Hereditary escrita por almightymag


Capítulo 5
I wish it was a nightmare.


Notas iniciais do capítulo

Uuuuh, desculpe ter feito aquilo com o Jasen >.< Mas foi por uma boa causa se não a história não teria graça :x
Esse cap não é classificado como um dos melhores(?) porque é tipo a 2ª parte, o recomeço e tals.
Espero que gostem :D



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Tudo foi um pesadelo. Um pesadelo horripilante. Claro! Aquilo nunca poderia acontecer. Faz um tempo que eu acordei, mas ainda não abri os olhos, eles estavam ardendo. E minha cabeça estava doendo um pouco. Acredito que tudo foi um pesadelo porque agora eu sentia um travesseiro sob minha cabeça, um lençol sobre meu corpo e eu estava em cima de uma cama. Não parecia ser a minha, mas era uma cama.

Eu me virei deitando de lado. Devia ser a cama do Jasen. Eu sou meio sonâmbula...

– Zoey?

Eu soltei um gemido baixo e abri os olhos. O teto que encontrei não era o rebaixamento de madeira como era no meu quarto e no quarto do meu irmão. Era um teto impecavelmente branco. Eu me levantei rapidamente me apoiando nos cotovelos. E fui surpreendida por uma dor nas costelas.

– Calma, Zoey, está tudo bem agora – disse Polleni me tranqüilizando. – Quer dizer... você está bem.

Eu olhei para o espelho a minha frente pregado na parede, havia uma cicatriz na minha bochecha esquerda, bem abaixo de meus olhos. Assim que a ponta de meus dedos a tocou eu fui engolida por uma névoa negra, todas as cenas da noite anterior vieram à tona, e o pavor veio acompanhado a cada uma delas.

Meus dedos se afastaram da cicatriz e eu voltei para o presente. Demorei um pouco a me recompor. Meus olhos vagaram para o rosto de Polleni.

Ela limpou a garganta e seus lábios se separaram, parecia estar procurando as palavras certas.

– Eu liguei para a ambulância assim que cheguei lá, pela manhã... – Ela abaixou a cabeça, escondendo as lágrimas. – Foi horrível!

Eu não disse nada, não demonstrei nenhuma emoção e não derramei nenhuma lágrima. Uma palavra latejava em minha cabeça. Enquanto tentava ouvi-la eu continuava parada como uma estátua de cera.

– E-eu liguei para um internato, faz uns três dias. O Frambhale. Adoraria ficar com você, mas não tenho as míninas condições. Nem sei o que vou fazer comigo mesma! Consegui um emprego de au pair...

Ela falava rápido demais. Eu escutava tudo que ela dizia, mas não prestava atenção.

– Me desculpe, Zoey – sussurrou ela se inclinando na minha direção e segurando minha mão.

– Tudo bem Poll, você se preocupou comigo pelo menos. Obrigada – minhas palavras de agradecimentos eram sinceras, mas eu não consegui forçar um sorriso.

Ela sorriu.

– Enfim, eu liguei para o diretor Stektross. Expliquei tudo que havia acontecido, tomei a liberdade de pegar seu histórico escolar e enviar para ele... Ele lhe liberou uma bolsa pelo resto do ano letivo. Ah, e disse também que você precisará se esforçar para continuar lá.

Eu assenti devagar, monótona, ainda como uma estátua de cera, ainda tentando ouvir a palavrinha que rodava em minha cabeça.

– Muito obrigada Poll.

Ela soltou um suspiro.

– Me desculpe, Zoey. Não gosto de ver você assim – havia preocupação em sua voz. Isso realmente mexeu comigo.

– Você não tem que pedir desculpas. Você fez a melhor coisa que você pôde fazer, Poll.

Polleni sorriu. E me abraçou, o que me provocou um grito abafado.

– Oh, me desculpe, me desculpe!  – disse ela se soltando de mim.

Todos os meus ossos, todos os meus músculos e as minhas células estavam doloridos.

Mais uma vez não consegui forçar um sorriso então apenas disse:

– Está tudo bem, já passei pelo pior.

––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

Foi... um alívio sair do hospital depois de uma semana. Simplesmente não agüentava mais tomar antibióticos e comer comidas sem sal. Não suportava mais enfermeiros me monitorando e ficar deitada naquela cama. Tiraram o curativo da minha bochecha ontem e substituíram por um bandaid cor de pele.

A única – no entanto a que sobrou – que me visitava todos os dias era Polleni. Ela me levava cupcakes escondidos na bolsa. Ficar no hospital não era tão torturante quando ela estava por perto. A única coisa que me incomodava era a tal palavra que insistia em latejar em minha mente, era um sussurro baixo demais.

Agora eu sentia a brisa do alvorecer bater em meu rosto e agitar os meus cabelos. Estava parada na esquina da Cale Street com a Dovehouse esperando por alguém. O nome dela era Mirade Spektross, esposa do diretor Spektross. Polleni me disse que Mirade me encontraria aqui às 07:00h, mas parece que ela estava quarenta minutos atrasada, a essa altura eu quase não sentia meus pés.

Até que uma limousine preta parou na minha frente, bem perto do meio fio. Era um tipo de carro muito difícil de ignorar. O vidro da janela traseira baixou e uma mulher – linda por sinal – pôs o rosto para o lado de fora.

– Zoey McGraien? – Eu assenti devagar. A mulher sorriu – Mirade Spektross – respondeu ela – Pode entrar.

Quando pus minhas mãos na maçaneta ela se afastou da janela dando espaço para mim, o que não fazia muita necessidade já que a limousine era surpreendentemente espaçosa por dentro. E confortável.

Mas não foi um passeio muito agradável. Mirade não era de falar muito, pelo menos não comigo. Ela passou mais tempo pendurada no celular do que qualquer outra coisa. E isso foi bom, já que me deu mais tempo para pensar.

Tentei silenciar tudo a minha volta, qualquer ruído. Tentei infiltrar em minha própria mente e achar a palavra que me perseguia a uma semana. Sei que qualquer um que estivesse em meu lugar faria isso, mas eu não era um ser de tal porte. Porém, era uma idéia atraente na qual eu me comprometeria daqui para frente...

Vingança.


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Notas finais do capítulo

Estou pensando seriamente em refazer a capa, agora com a cicatriz da Zoey o/ e os olhos vazios do Jasen o_o Enquanto isso... REVIEWS(?) REVIEWS!!! REVIEWS!!! REVIEWS!!! REVIEWS!!! *o*



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