No alto

De picos nevados

Ao frêmito de espíritos castigados

Contemplando o vôo dos anjos...

Lá estou

Fazendo poesia.

Abaixo,

Na névoa delirante

No silencio de um pântano

Oculto aos lobos “uivantes”...

Lá estou

Fazendo poesia.

No horizonte,

Alem de mares meigos

De tormentas noturnas

A luz do Sol e da Lua;

Navegante,

Pela terra molhada

Sob as folhas secas

Aliás, num ar úmido

Lá estou

Fazendo poesia.

Na fúria das nuvens

Aprisiono relâmpagos

Solto vaga-lumes na sombra

Coleciono borboletas mortas

Pra colorir os pés dos gigantes.

Eu toco estrelas

E sou poeta,

Eu viajo em pensamentos

Zombo a razão dos lunáticos

Conduzo a sobriedade

Para paixão enlouquecida

Nos campos cloríneos

De sonhos inóspitos

Eu faço poesia.

Na carisma do louco

Na lagrima do artista

No prazer da casta!

A santidade enfim perdida...

Em leito de rosas, pétalas vívidas

É provado o toque profundo

Do insólito de minha poesia.

Filosofando, confundindo,

Fechando e reabrindo estigmas

Eu agradeço a Deus

(qualquer um que exista)

Por me abençoar, com além da vida

O dom mágico da poesia.