PDV Jason:

Merda, quem é que está tomando banho no meu banheiro à uma hora dessas hein?! Quando olhei para o despertador e vi que ainda eram sete da manhã, bufei irritado, que idiota acorda uma hora dessas em um sábado e ainda por cima vai direto para o banheiro?! Bufei mais uma vez e virei para o outro lado tentando dormir.

Só que não consegui mais, tinha alguma coisa me incomodando, foi aí que as coisas se encaixaram. Aquele despertador não era o meu, me sentei um pouco rápido demais na cama e acabei por ver tudo rodar, depois de alguns segundos a minha visão voltou ao normal. Passei a prestar atenção no quarto, bom vamos analisar: meu quarto não tem paredes rosa, nem ursinhos de pelúcia ou um closet cheio de roupas femininas. Olhei pra ver se eu estava vestindo alguma roupa diferente e vi que não, estava com uma Boxer preta, normal, olhei para closet novamente... Hum... É acho que eu não estou no meu quarto.

Depois de chegar a minha brilhante conclusão vi a porta do banheiro ser aberta e de lá sair uma tremenda gostosa, só com uma toalha enrolada ao corpo, cabelos molhados e loiros com um par de pernas que... Nossa, que pernas. Ela estava vestida de modo bem indecente, veio caminhando até mim de forma sensual e provocante.

Quando ela já estava bem próxima a cama um celular toca, mas não um celular qualquer e sim o meu, eu poderia simplesmente ignorar, mas pelo toque de chamada era a minha mãe, Catherine. Droga será que eu tinha que fazer alguma coisa hoje? Peguei depressa o celular e o levei ao ouvido logo em seguida.

– Oi!

– Oi?! É isso que você tem a me dizer Jason?! – Ela disse com uma voz irritada, isso porque acabei de atender.

– Bom eu posso perguntar se está tudo bem, se a senhora quiser! – Falei cínico.

– Vai brincando garoto, enquanto você pode, pois assim que chegar você pode ir dando adeus as suas festinhas. Você está de castigo.

– O quê?! – Perguntei um pouco alto demais, assustando a garota do quarto. Eu odiava quando ela me tratava como uma criança e me colocava de castigo, eu tenho 17 e não 5 anos.

– Não use esse tom comigo mocinho. – Respondeu com aquele tom de repreensão que só as mães têm. Bufei.

– Posso saber o porquê de eu estar de castigo? – Perguntei, já vestindo a roupa de forma mais tranquila.

– Por quê?!Não acredito que você está me perguntando por quê. – Disse irritada de novo, só rolei os olhos mesmo sabendo que ela não poderia ver. – Você esqueceu o que temos que fazer hoje, e que a propósito você está atrasado, até o Drew já está aqui, você faz ideia do que é isso?! O Drew já está aqui!

– É claro que eu não esqueci mãe, é só que não vejo motivo para tanta pressa. – Na realidade eu não fazia ideia do que eu tinha que fazer hoje.

– Ah! Então você não esqueceu? – Perguntou.

– Não! –disse torcendo pra ela não me perguntar o que era.

– Então o que é que temos que fazer hoje? – Merda. Eu e os meus pensamentos.

– Bom, nós vamos... Er... Vamos... Bom... Er... Merda.

– Não Jason, nós não vamos à merda. – Disse ironicamente. – Vamos nos mudar hoje e você esqueceu. – A ouvi suspirar. – Você sabe o quanto isso é importante pra mim... Então por favor... – A voz dela morreu ali, e eu suspirei também.

– Tudo bem mãe, eu não vou estragar nada ou fazer algo do tipo, eu já estou indo, beijos.

–Tchau querido. – E a linha ficou muda.

Passei as mãos fortemente nos cabelos e expirei forte, só depois disso foi que percebi que ainda estava no quarto da loira. Olhei ao redor e vi que ela já estava vestida de uma forma mais descente podemos assim dizer e olhando pra mim com expectativa, acho melhor cortar logo o que ela está planejando pra mim e ir para casa antes que a minha mãe me ache e me leve pelos cabelos daqui.

­– Tenho que ir gata, mas qualquer coisa eu te ligo. – Sempre dizia isso, só que nunca cumpria.

