.Ele riu do me desengonço.

- Parece que eu te deixo nervosa...

- Talvez - falei puxando ele pra perto de Joey,um grupo de diabinhos passaram no nosso lado e um deles,o mais bonito,piscou pra mim.Abaixei o olhar,envergonhada.

Grrrr!Ouvi o rosnado bestial saindo da boca do meu diabinho.Ele fuzilava os outros com o olhar.Peguei seu rosto entre as minhas mãos.

- Cuti-cuti tá com ciúme.- Falei sorrindo irônicamente.Que foi??Eu não ía deixar passar essa...

- Ahh não,cuti-cuti não,isso soa muito gay - Ele resmungou num tom irado.Ri da sua atitude.

- Ah cuti-cuti,você é lindo sabia ??- falei manhosa,dando pequenos selinhos na sua boca.Ele me puxou pra um beijo feroz,adorooo!

esus apaga a luz e deixa que eu faço o resto.Então a coisa mais estranha aconteceu.

Faltou luz!Só pode ser brincadeira!Naquele momento eu tive uma crise de riso.Respirei fundo várias vezes e me controlei,abanei as mãos procurando meu diabinho até que consegui apalpar alguma coisa,um demônio,percebi pelo tanquinho,ele me puxou para um beijo feroz,é ele.Bem, era isso que eu pensava até a luz acender.

Que droga é essa???Ele não era meu diabinho,dei-lhe um empurrão seguido de um tapa.

- Mas que droga é essa??Tá cheirando orégano??Seu...seu...Tarado!- Gritei alterada,meu verdadeiro diabinho se pôs ao meu lado,colocando seus braços fortes e musculosos em volta da minha cintura.Morri e ressuscitei. 

- Nem vem gatinha,você que me agarrou - Ele falou na cara de pau.Bufei.

- Mas que mentira,eu tava procurando o meu diabinho - Falei,e em um gesto meio infantil dei língua pra ele,logo em seguida peguei o rosto do meu diabinho e lasquei-lhe um beijão,dizendo que eu já tinha dono,e lógico que ele retribuiu.O diabinho falso saiu de fininho.Acho bom.


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Notas finais do capítulo

eu não deixaria de comentar "nem se a mamãe Maria dançasse funk na mesa da ceia"



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