– Ah, mas por quê? Nós íamos nos divertir tanto aqui. – Disse com um sorriso malicioso.

– Pode acreditar gata, disso eu não tenho dúvidas, mas eu tenho um compromisso e tenho que ir agora, então até a próxima.

– Não ganho nenhum beijo de despedida?! – Perguntou. Somente suspirei.

– Não dá gata eu realmente tenho que ir, eu ligo pra você tudo bem? – Perguntei quando finalmente coloquei meu tênis.

– Mas... – A interrompi antes de terminar.

– É sério. Eu tenho que ir – Disse já me encaminhando para porta, sai sem olhar pra trás, odeio quando são insistentes.

Já na rua tateei os bolsos a procura das chaves do meu carro, até que achei. Sorri olhando para o meu carro, ele é –depois da minha família é claro –a coisa mais importante da minha vida, meu bebê, um AUDI R8 preto com sua carroceria de alumínio e fibra de carbono. Tinha um motor FSI de 4,2 litros e 420 cv. E uma potência pra atingir 301 km/h, câmbio de seis velocidades. Ele faz de 0 a 96 km/h em 4,5 segundos. Suspirei olhando para ele, eu sempre o ficava admirando que nem um retardado, mas o carro é demais. Foi recém-adquirido por mim, tá certo que ele ainda não está perfeito ainda faltam algumas modificações, mas pode acreditar que vai ficar muito bom.

Enquanto dirigia pelas ruas de Tacoma, fiquei pensando em como essa mudança afetaria a minha vida. Minha mãe era uma decoradora de interiores, muito bem sucedida e até já fora chamada pra decorar uma casa em Paris – ela era um amor de pessoa calma na maioria das vezes, tinha os olhos da mesma cor que os meus e um corpo esbelto com algumas curvas, bom ela era linda – estávamos morando lá, eu particularmente adorava a França, e não queria ter mudado, mas no ano passado a minha mãe foi chamada pra decorar uma casa aqui, então viemos para cá, enquanto decorava a casa ela e o dono da mesma começaram a sair e daí começaram a viver uma linda história de amor. Arhg!

Nós morávamos em Nova Iorque, e agora estamos nos mudando pra Tacoma, a cidade com cheiro de celulose*. Não que eu não gostasse do John, mas sei lá, acho que noivar e morar em apenas um ano é um tempo relativamente curto. Meu irmão Drew não estava nem aí, ele disse que se ela quisesse ficar com ele então tudo bem. Drew não era meu irmão de verdade, ele era meu primo, mas quando éramos pequenos os seus pais morreram e a minha mãe cuidou dele como se fosse seu filho, ele é do tipo enorme que parece que toma bomba, é atleta então nem precisa disso. Temos a mesma idade o que facilita a convivência, ambos temos 17 anos prestes a fazer 18.

Não me satisfazia nada entrar na família em uma hora dessas, John tinha uma filha desaparecida e acabara de reencontrá-la, isso pode ser um pouco duro pra família, mas ele insiste em dizer que tudo vai ficar bem. Pelo menos eu espero que sim, não gosto de dramas familiares.

Cheguei a casa, que não era uma simples casa, mas sim uma mansão! Ainda não conhecia a família, só o John, mas sei que tem três filhas contando com a que foi reencontrada, uma tinha a minha idade 17 e se chamava Mellany, outra mais nova tinha 12 anos e se chamava Clair. Acho que vou conhecê-las hoje já a outra não faço ideia de quando, sei que ele foi buscá-la em Londres e que também tem a minha idade. Fora isso, não sei de nada.

Vi a minha mãe dando algumas instruções para o pessoal da mudança e aproveitei para escapar e procurar pelo Drew, o que foi fácil, lá estava ele carregando algumas caixas pelo que parecem ser pesadas, e duas garotas em seu encalço, a menor parecia estar o enchendo de perguntas e a outra só ficava rindo. Até que a pirralha era bonitinha tinha cabelos loiros encaracolados e olhos castanhos, mas vestia roupas estranhas, totalmente largas e rasgadas, acho que deveriam caber duas dela dentro daquela camiseta essa devia ser a Clair. A outra era bem gostosa, loira e com curvas que NOSSA, QUE CURVAS! Também tinha olhos castanhos essa deveria ser a Mellany, elas pareciam com o John, fiquei observando enquanto eles se aproximavam, quando Drew me viu largou as caixas e abriu um sorriso, que parecia ser de alívio,  pra mim.

– Ainda bem você chegou cara. Não ia aguentar mais muito tempo sozinho aqui. – Falou e depois continuou de forma mais baixa para que só eu escutasse. – Essa garotinha é estranha.

– Eu estou aqui seu animal, e escutei o que você falou. – A pequena disse olhando para ele. Depois se virou para mim. – Espero que você seja mais inteligente que esse panaca. Caso contrário, vou ter que me matar para não conviver com tamanha burrice. – Drew tinha razão ela era estranha e acabou de me ofender.

– Desculpem minha irmã, às vezes ela fala as coisas sem pensar. – Falou a loira gostosa, quer dizer Mellany. – Não é Clair? – Disse e lançou um olhar mortal para a irmã.

– Não, muito pelo contrário eu penso até demais antes de falar e estou apenas sendo sincera no meu julgamento, você sabe o quanto eu odeio esses adolescentes que fingem saber alguma coisa pra impressionar as garotas, principalmente na escola, mas só fazem os trabalhos porque mandam outras pessoas que fazem sob ameaças e se perguntar a eles como se resolvem funções quadráticas eles... jsalaksjasj. – Foi só o que entendi depois taparam a boca da pirralha.

– Me desculpem de novo, quando ela começa falar é difícil a fazer calar essa boca eu acho que... AI! – O pequeno monstrinho mordeu a mão da irmã.

– Escuta só Mell, se você colocar a sua mão na minha boca de novo eu juro que arranco um pedaço sem pestanejar. – Deu até medo da pirralha depois dessa.

­­– Vai brincar, vai Clair. Acho que é melhor deixar os mais velhos conversarem.

– Quantos anos você acha que eu tenho?! – Falou com indignação. – É melhor eu ir para o meu quarto, pelo que eu estou percebendo o meu Q.I já está diminuindo só de estar na presença de vocês, tchau. – E subiu escada acima, garota estranha.

– Não liguem tá legal, vocês não vão ter que aturá-la por muito tempo, ela passa a maior parte do dia trancada no quarto, quando não fica na rua fazendo alguma coisa, então tudo fica tranquilo. – Sorriu. – Eu sou Mellany e aquela pirralha é a Clair. – Disse apontando para si e para caminho por onde a pequena foi.

– Tudo bem, sou Jason, e eu acho que você já conheceu meu irmão Drew não é?! – Dei o meu melhor sorriso pra ela.

– É eu já o conheci. – Sorriu de volta. – Mas não tive tempo de conversar com ele direito já que a pequena monstrinha não deixou.

– Não se preocupa gata, eu estou a disposição. – Drew falou enquanto beijava as costas da mão da garota e a mesma soltava uma risadinha, é pelo visto ele vai pegar ela primeiro, então é melhor retirar meu time de campo.

– Então. Onde é que está o John? – Perguntei.

– Foi para Londres. Resolver a história da garota que é nossa irmã sabe? – Mellany respondeu de uma forma meio amarga.

– Então tá. – Respondi indiferente. – Drew deixa eu te ajudar, alguma dessas é minha? – Perguntei me referindo as caixas.

­– Bom. Essa aqui é, pode levar. – Disse indicando uma delas.

– Tudo bem, então eu vou levá-la, fui. –disse subindo a escada com ela, deixei ele conversar com a garota em paz.

Tá agora eu estuo um pouco confuso, digamos que eu estou em um corredor com várias portas em ambos os lados e não sei em qual delas eu posso entrar. Suspirei e quando eu iria começar a abrir as portas uma a uma vi a pirralha sair de uma delas.

– Ei! – Chamei-a. – Você pode me ajudar aqui?! – Ela parou, pelo menos eu consegui que ela me desse atenção. Caminhei até ela. – Bom é que eu estuo meio perdido aqui. – Confessei meio sem graça. – Eu queria saber se você sabe onde fica meu quarto? – ela somente confirmou com a cabeça. –Ótimo! Você me poupou muito trabalho, onde ele fica? –perguntei.

– Eu disse que sabia onde ficava e não que iria dizer para você. – Sorriu de forma cínica. E eu suspirei por isso, cara eu havia levado uma resposta de uma garotinha de 12 anos.

– Olha só, eu sou um cara legal então, vou te dar 5 dólares inteiros se você me disser onde ele fica. – Falei fazendo uma cara feliz, já largando a caixa e pegando a carteira.

– 5 dólares?! – Ela perguntou empolgada e eu confirmei com a cabeça. – Eu quero 50. – Minha boca se abriu em forma de “o”, garotinha safada.

– Eu te dou 10.

– 40. – Qual é o que aconteceu com as crianças de antigamente que se contentava com um doce?!

– 15.

– Eu pego 25 e não se fala mais nisso. – Falou dando um sorriso vitorioso.

– Tudo bem, tudo bem. Toma o seu dinheiro. – Falei entregando as notas pra ela. – Fique sabendo que isso é extorsão. Então, onde fica o quarto? – Perguntei, afinal foi o motivo da negociação.

­– Você está em frente dele. – Respondeu dando um largo sorriso e apontando para a porta atrás de mim. – Tchau Jason. – Cantarolou acenando com a mão e jogando um beijo.

– Filha da... – Achei melhor parar, a mãe dessa peste não tinha culpa alguma.

Entrei no quarto ainda bufando de raiva larguei a caixa no chão e me joguei na cama, fala sério, acabei de ser enganado por uma criança. Levantei da cama e finalmente olhei em volta, o lugar era legal as paredes eram azuis em vários tons, tinha um tapete bem ao pé da cama e um closet branco, meu computador já estava ali em uma escrivaninha preta, ele era bem espaçoso tinha uma varanda e um banheiro também, era melhor que o meu último quarto.

Passei o resto do dia carregando caixas e ajudando arrumar a casa, Catherine não pegou no meu pé ou falou qualquer coisa relacionada à nossa conversa pela manhã e pelo que eu a conhecia ela devia estar me dando um tempo, para me acostumar com a mudança talvez, ou ela só estava esperando ficar sozinha comigo.

Já era noite quando finalmente pude me sentar e relaxar. Mesmo assim nem pude relaxar como uma pessoa normal, pois com aquela pirralha e o Drew perto, digamos que eles não são sinônimos de relaxamento. Suspirei cansado de vê-los brigando para saber qual desenho animado é melhor.

– Por que vocês não conseguem passar 5 minutos calados hein?! – Perguntei já impaciente de ver a discussão idiota, eles me olharam com uma cara meio maníaca devo dizer.

– Por que é que você não cala a boca hein?! – Falou a pirralha. – Acredite seria um bem que você estaria fazendo para humanidade. – Rolei os olhos pra ela.

– Mano você tem que entender que Naruto é muito melhor que Hunter x Hunter, cara ele fica lutando pra salvar o melhor amigo, tem que se defender de vários perigos, ajuda pessoas desconhecidas, luta muito, tem a Kyuubi dentro de si e ainda tem o sonho de se tornar Hokage, já em Hunter x Hunter grande coisa o que o Gon faz. – Terminou o discurso revirando os olhos.

– Grande coisa mesmo ele quer se tornar um Hunter pra que talvez um dia ele possa reencontra o seu pai, que perdeu a guarda dele pra tia quando ainda era pequeno e... – Foi interrompida nesse momento pelo Drew.

– Bláh, bláh, bláh. Pura baboseira Naruto é muito melhor, não tem nem comparação! – Drew exclamou parecendo irritado. – Quer saber vamos lá, diz agora quem é o melhor Jason. Vamos, fala logo pra essa mini alíen que Naruto é melhor. – Falou cruzando os braços e me encarando, confesso que eu não fazia à mínima idéia do que eles estavam falando, porque eles não podiam simplesmente gostar de pica-pau?

– Pra falar a verdade. – Os dois me olharam com os olhos brilhando de expectativa. – Eu não faço a mínima ideia do que vocês estão falando então, vou ficar fora dessa.

Enquanto os dois se fuzilavam com os olhos percebi que a minha mãe estava conversando com ao telefone animadamente, e nesse mesmo momento Mellany descia as escadas. Quando a minha mãe terminou de falar veio em nossa direção com um sorriso no rosto.

– Crianças! – Falou atraindo a atenção de todos ali. – John acabou de ligar e disse que as coisas estão indo bem e que talvez em uma semana ele volte, ou até menos. – Encerrou com um sorriso enorme no rosto, não sei o porquê de um sorriso tão grande.

– O papai ligou?! – Perguntou a pequinês, minha mãe só confirmou com a cabeça. – E ele não quis falar com ninguém?

– Não foi que ele não quisesse, querida. Ele mandou um beijo e um abraço para todos, mas é que na situação em que ele se encontra não pôde conversar muito, foi uma ligação rápida, mas disse que em breve liga novamente. – A pequena só assentiu meio triste.

A sala ficou em silêncio todos estavam com os rostos pensativos.

– Mãe esse bolo está uma delícia! – Exclamou uma voz muito conhecida, o único pensamento que me veio à cabeça foi: “Eu não acredito nisso”. Todos olharam em direção a voz, afinal, não estava faltando ninguém ali.

– O que você tá fazendo aqui Daniel? – Perguntei chocado e quase gritando.

– Calma maninho. – Disse vindo em minha direção. – E aí como é que você tá? E você mãe? E contigo Drew? E com o resto da família que eu ainda não conheço?

– E se depender de mim nem vai conhecer. – Falei ríspido. – O que diabos você está fazendo aqui?

– Jason! – Catherine me repreendeu. – Isso é jeito de se falar com o seu amigo? E eu estou muito bem Daniel, obrigada.

– É Jason isso são modos de falar com o seu melhor amigo. – Disse cínico.

Daniel é meu melhor amigo desde que eu tinha... Bom, desde que eu me entendo por gente e apesar das nossas constantes mudanças por causa do trabalho da minha mãe ele sempre nos acompanhava, os pais dele viajam muito a trabalho e são bastante liberais, então ele está sempre vindo junto com a gente, acho que passou mais tempo com a minha família do que com a própria, sorte a dele que eles têm muito dinheiro, era moreno, alto e tinha cabelos curtos, e o corpo era como o de Drew, mas um pouco menos musculoso. Acho que os dois tomavam algum tipo de droga para o corpo ficar desse jeito.

– Você ainda não me respondeu. O que você está fazendo aqui? – Perguntei novamente, bufando no final.

– Eu vim passar um tempo com a família, você sabe que vocês são a minha família não é?! Então aonde vocês vão, eu vou junto e além do mais ainda não conheci o tal de John. – Falou já se sentando de forma relaxada como se estivesse em casa.

– Você não precisa conhecê-lo, e você não vai ficar aqui se é o que você está pensando tá legal?! Acho melhor pegar as suas coisas e procurar um lugar pra dormir. – Falei já perdendo a calma, ele era meu melhor amigo, mas eu estava estressado no momento e além do mais esse jeito dele também era irritante, além do que, ele e eu juntos não dava muito certo, geralmente me metia em confusões, não que eu me arrependa de alguma, mas agora com o novo marido da minha mãe é melhor não pecar pelo excesso, deixar um desconhecido morar conosco e ainda por cima ficar visitando sempre.

– Tudo bem. – Disse com um suspiro. – Eu vou embora, mas só para vocês saberem eu não tenho nenhum lugar para ir e talvez eu durma no meu carro, correndo o risco de ser sequestrado e ainda por cima morrendo de frio. – Ele estava caminhando em direção a porta, e era só mais um pouquinho e...

– Você não vai a lugar nenhum Daniel. – Droga, essa foi a minha mãe e o seu jeito gentil de ser. – Você vai ficar conosco querido, e o tempo que for necessário.

– Obrigado mãe. – Disse dando um abraço e um beijo na “minha” mãe. – Mas, não se preocupe porque já estou quase fechando negócio com uma casa nessa rua, então vou ficar sempre por perto.

Ele foi logo ligando para avisar a alguém que ficaria com a gente, eu tentei avisar e tudo mais só que ninguém me escuta. Daniel e eu juntos. Isso sempre acabava em merda, mas alguém me escuta?! Não ninguém me escuta. Pelo visto isso aqui vai ser bem mais divertido do que eu imaginava, afinal o Daniel até tem seus lados positivos, como conseguir festas onde nós menos imaginamos.